Sítio Arqueológico Romano do Cerrado do Castelo
| IPA.00003424 |
Portugal, Setúbal, Grândola, União das freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra |
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Termas romanas. As termas devem ter sido abandonadas antes da exploração agrícola e, por isso, embora a residência tenha sido abandonada pelo proprietário, continuou a ser trabalhada pelos servidores. A proximidade da ribeira de Grândola, assim como a existência de uma barragem romana situada sensivelmente, a 2 km a S., a uma cota mais elevada, proporcionava uma fácil irrigação dos terrenos de cultivo e facilitava o abastecimento de águas às termas romanas; a existência neste local das termas pode indiciar a existência de um pequeno povoado, possivelmente integrado no conjunto de uma villa, que ficaria entre duas importantes cidades: Salacia (Alcácer do Sal) e Miróbriga (Santiago do Cacém); o mesmo poderia servir como estação de muda e local de descanso (FERREIRA, 1991) *3. |
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Número IPA Antigo: PT041505020009 |
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Registo visualizado 1609 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Saúde Termas
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Descrição
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No primeiro núcleo foi descoberto, do período romano, um conjunto de estruturas, possivelmente antigas termas formando compartimentos entre si, com muros pavimentados em opus signium, formadas por 4 pequenos tanques, uma piscina e duas salas. Sob a piscina, descobriram-se dois fornos circulares para o fabrico de imbrices (telhas de canudo), tendo sido utilizados na sua construção lateres tubulares *1. Num terreno contíguo, apareceu uma sepultura de inumação, formada por lateres, donde foi exumado um colar de ouro, engastado, moedas de bronze de Augusto, de Alexandre Severo, de Constantino e uma de Emérita *2. |
Acessos
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EN. 120, R. D. Nuno Álvares Pereira, R. Nossa Senhora da Penha |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 |
Enquadramento
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Urbano. Situa-se no recinto da escola primária de Grândola. Os terrenos circundantes à estação são bastante férteis, propícios para a agricultura e criação de gado. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Saúde: termas |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 01 / 03 / 04 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 01 - construção; séc. 03 - 04 - continuação da ocupação, mas com algumas modificações; 1914 - referido pela primeira vez por José Leite de Vasconcelos; Séc. 20, anos 40 - a construção da escola primária no local destrói ou danifica muitos vestígios arqueológicos; 1989 - 1990 - escavações, dirigidas por Marisol Ferreira e João Faria, identificam alguns restos arqueológicos no recinto da escola; 1996 - Por despacho de 12 de Agosto foi determinada a classificação do imóvel. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma |
Materiais
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Cantaria, xisto, opus signium (nos muros), argila |
Bibliografia
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VASCONCELOS, José Leite de, Excursão Archeologica `Extremadura Transtagana, Archeologo Português, Vol. 19, Lisboa, 1914; MATEUS, Manuel, Grândola Antiga, Album Alentejano, s.d.; ALARCÃO, Jorge de, Portugal Romano, Lisboa , 1973; ALARCÃO, Jorge de, Cerâmica comum local e regional de Conimbriga, Coimbra, 1974; DELGADO, Manuea, Mayet, Franco, Alarcão, Adília, Les sigillés Fuilles de Conimbriga, Vol. 4, Paris, s. d.; QUINTELA, António de Carvalho, et alt., Aproveitamentos hidráulicos Romanos a Sul do Tejo, Lisboa, 1986; ALARCÃO, Jorge de, O Domínio Romano in Nova História de Portugal, Vol. 1, Lisboa, 1990; FERREIRA, Marisol Aires e FARIA, João Carlo L., Estação Romana do Cerrado do Castelo (Escola Primária de Grândola) (Texto policopiado), Conímbriga, 1991; FERREIRA, Marisol, Jornal Público, 24 Fevereiro de 1992; Catálogo Tesouros da Arqueologia Portuguesa, Lisboa, s.d. |
Documentação Gráfica
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DGEMN: DSID |
Documentação Fotográfica
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DGEMN: DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1989 / 1990 - intervenções arqueológicas, faseadas em duas campanhas, com o objectivo de realizar sondagens no terreno contíguo à escola (local onde estava prevista a construção de novas instalações) e na tentativa de delimitar com maior exactidão a real extensão da estação. |
Observações
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*1 - A construção dos fornos circulares deverá ter-se verificado numa época de abandono do local; possivelmente, pertenciam a um hipocaustum tendo sido posteriormente reaproveitados; a sua cobertura era abobadada e formada por uma fina camada de argamassa, a qual assentava igualmente numa espessa camada de argila (FERREIRA, 1991). *2 - a sepultura encontra-se na posse do proprietário e o colar no Museu Nacional de Arqueologia e Etnografia de Lisboa. *3 - A falta de níveis arqueológicos bem conservados, a quase inexistência de espólio datável e a sua localização no recinto de uma escola, dificultam uma interpretação mais cabal da estação. |
Autor e Data
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Paula Noé 1996 / Albertina Belo 1997 |
Actualização
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