Pelourinho de Marvão
| IPA.00003238 |
Portugal, Portalegre, Marvão, Santa Maria de Marvão |
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Pelourinho quinhentista, demolido nos anos 40 do séc. 20, subsistindo o fuste original, alvo de reconstituição na segunda metade da centúria. Segue a tipologia de bloco cilíndrico, e mantém, em quatro das suas oito faces, decoração de semiesferas. No topo, quatro braços de cantaria, que, na categorização tipológica de Luís Chaves se denomina do tipo bragançano, por ser mais utilizado naquela região de Portugal. Contudo, surgem outros exemplares no país, permitindo, pelo cotejo com pelourinhos peninsulares, estabelecer que esta tipologia se assemelha aos que subsistem em grande número na região da Biscaia, podendo consubstanciar a hipótese de se tratar de um modelo pouco comum em Portugal e trazido pelos canteiros e mestres biscainhos que se fixaram neste território no séc. 16. |
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Número IPA Antigo: PT041210020003 |
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Registo visualizado 719 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Judicial Pelourinho Jurisdição régia Tipo bloco
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Descrição
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Estrutura em cantaria de granito, composta por plataforma octogonal de três degraus de arestas vivas, o inferior adaptando-se ao declive do terreno, semi-embutido no pavimento. Sobre a plataforma, base circular, onde assenta a coluna de fuste oitavado, tendo em quatro fases alternadas decoração de friso vertical semiesférico, rematando em pirâmide octogonal. Nas faces ornadas, surgem quatro braços perpendiculares, criando uma estrutura crucífera, decorada com botões, surgindo ao mesmo nível e nas demais faces, quatro ferros de sujeição. |
Acessos
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Marvão, Praça da República; Largo do Pelourinho. WGS84 (graus decimais): lat.: 39.393734, long.: -7.376383 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 23 122, DG, 1.ª série, n.º 231 de 11 outubro 1933 / Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo de Marvão (v. IPA.00003234) / Incluído na Zona de Proteção do Núcleo urbano da vila de Marvão (v. IPA.00003222) / Incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede (v. IPA.00028261) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado em zona de forte declive, no centro de um pequeno largo, pavimentado a calçada de granito, rodeado por várias casas de habitação, com implantação harmónica. Fronteiro, surge um alto muro que protege os utentes do largo, rebocado e pintado de branco, junto ao qual se ergue uma árvore frondosa. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Judicial: pelourinho |
Utilização Actual
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Nada a assinalar |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Autarquia local, Art.º 3.º, Dec. n.º 23 122, 11 outubro 1933 |
Época Construção
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Séc. 16 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1512, 01 junho - concessão de foral novo a Marvão por D. Manuel e provável construção da estrutura; 1527 - a vila conta com 363 fogos dos quais faziam parte 11 clérigos de missa e 69 viúvas; o termo da vila conta com 132 fogos; séc. 17, 18 e 19 - as sucessivas guerras conduzem ao despovoamento da vila; séc. 18 -a povoação pertence aos Condes de Atalaia, que são os seus alcaides-mores; tem voto em Cortes, com assento no décimo primeiro banco; 1758, 02 maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco da freguesia de Santa Maria, Frei Miguel Viegas Bravo, é referido que a povoação é do rei e tem juiz de fora, que simultaneamente, exerce o cargo de juiz dos órfãos, respondendo ao Corregedor de Portalegre; no caso de ausência deste, tem corregedor próprio; 15 maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco da freguesia de São Tiago, Domingos Rodrigues Fronteira, é referido que a freguesia tem 189 vizinhos; 1895, 30 setembro - extinção do concelho de Marvão, anexado ao de Castelo de Vide; 1898, 13 janeiro - restauração do concelho de Marvão; 1940, cerca - demolição do pelourinho e sua reconstrução, tendo apenas subsistido o fuste da coluna, então reaproveitado; 1958 - obras na envolvente pela Câmara Municipal, com arranjo do muro fronteiro e construção de instalações sanitárias, cujo projeto foi classificado como dissonante; 23 agosto - a Câmara pede ajuda para o estudo do projeto de embelezamento da praça, com demolição parcial do muro, sendo introduzidas grades metálicas, para que fosse permitido aos transeuntes a visualização do panorama envolvente, com colocação de bancos de cantaria e a manutenção das instalações sanitárias; 15 dezembro - a DGEMN dá autorização para o prosseguimento da obra; 1960 - a Câmara pede ajuda para as obras na envolvente do pelourinho, dizendo a DGEMN que não lhe é possível do ponto de vista financeiro, por se encontrar envolvido no projeto das comemorações henriquinas; 1974 - o Ministério da Educação e Cultura aprova o projeto de pavimentação da praça a calçada à portuguesa. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural autónomo. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito; ferros de sujeição em ferro; juntas fechadas com argamassa de cimento. |
Bibliografia
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HAVES, Luís - Os Pelourinhos. Lisboa: José Fernandes Júnior, 1938; COELHO, Possidónio Laranjo - Terras de Odiana - subsídios para a sua história documentada. 2.ª ed. Marvão: Câmara Municipal de Marvão, 1988; COSTA, Alexandre de Carvalho - Marvão. Suas freguesias rurais. S.l.: s.n., 1982; KEIL, Luís - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre. Lisboa: Academia Nacional de Belas-Artes, 1940; MALAFAIA, E.B. de Ataíde - Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN/DREMSul/DM |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN/DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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DGPC: PT DGEMN/DSID-001/012-1809/1, PT DGEMN:DSMN-003-0299/6; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais, vol. 22, n.º 74, fls. 471-502 |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1974 / 1975 / 1976 / 1977 - repavimentação da Praça da República. |
Observações
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Autor e Data
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Rosário Gordalina 1991 / Paula Figueiredo 2009 |
Actualização
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