Castelo de Abrantes / Fortaleza de Abrantes
| IPA.00003381 |
Portugal, Santarém, Abrantes, União das freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede |
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Castelo de elevação, com perímetro muralhado adaptado à zona mais elevada da colina, assente em afloramento rochoso do lado mais íngreme; paramentos rectilíneos em parte ameados, característicos da arquitectura militar gótica; paramentos mais espessos, rasgados por canhoneiras, assentes em baluarte terraplenado em talude; baterias rodeando o castelo e a colina onde o mesmo está implantado, características das fortificações maneiristas, compostas por troços de baluartes angulares de paramentos em talude, rasgados por canhoneiras, alternando com troços adaptados ao traçado urbano da povoação, reforçando a sua defesa nos pontos mais sensíveis; reconstrução romântica da torre de menagem. |
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Número IPA Antigo: PT031401130004 |
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Registo visualizado 3235 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo
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Descrição
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Castelo de planta poligonal muito irregular, de faces predominantemente rectas constituídas pelos lanços de muralha limitados por torreões de planta ovalada e semicircular. A muralha setentrional e nascente mostra paramentos verticais, parcialmente rematados por merlões prismáticos, assentando em afloramento rochoso do lado N. ou em embasamento em talude; a muralha virada a S. e a O., mostra paramentos mais espessos, rasgados por canhoneiras, assentes em terrapleno de paramentos em talude. O acesso ao recinto faz-se pelo lado N., por portal de arco redondo, enquadrado por arquivoltas rusticadas, através de túnel com abóbada de berço; no torreão que flanqueia a porta rasgam-se três nichos em meia-laranja; junto à muralha S. vestígios de uma porta de traição. Dentro do recinto a igreja de Santa Maria (v. PT031401130001) e a torre de menagem, de planta quadrangular, três pisos, formada pela sobreposição de 2 corpos prismáticos escalonados, com cobertura em terraço. Adossadas à muralha O. as ruínas do palácio dos marqueses de Abrantes, prolongando-se no 1º troço do paramento, rasgado por arcaria de onze vãos intercomunicantes, cobertos por abóbadas de berço, e ainda nos torreões flanqueantes. Reforçando os 2 vértices do castelo, a NO. e a S., dois baluartes triangulares terraplenados, de paramento em talude. Os restantes troços de baluartes com idênticas características, encontram-se dispersos rodeando a povoação: o baluarte de São Pedro, de Santo André e o de São Domingos, do lado S., o baluarte de Santo António e da Esperança, do lado N.. |
Acessos
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Rua Capitão Correia de Lacerda (antiga Rua do Castelo); Rua de São Pedro (antiga Rua dos Coelheiros) |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 41 191, DG, 1.ª série, n.º 162 de 18 julho 1957 |
Enquadramento
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Urbano, monte, planalto, meia encosta. O castelo domina a povoação e seus arredores, do seu ponto mais elevado (197m. de altura), a NE., em parte assente em afloramentos rochosos; os baluartes implantam-se em redor da povoação, a meia encosta. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DGPC, Decreto-Lei n.º 115/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012 |
Época Construção
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Séc. 12 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIRO MILITAR: Manuel da Maia (1704). |
Cronologia
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130 a.c. - conquista do primitivo castro lusitano pelo pró-consul Décimo Júnio Bruto, que a ampliou e remodelou; 411 - conquista pelos Alanos; 492 - conquista pelos Visigodos; 716 - ocupação árabe; 1148 - ocupação pelas forças católicas de D. Afonso Henriques; 1172 - doação da praça à Ordem de Santiago; 1179 - cerco árabe e reconstrução; 1250 - obras realizadas a mando de D. Afonso III; 1300 - 1303 - remodelação da torre de menagem, com 3 pisos, por D. Dinis, que a doou a sua mulher; 1531 - os dois pisos superiores da torre de menagem são derrubados pelo terramoto que nesse ano se fez sentir; 1704 - obras na fortificação, conforme projeto de Manuel da Maia; feitura de armazéns de munições na referida vila, bem como na de Tancos, com plantas desenhadas pelo mesmo; séc. 18, 1.º quartel - reconstrução do palácio dos Marqueses de Abrantes, realizada pelo 1º marquês, D. Rodrigo de Almeida e Meneses; 1731 - planta do engenheiro militar Engeleer, com a representação dos baluartes previstos e os já construídos; 1809 - obras de fortificação sob a inspecção do coronel de engenheiros Manuel de Sousa Ramos, não chegando a ser implementado o plano de fortificação realizado pelo capitão de engenheiros Pacton; destruição do palácio dos Marqueses de Abrantes; 1860 - reparação da torre de menagem, reforçada com um muro exterior circundante, ordenada pelo governador general Barão da Batalha; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2002 - abertura do concurso público (MC - IPPAR) para adjudicação da empreitada de beneficiação do Castelo, DR nº 96 - III Série - de 24 de abril; 2002 - 2004 - encerramento do castelo para obras de reabilitação; 2004, 18 Abril - reabertura do Castelo depois de concluídas as obras; 2009, 24 agosto - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163; 2015, julho - durante as escavações arqueológicas no recinto do castelo, foram encontradas pinturas murais do séc. 16 e uma torre, possivelmente do séc. 09; 2013 - 2016 - campanhas de escavações arqueológicas no recinto do Castelo. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em blocos de cantaria aparelhada e em alvenaria de pedra, nos muros da fortaleza e baterias; cantaria e alvenaria de pedra na torre de menagem; alvenaria de pedra e tijolo nas ruínas do palácio dos marqueses de Abrantes. |
Bibliografia
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ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1946; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; CAMPOS, Eduardo, Notas Históricas sobre a Fundação de Abrantes, 1984; CAMPOS, Eduardo, Notas Históricas sobre a Fundação de Abrantes, Abrantes, 3ª ed., 1995; MORATO, Manuel António, CAMPOS, Eduardo (notas críticas de), Memória Artística da Notável Vila de Abrantes, 2ª ed, Abrantes, 1990; VILAR, Hermínia Vasconcelos, Abrantes Medieval (1300 - 1500), Abrantes, 1988; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. II; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73848 [consultado em 14 julho 2016] |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMAbrantes |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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1951 - demolição da torre de menagem - no seu lugar constroi-se um depósito de água, reconstruíndo-se de seguida a torre; 1963 - construção de uma escada de acesso à torre de menagem; 1965 - demolição de construção encobrindo a muralha; 1967 / 1968 - restauro das muralhas; 1969 - restauro da torre de menagem; restauro da muralha virada a O. e a S. e reforço da torre: 1970 - restauro dos paramentos das muralhas E. e N., restauro da torre; reconstrução de um troço de 8m. de cortina do lado N.; 1971 / 1972 - consolidação de panos de muralha do lado E.; construção de portada de acesso ao recinto; 1973 - obras na casa do governador (paramentos, caixilhos); 1974 - demolição de alvenarias; pavimentação de terraços e arruamentos; saneamento; 1987 - conclusão das instalações sanitárias; 2002 / 2003 / 2004 - obras de reabilitação e requalificação. |
Observações
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Sobre a grande galeria que preenche um dos paramentos da muralha do castelo, assentava o piso nobre do Palácio dos marqueses de Abrantes, comunicando com a arcada por escada subterrânea decorada com figuras alegóricas da Bíblia; no terrapleno fronteiro estava implantado o jardim do palácio. |
Autor e Data
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Rosário Gordalina 1991 / Isabel Mendonça 1995 |
Actualização
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Cecília Matias 2007 |
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