Quinta e Casa da Naia
| IPA.00000342 |
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Braga (Maximinos, Sé e Cividade) |
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Quinta senhorial inicialmente de produção agrícola, com casa, bastante arruinada, anexos agrícolas, fontes barrocas do antigo jardim e terrenos que seriam de pomar e de pasto. Casa barroca de planta em U, articulando três corpos com dupla escadaria central e varanda alpendrada. Interior bastante arruinado, com lojas com adega, no primeiro piso, e zona residencial no segundo, verificando-se ainda a existência de tectos de masseira de madeira. Terreiro rectangular, cerrado por muro, com o portal principal encimado por brasão. Cantarias ricamente trabalhadas, destacando-se o portal principal e as fontes do antigo jardim. A fonte do terreiro N. apresenta bica carranca em forma de turco. |
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Número IPA Antigo: PT010303240029 |
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Registo visualizado 1699 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial
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Descrição
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Quinta de exploração agrícola, murada, composta por casa, edifícios agrícolas, zona correspondente ao antigo jardim, pomar, zona de cultivo de vinha, zonas de pasto e mata. Portal principal a E., rasgado no muro da quinta, com pano mais elevado, rebocado e pintado de branco, delimitado por pilastras toscanas, coroadas por pináculos piramidais, rematado por friso e cornija ameada. Portal de verga recta, ao centro, ladeado por dois painéis de azulejos policromos a azul e roxo e amarelo, com a representação de Santo António, do lado direito, e São Pedro, do lado esquerdo, encimado por cornija recta e espaldar de aletas com pedra de armas, *2 ao centro, sobrepujada por urna. CASA: Planta em U, composta por três corpos articulados. Volumetria de dominante horizontal com coberturas diferenciadas em telhados de duas e quatro águas, com duas chaminés. Edificio de dois pisos com fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematadas por beiral e enquadradas por cunhais em cantaria encimados por pináculos piramidais. Fachada principal voltada a N., enquadrada por dois corpos salientes, rasgados por portas de verga recta e janelas jacentes gradeadas, no primeiro priso e janelas de verga recta, de guilhotina, ladeadas por mísulas, no segundo piso. Ao centro, corpo recuado, com dupla escadaria de lancos rectos, convergentes, com arranques em volutas encimadas por pináculos, com guarda de ferro entre plintos bojudos encimados por pináculos, de acesso a varanda alpendrada com pavimento em tijoleira, suportada por 8 colunelos, entre guarda de ferro, com 4 portas de verga recta, de acesso aos diversos compartimentos. Fachada lateral, O., rasgada no 1º piso, por duas portas de verga recta entre janelas jacentes, e no segundo, 5 janelas de verga recta, de sacada, com guarda de ferro. Fachada lateral E.com porta de verga recta, no primeiro piso, e no segundo 2 janelas rectangulares, de guilhotina, ladeadas por mísulas. Fachada posterior, a S., rasgada no primeiro piso por porta, ao centro , ladeada por janelas jacentes, e no segundo piso, janelas de verga recta, de sacada, com varanda alpendrada, já sem cobertura, no extremo O., assente sobre 4 pilares de secção quadrangular, guarda de ferro entre plintos com pilares quadrangulares, seguida de óculo oitavado ladeado por painel de azulejos azuis e brancos representando Santo António, janelas de sacada e porta de acesso à cozinha, precedida de escadaria em cantaria, no outro extremo. INTERIOR com paredes em alvenaria de granito pintadas e estucadas. No primeiro piso, lojas, com zona destinada a tulhas, adega e dois lagares, com prensas.No segundo piso, zona residencial, bastante arruinada, com salões intercomunicantes por arcos e portas dispostas centralmente, ou lateralmente, com algumas janelas com conversadeiras, coberturas em telha vã e vestígios de tectos de masseira, e pavimentos de madeira. Cozinha no extremo E. do edifício, virada para a fachada posterior, já sem divisões, forrada a azulejos azuis e brancos, com armários embebidos na caixa murária. e salões e cozinha, no 2º. A O., zona correspondente ao antigo JARDIM, cuja maioria das espécies vegetais, já não existem, devido ao abandono do mesmo, sobrando apenas alguns elementos construídos com uma fonte, com tanque de pedra, oitavado, tendo ao centro menino sobre esfera e plinto e, num dos lados, busto feminino. Fronteiro a esta, uma outra fonte, de espaldar rectangular, forrada a azulejos estampilhados, monócromos a azul cobalto, enquadrado por pilastras jónicas coroadas por urnas, remate em friso e cornija e com espaldar, ao centro, contracurvado, sobrepujado por urnas, com cartela sobre cornija volutada. Possui ao centro, nicho em arco de volta perfeita, ladeado por par de pilastras jónicas, sobrepostas, com a imagem de São João Baptista sobre mísula e bica em forma de golfinho donde jorra a água para uma taça gomada, cujo pé assenta num tanque rectangular. No terreiro N., fonte de espaldar forrada a azulejos estampilhados monócromos, a azul cobalto, tendo ao centro bica carranca, representando um turco, encimada por cartela com a data de 1716 *2, rematada por pedra ornamentada com meia lua. Tanque de pedra de planta contracurvada. No terreno S., fonte de espaldar quadrangular enquadrado por pilastras dóricas e remate em frontão triangular. No entablamento a data de 1689 gravada. . Bica carranca, ao centro, de onde brota a água para um tanque rectangular. |
Acessos
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Lugar da Naia. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,539914, long.: -8,447287 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1ª Série, nº 226 de 29 setembro 1977 *1 |
Enquadramento
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Rural, isolada, rodeada por campos de cultivo e algumas casas de habitação. |
Descrição Complementar
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HERÁLDICA: Pedra de armas do portal principal assente em cartela decorativa, com escudo, elmo aberto e chapéu eclesiástico com cordões de três borlas pendentes *3. |
Utilização Inicial
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Residencial: quinta senhorial |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 17 - Provável edificação da casa; 1689 - construção do chafariz colocado no terreno a S. da casa; 1716 - construção do chafariz colocado no terreiro N.; séc. 18, 1ª metade - contrução de tanque oitavado, colocado no terreiro O.; séc. 18, 2ª metade - colocação de pedra de armas no portal principal; séc. 18, finais - construção do chafariz do terreiro O.; séc. 19 - reformas importantes no interior da casa, nomeadamente na cozinha e casa de banho; 1987 - compra da propriedade pelo actual proprietário. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Estrutura do edifício, portais, fontes, muros, pavimentoda cozinha e lagares em granito; azulejos estampilhados no revestimento da cozinha, casa de banho e espaldar dos chafarizes; pavimentos das varandas em tijoleira; pavimentos dos salões, portas e janelas, armários e tectos, em madeira; guarda das varandas e corrimão das escadas, em ferro; cobertura exterior em telha de canudo. |
Bibliografia
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NÓBREGA, Artur Vaz Osório, Pedras de Armas e Armas Tumulares do distrito de Braga. Cidade de Braga, vol. 1, tomo 2, Braga, 1970, pp. 755-759; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Distrito de Braga, Lisboa, 1993, p. 23. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMN |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - DOF: Casa da Naia, jardins e elementos decorativos; *2 - data de difícil leitura devido à erosão da pedra e à vegetação que envolve o chafariz, dificultando a aproximação do local; *3 - a pedra de armas poderá ter pertencido ao Abade Reservatário de São Pedro de Maximinos, Custódio Soares da Silva, falecido em 1788 (OSÓRIO 1970); *4 - este terraço foi construído recentemente, já que a obra parece inacabada. |
Autor e Data
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António Dinis / Ana Pereira 1999 |
Actualização
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