Casa dos Magistrados / Conservatória do Registo Civil, do Registo Predial, Comercial e de Automóvel

IPA.00032092
Portugal, Bragança, Bragança, União das freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo
 
Casa dos magistrados do séc. 20, de planta rectangular, evoluindo em dois pisos, com cunhais em cantaria, remate em friso, cornija e platibanda plena, e rasgada regularmente por vãos com molduras rectilíneas de filete exterior saliente, na frontaria encimados por friso com voluta sustentando cornija saliente. Compõe-se por dois corpos, o da entrada mais estreito e recuado, revestido a cantaria, com porta precedida por escada e janela, e o maior rasgado por janelas de peitoril e, ao centro, por janelas de peitoril encimadas por janelas de sacada corrida sobre volutas e com guarda em balaustrada. As fachadas lateral esquerda e a posterior são rasgadas por vãos de molduras mais simples e gradeadas.
Número IPA Antigo: PT010402450412
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa de função  Casa dos magistrados  

Descrição

Planta rectangular irregular, composto por dois corpos rectangulares, um no sentido E.-O. e um outro disposto a E., recuado relativamente à frontaria e avançado na fachada posterior. Volumes articulados com coberturas em telhados de quatro águas, integrando duas chaminés. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, evoluindo em dois pisos, com alto embasamento e cunhais de cantaria, terminadas em friso, cornija e platibanda plena, encobrindo o arranque dos telhados; as fachadas são rasgadas regularmente por vãos rectilíneos com molduras rectas, de filete exterior saliente. Fachada principal virada a S., de dois panos, o principal e mais largo disposto à esquerda, com três falsos panos marcados pelo ritmo da fenestração, sendo os laterais rasgados, em cada um dos pisos, por uma janela de peitoril, sensivelmente mais altas no segundo piso, com a moldura encimada por friso, sobreposto por voluta que sustenta cornija muito avançada. O pano central, apresenta no piso térreo, revestido a cantaria, três janelas de peitoril, possuindo inferiormente cornija muito saliente sobre voluta, intercaladas por falsas pilastras, e no segundo portas janelas, de modinatura semelhante às dos panos laterais, a abrirem para sacada corrida, assente em quatro volutas, com guarda plena de cantaria, excepto em frente das janelas, onde tem balaustrada. O pano recuado, revestido a placas de cantaria, é rasgado por porta e janela de peitoril igualmente com moldura encimada por friso sobreposto por voluta sustentando cornija saliente; o portal é precedido por escada de cantaria com guarda plena do mesmo material, com voluta no arranque assente em plinto. Na fachada lateral esquerda rasgam-se, por piso, uma janela de peitoril, com moldura de filete exterior relevado, protegidas por grades, formando quadrícula e decorada com pequenos quadrados nas zonas cruzadas. Fachada lateral direita cega, com pano junto à escada revestido a cantaria. Fachada posterior de dois panos, rasgados regularmente por janelas de peitoril e uma porta por piso, todas gradeadas, com escada de acesso NO., com guarda em alvenaria e capeada a cantaria, possuindo dois vãos em arco, igualmente gradeados sob o patamar intermédio.

Acessos

Praça do Professor Cavaleiro de Ferreira

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no extremo NO. da praça, construída no início da década de 1950 no início da avenida da estação, ao lado do Edifício do Tribunal da Comarca (v. PT010402450084), e em frente do Palácio das Corporações ou Tribunal do Trabalho (v. PT010402450413). Adapta-se ao declive suave do terreno, possuindo frontalmente largo passeio separador, em lajes de cantaria, com floreiras em ferro e, junto à fachada posterior, zona de estacionamento. Ainda na praça ergue-se, a SE., o edifício do antigo Banco Nacional Ultramarino e, no topo O., o Teatro Municipal de Bragança (v. PT010402450286); no cimo da encosta, também para O., fica a Escola Industrial e Comercial de Bragança / Escola Secundária Abade de Baçal (v. PT010402450061).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa dos magistrados

Utilização Actual

Política e administrativa: respartições públicas

Propriedade

Pública

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Raul Rodrigues Lima (1948-1952). EMPREITEIROS: Armando Cristóvão & Cª., Lda (1971); Faria Rodrigues & Cª., Lda (1965, 1966). GABINETE: ÀREA - Gabinete de Estudos e Projectos, Lda (1988).

Cronologia

1927, 22 Junho - publicação do Decreto nº 13.809 com o primeiro Estatuto Judiciário; este estabelecia que caberia às câmaras municipais a responsabilidade do financiamento e fornecimento de edifícios apropriados e de todo o mobiliário essencial ao funcionamento dos tribunais judiciais de 1ª instância [artº 164º], bem como o fornecimento, mediante o pagamento de renda, de residências devidamente mobiladas para instalação dos magistrados judiciais e delegados do Procurador da República [artº 165º]; estas residências obedeciam a critérios de normalização, entre os quais era sublinhado o despojamento e a ausência de ostentação sem, no entanto, deixar de oferecer as comodidades correspondentes ao estatuto dos magistrados; 1948 / 1952 - construção da casa dos magistrados sob ordem do Ministério da Justiça - Repartição dos Cofres dos Conservadores, Notários e Oficiais da Justiça, com projecto do arquitecto Raul Rodrigues Lima; 1966, Junho - concessão de subsídio de 410 000$00 para as obras nas casas de magistrados, pelo C.G.T. à Câmara Municipal de Bragança; 1967, 10 Maio - carta do arquitecto Rodrigues Lima informado que no próximo dia 16 o seu colaborador arquitecto José Carlos de Paula Alves Ferreira iria a Bragança estudar a melhor localização de implantação da garagem a construir junto ao Palácio da Justiça; 1968 - data de um primeiro projecto do arquitecto Rodrigues Lima para construção das garagens; 24 Julho - a Comissão Instaladora dos Serviços do Ministério da Justiça deu parecer positivo ao projecto, não objectando a construção da casa do guarda sobre as garagens, mas advertindo que convinha prever roupeiros em todos os quartos; 1969, 24 Junho - Câmara solicita autorização para proceder a modificações e benfeitorias na casa dos magistrados; 1970, Junho - carta do Provedor da Câmara Municipal, Abílio Machado Leonardo, ao Ministro da Justiça solicitando subsídio para a Câmara de Bragança satisfazer os pedidos formulados pelos corregedores do círculo judicial e magistrados para substituição dos fogões a lenha das cozinhas por fogões a gás e montagem de esquentadores nos quartos de banho; solicita ainda reparações urgentes no mobiliário de uso corrente e substituição de grande parte da colchoaria dos leitos; 1971 - data do projecto de garagem e habitação do oficial porteiro a construir junto às casas de magistrados, da autoria do arquitecto Rodrigues Lima; o edifício projectado tinha planta rectangular irregular e dois pisos, o primeiro com garagem e o segundo com casa composta por três quartos, sala comum, quarto de banho, cozinha, arrumos e despensa; o valor era orçado em 424.603$006; Julho - envio do projecto pelo arquitecto à Direcção-Geral dos Serviços Judiciários; o projecto de instalação eléctrica era do engenheiro electrotécnico Cruz Azevedo e o projecto de betão armado do engenheiro A. Sangalho Júnior; 1972 - a Câmara Municipal solicita ao Ministro da Justiça para levar a efeito a construção num 3º piso, ou no local destinado à edificação das garagens; considerou-se que a garagem poderia ser construída na faixa de terreno bastante larga, que circunda o edifício do tribunal, até então praticamente inútil; 1972, 14 Novembro - aquisição de duas camas e quatro tapetes de quarto para casa dos magistrados; 1988 - acorda-se a adaptação da casa dos magistrados para instalação da Conservatória do Registo Predial, no piso térreo, e da Conservatória do Registo Civil, no 2º piso, de modo a libertar espaço no edifício do tribunal e desse modo ali instalar o Tribunal de Círculo de Bragança.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; placa de betão; embasamento, cunhais, pilastras, frisos, cornijas, molduras dos vãos, platibanda, guarda da escada e sacada em cantaria de granito; caixilharia e portas de madeira; vidros simples; grades em ferro; cobertura de telha.

Bibliografia

FERNANDES, José Manuel, Bragança, a cidade dos meados do século XX - planos, edificações, ideias modernizantes, in Revista Monumentos, nº 32, Lisboa, Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, dezembro 2011, pp. 118-125.

Documentação Gráfica

Arquivo Municipal de Bragança

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Arquivo Municipal de Bragança

Intervenção Realizada

CMBragança: 1964 - colagem de tacos soltos do pavimento em algumas dependências; reparação de lajedo na entrada da conservatória do Magistrado Predial; limpeza do mosaico cerâmico; lavagem de cantaria nas paredes exteriores, pintura geral; picagem e feitura de reboco nas paredes interiores; pintura de portas e caixilharia; 1965, 24 Agosto - adjudicação das obras de reparação do edifício à firma Faria Rodrigues & Cª., Lda, fazendo parte da empreitada a construção de garagens no logradouro das habitações dos magistrados; 18 Dezembro - contrato de empreitada da obra de recuperação e beneficiação do tribunal, casa para magistrados e construção de garagens à firma Faria, Rodrigues & Companhia, Lda., por 410 000$00; não se construíram as garagens pelo facto de não estar resolvida a construção da casa do guarda do tribunal; 1966 - conservação dos pavimentos de soalho e cerâmicos; Junho - as obras estavam paradas há três meses por falta de pagamento; 1969, 21 Agosto - as obras no tribunal e da casa dos magistrados já estavam executadas, excepto as garagens que também faziam parte da empreitada adjudicada, por se aguardar a elaboração de um projecto aprovado; 1971 - pintura de paredes e tetos da sala de jantar e de estar por Armando Cristóvão & Cª., Lda., por 4.000$00; 1972 - concessão à Câmara Municipal do subsídio de 175.280$00 para obras de reparação e beneficiação do palácio da justiça e casas dos magistrados; 1973 - conclusão da pintura dos quartos de casa dos magistrados; 1988 - obras de adaptação do edifício para instalação da Conservatória do Registo Predial e da Conservatória do Registo Civil; perante dúvidas quanto à possibilidade de livre intervenção, com demolição de paredes, foram telefonicamente contactados os serviços da Câmara Municipal; o presidente, após visita ao local, informou que, dadas as características da estrutura do edifício, não seria adequada a demolição de paredes interiores, tanto mais que parte da compartimentação superior apoiava sobre a laje do 1º piso sem qualquer estrutura aparente, sendo como tal provável a transmissão directa dessas cargas aos caboucos, interessando as paredes divisórias inferiores; face à impossibilidade de instalação condigna do cartório e conservatória sem qualquer demolição interior e à informação técnica transmitida telefonicamente à Secretaria Geral da inadequação de estrutura inferior para abertura de vãos, equacionou-se a total alteração do interior e a reconstrução interior das lajes do 2º piso e esteira; 3 Novembro - ofício solicitando à Câmara Municipal um gabinete projectista local a que pudesse ser encomendada a execução do projecto; 25 Novembro - a Câmara Municipal responde indicando o gabinete ÀREA - Gabinete de Estudos e Projectos, Lda., Av. Dr. Sá Carneiro, 4º andar, Apartado 97, Bragança; 1988 - derrube de um muro no logradouro das casas dos magistrados; drenagem de águas pluviais; pavimentação entre o tribunal e a casa dos magistrados e zona posterior.

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2011

Actualização

 
 
 
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