Ponte de Nossa Senhora da Ajuda

IPA.00003241
Portugal, Portalegre, Elvas, Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso
 
Arquitectura de comunicações e transportes. Exemplo de ponte fortificada como atestam os vestígios da torre central que era de 3 pisos com vários aposentos (CALIXTO, 1986). Silhares dos arcos e pilares siglados.
Número IPA Antigo: PT041207010020
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Ponte / Viaduto  Ponte pedonal / rodoviária  Tipo arco

Descrição

Restam 8 arcadas na margem direita e 5 na esquerda, de volta perfeita combinadas esporadicamente com outras em arco abatido, de desiguais dimensões; arquivoltas, de duas fiadas de aduelas, apoiadas em pilares quadrangulares reforçados por talhamares agudos a jusante e montante. Tabuleiro horizontal no qual se erguem, sobre o 6º arco da margem direita, os restos da antiga torre que se alicerçava em grandes penedos ainda hoje visíveis no leito do rio. Dimensões: comprimento 453 m, largura 5 m, altura máxima do tabuleiro 161 m. Cotas: a nível dos acessos, na margem direita 159,4 m e na esquerda 157,9 m; nascença dos arcos a 152 m *1

Acessos

EN 373, a 12 Km. a S. de Elvas sobre o rio Guadiana. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,776253; long.: -7,170565

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967

Enquadramento

Rural. Em meia encosta, isolado, envolvido por vegetação bravia, de tipo rasteiro. A cerca de 100 m. fica a capela de Nossa Senhora da Ajuda. Fazia a ligação entre Elvas e Olivença.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: ponte

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIRO MILITAR: Manuel da Maia (1705).

Cronologia

1520 / 1521 - construção no reinado de D. Manuel sobre os rochedos da passagem da Senhora da Ajuda no seguimento da estrada de Elvas para Olivença, atribuíveis aos irmãos Arruda; 1597 - desabamento de alguns arcos causado por vendavais e cheias; 1640 / 1642 - Mathias de Albuquerque, Governador do Alentejo, dá ínicio à refortificação de Olivença com a construção de uma terceira ou quarta linha de muralhas; muito possivelmente a ponte terá então sido reedificada pois encontrava-se em ruínas aquando da visita do Governador a Elvas e Olivença (ERICEIRA, 235); 1646, maio - o mestre de campo general Joane Mendes de Vasconcelos, governador das Armas da Província do Alentejo, recebe pedido do Cabido da Sé de Évora para fortificar as passagens do Guadiana, de modo a impedir as incursões do inimigo, solicitando ainda o envio de João Gillot para reconhecer o rio; em vez deste, Joane Mendes manda lugar Nicolau Langres, por estar "mais desocupado"; Nicolau Langres faz o desenho e talvez um relatório, que é enviado ao rei, aprovando-se o projeto; 1657 - derrube parcial pela tropa espanhola; reedificado ainda neste século; 1705 - feitura de redutos para reforçar a ponte sobre o Guadiana, conforme desenho de Manuel da Maia; 1709 - derrube dos seis arcos centrais pela artilharia espanhola durante a Guerra da Sucessão; 1801 - o exército espanhol sob o comando de D. Manuel Godoy anexa a vila de Olivença; 1903 - em Vila Viçosa, o rei D. Carlos propõe a reconstrução da ponte *2

Dados Técnicos

Estrutura autoportante. Aparelho opus quadratum

Materiais

Cantaria nas arquivoltas, talhamares e pilares, alvenaria no paramento dos muros e guardas.

Bibliografia

ALMADA, Vitorino de, Elementos para um dicionário de Geographia e História Portuguesa - concelho de Elvas, vol I, Elvas 1888; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa 1948; CALIXTO, Vasco, A ponte da Ajuda in O Século, 19 Outubro 1986; CID, Manuel, A ponte da Ajuda. Estudo Arqueológico, Revista hispano - portuguesa de investigadores en Ciencias Humanas y Sociales, Olivença, 1989; ERICEIRA, Conde da, Historia de Portugal Restaurado, Porto, T. I; GOES, Damião de, Chronica do Felicissimo Rey Dom Emanuel da Gloriosa Memoria, Lisboa, 1619; MARQUES, A. H. de Oliveira, Chancelarias Portuguesas - D. Pedro I, Lisboa, 1984; MATTOS, Gastão de Mello de - Nicolau de Langres e a sua obra em Portugal. Lisboa: Comissão de História Militar, 1941, IV volume comemorativo do centenário da Restauração; PEREIRA, Paulo - De Elvas a Olivença. O Renascimento antes de Vitrúvio. Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Dezembro 2008, n.º 28, , pp. 82-91; RIBEIRO, Aníbal Soares, Pontes Antigas Classificadas, MEPAT- JAE, 1998; SANCHEZ, Rosa Maria, El Enclave de Olivenza, Cáceres, 1994; VITERBO, Sousa, Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses, Vol. II, Lisboa.

Documentação Gráfica

C.C.R.A. - GAT Elvas

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

Observações

*1 - Dados fornecidos pela Comissão de Coordenação da Região Alentejo e pelo GAT da Câmara Municipal de Elvas; *2 - Em 1360, no reinado de D. Pedro I, foi construida uma ponte de pedra no Lugar da Ajuda, como atesta um documento da chancelaria de D.Pedro (MARQUES, 1984) o qual refere os que " (...) ora fazem a ponte E que os pedreiros que lavram na dicta ponte..."; o próprio Damião de Goes refere que " Fez (D. Manuel) de novo sobelorio Guadiana a ponte que esta entre Elvas e Oliuença". A construção da ponte revela a importância estratégica da vila de Olivença e o incremento das trocas de pessoas e bens entre as duas margens do Guadiana no séc. 16 (SANCHEZ, 1994) e insere-se no programa da fortificação de Olivença empreendido por D. Manuel testemunhado, em 1497 - 1509, pelo mestre de obras Afonso Mendes de Oliveira, encarregue pelo rei de reparar a cerca fernandina (VITERBO, 1904); Segundo a EDIA, Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, a albufeira do Alqueva terá a nível de pleno armazenamento a cota 152 não submergindo o tabuleiro da ponte; o IPPAR, em relatório entregue à Comissão Instaladora da Empresa do Alqueva em 1994, atribui um grau de afectação 1 (numa escala de 0 a 10); Em 1990, durante a cimeira Luso-Espanhola do Algarve, foi aprovada a reconstrução da ponte; em 1995 foi aprovado, no âmbito do Programa Comunitário Interreg II, pela Junta da Extremadura e pelo C.C.R.A., o projecto de reconstrução, da autoria do Eng. António Fernández Ordoñez, que prevê a edificação das abóbadas e pilares em falta, e a construção de uma nova, para trânsito rodoviário, nas imediações.

Autor e Data

Rosário Gordalina 1991 / 1996 / 2008

Actualização

 
 
 
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