Castelo de Barbacena / Fortificações de Barbacena
| IPA.00003214 |
Portugal, Portalegre, Elvas, União das freguesias de Barbacena e Vila Fernando |
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Arquitectura militar, medieva e moderna, baixa, de transição. Castelo medieval com cubelos de secção ultrasemicircular e fortificação moderna, rasante, abaluartada. Apresenta características de residência senhorial temporária. Conjunto de fortificações muito bem entrosadas, formando um conjunto compacto, enriquecido pela existência da Casa do Governador, entre outras edificações com interesse, e facilmente recuperáveis. De realçar a forma pouco usual, em bico de seta, dos revelins que cobrem as entradas, e ainda o razoável estado da sua conservação em geral. |
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Número IPA Antigo: PT041207040021 |
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Registo visualizado 1701 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo / Forte
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Descrição
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Fortificações constituídas por castelo guarnecido por fortaleza abaluartada em planta estrelada, com a seguinte constituição, a partir da entrada, a O., e no sentido dos ponteiros do relógio: revelim, parcialmente em forma de seta, com entrada pela face SO., que dá acesso à porta actual; meio baluarte; cortina; dois meios baluartes interligados por revelim avançado, em forma de seta, com guarita no ângulo flanqueado, comunicando com os meios baluartes por uma espécie de capoeira ao nível da praça; cortina; meio baluarte. O castelo, de planta rectangular, com a porta actual e a anterior emparedada, na muralha O., possui muros perpendiculares ao solo e adarve a toda volta. As ameias foram transformadas em simples parapeitos, quer mas muralhas, quer nos cubelos que flanqueiam os cunhais da muralha E.. Nos cunhais opostos, guaritas de secção quadrangular. Os cubelos apresentam piso térreo abobadado *1, piso superior também abobadado, com janelão e frestas, algumas horizontais, e ainda o eirado, com guarita igual às referidas. As abóbadas dos cubelos são à prova de bomba, já que apresentam extradorsos salientes. O pátio possui cisterna central, sem água, dois canhões abandonados e edificações a toda a volta. A E., a Casa do Governador, de dois pisos, servida de dupla escadaria central, comunicando o piso térreo com os cubelos e com as edificações adossadas ao paramento exterior da muralha. No piso superior, parte N. existem vestígios duma capela, sendo o adarve da muralha integrado na habitação. |
Acessos
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À entrada de Barbacena, do lado esquerdo para quem vem de Santa Eulália. VWGS84 (graus decimais) lat:38,960285 long:-7,293613. |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967 |
Enquadramento
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Urbano, sobre um outeiro, flanqueado por casas de habitação e pela estrada que entra na povoação. |
Descrição Complementar
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A porta actual apresenta moldura rectangular em alvenaria, com pilastras molduradas e frontão constituído por dois coruchéus de que partem volutas decorativas em baixo relevo. A porta antiga de bases molduradas, apresenta um arco semicircular em cantaria, no qual se inscreve uma porta de moldura rectangular. Sobre o arco, uma arquitrave suportando dois coruchéus que ladeiam um nicho rectangular. |
Utilização Inicial
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Militar: castelo / forte |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 15 / 16 / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1251 - o Concelho de Elvas doa Barbacena a Estêvão Anes, chanceler del-rei D. Afonso III; 1251 - D. Afonso III confirma a doação; 1256 - nova confirmação da doação; 1273 - D. Estêvão Anes outorga carta de foral a Barbacena; Séc. 14, reinado de D. João I - era proprietário da Herdade de Barbacena João Fernandes Pacheco, Alcaide-mor de Santarém; 1388 - Martim Afonso de Melo é o novo proprietário; Séc. 15 - provavelmente ainda são deste tempo os cubelos, uma vez que não são maciços; 1519, 15 de Dezembro - foral novo de D. Manuel; 1536 / 37 - a vila, então constituída em morgadio, passa à propriedade de D. Jorge Henriques, caçador-mor de D. João III, entrando pouco depois para os bens da coroa; Séc. 16, reinado de D. João III - edificação incompleta do Castelo por D. Jorge Henriques, falecido em 1572, a quem o rei doara o castelo; 1575 - vai Barbacena à praça pública sendo adquirida por Diogo de Castro do Rio; 1587 - é novamente posta em hasta pública, sendo reconhecido o direito à sua posse a Martim de Castro sob a condição deste mandar abater 2 cubelos e a torre de menagem; 1645 - tropas castelhanas saqueiam e pilham o castelo; 1658 - rendição ao Duque d'Ossuna; 1658, após - reabilitação do castelo a Forte, a expensas de Afonso Furtado de Mendonça, mais tarde 1º Visconde de Barbacena; 1665 - o Marquês de Bay queima as casas mais desprotegidas da vila; 1708 - rendição ao Marquês de Bay; 1712 - resistência a ataque das tropas do Marquês de Bay; 1755 - o Prior Francisco da Costa Matos refere que as fortificações estavam com alguma ruína; 1801 - tropas espanholas semeiam o terror entre a população de Barbacena; Séc. 19 - residiu no forte o 2º Conde de Barbacena; 1836, 6 de Novembro - extinto o Concelho de Barbacena; 1896 - Alfredo d'Andrade compra as fortificações a Hermenegildo José Costa Campos e efectua reparações; 1933 - herda o castelo Katya de Andrade, filha de Alfredo d'Andrade; 1964 - o castelo ainda pertence a Katya de Andrade; 1974 - ocupação das fortificações pela população de Barbacena; 2005 - o castelo é adquirido por Domingos Maria Pacheco da Câmara Pereira a José Luís Sommer de Andrade; 2014 - na sequência do processo de insolvência do proprietário, o Castelo é penhorado e colocado em venda extra judicial pelo valor de 129mil Eur (Processo 11628/14.1T8LSB - Comarca de Lisboa); 2017 - o imóvel encontra-se à venda pelo valor de 1.300.000Eur (https://www.google.com/search?q=castelo+de+barbacena+%C3%A0+venda&ei=cDUZXLKFB9al1fAPs7SS0AY&start=10&sa=N&ved=0ahUKEwiy_Ze9-qnfAhXWUhUIHTOaBGoQ8NMDCIUB&biw=1280&bih=882; 2018 - à venda no Imovirtual por 1.500.00Eur (https://www.imovirtual.com/anuncio/castelo-barbacena-IDCu5z.html). |
Dados Técnicos
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Castelo: muralhas perpendiculares ao solo, interligadas perpendicularmente, com dois cubelos em dois cunhais; alvenaria de pedra disposta à fiada e argamassa de cal. Fortificação abaluartada: traçado abaluartado, escarpado, com terraplenados; paramentos de alvenaria de pedra disposta à fiada e argamassa de cal. |
Materiais
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Pedra de tipos variados, tijolo, tijoleira, telhas, madeira, terra e argamassa de cal. |
Bibliografia
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VARELA, Cónego Aires, Teatro das Antiguidades de Elvas (1615), 1915; ALMADA, Vitorino de, Elementos para um Dicionário de Geografia. Concelho de Elvas - Barbacena, Vol. 3, Elvas, 1888; MATTOS, Gastão de Mello de, Nicolau de Langres e a sua Obra em Portugal, Lisboa, 1941; KEIL, Luís, Inventário Artístico do Distrito de Portalegre, Lisboa, 1943; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Vol. 3, Lisboa, 1948; BORREGO, Nuno, Barbacena, ed. autor, s.l., 1989. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; Proprietário |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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DGEMN: 1989 - recuperação de coberturas e pavimentos; DGEMN / IPPC: 1991 - obras de recuperação. |
Observações
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No piso térreo dos cubelos localizavam-se provavelmente os paióis seiscentistas. |
Autor e Data
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Rosário Gordalina 1992 / Domingos Bucho 1997 |
Actualização
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