Villa Romana de Freiria

IPA.00003186
Portugal, Lisboa, Cascais, São Domingos de Rana
 
Arquitectura agrícola, romana. "Villa" ou residência de campo de um senhor de grandes posses, como podemos depreender pelos vestígios da "domus", pela grande área agrícola que a circundava e pelas próprias estruturas rurais, sobretudo do celeiro, tudo indiciando, portanto, uma ampla actividade produtiva. Integra ainda um complexo termal. Monumentalidade e beleza do celeiro, de que se conhece apenas mais um na Península Ibérica, na "villa" romana de Monroy, perto de Cárceres.
Número IPA Antigo: PT031105060021
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Villa    

Descrição

É constituída por uma "villa", com a "domus, da qual foram encontrados alguns pavimentos, o ângulo nordeste do perístilo (pátio coberto assente sobre colunas, em redor de um jardim) ainda com uma base de coluna de mármore "in situ" e o capitel caído ao lado, e um trecho do que se supõe ser o "impluvium" (abertura quadrada no meio do átrio na qual era recebida a água das chuvas). Do complexo termal, descobriu-se um tanque. A solidez do amontoado de pedras detectado sugere provável contraforte a sustentar a parede do tanque, tratando-se, possívelmente, de uma "natatio" que serviria simultaneamente o complexo termal, a N., e as várias necessidades da "villa fructuária". Na área agrícola envolvente, descobriram-se estruturas rurais como o celeiro e o lagar. O celeiro, de grandes dimensões e construção extremamente cuidada, tem contrafortes distribuídos pelos corredores dos alicerces. Estruturas a N. e E. indiciam pátio murado que aproveitou para o chão a laje natural. Encontrado também um Quadrante Solar que terá sido expressamente desenhada para o local, um forno de cozer pão eum altar em honra de Triborunis ( divindade indígena )

Acessos

Encontra-se no vale entre Outeiro e Polima. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,721070; long.: -9,323232

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/90, DR, 1.ª série, n.º 163 de 17 julho 1990

Enquadramento

Rural. Envolvida por terrenos agrícolas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: villa

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 02

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 02 - época provável da sua construção; 1973 - Guilherme Cardoso e Prof. José d'Encarnação iniciam escavações; 1985, 21 Agosto a 4 de Setembro - os mesmos arqueólogos, concluem tratar-se de uma "villa" romana

Dados Técnicos

Materiais

Calcário

Bibliografia

N/A, Outeiro de Polima - Sondagens arqueológicas no Casal de Freiria, Jornal da Costa do Sol, Cascais, 29 Agosto 1985, p. 15; N/A, Ruínas Arqueológicas em Casal Freiria, Boletim da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, 30 Agosto 1985, p. 1 - 2; N/A, Surpreendentes descobertas em Freiria, Jornal da Costa do Sol, 14 Agosto 1986, p. 1 e 6; CARDOSO, Guilherme, Cascais no tempo dos romanos (Exposição), Cascais, 1986; ANTUNES, Cristina, Visita à Villa Romana de Freiria, Jornal da Costa do Sol, Ano XXIV, nº 1059, 18 Agosto 1988, p. 8; CABRAL, João Pedro, Nota sobre o topónimo Freiria in Arquivo de Cascais, nº 7, s.l., 1988, p. 45 - 55; CARDOSO, Guilherme, ENCARNAÇÃO, José d', Villa Romana de Freiria in Informação Arqueológica, nº 9, Lisboa, 1994, p. 60 - 61.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1985 - Escavações põem a descoberto a domus, celeiro e termas; 1987, 13/31 Julho - escavações arqueológicas financiadas pelo IPPC, com apoio logístico da Câmara Municipal e com o trabalho de desenho do campo patrocinado pela Junta de Turismo; os trabalhos incidiram especialmente na zona da "villa fructuária".

Observações

Vergílio Correia foi o primeiro a referir vestígios romanos na zona, quando encontrou uma sepultura romana junto às pedreiras. A descoberta de inúmeros fragmentos de cerâmica campaniforme da "villa" documentam a ocupação do lugar desde tempos pré-históricos, mas a "villa" propriamente dita foi ocupada desde o séc. 2 ao IV d.C. Do interessante espólio destacamos: parte inferior (intacta) de um moinho; carranca representando um cão de dentes arreganhados; quadrante solar; ara a triborunnis; grande quantidade de agulhas e alfinetes de osso; sovelas de ferro; agulha de bronze e molde de cerâmica com a decoração de um leão. A zona S. da villa apresenta grande potencialidade, visto que as camadas estatigráficas atingem os 2 m. e vários níveis arqueológicos.

Autor e Data

Paula Noé 1991 / 1994

Actualização

 
 
 
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