Quinta da Farinheira

IPA.00032196
Portugal, Lisboa, Loures, União das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal
 
Arquitectura agrícola, setecentista. Quinta de produção composta por um edifício principal e dependências de apoio. O portal dá acesso a um pátio que separa os corpos principais da casa de um pequeno edifício de apoio, muito adulterado. Nas traseiras, vestígios de um sistema de rega, composto por tanque em pedra, poço e nora. Vestígios de pequeno jardim: postes em pedra pertencentes a uma antiga pérgula.
Número IPA Antigo: PT031107140203
 
Registo visualizado 1825 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta    

Descrição

Edifício de planta rectangular implantado paralelamente à Calçada do Barco (CM626), constituído por vários corpos de volumes diferenciados e ainda, por um muro e portal, formando uma banda ao longo da via. CORPO PRINCIPAL sem cobertura, restando ainda vestígios do seu remate em beirado. É visível o aparelho de construção em alvenaria de pedra, de onde se destacam alguns blocos de calcário nos cunhais, o predomínio de basalto no embasamento, vestígios do aparelho de tijolo enquadrando a parte superior dos vãos e tirantes de ferro sob a cimalha; há, também, vestígios da última pintura, a branco. A fachada principal encontra-se de pé na sua integralidade, sendo rematada superiormente por cimalha muito recortada, em massa rebocada e pintada a branco e rasgada no piso térreo por três janelas, uma porta secundária euma porta ladeada por pequenas aberturas rectangulares dispostas horizontalmente e protegidas por grossas grades de ferro. Todos os vãos são emoldurados a cantaria de calcário. A porta destaca-se dos restantes vãos por possuir duplo lintel, sendo o inferior formado por paralelepípedo simples e o superior por verga ligeiramente contra-curvada e com pedra de fecho ao centro. Entre ambos lintéis, abertura protegida por grades de ferro. O piso nobre tem oito janelas, sendo uma delas de sacada. As molduras são simples, em cantaria de calcário, excepto na janela do topo N. deste corpo, cujo lintel é ligeiramente contra-curvado e com pedra de fecho ao centro. Fachada posterior virada para os terrenos de produção agrícola da quinta, subsistindo o seu remate superior, em cornija muito recortada. O piso térreo encontra-se muito transformado, tendo-se entaipado vãos e aberto um vão de grandes dimensões em betão, para um uso posterior, de carácter industrial. Mantém os oito vãos do andar nobre, emoldurados a cantaria, tendo o vão do topo N. um tratamento diferenciado, em sacada e com verga curva, fazendo pendant com o vão que lhe fica fronteiro, na fachada que deita para a estrada, denunciando, deste modo, a principal sala da casa. O CORPO N., mais pequeno, tem apenas um piso na fachada que deita para a estrada e dois pisos na fachada lateral N., possuindo vestígios de remate em beirada dupla. Tem duas grandes janelas de peito deitando para a via, emolduradas a cantaria de calcário e parcialmente fechadas, na parte inferior. A fachada N. possui duas janelas de peito no piso superior e dois vãos abertos no piso inferior. Há vestígios de um pequeno vão de janela, entaipado. A S. do corpo principal deste imóvel localiza-se um O CORPO NOBRE que lhe está adossado e em ruína total, embora de dois pisos tem um pé-direito significativamente mais pequeno que o corpo principal. A cobertura possuía remate em duplo beirado. Restam vestígios de duas grandes sacadas no piso principal, com guardas de ferro forjado e bases em calcário trabalhadas, e uma porta no piso térreo. No interior abrem-se vãos de comunicação para o corpo principal. Segue-se a S., EDIFÍCIO térreo, que aparenta função original de apoio à produção agrícola, com apenas um pequeno vão de janela rectangular e disposto na horizontal. Dos corpos menores que ladeiam o corpo principal, na fachada posterior, subsiste um vão de janela no corpo S., em ruína e no corpo N., outro vão com idênticas características. Para S. estende-se o MURO da quinta interrompido pelo portal, ligeiramente recuado em relação ao restante pano de muro por meio de dois troços de parede curvos. A porta é em cantaria de calcário, com lintel ligeiramente contra-curvado e com pedra de fecho ao centro. O restante portal é em alvenaria de pedra e tijolo, composto por grande verga recta encimada por coroamento contra-curvado e de cada lado, aletas com volutas enroladas nas extremidades. Enquadrando o portal da quinta, subsistem vestígios de pintura mural a branco e ocre com motivos geométricos. A S. do portal, pequeno edifício térreo, muito deteriorado pela colocação recente de tijolos e cimento. Ao longo da fachada posterior há vestígios em pedra de uma antiga pérgula. Junto ao topo N. desta fachada, existe um tanque de rega em pedra e uma nora em alvenaria de pedra e tijolo composta por dois arcos de volta perfeita em cantaria de calcário, dos quais um deles ainda se encontra intacto, separados por vão estreito, também de volta perfeita, em alvenaria.

Acessos

A S. do aglomerado de Santo Antão do Tojal com acesso pelo CM626. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,845273, long.: -9,140006

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Situa-se a S. do aglomerado de Santo Antão do Tojal e a N. da várzea de Loures. Confronta a E. com azinhaga designada por Calçada do Barco (CM626), que articula o aglomerado de Santo Antão do Tojal com o Esteiro da Princesa e a várzea de Loures. Do lado oposto da azinhaga (CM626), localizam-se terrenos agrícolas e uma grande unidade industrial (fábrica de sebo). O Esteiro da Princesa serve de limite S. da Quinta. A N. existem terrenos agrícolas e estufas em abandono. A O. há terrenos agrícolas, terrenos em abandono agrícola e olivais.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: Pessoa Singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 18, 2.ª metade - construção dos edifícios da Quinta incluindo o complexo de rega com nora de dois arcos, nicho e tanque de pedra; 1951 - a quinta possui, para além de uma pequena zona de horta, terrenos de cultura arvense de sequeiro e um olival a N. (Instituto Geográfico Português, 1951, Cadastro Geométrico da Propriedade Rústica, campanha de 1950-1951);séc. 20, 2.ª metade - introdução de estruturas em betão no corpo S. e na fachada posterior.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de pedra; paredes interiores de alvenaria; revestimento de paredes com reboco de estuque e pintura; paramentos à vista.

Bibliografia

Documentação Gráfica

CMLoures: cartografia 1:2000; Cadastro Rústico (1950-1951); Arquivo do IGP (antigo Instituto Português de Cartografia e Cadastro): Mapa topográfico que por ordem de S. Mag.de erigio o Ten.e Coronel Luis D'Alincourt e o Ten.e Eusébio Ant.º de Ribeiros, o qual contem o lugar de Meialhada, canal da Ex.mª Condeza D'Alva, lugar de Loures e seu Rio com a divizão das terras q.e confinão por huma e outra margem da d.ª quinta dos P.es de S. Vicente , Rio Trancão, São Adrião, Penteos, das alebres, Granja, lugar de S. Ant.º do Tojal, S. Julião do Tojal, Marnotas, com a nota de chea representada com a cor de agoa, e projecto do novo canal signalado com cor amarela. s/d

Documentação Fotográfica

CM Loures: arquivo DPMOT

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Nada a assinalar

Observações

M ESTUDO

Autor e Data

Fernanda Ferreira, Frederico Pinto, Madalena Neves, Manuel Villaverde (CMLoures) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / CMLoures)

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login