Palácio de Eugénio Silva / Câmara Municipal de Santarém
| IPA.00003346 |
Portugal, Santarém, Santarém, União de Freguesias da cidade de Santarém |
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Casa nobre maneirista e barroco, de planta em U, adaptado ao desnível do terreno. A sobriedade e austeridade do conjunto arquitectónico, a fenestração simétrica e ritmada, o conjunto portal / janelão, rematado por pedra de armas da família, em posição axial são característicos do Maneirismo. O coroamento de toda a cimalha com pináculos de formas túrgidas e dinâmicas, de maiores dimensões sobre os cunhais, a importância dada aos jardins circundantes, são já característicos do Barroco. No interior azulejos de inícios de setecentos numa das salas do piso térreo e azulejos rococó no Salão Nobre; estuques oitocentistas. Os azulejos do terraço, cópias da Fábrica Viúva Lamego, imitam os azulejos que estiveram no terraço do Palácio dos Chavões, no Cartaxo, que pertenceu à mesma família. |
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Número IPA Antigo: PT031416210026 |
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Registo visualizado 491 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta em U
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Descrição
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Planta em forma de U composta por um rectângulo maior a que se adossam dois outros menores dispostos perpendicularmente; volumes articulados, adaptando-se ao desnível do terreno do lado SO., com coberturas diferenciadas em telhado de 4 águas sobre o rectângulo maior, em terraço sobre os menores; águas-furtadas rasgadas no telhado. Fachada principal virada a NE., de 2 registos, embasamento, cunhais e cimalha moldurada em cantaria, ponteada por pináculos e gárgulas; portal rasgado no eixo da fachada, com vão rectangular ladeado por pilastras duplas, encimado por janela de sacada ladeada por duplos pináculos sobre altos plintos; frontão triangular, rematado de bolas nos ângulos; ao nível da cimalha a pedra de armas dos Meneses; rasgadas simetricamente dos dois lados, duas portas de vão rectangular no piso térreo e, superiormente, duas portas-janelas de vão rectangular e verga arquitravada, com balcão pouco saliente com guardas em ferro (colunelos anelados), encimadas por mezzaninos; os dois registos são definidos por friso saliente corrido, acompanhando a linha dos balcões e os cunhais, que se prolonga pelas fachadas laterais; estas, de dois pisos e sótão, têm enquadramento e fenestração idênticos à fachada principal e são continuadas por dois corpos mais baixos, rematados por gradeamento, com janelas com ferros de baloiço no térreo, portas-janelas de verga arquitravada no superior. Na fachada posterior ressalta o corpo central, rodeado pelos dois corpos laterais mais baixos, enquadrando um terraço ajardinado, com acesso ao exterior por escadaria; enquadramento e fenestração idênticas. Em volta do terraço ajardinado um silhar de azulejos. INTERIOR de dois pisos e sotão; ao átrio principal, com acesso pelo portal, segue-se um outro átrio de onde parte uma escadaria com patamar intermédio, de acesso ao piso nobre. Para o átrio superior abrem salas intercomunicantes viradas para a fachada principal e posterior. Revestimento azulejar - alto silhar de azulejos enxaquetados em verde e branco, no átrio principal; azulejos de padrão azul e branco numa das salas do piso térreo virada para o terraço ajardinado; na sala seguinte padrão pombalino; silhar imitando padrão azul e branco, servindo de fundo às guardas em metal da escadaria pintadas em trompe l'oeil; silhar de azulejos com enquadramentos polícromos rodeando cenas alegóricas em azul e branco, no salão nobre; tecto com elaborado estuque numa das salas viradas para o terraço. |
Acessos
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Largo do Município |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 38 491, DG, 1.ª série, n.º 230 de 06 novembro 1951 |
Enquadramento
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Urbano, monte. Implanta-se num amplo largo (antigo Largo do Espírito Santo), fora da antiga cerca muralhada, em posição destacada, deitando a fachada principal para espaço ajardinado e alcatroado servindo de parque de estacionamento automóvel, fachada posterior para via pública (Calçada do Monte) e fachada lateral para uma zona ajardinada. |
Descrição Complementar
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Vários jardins atinentes com bancos de azulejo e outros elementos decorativos. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Política e administrativa: câmara municipal |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 17 - 18 - construção do palácio, provavelmente patrocinada por D. Pedro Telles de Meneses, provedor das Lezírias, irmão do conde de Unhão, D. António Telles de Meneses, vice-rei da Índia em 1665 (Sarmento, 1993); 1833 - 1834 - sede do Estado-Maior de D. Miguel, nos últimos anos da monarquia absoluta e quartel-general dos liberais antes da Convenção de Évora Monte; 1851 - 1862 - sede do gabinete de regularização e obras hidráulicas do Tejo; séc. 20, início - colocação dos azulejos, provenientes da Quinta dos Chavões, construída por Rui Teles de Meneses, no jardim; 1949, Abril - é falada a hipótese da Câmara se mudar para este edifício; 1954 - António Francisco Machado Ferreira de Carvalho e Silva e outros, descendentes do capitalista Eugénio Silva, vendem o palácio ao município; 1966, 03 Junho - instalação da Câmara Municipal de Santarém; 1979, 29 Agosto - roubo de dez pinturas do edifício; 1986 - são recuperadas cinco pinturas na Suiça. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Alvenaria rebocada e pintada em estruturas; cantaria em molduras, rodapés, ornatos arquitectónicos; telha cerâmica; azulejos; lajedo de pedra; madeira; vidro; ferro. |
Bibliografia
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ARRUDA, Vergílio, Santarém Setecentista, Lisboa, 1985; BRAZ, José Campos, Santarém raízes e memórias - páginas da minha agenda, Santarém, Santa Casa da Misericórdia de Santarém, 2000; CUSTÓDIO, Jorge, Candidatura de Santarém a Património Mundial (texto policopiado), Santarém, Biblioteca Municipal, 1996; FEIO, A. Areosa, Santarém, princesa das nossas vilas, Santarém, 1929; MENDES, Octávio da Silva Paes, Santarém Monumental-Roteiro, Santarém, 1988; SARMENTO, Zeferino, Os Solares de Santarém, Correio do Ribatejo, 21 de Junho, 1958; SARMENTO, Zeferino, História e Monumentos de Santarém, Santarém, 1993; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, Vol. III, Lisboa, 1949; SERRÃO, Joaquim Veríssimo, Santarém História e Arte, Santarém, 1951; SERRÃO, Vítor, Santarém, Lisboa, 1990. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1956 - instalação eléctrica nos Paços do Concelho. |
Observações
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*1 - estes azulejos estão hoje no Museu da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva |
Autor e Data
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Rosário Gordalina 1991 / Isabel Mendonça 1996 |
Actualização
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