Elevador do Carmo / Elevador de Santa Justa
| IPA.00003146 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior |
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Arquitectura de transportes, revivalista. Ascensor vertical composto por torres verticais e provida de viaduto com decoração neogótica. Coloca-se em confronto com a cabeceira da Igreja do Carmo. Destaca-se da construção da área envolvente não só pela sua verticalidade, mas também pela cor, e material: o ferro. Sendo uma obra relevante da arquitectura deste novo material em Portugal, reune técnica e memória, engenharia e arquitectura, o elevador representa a cultura de 1900, quando a máquina era entendida como algo mágico e sinal dos novos tempos. Tem ainda a particularidade de possuir uma gramática ornamental neogótica, patente nas peças que compõem os painéis, variando no entanto as formas dos arcos: arcos plenos, arcos de querena, arcos quebrados ou polilobados. É também de salientar a panorâmica que o elevador oferece sobre a cidade de Lisboa. De um lado o castelo de São Jorge (v. PT031106120023), a Sé (v. PT031106520004), o rio Tejo e, para o outro lado, além da Baixa lisboeta, o teatro D. Maria II (v. PT031106310043) e o Rossio. A entrada do Lg. do Carmo permite ver as ruínas do antigo Mosteiro de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo (v. PT031106270007). |
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Número IPA Antigo: PT031106480366 |
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Registo visualizado 7720 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Elevador
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Descrição
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Elevador de estrutura vertical, desenvolvido no sentido da Rua de Santa Justa, constituído por duas torres metálicas interligadas entre si, resultando num rectângulo. Base constituída por quatro vigas verticais, compostas cada uma por dois pilares, com contraventos horizontais. A sua maior dimensão é paralela à Rua de Santa Justa e a implantação foi feita no eixo da mesma. Com 45 m de altura, é nas torres que trabalham as cabines. Com interiores revestidos a madeira e espelhos, organizam-se em sete andares, com capacidade para 24 passageiros, e equilibradas entre si por meio de um cabo em aço. Viaduto de passagem sobre a Rua do Carmo e pilar. Estrutura composta por doze travessas com os devidos contraventamentos, formando uma dupla consola, apoiada no painel central com fundações no topo das Escadinhas de Santa Justa. Do lado do elevador, o tabuleiro do passadiço é articulado por meio de rótulas, bem como sobre o pilar, o qual é articulado na base. Pilar de betão armado. No último piso existe um quiosque com esplanada e miradouro sobre a cidade. A ligação aos pisos inferiores é feita por intermédio de duas escadas helicoidais. No piso intermédio foi colocada a maquinaria e no piso da saída para o Largo do Carmo existe uma varanda de circulação. Corredor que passa por cima da cobertura do prédio, foi transformado em terraço, e desemboca no Largo do Carmo, por um portão de ferro. O espaço destinado à electrificação fica localizado debaixo das Escadinhas, em instalação própria para o efeito, sob galeria abobadada. Decoração do elevador com uma gramática ornamental neo-gótica. O painel do piso do lado da Rua do Ouro, é precisamente igual ao do piso da saída para o Largo da Rua do Carmo, o qual consta de maior número de elementos decorativos. Os motivos decorativos são díspares para cada piso. |
Acessos
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Rua de Santa Justa entre o n.º 94 e 103 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª Série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 / Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) |
Enquadramento
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Incluído no conjunto da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966), isolado e em destaque. Situado nas Escadinhas de Santa Justa que fazem a ligação com a Rua do Carmo. As Escadinhas ficam no topo NE. da malha urbana da Baixa e do lado O., da Rua de Santa Justa. A ligação estabelecida pelo elevador une zonas importantes da cidade de Lisboa. A N., até ao Rossio, Praça D. Pedro V e Avenida da Liberdade (v. PT031106140228 ); a S., a Praça do Comércio (v. PT031106190031) e a zona ribeirinha. Na zona alta, o Largo do Carmo, a Trindade, a Igreja de São Roque (v. PT031106150012 ) e o Bairro Alto. |
Descrição Complementar
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No alçado principal (ao nível do primeiro patamar das Escadinhas de Santa Justa), duas lápides em bronze assinalam a data de nascimento de Raul du Ponsard e o centenário do equipamento. |
Utilização Inicial
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Transportes: elevador |
Utilização Actual
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Transportes: elevador |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: Nuno Teotónio Pereira (1988); Pedro Botelho (1988); Raul Mesnier du Ponsard. encarregado das oficinas: Manuel Cardoso; traçador da obra metálica: Lambert D'Argent; desenhador: Jacinto Augusto Mariares; encarregado das montagens: António Silvério Vieira; encarregado da montagem dos elevadores: Manuel José Gil. |
Cronologia
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1874 - para subir e descer as colinas de Lisboa, foi apresentado à Câmara Municipal de Lisboa, por intermédio do engenheiro civil e militar Roberto Arménio, um projecto de locomoção; 1876 - foi apresentado pelo mesmo, um pedido para assentamento de linhas férreas para tracção animal, e para um plano inclinado, os quais tinham licença desde 1785; 1882, 01 Junnho - licença a Raul Mesnier para construir e explorar diversos planos inclinados, movidos por tracção mecânica, na cidade de Lisboa, após requerimento apresentado no mês anterior, na qualidade de representante e fundador da Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa; 1896 - Raul Mesnier fez um pedido de concessão de um ascensor a estabelecer nas Escadinhas de Santa Justa, pedido que Henry Lusseau contestou. Pela mesma altura foi feito um pedido aos Serviços de Obras da Câmara para que a escritura fosse realizada. Concessão da autorização municipal para a construção e exploração do elevador a Raul Mesnier du Ponsard; 1899 - concessão da licença provisória para a construção do elevador; fundação da sociedade Empresa do Elevador do Carmo (constituída por Raul Mesnier du Ponsard, pelo médico cirurgião João Silvestre de Almeida e pelo marquês de Praia e Monforte, António Borges de Medeiros Dias da Câmara e Sousa) com vista a assegurar a exploração do elevador por um período de 99 anos; 1900 - celebração do contrato entre a C.M.L. e a Empresa do Elevador do Carmo (extinta em 1939), pelo qual esta sociedade se comprometia a apresentar um projecto para a construção do elevador num período de 6 meses; dá-se início aos trabalhos com vista à construção do elevador, tendo a empreitada da construção metálica sido entregue à empresa Cardoso D'Argent & Cia. (fundada em 1897) com fábrica em Lisboa, na Junqueira; o seu fundador, Manuel Cardoso, tinha já sido encarregado das oficinas da firma Empresa Industrial Portuguesa e foi, também o encarregado das oficinas do Elevador de Santa Justa; remoção de terras no local da implantação (as Escadinhas de Santa Justa), onde ficaram as fundações da casa das máquinas, no dia 2 de Julho do mesmo ano; 1901- inauguração da ponte metálica, na presença do rei D. Carlos, membros da Empresa dos Elevadores, Raul Mesnier du Ponsard, altas individualidades e jornalistas; 1902 - inauguração do ascensor, contando com a presença do director-gerente da empresa concessionária, Dr. Silvestre de Almeida, acompanhado de jornalistas e outros convidados, em cerimónia presidida pelo secretário-geral do Governo Civil; 1905 - o elevador é arrendado à companhia Lisbon Electric Tramway Ltd.; 1907 - electrificação do elevador; 1913 - aquisição do elevador pela companhia Lisbon Electric Tramway Ltd.; 1943 - a Lisbon Electric Tramway Ltd. solicitou à Câmara Municipal de Lisboa que autorizasse a cedência à Companhia da Carris, a qual foi concedida sob a condição de que fosse integrada na rede geral de transportes de que a Companhia Carris era titular; 1973 - contrato celebrado entre a Câmara de Lisboa, a Carris e a Lisbon Electric Tramway Ltd., ficando o elevador definitivamente integrado na rede de transportes da Carris; 1988 - projecto de reabilitação do elevador da autoria dos arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Pedro Botelho, com um primeiro prémio no concurso Dyrup; 2002 - em Julho, celebração do primeiro centenário; 2006, Fevereiro - reabertura do passadiço do elevador do Carmo; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Ferro, betão, madeira, vidro. |
Bibliografia
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DIAS, Marina Tavares, Lisboa desaparecida, 3ª ed., Lisboa, 1888; VITERBO, Francisco de Sousa, Dicionário histórico e documental dos arquitectos e engenheiros e construtores portugueses, Lisboa, 1922; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, O Carmo e a Trindade, subsídios para a história de Lisboa, Lisboa, 1939; SANDE e CASTRO, António Paes, A Carris e a expansão de Lisboa, subsídios para a história dos transportes colectivos na cidade de Lisboa, Lisboa, 1955; COSTA, Mário, O Chiado pitoresco e elegante. História, figuras, usos e costumes, Lisboa, 1965; FRANÇA, José Augusto, A arte em Portugal no século XIX, Lisboa, 1967; ANDERSEN,W. O. A, Revolução Industrial, Lisboa, 1969; ALMEIDA, Fernando de, (dir. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, tomo I, Lisboa, 1973; CAPITÃO, Maria Amélia da Motta, Subsídios para a História dos Transportes Terrestres em Lisboa no século XIX, Lisboa, 1974; FRANÇA, José Augusto, A arte portuguesa de oitocentos, Lisboa, 1978; FRANÇA, José Augusto, A reconstrução de Lisboa e a arquitectura pombalina, Lisboa, 1978; Arquitectura de Engenheiros, séculos XIX e XX, Lisboa, 1980; Catálogo de Exposição. Serviço de Museu e Serviço de Exposições e Museografia, Maio/Juho 1980; CUSTÓDIO, Jorge e BARROS, G. Monteiro, O ferro de Moncorvo e o seu aproveitamento através dos tempos, 1984; ANACLETO, Regina, Neoclassicismo e Romantismo, in História da Arte em Portugal, vol. 10, Lisboa, 1986; RIO DE CARVALHO, Manuel, Do Romantismo ao Fim do Século, in História da Arte em Portugal, vol. 11, Lisboa,1986; ALMEIDA, Pedro Vieira de, FERNANDES, José Manuel, Arquitectura Moderna in História da Arte em Portugal, vol. 14, Lisboa, 1986; ESTRELA, Edite, Lisboa a cidade dos elevadores, Lisboa, 1986; FERREIRA, Fátima, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; CARDOSO, Alberico, Chiado, meu Amor, Lisboa, 1989; PASSOS, José Manuel da Silva, O bilhete postal ilustrado e a história urbana de Lisboa, Lisboa, 1990; FERNANDES, José Manuel, A Arquitectura do princípio do século em Lisboa (1900-1925), Lisboa, 1991; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa., 2ª ed., Lisboa, 1993; Atlas de Lisboa, a cidade no espaço e no tempo, Lisboa, 1993; LAGRANGE, José, O livro da Carris, Lisboa, 1993; Lisboa em movimento, 1850-1920, Lisboa, 1994; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário dos arquitectos activos em Portugal do século I à actualidade, Porto, 1994; DELGADO, Maria Helena, A decoração do Elevador de Santa Justa na obra do Engenheiro Raul Mesnier de Ponsard, dissertação de mestrado, Univ. Lusíada, Lisboa, 1997; TUDELLA, José, O Passadiço do Elevador do Carmo, in Público, 12 Fevereiro 2006; http://arqpapel.fa.utl.pt/jumpbox/node/74?proj=Ascensor+Ouro-Carmo, 8 Setembro 2011; TOSTÕES, Ana e GRANDE, Nuno - Nuno Teotónio Pereira. Nuno Portas. Aveleda: Verso da História, 2013. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; IPPAR: proc. n.º 93/3 (12) |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 2003 / 2004 / 2005 - restauro do elevador. |
Observações
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Torres metálicas de 3,5m x 7,5 m; viaduto com largura de 3,20 m e um comprimento variável entre 21,35 e 22,42 m; diferença de nível que vence o pilar, entre a Rua do Carmo até ao pavimento do viaduto de 23,090 m, contando a altura do viaduto 2,20 m; da R. do Ouro até ao pavimento de saída 31,955 m; altura do último piso de 41,085 m (DELGADO, Maria Helena, A decoração do Elevador de Santa Justa na obra do Engenheiro Raul Mesnier de Ponsard, dissertação de mestrado, Univ. Lusíada, Lisboa, 1997). |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1997 / Rosa Fernandes 2003 |
Actualização
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