Igreja de Santo António de Lisboa / Santuário de Santo António

IPA.00003143
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura religiosa, barroca e pombalina. Igreja de planta longitudinal composta por nave, transepto pouco saliente e capela-mor mais estreita, com sacristia e casa da confraria, cripta e anexos adossados à fachada lateral esquerda. Fachada principal com aspecto de edifício civil, rematada por frontão contracurvado, de inspiração borromínica, com o corpo tripartido por colunas e pilastras, correspondendo a três portais, encimados por várias janelas, de perfis distintos, em volta perfeita, em arco abatido ou rectilíneos, dinamizando a fachada. Fachadas em cantaria, a lateral direita seccionada por pares de pilastras de capitéis jónicos, compondo vários módulos de sobreposição e modinaturas de vãos, que se repetem sucessiva ou alternadamente. Interior com cobertura em falsas abóbadas de berço, excepto no transepto, onde surge uma cúpula, contrafortada por duas semicúpulas, sobre as estruturas retabulares do topo do transepto, com o interior iluminado unilateralmente, através da fachada lateral direita, e pela luz indirecta dos janelões da fachada principal, filtrada pelo coro e tribuna superior. Interior com revestimento a apainelados de cantaria, num recurso comum às igrejas construídas no período, possuindo coro-alto, ostentando uma tribuna, onde surge um grande orgão, com três castelos. Apresenta pequena nave e amplo transepto, onde se inscrevem quatro capelas laterais com estruturas retabulares barrocas. Capela-mor com as paredes rasgadas por portas e janelas, as do Evangelho falsas, seguindo o esquema das igreja pombalinas, com retábulo em cantaria, de planta convexa, de estilo barroco. Sacristia ampla, forrada a azulejos, apresentando arcaz e retábulo pombalino. Igreja com importante cariz simbólico, uma vez que se ergue junto à casa onde terá nascido Santo António, e que sempre pertenceu à Câmara Municipal de Lisboa, que zelava pelo seu culto e que funcionou num corpo anexo durante vários séculos. As fachadas viradas às vias públicas mais movimentadas, a principal e a lateral direita, apresentam um jogo de apainelados, fenestrações, pilastras e colunas, criando módulos alternados, que as dinamizam de uma forma bastante exuberante, diferente da simplicidade que o estilo pombalino impunha, revelando uma construção autónoma, não integrada no plano geral de reconstrução da Baixa, certamente com a estrutura definida e escolhida pelo Senado, que desejava uma igreja distinta. O corpo que ladeia a fachada principal, pelas suas características indicia que deveria estar prevista a construção de uma torre sineira, que não foi levada a cabo, certamente pela morosidade da obra. O interior é bastante exuberante, com o coro-alto encimado por tribuna, provavelmente destinada aos membros do Senado, onde se integra um órgão de feitura recente, cuja estrutura é constituída apenas pelos tubos pintados com elementos geométricos. Na nave, de dimensões exíguas, surge um retábulo lateral onde se representa a imagem de Santo António em pintura antiga, aparecendo, ainda, dois confessionários embutidos no muro, um deles ainda em funcionamento. O cruzeio do transepto é amplo, com o pavimento ornado a embutidos de pedras de várias tonalidades, criando elementos geometrizantes concêntricos, que reflectem o esquema da cobertura em cúpula cega. Possui dois retábulos de características barrocas, com estípides laterais, mas com remate em cornija contracurva, de inspiração borromínica, revelando o gosto da segunda metade do séc. 18, a mesma solução encontrada no remate da fachada principal. Exceptuando a capela-mor, onde os tramos são definidos por pilastras da ordem colossal, no resto do templo, os elementos arquitectónicos apresentam-se em duas ordens sobrepostas, a inferior com capitéis jónicos e a superior coríntios, seguindo as determinações clássicas. O retábulo-mor é em cantaria, de planta convexa, flanqueado por rotundas colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, rematando em fragmentos de frontão, encimados por anjos de vulto, numa clara inspiração nas estruturas retabulares do barroco joanino, dando especial ênfase ao trono eucarístico em talha, encimado por baldaquino. O tecto do sub-coro apresenta um interessante trabalho de marmoreados e estuque ornamental, formando elementos fitomórficos e geométricos. Dos espaços anexos à igreja destacam-se a cripta e a sacristia, com o seu revestimento azulejar de feição neoclássica com motivos arquitectónicos e litúrgicos.
Número IPA Antigo: PT031106520044
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta rectangular irregular, composta por uma igreja de planta longitudinal, de nave única, antecedida por endonártex, transepto pouco saliente e capela-mor ligeiramente mais estreita, com os ângulos posteriores chanfrados, e por corpo adossado ao lado esquerdo, onde se integra a sacristia e o Museu Antonino de Lisboa, de volumes articulados e disposição horizontalista, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave, tendo, num dos lados, uma pequena trapeira, cinco na capela-mor, oito na torre lanterna, octogonal e rasgada, em cada lado, por janelas em arco abatido e de molduras recortadas, e de quatro no anexo. Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, excepto a principal e parte da lateral direita, em cantaria de calcário liós, marcadas por pilastras colossais, de fustes lisos e capitéis jóncos, rematadas por ffriso, cornija e pequena platibanda plena, ornada por almofadados e onde se integram gárgulas, com decoração vegetalista. Fachada principal voltada a O., rematada em frontão de perfil contracurvado, de inspiração borromínica, com plinto e cruz latina no vértice e com fogaréus nos cunhais, de estrutura tripartida, definida por duas pilastras; o corpo da fachada é também tripartido, com os panos definidos por duas duplas pilastras e duas colunas, de fustes lisos e capitéis jónicos, assentes em altos plintos paralelepipédicos, que sustentam o entablamento que precede o frontão. O eixo central é rasgado por três vãos sobrepostos, o superior interrompendo o frontão e de perfil abatido, sendo os inferiores em arcos de volta perfeita e flanqueados por pilastras delgadas, da ordem colossal; o portal assenta em pilastras toscanas, que se prolongam formando a moldura do vão, encimado por janelão, ladeado por estípides, assentes em plintos paralelepipédicos, que sustentam frontão semicircular interrompido; encontra-se protegido por guarda de ferro vazada, ornada por elementos volutados. O frontão interrompe-se para dar origem ao terceiro vão, com moldura saliente e de perfil côncavo, de onde pendem brincos fitomórficos, rematado por cornija contracurvada interrompida por óculo em olho de boi; também esta janela se encontra protegida por guarda metálica, semelhante à anterior. Os panos laterais são semelhantes, rasgados por portas de verga recta, encimados por almofadado emoldurado, de perfil recortado, com brincos na zona inferior e remate em cornija curva; sobre este, janela em arco abatido, de moldura saliente, que se prolonga em falso frontão, ornado por cartela e concheados e rematado por cornija angular; estão protegidas por guardas metálicas, com decoração semelhante às do eixo central. No lado esquerdo o anexo, flanqueado por duplas pilastras e remate em cornija e platibanda plena, com três vãos em eixo, o inferior compondo janela jacente, protegida por grades, e os superiores por janelas de peitoril rectilíneas, a superior rematada por cornija angular. No extremo esquerdo, a porta de acesso ao museu, em arco abatido e moldura de cantaria, rematada por bandeira e cornija angular. Fachada lateral direita, virada a S., marcada pelos corpos da nave, transepto e capela-mor, todos seccionados em panos por duplas pilastras colossais. Na nave, os dois panos da esquerda são semelhantes, compostos por dois vãos sobrepostos e gradeados, separados por cornija sustentada por consolas; o inferior em arco de volta perfeita com moldura recortada e com pingentes, sendo o superior rectilíneo e com moldura simples, ostentando, superiormente, volutas de onde pendem borlas. O pano imediato é rasgado por porta travessa em arco de volta perfeita, flanqueado por duas colunas de fustes lisos e capitéis jónicos, dispostas em ângulo, que sustentam fragmentos de frontão e tímpano ornado por almofadados; sobre esta, janelão em arco abatido e moldura recortada, flanqueada por acantos, sobrepujada por cornija e frontão sem retorno, ornado por enrolamentos de concheados, que centram cartela recortada, com cruz latina inscrita. O transepto divide-se em quatro panos, dois em alvenaria rebocada e dois integrando vãos, o do lado esquerdo repetindo o módulo dos dois vãos sobrepostos do corpo da nave; o do lado direito possui porta de verga recta, de moldura simples e remate em friso ornado por festões e florão, e em cornija, sobre a qual surge janelão rectilíneo, de moldura simples, que ostenta, no topo, volutas, de onde pendem borlas. O corpo da capela-mor apresenta dois panos, o da esquerda com janela gradeada semelhante às do corpo da nave, sob a qual surge lápide com inscrição, e o da direita, mais estreito, com pequena fresta rectilínea. Fachada lateral direita em cota superior, marcada pelo corpo do anexo, dividida em três panos, o do lado esquerdo de dois pisos, rebocada e pintada de bege, flanqueada por cunhais apilastradas e rematada em platibanda plena, capeada por friso de cantaria. Em cada um dos pisos, surgem seis janelas de peitoril em arco abatido, com molduras de cantaria, que se prolongam superior e inferiormente, aqui formando falsos brincos. O pano intermédio forma uma reentrância no segundo piso, criando um pequeno terraço, para onde abre uma porta e uma janela em arco abatido e molduras de cantaria. O pano do lado direito forma um ligeiro ângulo, com um só piso, parcialmente rebocado e parte em cantaria de calcário aparente, flanqueado por pilastras toscanas e rematado em platibanda plena, rasgado por portal contracurvado e dupla moldura recortada, flanqueado por duas janelas rectilíneas, a do lado esquerdo entaipada. A fachada posterior é cega no corpo da capela-mor, tendo, no corpo anexo, de dois pisos, quatro vãos em cada um deles, todos em arco abatido e com molduras salientes e recortadas em cantaria; no piso inferior formam quatro amplas janelas, duas delas parcialmente entaipadas, surgindo, no superior, quatro janelas de peitoril, com as molduras a prolongarem-se superior e inferiormente, criando falsos brincos. INTERIOR antecedido por endonártex, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, com o tecto ornado por escudo com as armas reais, com duas portas laterais de verga recta. O templo tem paredes em cantaria de calcário branco e vermelho, com a nave dividida em cinco tramos por duas ordens de pilastras, de fustes lisos, as inferiores com capitéis jónicos e as superior com coríntios, que sustentam entablamento e se prolongam em arcos de abóbada, esta de lunetas, revestida a tela pintada a imitar marmoreados, com dois dos tramos ornados por apainelados e rosetão; possui pavimento em embutidos de calcário de várias tonalidades, criando padrões geométricos. Coro-alto assente em dois pilares laterais e modilhões, de perfil côncavo na zona central, com guarda balaustrada, com acesso pelo lado do Evangelho e pavimento em soalho, onde se integra um grande órgão; sobre este, abre uma tribuna em arco de volta perfeita, também com guarda balaustrada. O tecto do sub-coro apresenta decoração geométrica e fitomórfica em madeira pintada a imitar cantaria, com ornatos de estuque, que centram um medalhão com os atributos do santo. O portal axial encontra-se protegido por guarda-vento de madeira encerada, flanqueado por pias de água benta concheadas, encimadas por duas lápides com inscrições. No lado do Evangelho, porta de verga recta e moldura simples, de acesso a corredor e às escadas do coro-alto. Na nave, surgem, confrontantes, retábulos laterais, dedicados a Santo António (Evangelho) e Nossa Senhora das Dores (Epístola), ambos de talha dourada e policroma, flanqueados por estípides, que sustentam frontões interrompidos, de onde evoluem as janelas, a do Evangelho falsa, em arcos de volta perfeita e rematadas por molduras múltiplas, as superiores formando pequeno ângulo. Ainda confrontantes, duas portas em arco de volta perfeita e molduras de cantaria, constituindo confessionários embutidos nos muros, encimados por óculos quadrilobados. Transepto com o cruzeiro coberto por cúpula oitavada, de lunetas, sustentada por pendentes almofadados, com rosetão central, surgindo, nos braços, coberturas em semi-cúpulas, com decoração semelhante à da nave. Nos topos dos braços, surgem duas portas em arco abatido e remate em cornija contracurvada de inspiração borromínica, encimados por janelas rectilíneas, a do Evangelho falsa, flanqueadas por estruturas retabulares, as do Evangelho com a "Natividade" e a "Assunção da Virgem" e as opostas com o "Calvário" e um "Pentecostes"; são encimadas por elementos almofadados, que centram um botão. O cruzeiro é marcado por teia em U invertido, de balaústres, interrompida em frente às portas do transepto e no acesso à capela-mor, este protegido por grades metálicas. O arco triunfal, de volta perfeita e assente em duas ordens de pilastras, de fuste liso e capitéis coríntios, acede à capela-mor, de três tramos, definidos por pilastras colossais, da mesma ordem das anteriores, assentes em altos plintos paralelepipédicos, que se prolongam em arcos de abóbada, esta de falsas lunetas e com decoração de apainelados e rosetões, o central com escudo com as armas do santo e as reais. Os lados da capela são semelhantes, tendo, em dois dos tramos, portas de perfil curvo e rematadas por cornija angular, encimadas por janelas em arco abatido, com pedra de fecho saliente, em forma de cartela ornada por motivos vegetalistas; o tramo central possui apainelado rectilíneo, encimado por janela em arco de volta perfeita, interrompido por enrolamentos e cartela ornada por elementos fitomórficos, flanqueado por pilastras de fustes almofadados, assente em cornija e consolas de concheados; todas as janelas apresentam caixilharias douradas e vidro fosco, as do Evangelho, falsas. Retábulo-mor em cantaria, de planta côncava, de um eixo definido por dois pares de colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes em plintos paralelepipédicos, que sustentam fragmentos de frontão, encimados por anjos de vulto; ao centro, tribuna de perfil curvo, contendo amplo supedâneo de cantaria liós, vermelha e azul, onde assenta um trono expositivo com baldaquino, composto por colunas coríntias, encimadas por urnas, tudo em talha dourada. Altar paralelepipédico, com o frontal tripartido, onde assenta o sacrário, de talha dourada, em forma de templete. A ladear o altar, duas portas em arco de volta perfeita e rematadas em cornija angular, sobrepujadas por mísulas com imaginária, emolduradas por apainelado, rematado por lambrequins, de one pendem cortinas a abrir em boca de cena, concheados e festões. No lado do Evangelho, a porta acede a um pequeno vestíbulo e à sacristia, com as paredes divididas em dois registos, o superior seccionado em cinco painéis com pinturas murais decorativas, e o inferior por azulejos policromos, formando apainelados de dois registos, delimitados por pilastras jónicas, que enquadram almofadadoe e vasos de flores, encimados por medalhões com elementos marianos (estrela, lua, sol, lírios, rosas e um pequeno templo), em monocromia, azul sobre fundo branco; tem tecto com apainelados de estuque, que centram medalhão recortado, com cartela onde se inscrevem os atributos do santo (lírio, cruz e livro). Num dos lados, arcaz de madeira e tampo de mármore, surgindo, no topo e sobre supedâneo de um degrau, retábulo da Sagrada Família e São João Baptista, composto por painel pintado, envolvido por moldura de perfil curvo, flanqueado por colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes em plintos galbados, que sustentam frontão contracurvado, contendo querubins; altar em forma de urna. Através de um corredor desce-se, por uma escada de caracol, para a cripta, onde surge uma inscrição.

Acessos

Largo de Santo António da Sé; Rua das Pedras Negras

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 19 484, DG, 1.ª série, n.º 64 de 18 março 1931 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 213 de 11 setembro 1961 *1 / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128)

Enquadramento

Urbano, isolado e destacado, no centro da malha urbana, em pleno centro histórico, implantado em zona de pendor muito inclinado, integrando um largo que se desenvolve fronteiro à Sé de Lisboa (v. PT031106520004), actualmente preenchido por uma via pública, pavimentada a calçada em cubos de basalto. A fachada principal abre para um pequeno largo, para onde abrem vários prédios de rendimento pombalinos, protegido por frades, onde se implantam várias árvores de grande porte e uma estátua a representar Santo António, com a inscrição "12 Maio 1982 INAUGURADO POR SUA SANTIDADE O PAPA JOÃO PAULO II", executado pelo escultor Soares Branco. Parte do edifício é sustentado por alto embasamento de cantaria, compondo almofadados, entrecortados por pilaretes, que vence o desnível do terreno, que se prolonga na zona fronteira ao meso, criando um pequeno átrio elevado, com acesso por escadaria em cantaria, de dois lanços, o inferior com os degraus em leque. Encontra-se protegido por grades de ferro, ornadas por elementos geométricos. A curvatura da escadaria forma um pequeno ângulo com o embasamento, criando pequeno passeio pavimentado a calçada, a do lado direito com uma árvore. A fachada lateral esquerda abre para pequeno largo, que dá origem à R. das Pedras Negras, com vários prédios de rendimento.

Descrição Complementar

No corpo do transepto, na fachada sul, surge lápide de calcário, envolvida por profusa decoração fitomórfica, contendo a seguinte inscrição, insculpida e avivada a preto: "O SANTISSIMO PAPA PIO VI A INSTANCIA DA RAYNHA FIDELISSIMA D. MARIA I NOSSA SENHORA CONCEDEO INDVLGENCIA PLENARIA A TODA A PESSOA QUE CONFESSADA E COMMVNGADA VISITAR ESTA REAL CAZA, E IGREIA DO GLORIOSO SANTO ANTONIO EM QVALQVER DIA DO ANNO; POR BREVE DE VIIII DE NOVEMBRO DE CDDCCLXXXII". O órgão é composto por três castelos e dois nichos, com os tubos pintados e rematados em forma de papiro, integrados numa simples estrutura de madeira; possui um Grande Órgão, Expressivo e Pedaleira. No sub-coro, as inscrições - lado da Epístola: "O MUITO ALTO E PODEROSO REI D. JOÃO II DESTE NOME MANDOU EM SEU TESTAMENTO PASSAR ESTA CAPELA DO BEM AVENTURADO PADRE SANTO ANTÓNIO DA SÉ, DONDE ESTAVA, E QUE NESTE LIGAR (QUE FOI A PRÓPRIA CASA ONDE ELE NASCEI) À SUA HONRA SE DEDICASSE; POR SER TANTA RAZÃO QUE ONDE DEUS NOSSO SENHOR FOI SERVIDO NASCESSE ESPÍRITO DE TANTA SANTIDADE, DIGNO DE TANTA VENERAÇÃO, AÍ (COMO NATURAL DESTA CIDADE E INTERCESSOR DESTE REINO E SEIS SERENISSIMOS REIS) FOSE VENERADO: E POR FICAR ENCOMENDADO O CUMPRIMENTO DO DITO TESTAMENTO AO MUITO ALTO E PODEROSO REI D. MANUEL O 1.º DESTE NOME, ELE A MANDOU FAZER"; no lado do Evangelho: "PARA MEMÓRIA DO PRODÍGIO QUE NOS GERAIS INCENDIOS QUE, NO TERREMORO DE M.D.C.C.L.V. ABRASOU COM ESTE TEMPLO TODOS OS EDIFICIOS A ELLE ADJACENTES FICOI ILLESO COM A CAPELLA-MOR O LUGAR DO NASCIMeNTO DO GLORIOSO SANTO ANTÓNIO. REINANDO EL-REI D. JOSÉ I, A I.P. PAULO DE CARVALHO DE MENDONÇA, PROVEDOR DESTA CAZA, MANDOU ERIGIR ESTE PADRÃO, E ABRIR OS ALICERCES DO CORPO DA IGREJA EM XXV DE AGOSTO DE M.D.C.C.L.X.V.I.I.". Os retábulos do transepto são semelhantes, de talha dourada e pintada de branco, de planta recta e um eixo definido por estípides com os fustes ornados por elementos vegetalistas, que centram painel pintado com moldura dourado e perfil curvo, rematados por frontão contracurvado sem retorno; altares em forma de urna. Os retábulos da nave são semelhantes, de talha dourada e pintada de branco e vermelho, de planta recta e um eixo definido por duas estípides com os fustes decorados por elementos vegetalistas, que sustentam fragmentos de frontão, encimados por flores vazadas; ao centro, painel de perfil contracurvado, flanqueado por acantos, rematado por espaldar curvo, sobrepujado por cornija angular e contendo atributos do orago e querubim; o de Santo António possui uma medalhão com o livro, o lírio e a cruz. O retábulo fronteiro possui o painel flanqueado por pilastras e estípides, estas rematadas por fragmentos de frontão e anjos de vulto. Na sacristia, surgem dois lavabos em calcário, com espaldar recortado e rematado por cornija contracurvada, contendo apainelado com atributos do orago, com duas bicas em forma de florão, que vertem para taça de perfil sinuoso. Nas escadas de acesso à cripta, a seguinte inscrição: "NO DIA 12 DE MAIO DE 1982 O SANTO PADRE JOÃO PAULO II POR SUA INICIATIVA E DEVOÇÃO VISITOU E OROU NESTE LUGAR ONDE NASCEU SANTO ANTÓNIO 75.º ANIVERSÁRIO DA MORTE DE SANTO ANTÓNIO"; na cripta, sobre o altar-mor, a inscrição: "NASCITUR. HOC. PARVA. VT. TRADUNT. ANTONIUS. AEDE. QUEM. COELI. NOBIS. ABSTULIT. ALMA". O órgão possui um Grande Órgão, Expressivo e Pedaleira.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

APARELHADOR: Manuel Mateus (1772). ARQUITECTO: António Vaz (1949); Mateus Vicente de Oliveira (1764). AZULEJADOR: António Gomes (1775); CANTEIRO: Jacinto José António (1779); Jerónimo Ferreira (1779); José Ferreira Duarte (1816). CARPINTEIRO: António da Silva de Araújo (1756); António dos Reis (1810-14); António Pedro dos Santos (1832); Francisco Luís Borges (1832); João Lopes Botelho (1756). ENTALHADORES: Elias Francisco Xavier (1763); José de Sousa (1756); Silvestre de Faria Lobo (1774); Vicente Ferreira (1787). ESTUCADORES: Aleixo da Silva e João Lopes (1816); Estevo de Sousa (1816). FERREIRO: Domingos Fernandes (1756). MARCENEIRO: António Pedro dos Santos (1816). MESTRE-DE-OBRAS: António Pedro dos Santos (1823, 1857); Manuel Ribeiro (1810); Pantaleão Dias (séc. 15). ORGANEIRO: João da Cunha (1756). OURIVES: José Luís Serra (1816); Manuel Roque Ferrão (1756-1761). PEDREIROS: Jacinto Isidoro de Sousa (1770-1771); José António (1816); Patrício da Silva (1756-1758). PINTORES: Bruno José do Vale (1775); Jerónimo de Andrade (1779-1780); José Inácio de Sampaio (1830); José dos Santos e Carvalho (1756); Luís José da Costa (1814); Manuel das Neves (1832); Pedro Alexandrino de Carvalho (1787-1788). PINTOR DE AZULEJOS: Joaquim José de Almeida (1816). PINTORES-DOURADORES: Domingos Lourenço da Silva, Félix António do Espírito Santo (1832); Francisco Pedro, António Januário, José Pedro, Luís Pines e António Simões (1816-1818); Manuel da Fonseca Valente (1762); Paulo da Costa Furtado (1757); Vicente Ribeiro Alves (1787). TORNEIRO: Jacinto António (1779). VIDRACEIROS: Carlos da Silva e Agostinho Farrote (1756). NÃO DETERMINADO: Rui Mendes (1509).

Cronologia

Séc. 15 - construção da primitiva capela dedicada a Santo António, divergindo os autores sobre a data precisa, uns situando-na no início e outros nos finais da centúria, já com D. João II ou D. Manuel *2; era de pequenas dimensões e estava ligada à Casa de Santo António, tendo sido patrocinada pela Câmara de Lisboa, construída segundo risco de Pantaleão Dias; 1433 - a Casa de Santo António ficou isenta de jurisdição ordinária, por bula de Eugénio IV, a pedido da Câmara de Lisboa, que funcionava no local; séc. 16 - fundação da Confraria de Santo António; 1471 - D. Afonso V trouxe da Campanha de Tânger umas portas em bronze, que doou à igreja; a Duquesa de Borgonha, D. Isabel, estabeleceu uma missa perpétua por alma do Infante D. Fernando; 1509, 05 Julho - D. Manuel I pede à Câmara de Lisboa para pressionar Rui Mendes para acabar o retábulo da igreja; 1551 - segundo Cristóvão Rodrigues de Oliveira, a igreja tem confraria composta por nobres e tem de esmolas 500 cruzados; todos os domingos e festas solenes tem missa acompanhada por órgão e um capelão quotidiano; na igreja existe a Confraria de Nossa Senhora das Neves, administrada pelos letrados da cidade, que tem de esmolas 80 cruxados; 1624, 3 Outubro - alvará de Filipe III entregando os bens do defunto Henrique da Silva, que os deixara à capela; 1656 - falecimento do jurisconsulto Tomé Pinheiro da Veiga, sepultado na igreja; 1685 - compromisso da Confraria; séc. 17, final - a figura do ermitão foi substituída pela do tesoureiro; séc. 18 - descrição do imóvel pelo Padre Francisco Xavier da Rosa *3; 1704, 18 janeiro - feitura da talha do altar do orago (COUTINHO: 412); 1730 - D. João V anexa-lhe uma colegiada, com capela musical, cmposta por 6 capelães, cada um com 120$000; ordena a construção de novo templo, onde se destacava o recurso sistemáticos aos mármores; 1753 - o senado deixa de funcionar na Casa de Santo António; 1755, 1 de Novembro - terramoto arrasa a primitiva igreja de Santo António de Lisboa, escapando a capela-mor; 30 Novembro - informação sobre o estado de ruína da igreja, pelo arquitecto Patrício da Silva; 9 Dezembro - informação de Eugénio dos Santos sobre o estado da igreja; 1756, 2 Janeiro - oferta de um donativo dos negociantes da praça de Lisboa para as obras; 21 Fevereiro - aluguer de um órgão para a festa do santo; 25 Março - aquisição de madeira de castanho para a obra; Maio - demolição de parte das paredes da igreja e remoção do entulho pelo pedreiro Patrício da Silva; 8 Junho - fundição da prata encontrada no entulho, pelo ourives da Casa, Manuel Roque Ferrão; Agosto - pagamento de 23$975 ao ferreiro Domingos Fernandes pelas braçadeiras de ferro para as asnas das abóbadas; Outubro - execução do órgão pela quantia de 448$000, por João da Cunha;15 Outubro - compra de um púlpito à Colegiada de Santa Cruz do Castelo; 1 Novembro - construção de uma barraca para continuar o culto, entre as ruínas da igreja; 4 Dezembro - pagamento da guarnição de talha do órgão, pelo entalhados José de Sousa (28$800); pagamento das vidraças para a barraca, feitas por Carlos da Silva e Agostinho Farrote; 5 Dezembro - pagamento a António da Silva Araújo, mestre da Ribeira das Naus, pela construção da barraca (1:264$310); pagamento de 363$205 pela obra de pedraria na mesma; 18 Dezembro - pintura das amras no tecto da barrca pelo pintor José dos Santos e Carvalho; 1757, 27 Janeiro - feitura da banqueta de madeira pintada (45$600); 21 Fevereiro - pagamento da estantes do coro, de pau-santo e douradas (79$360); 30 Junho - feitura de novas alfaias em prata pelo ourives Manuel Roque Ferrão (144$000); 3 Julho - execução de um sacrário de madeira portátil (14$400), dourado por Paulo da Costa Furtado (7$200); 30 Novembro - encarnação do santo do nicho da porta; 1758, 16 Outubro - empreitada dos telhados da ilharga da barraca, pelo carpinteiro José Vieira (19$200); 1759, 30 Julho - feitura dos armários da casa do despacho (16$000); 1760, 31 Janeiro - obra de carpintaria no coreto correspondente ao do órgão (19$200) e pintura do mesmo (6$400); 1761, 24 Janeiro - feitura de uma custódia em prata dourada por Manuel Roque Ferrão (202$120); 1762, 16 Maio - execução de 50 castiçais em madeira de bordo, à romana, pelo entalhador José de Sousa (80$000), prateados por Manuel da Fonseca Valente (60$000); 1763, 30 Setembro - feitura de uma maquineta para exposição do Santíssimo, por Elias Francisco Xavier (96$000); 1764 - projecta-se a reconstrução da igreja, após alguns arranjos pontuais, sob o patrocínio do presidente do Senado, Paulo de Carvalho de Mendonça; o projecto era da autoria do arquitecto Mateus Vicente de Oliveira, arquitecto do Senado, desde 1760;1767, 27 Agosto - início da reconstrução do templo, com a abertura dos alicerces; 1770 -1771 - pagamentos ao mestre pedreiro Jacinto Isidoro de Sousa pelas obras da igreja (128:604$460); 1772, 30 Junho - surge Joaquim da Costa Pereira como apontador da obra; 9 Julho - Manuel Mateus recebia como aparelhador da obra; 1774, 11 Junho - pagamento de 68$600 a Silvestre de Faria Lobo pela feitura e assentamento do retábulo; 1775, 4 Março - assentamento de azulejo por António Gomes (60$569); painel do retábulo da sacristia por Bruno José do Vale (170$037); 1778 - Frei António do Sacramento refere que a igreja estava pronta até às cimalhas, faltando o coro e a fachada principal; 1779, 15 Fevereiro - feitura de balaústres pelo mestre Jacinto António (8$700); 11 Setembro - feitura de uma pia de água benta para a sacristia, brunida pelo mestre Jerónimo Ferreira (1$600); 1 Novembro - pagamentos a Jerónimo de Andrade pelas pinturas da igreja (7$275), que se prolongaram pelos anos seguintes (27$425); 5 Novembro - ainda não existia a capela-mor e pede-se uma ampliação deste espaço; 4 Dezembro - feitura de duas pias de água benta para a igreja, brunidas pelo mestre Jacinto José António (14$400); 1781, 2 Junho - pintura do tecto do sub-coro por Jerónimo de Andrade (6$720); 1782 - nomeação do Visconde de Vila Nova de Cerceira para presidente da Mesa de Santo António, para pôr fim aos problemas que existiam na administração das rendas; 9 Novembro - o Papa Pio VI dá indulgência plenária a quem visitasse a igreja, com a condição de estar confessado e comungado; 1787 - pagamento a Pedro Alexandrino de Carvalho por pinturas da igreja (235$200); Vicente Ferreira começa a executar uma maquineta (150$000, pagamento por conta); pagamento ao pintor Vicente Ribeiro Alves por obras na igreja (438$000); 1788 - pagamento de 3:332$000 a Pedro Alexandrino de Carvalho pela pintura dos painéis; 1810, Fevereiro - pintura da sacristia; 23 Maio - instituição do Santíssimo Sacramento na igreja; 1811 - compra de duas alcatifas grandes da Pérsia, para a capela-mor (96$000); 29 Dezembro - douramento e pintura da Capela do Santíssimo e do dossel e tocheiros da mesma; 1812 - conclusão das obras de reedificação da igreja (custo total 120:000$000 réis); colocação de uma maquineta no altar de Nossa Senhora das Dores; 1 Janeiro - estabelecimento de sacrário permanente no templo; 1813 - compra de madeira de casquinha e vinhático para a execução do guarda-vento (155$935); 1814 - feitura do guarda-vento pelo mestre António dos Reis; Junho - pintura deste (36$190); Julho - pintura das grades e caixilhos das janelas, por Luís José da Costa ($480); 1816 - obras da sacristia e entaipamento de duas janelas, onde se adossou o retábulo da mesma; execução de duas candeias de prata dourada e 4 castiçais pelo ourives da Casa José Luís Serra (102$800); 21 Agosto - pagamento ao mestre canteiro pelo lajeado da sacristia, com liós branco, pedra azul, cinzenta e encarnada, por José Ferreira Duarte (141$680); 14 Setembro - pintura e estuque das paredes da sacristia, reforma da pintura do tecto e pintura do retábulo, por Domingos Lourenço da Silva, onde participaram os pintores Francisco Pedro, António Januário, José Pedro, Luís Pines e António Simões e os estucadores João Lopes e Aleixo da Silva (77$040); pintura dos tectos da casa do lavabo e sacristia por José Pedro(86$250); estuque das paredes destas dependências por Estevo de Sousa; 23 Novembro - pagamento dos azulejos da sacristia, corredores e casa do lavabo, fornecidos por Joaquim José de Almeida (540$243); pagamento a António Pedro dos Santos pelo arcaz (343$665); assentamento das pedras do altar da sacristia por José António ($900); 1818 - execução dos tocheiros (63$640); 1819 - obra dos confessionários (62$710); 8 Maio - compra de alcatifas inglesas para os altares mor e colaterais, a Duarte Elleiton (157$160); 1820 - projecto de construção do coro-alto; 1820 - 1821 - planos para a feitura de um órgão, executados por António Xavier Machado e Cerveira e pelo entalhador Raimundo José de Azevedo e Sousa (24$000), e outro de António Joaquim Fontanes; 1832 - aquisição de 12 cadeiras de nogueira e um canapé (9$600); compra de duas mesas douradas (6$000); 1852, Agosto - feitura de um novo depósito de água para o lavabo da sacristia, com azulejo, barro, canos de chumbo (51$030); prateamento dos Apóstolos da banqueta por Félix António do Espírito Santo (20$000); 1857, 9 Julho - feitura de um inventário dos bens móveis da Real Casa e Igreja de Santo António; 1872 - a Câmara de Lisboa encomenda um órgão à firma Gray & Davison, de Londres, pela quantia de 2.400$000 réis; 1911, 6 Julho - proposta e supressão de culto, pelo vereador Nunes Loureiro; 1918 - o vereador Lino Neto propõe a criação do Museu Antoniano; 1920 - proposta da Comissão Administrativa Municipal para a criação de um Museu de Arte Sacra no local; 1951 - José Carregal da Silva Passos oferece a sua colecção antoniana à Câmara; 1958 - José Pinto de Aguiar oferece a sua colecção antoniana à Câmara; 1962, 13 Junho - inauguração do Museu; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Igreja com estrutura em cantaria de calcário, sendo os anexos em alvenaria de calcário, rebocada e pintada; pilastras, cornijas, frisos, colunas, plintos, escadarias, pavimentos, pias de água benta, cruzes, modinaturas em cantaria de calcário; tectos, portas, retábulos e caixilharias de madeira; cripta e sacristia com painéis de azulejo industrial; grades em ferro forjado; janelas com vidro simples.

Bibliografia

ALMEIDA, D. Fernando de, (dir. de), Monumentos e edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo I, Lisboa, 1973; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. II, Lisboa, 1939; BORGES, Nelson Correia, Do Barroco ao Rococó, in AA VV, História da Arte em Portugal, Vol. 9, Lisboa, 1986; COUTINHO, Maria João Fontes Pereira, A produção portuguesa de obras de embutidos de pedraria policroma (1670-1720). Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, 2010, 3 vols.; LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno..., vol. 4, Lisboa, Livraria Editora de Matos Moreira & Companhia, 1874; LOURENÇO, Ana Cristina, JANEIRO, Helena Pinto, Lisboa. Freguesia da Sé, Lisboa, 1992; Museu Antoniano e Igreja de Santo António, á Sé - breve roteiro, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1978; OLIVEIRA, Cristóvão Rodrigues de - Sumário em que brevemente se contém algumas coisas (assim eclesiásticas como seculares) que há na Cidade de Lisboa. 2.ª ed. Lisboa: Edições Biblion, 1938; PEREIRA, José Fernandes, (dir. de), Dicionário da Arte Barroca em Portugal, Lisboa, 1989; SILVA, Maria de Lurdes Martins Ribeiro da, A reedificação da Igreja de Snto António: Espaço. Arquitectura. Programa (1755-1812), [dissertação de Mestrado em História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa], 3 vols., Lisboa, s.d.; SILVA, Maria de Lurdes Martins Ribeiro da, Alguns Aspectos da Metodologia de Reedificação da Igreja de Santo António à Sé, in Cadernos de História da Arte, Nº 1, 1991; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. I.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1756, 10 Março - ferragens para as abóbadas e para a porta da igreja, pelo carpinteiro João Lopes Botelho (19$745); 1758, 28 Março - pagamento ao pedreiro Patrício da Silva por vários arranjos na igreja (23$280); 1759, 22 Junho - conserto dos telhados da igreja (4$700); 1808 - conserto do sacrário por António dos Reis ($360); 1810 - consertos na igreja (13$990); Maio - limpeza das grades e portas da igreja para as pintar; 31 Maio - conserto dos telhados da igreja, pelo mestre António dos Reis (13$990); pintura das grades e portas pelo mestre Manuel Ribeiro; 1811 - afinação do órgão (4$800); conserto das ferragens da porta da igreja (44$480); arranjo da Capela do Santíssimo (618$040); 1812 - pintura das portas de ferro (50$270); 1813 - reparos da Capela do Santíssimo (376$755); 1815 - conserto dos telhados da igreja (164$895); 1815 - conserto do órgão (35$000); 1816, Setembro - reforma da casa do lavatório e transporte de água, pelo mestre António dos Reis; 1818, Dezembro - pintura e estuque da Casa do Despacho por Domigos Lourenço da Silva (37$700); 1823 - conserto os telhados da casa por António Pedro dos Santos (82$535); reparações do coro e sacristia (149$552); 1830 - reparação do zimbório e colocação de uma corrente para se poder circular no mesmo; estuque e pintura do zimbório, tecto da igreja; pintura da fachada principal e das capelas; arranjo da talha dos altares e dos estrados da igreja; arranjos para se colocar o corpo da mártir Santa Justina; arranjo dos telhados; retoque das pinturas por José Inácio de Sampaio; 1832 - colocação de um caixilho na "Casa última" e uma cancela nas escadas, por Francisco Luís Borges (8$380); pinturas por Manuel das Neves (3$550); obras de carpintaria por António Pedro dos Santos; 1853 / 1854 - pintura das fachadas da igreja e das grades do adro por Francisco Bernardino de Sena Gomes (145$280); 1858 - arranjo do depósito de água do lavabo (51$030); DGEMN: 1930 / 1931 - assentamento de cantaria de Paço de Arcos na zona do altar da cripta; limpeza do pavimento e paredes da cripta, modificação do arco que separa o altar-mor; substituição de uma lápida com inscrição; feitura de um altar em cantaria, em substituição do que existia em madeira; remoção dos rebocos das paredes e abóbadas e feitura de novos rebocos; colocação de cantaria no pavimento; colocação de azulejos em lambris e rodapés; modificação da instalação eléctrica; todas as obras foram executadas por Manuel Duarte; 1933 - instalação de um pára-raios; CML: 1934 - arranjo dos telhados da igreja, deteriorados pela colocação de projectores, durante as festas da cidade; DGEMN: 1934 / 1935 - verificou-se que o pára-raios se encontrava mal montado, para o que foi solicitado um orçamento de remontagem; CML: 1936 - substituição do pavimento das instalações sanitárias por ladrilho; colocação de uma sanita com autoclismo nas mesmas; 1949 - reforma da instalação eléctrica do imóvel; obras de beneficiação e pintura do exterior do edifício, acompanhadas pelo arquitecto da DGEMN, António Vaz; 1996 / 1997 - limpeza das cantarias; restauro dos embutidos; consolidação dos azulejos que estavam em destaque; remodelação das instalações eléctricas e telefones; colocação de sistema de detecção de incêndios; restauro das estruturas retabulares; prospecções arqueológicos no largo fronteiro.

Observações

*1- DOF:.. e a sacristia com metais, madeiras empalhadas e retábulos. *2 - de facto, D. Manuel faz algumas recomendações relativas à construção da capela, definindo que fosse de abóbada e arcos de ladrilho (SILVA, p. 73). *3 - a igreja estava envolvida por várias dependências, onde se situavam, no segundo piso, a Casa do Despacho da Vereação do Senado, com duas janelas viradas a S. e duas do lado de terra, tendo, para O., o Arquivo e Secretaria; junto à tribuna sobre o coro, ficava a Casa do Despacho da Irmandade e Mesa de Santo António; num terceiro piso, surgia a denominada Sala Grande, com três janelas viradas para o rio, tendo, para O., uma pequena sala, ocupada pela guarda e uma segunda casa, onde funcionava a chancelaria, com uma janela virada ao rio; o acesso à Casa fazia-se pelo lado N., através de duas portas e ma escadaria de pedra (SILVA, pp. 62-65).

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1993 / Paula Figueiredo 2007

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