Parque envolvente do Castelo de Guimarães e Paço Ducal
| IPA.00030044 |
Portugal, Braga, Guimarães, União das freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião |
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Arquitectura recreativa modernista na medida em que: tendo em conta a questão da identidade nacional (fundação da nacionalidade), reconhecem-se no projecto preocupações de reconhecimento biofísico do lugar, em relação a orientações, declives, ventos e acessos; à valoriza o peão e à vida ao ar livre. Verifica-se também uma rejeição do eixo e uma preocupação na selecção das espécies botânicas pelas suas qualidades individuais, enquanto entidades botânicas e estéticas, sendo que as únicas espécies mantidas foram as oliveiras (Olea europaea var. europaea) e os plátanos (Platanus orientalis) existentes junto à entrada principal do Paço dos Duques. Situação única de um só parque envolver três monumentos nacionais e um imóvel de interesse público. A intenção do projectista é clara - o projecto está estruturado de modo a permitir que os monumentos brilhem por si, não permitindo que o seu envolvimento paisagístico entre em competição com eles, na atenção do visitante. |
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Número IPA Antigo: PT010308340207 |
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Registo visualizado 3775 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Parque
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Descrição
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De planta irregular, de livre acesso, desenvolve-se segundo um eixo S.-N. que, no castelo, zona de maior cota, inflecte para NE., ao longo de um terreiro rectangular, denominado CAMPO DE SÃO MAMEDE, sendo rematado no seu topo, pela fachada principal da IGREJA DE SÃO DÂMASO (v. PT010308340080). Segundo uma direcção, N.-S., a partir do extremo S., que constitui um dos limites do Largo da Condessa, encontramos o PAÇO DOS DUQUES DE BRAGANÇA (v. PT010308340013) e, em frente à sua fachada E. deste monumento, a CAPELA DE SANTA CRUZ (v. PT010308340046). A N. do vértice N.O. deste, aproximadamente a meio da sua distância ao CASTELO DE GUIMARÃES (v. PT010308340011), situa-se a IGREJA DE SÃO MIGUEL DO CASTELO (v. PT010308340006). Segundo um eixo longitudinal, com um extremo no castelo e o outro, a N.E., na IGREJA DE SÃO DÂMASO (V. PT010308340080), situa-se um terreiro rectangular, com cerca de 47 m. de largura e 206 m. de comprimento, denominado CAMPO DE SÃO MAMEDE. Todo este conjunto é delimitado por várias ruas de circulação automóvel, que o envolvem, em todo o seu perímetro, salvo uma pequena excepção, a SO., onde o limite é traçado pelos muros que o separam de construções vizinhas (165m. num perímetro com cerca de 1600m., na sua totalidade). Esta circunstância dá-nos a sensação de nos encontrarmos numa ilha de verdura, em pleno centro histórico de Guimarães. O castelo é o monumento que ocupa o ponto mais alto do perímetro e a Capela de Santa Cruz, o que ocupa o ponto mais baixo. Entre estes, o elevado declive é ultrapassado recorrendo a muros de suporte em blocos de granito, encontrando-se desde muretes com 0.90m. até muros com cerca de 4m., sendo a maior diferença de cotas junto a um troço de MURALHA existente no exterior do castelo, com cerca de 3,5m. de espessura e 148m. de comprimento, cuja cota de coroamento chega a estar, na zona mais baixa a cerca de 0.60m. do solo, no troço compreendido entre o Paço dos Duques e o Castelo, ladeando a nascente um dos caminhos principais existentes, que circunda o paço e o liga, em linha recta ao castelo. Este é o único caminho rectilíneo. Esta muralha divide a meio a parte deste perímetro, que não inclui o campo de São Mamede, definindo assim uma ZONA POENTE, e uma ZONA NASCENTE, ambas de planta aproximadamente triangular, já que no seu total define aproximadamente um hexágono com o vértice N. no castelo. Na zona poente, além deste caminho principal, existe um outro, que define um percurso oval que, passando junto ao extremo NO. do Paço, o liga à porta nascente do castelo, o envolve, passando entre este e o campo de São Mamede, e sob um arco adoçado ao muro do castelo, para descer, perifericamente, até um grande espaço de entrada pavimentado, existente em frente da fachada principal do Paço dos Duques. Este percurso oval é cortado por três caminhos transversais, secundários, também curvilíneos, aproximadamente paralelos entre si. Um deles passa frente à fachada S. do castelo e termina na sua porta nascente, outro passa um junto ao topo nascente da Igreja de São Miguel do Castelo e outro a poente desta, ligado ao seu topo poente por umas escadas rampeadas, pavimentadas em lajes de granito de contorno irregular. Outros dois caminhos secundários ligam este caminho aos dois extremos do topo SO. do Campo de São Mamede. Dois outros caminhos secundários ligam este caminho ao percurso automóvel, envolvente do perímetro, numa orientação NO. Este caminho oval, funde-se com um dos extremos do caminho que acompanha a muralha a poente da mesma, e com o caminho secundário que passa frente à fachada S. do castelo, junto à entrada nascente do mesmo. Na ZONA NASCENTE, junto à muralha, a cota decresce abruptamente, criando-se um talude arborizado, existindo, aproximadamente a meio do comprimento deste talude, implantados degraus de uma escada informal, inseridos directamente no solo, com cerca de 0.5m., definindo um trajecto curvilíneo. A meia encosta, paralelamente à muralha, segundo uma direcção N.-S., passa um caminho principal que acompanha o perímetro nesta zona, a cerca de 12m. deste, para o interior. Este caminho prolonga-se até ao limite, a N. e a S., neste extremo através de escadas, ligando dois pontos da periferia deste espaço. Este caminho principal é cortado diametralmente por um caminho secundário que o liga ao extremo S. da muralha. A S. deste caminho, encontra-se a Capela de Santa Cruz. A S. desta capela existe outro caminho transversal principal, que une dois troços do caminho principal e o prolonga até ao exterior do perímetro. No parque, as espécies encontradas foram: nas herbácias a hortence (hydrangea macrophylla), nos arbustos o loendro (Nerium oleander) e o pilriteiro (Crataegus monogyna) e nas árvores: a oliveira (Olea europaea var. europaea), ocupando um núcleo central no perímetro, o cipreste (Cupressus sempervirens) ponteando locais nobres como o castelo, a Igreja de São Miguel do Castelo e o Paço dos Duques, os plátanos (Platanus orientalis) junto ao espaço de entrada, que enquadra a fachada principal deste último monumento e outras espécies dispersas, como o carvalho (Quercus robur), o castanheiro (Castanea sativa), o choupo (Populus ssp), o loureiro (Laurus nobilis), e o vidoeiro (Betula alba) cuja distribuição acompanha descontinuamente as bordas dos caminhos e, na forma de cortina, o perímetro completo, com excepção do seu topo S. Entre este extremo, constituído pelo Largo Condessa Mumadona e o Paço dos Duques, existe um tratamento do espaço exterior bem diferenciado do restante - a ZONA SUL. Aqui, onde um elevado declive é vencido recorrendo a muros de suporte. Nesta direcção, frente ao Paço situa-se um relvado com um caminho transversal ao centro, com cerca de 24m. de profundidade. O limite deste relvado realiza-se por um muro de suporte com cerca 10m. na sua zona mais alta, em blocos de granito. Este muro, apresenta adossada uma escadaria, também em granito com um lance de escadas para poente, seguido de rampa que inflecte cerca de 90º prolongando-se para S. até ao limite do perímetro, coberto por pérgula com vinha (Vitis vinifera). Para nascente apresenta cinco lances de escadas que dão acesso a um caminho com orientação N.-S, sob pérgula, tal como o caminho anteriormente referido, encontrando-se esta, actualmente, sem revestimento apresentando apenas roseiras (Rosa ssp.) plantadas junto aos esteios de granito. Ambos os caminhos são rematados por um mesmo espaço de planta semi-circular, coberto a N. por uma glicínia (Wisteria sinensis), suportada por pérgula também semi-circular e rematado a S. por muro de suporte com cerca de 6m de altura, que delimita a N. o Largo Condessa Mumadona, sobre o qual pendem para o exterior do perímetro plantas de plumbago (Plumbago capensis), plantadas em alegrete contínuo, sobre o coroamento do muro. Encontram-se ainda plantadas nesta zona arbustos como a romãnzeira-de-jardim (Punica granatum) e árvores como as tílias (Tilia cordata) e os jacarandá (Jacaranda ovalifolia). Como já foi anteriormente mencionado, o campo de São Mamede desenvolvesse até ao extremo NE, do perímetro, segundo um eixo longitudinal com uma direcção SE-NO apresentando-se rodeado de plátanos (Platanus orientalis), em canteiros que acompanham este eixo, bilaterais e contínuos. |
Acessos
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Largo Condessa Mumadona, Rua Dona Constança de Noronha, Rua do Gravador Molarinho, Rua Dona Mafalda, Rua João Xavier de Carvalho, Rua Dona Teresa, Rua Conde Dom Henrique |
Protecção
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Parcialmente incluído na Zona Especial de Proteção do Núcleo Urbano da Cidade de Guimarães (v. PT010308340101), na Zona Especial de Proteção Conjunta do Castelo de Guimarães (v. PT01030834011), Igreja de São Miguel (v. PT01030834006) e Paço dos Duques de Bragança (v. PT01030834013) / Incluído na Zona de Proteção da Capela e Cruzeiro de Santa Cruz (v. PT010308340046) |
Enquadramento
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Urbano. Situado em redor da cumeada onde está implantado o castelo, limitado por estrada em praticamente todo o seu perímetro. |
Descrição Complementar
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Frente à fachada principal do Paço dos Duques, o espaço de entrada encontra-se pavimentado por calçada portuguesa, cujos cubos são em granito formam um desenho composto por quadrados com cerca de 1,80m. de lado, separados entre si por faixas constituída por lajes rectangulares de granito colocadas topo a topo. A Poente da Capela de Santa Cruz, na margem do caminho principal que passando a S. desta capela, se prolonga até ao exterior do perímetro, encontra-se, embebido em estrutura murária de planta semicircular, uma fonte de espaldar, com tanque ao nível do pavimento. Este espaldar encontra-se individualizado, apresentando suportes laterais e bica ao centro. A acompanhar a estrutura murária encontram-se dois bancos semi-circulares, também em granito, que enquadram a fonte, situada ao centro. |
Utilização Inicial
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Recreativa: parque |
Utilização Actual
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Recreativa: parque |
Propriedade
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Pública: Municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO PAISAGISTA António Viana Barreto. |
Cronologia
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1957, Abril - O espaço é projectado pelo Arquitecto Paisagista António Viana Barreto. |
Dados Técnicos
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Elaborado sistema de rampas e escadas rampeadas, no tratamento de um espaço com um declive tão acentuado, permitindo ao visitante que qualquer dos itinerários seguidos se revele excessivamente cansativo. |
Materiais
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Inertes: esteios, degraus pavimentos e valetas de drenagem em pedra granítica, trave de pérgula em madeira. Inertes: àrvores: oliveira (Olea europaea var. europaea), cipreste (Cupressus sempervirens), plátano (Platanus orientalis), carvalho (Quercus robur), castanheiro (Castanea sativa), choupo (Populus ssp), loureiro (Laurus nobilis), vidoeiro (Betula alba), tília (Tilia cordata) e jacarandá (Jacaranda ovalifolia); arbustos: loendro (Nerium oleander), romãnzeira-de-jardim (Punica granatum) e pilriteiro (Crataegus monogyna); herbáceas: roseiras (Rosa ssp.) e hortence (hydrangea macrophylla); trepadeiras: glicínia (Wisteria sinensis), plumbago (Plumbago capensis) e vinha (Vitis vinifera). |
Bibliografia
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ANDRESEN, Teresa, "Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian - Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geração de Arquitectos Paisagistas (1940-1970)", Lisboa, 2003, pág. 259. |
Documentação Gráfica
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IHRU: Arquivo Pessoal António Viana Barreto |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: Arquivo Pessoal António Viana Barreto |
Intervenção Realizada
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Nada a assinalar. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Camara 2010 |
Actualização
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