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Edifício e estrutura Edifício Agrícola e florestal Casal
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Descrição
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A propriedade é extensa e percorre a encosta de NO. a SE. A cota máxima no interior da propriedade ocorre no extremo NO. e é de 256m, a cota mínima acorre no extremo SE. e corresponde a 135m. Esta variação de altitude é acompanhada por um relevo acidentado com diversas elevações e depressões e uma linha de água que atravessa a propriedade no sentido NO. / SE., o de maior declive. Possui um conjunto de edificações térreas agregadas que se destacam pela sua implantação na paisagem. O conjunto, muito arruinado, compõe-se de casa de habitação e dependências de apoio à atividade agrícola, formando dois corpos articulados em torno de pátio murado, possuindo acessos independentes. O corpo principal corresponde à casa e dependências utilitárias. O outro corpo, de menores dimensões, localizado a SO do anterior, indicia corresponder a construções para alojamento de animais e armazenamento. Unindo os dois corpos, desenvolve-se em linha curva para SE. um muro em alvenaria de pedra ordinária que fecha o pátio por meio de portal, na articulação com o ângulo SE. da fachada principal da casa. As coberturas são inclinadas em telhados de uma e de duas águas. As fachadas caracterizam-se pela predominância da dimensão horizontal e pela existência de reduzido número de vãos. CASA de planta poligonal irregular recortada resultante da adição de quatro volumes diferentes, de base irregular. Um volume com telhado de uma água e fachada exposta a E.; um volume com telhado de uma água no prolongamento da cobertura volume anterior, dobrando o ângulo NE.e avançando em alpendre até junto à entrada principal; dois volumes com telhados diferenciados de duas águas, encontrando-se um volume adossado a O. com fachadas expostas a N., a S. e O. e o outro adossado a S., possuindo fachadas expostas a E., S. e O. Coberturas em telhado, telha de canudo apoiada em barrotes e ripas de madeira com forro em algumas das dependências, e beirado assente diretamente sobre a parede. Estrutura em alvenaria de pedra aparelhada e alvenaria ordinária, basáltica e calcária, ligada por argamassa, com vestígios de reboco e caiação a branco na fachada principal. Restantes fachadas sem reboco. Acesso direto à zona habitável a partir do exterior pela fachada principal, através de zona pavimentada com calçada muito irregular de pedra basáltica idêntica à utilizada na construção. Acesso às dependências utilitárias através do pátio por portal junto ao ângulo SE. da fachada principal. Acesso à zona de cozinha através do pátio, pela porta da fachada lateral esquerda junto ao portal. Dois pequenos compartimentos em ruínas na fachada lateral direita, um deles destinado a abrigo para a carroça, comunicam diretamente com o exterior. A fachada principal voltada a E. possui uma porta e, à direita deste, um alpendre utilitário apoiado em paredes portantes de alvenaria de pedra. Do lado esquerdo da entrada principal, num troço parcialmente desmoronado, subsistem duas paredes portantes que indiciam um volume saliente com desenvolvimento abaixo do nível do beirado, sugerindo a localização de um antigo forno familiar. A fachada lateral esquerda que delimita o pátio a N. desenvolve-se em dois planos, cada um deles apresentando um único vão de porta. A fachada posterior é cega, reforçada por contraforte *1. |
Acessos
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A NO da povoação de Santo Antão do Tojal, com acesso desde a rotunda da EN 115 (designada localmente por Rua de São Roque) em Santo Antão do Tojal em direção à Manjoeira, à Rua da República e cruzamento, a N. desta com a Rua Frederico Silva, seguindo para N. 400 m até ao acesso pela Rua Ribeiro dos Santos, com continuação por caminho rural confinante com esta rua. WGS84 (graus decimais) lat.: 38.865608; long.:-9.166861 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado, implantado na parte S. da propriedade em encosta alta de declive moderado a elevado e exposição predominante a E. e SE. Confronta com a área urbana da Manjoeira a E. a S. e a N. com mato e área florestal e a NO. com o bairro de génese ilegal designado por Mato Antão. A linha de água que atravessa a propriedade é afluente da Ribeira da Barroca, à qual se junta na Fazenda Seca a N. do Casal de São Roque (v. PT031107140204). O conjunto edificado situa-se no terço médio da encosta, à cota 165m, na área SE. da propriedade e próximo à Majoeira, destacando-se pelo jogo de volumes e pela adaptação à morfologia do terreno; disfruta de excelentes vistas para S. e SE. até à várzea de Loures e encostas envolventes. O tipo de solos presente, Barros Castanhos Avermelhados, justifica a elevada produtividade ancestral desta área agrícola. O abandono a que tem sido votado nas últimas duas décadas tem potenciado o desenvolvimento de tojal e carrascal que atualmente predominam na propriedade. |
Descrição Complementar
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Na parte rústica da propriedade, a N. do conjunto construído, identifica-se uma nascente e vestígios de uma presa de água. |
Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: casal |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1875 - o casal era habitado por Ignácia Maria, viúva e lavradora, que pede autorização à Câmara para criar 20 cabras, afirmando ter pastagens suficientes para o fazer sem ofender as propriedades dos seus vizinhos (Arquivo Municipal de Loures, Requerimentos e Licenças, Abril, 1875); 1893 - o casal encontra-se identificado na Carta Militar dos Arredores de Lisboa, como Casal do Mattos. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Paredes exteriores e interiores de alvenaria de pedra ordinária, basáltica e calcária sem reboco, sendo rebocadas e caiadas na fachadas principal. As paredes interiores de alguns dos compartimentos habitáveis são igualmente rebocadas e caiadas. Coberturas inclinadas de uma e de duas águas, com revestimento de telha de canudo assente sobre barrotes e ripas em madeira, forrado interiormente em alguns dos compartimentos. Material vegetal: Árvores: carvalho-cerquinho (quercus faginea); Arbustos: carrasco (Quercus coccifera), murta (Myrtus communis), aderno bastardo (Rhamnus alaternos), tojo (Ulex densus); Trepadeiras: madressilva (Lonicera implexa), silva (Rubus ulmifolius. |
Bibliografia
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Documentação Gráfica
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CMLoures: arquivo Divisão de Planeamento Municipal e Ordenamento do Território |
Documentação Fotográfica
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CMLoures: arquivo Divisão de Planeamento Municipal e Ordenamento do Território |
Documentação Administrativa
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CMLoures: arquivo Divisão de Planeamento Municipal e Ordenamento do Território; CMLoures: Arquivo Municipal de Loures, Requerimentos e Licenças, Abril, 1875 |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - os registos baseiam-se em hipótese de reconstituição da estrutura funcional do conjunto edificado, mediante interpretação dos vestígios que subsistem. |
Autor e Data
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Fernanda Ferreira, Frederico Pinto, Madalena Neves e Manuel Villaverde (CMLoures) 2012 (no âmbito da parceria IHRU / CMLoures) |
Actualização
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