Igreja de Santa Marinha de Moreira de Rei / Igreja Paroquial de Moreira de Rei / Igreja de Santa Marinha / Igreja Velha

IPA.00002993
Portugal, Guarda, Trancoso, Moreira de Rei
 
Igreja paroquial româmica e gótica, de planta longitudinal composta por dois rectângulos justapostos. Fachada principal com portal em arco pleno. Portais laterais em arco quebrado. Iluminada por frestas em arco pleno. Cachorrada com decoração geométrica. Arco triunfal quebrado. Necrópole medieval de sepulturas antropomórficas escavadas em afloramentos rochosos e apresentação agrupada, isto é, formando núcleos familiares (BARROCA, 1991). Presença das medidas-padrão do côvado e do palmo gravadas no portal principal. Mísulas nos alçados laterais registam anterior existência de alpendres. Arco triunfal decorado com caneluras e meias-esferas.
Número IPA Antigo: PT020913120003
 
Registo visualizado 1574 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por dois rectângulos justapostos, com a cobertura diferenciada em telhado de duas águas. A fachada principal, orientada a O., possui embasamento proeminente. Portal em arco pleno com três arquivoltas, tímpano liso e colunelos laterais. A S. os capitéis dos colunelos são decorados com volutas estilizadas, enquanto a N. se mostram lisos. No fuste de um colunelo do lado S. observam-se as medidas-padrão do côvado e do palmo. A empena angular com cornija encontra-se interrompida pelo corpo do campanário dotado de duas aberturas sineiras e sem remate. No alçado S. abre-se um portal em arco quebrado com duas linhas de aduelas e tímpano liso, encimado por um alinhamento de quatro mísulas. No corpo da nave rasgam-se duas frestas em arco pleno, mas na capela-mor conta-se apenas uma janela. O alçado oposto soma três portas, uma recta e outra em arco pleno na nave (esta última entaipada e repetindo o alinhamento superior das quatro mísulas), e outra porta na capela-mor. Na nave abrem-se duas frestas, enquanto a capela-mor regista apenas uma. Em ambos os alçados laterais a cornija assenta em cachorrada com decoração geométrica. No alçado E. vê-se ainda uma fresta recta na capela-mor e outra na nave. Interior de nave única, com pavimento lajeado e armação do telhado à vista. O arco triunfal assenta sobre duas colunas embebidas, mostrando capitéis campaniformes decorados por motivos vegetalistas estilizados. Integra arco quebrado com três arquivoltas, sendo a central decorada por canais e a superior por meias-esferas. A capela-mor, iluminada por três frestas, tem também o pavimento lajeado e a armação do telhado a descoberto. A necrópole é composta por um conjunto de cerca de quarenta sepulturas escavadas em afloramentos graníticos, concentradas no lado E. e S.. Apresentam forma trapezoidal e antropomórfica, evidenciando diferenças de orientação e dimensão. Grande número de sepulturas de criança. Alguns exemplares encontram-se incompletos e soterrados.

Acessos

Largo da Praça. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,829960°, long.: -7.319889°

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 21 354, DG, 1.ª série, n.º 136 de 13 junho 1932 *1

Enquadramento

Urbano. Isolada, ergue-se em espaço pouco desnivelado, situado a meia-encosta, no sopé do Castelo (v. PT020913120004). Envolvida por necrópole de sepulturas escavadas em afloramentos graníticos. Na proximidade encontram-se o Pelourinho (v. PT020913120005), o ulmeiro, a antiga Casa da Câmara, a Cadeia e algumas construções descaracterizadas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Cultural e recreativa: edifício multiusos

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 12 / 13 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

PEDREIRO: Manuel Lourenço (1735).

Cronologia

Época medieval - provável organização da necrópole, coeva de igreja anterior, de menores dimensões (BARROCA, 1991); 1148 - a administração religiosa da povoação pela diocese de Braga é confirmada pelo Papa Eugénio II; séc. 12 / 13 - hipotética construção do templo, dedicado a Santa Marinha e localizado intramuros; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja é taxada em 120 libras; integra o termo de Moreira e o bispado de Viseu; 1516 - instituição da comenda da Ordem de Cristo; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra o território da Diocese de Viseu; séc. 18 - vigairaria do padroado real, constituindo com a Igreja de Santa Maria, abadia do padroado real, as duas paróquias coevas da povoação; 1735 - o pedreiro Manuel Lourenço arrematou a obra da abadia e residência paroquial; 1853 - visita de Alexandre Herculano, encontrando-se sem cobertura e abandonada; 1970 / 1975 - utilização do imóvel pelo Grupo Recreativo de Moreira de Rei para realização de espectáculos teatrais; apresentaria azulejos hispano-árabes no interior (TEIXEIRA, 1982); 2001 - reconstrução do campanário pela DGEMN.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Granito, cantaria, aparelho isódomo; madeira; telha de canudo

Bibliografia

HERCULANO, Alexandre, Apontamentos de Viagem, ( 1853 ), Lisboa, 1986, pp. 136-137; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; CASTRO, José Osório da Gama e, Diocese e distrito da Guarda, Porto, 1902; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1945; BIGOTTE, José Quelhas, O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda, Lisboa, 1948; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; TEIXEIRA, Irene Avilez, Trancoso, Terra de Sonho e Maravilha, Trancoso, 1982; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, 2ª ed., Lisboa, 1984; CORREIA, Joaquim Manuel Lopes, Trancoso ( Notas para uma Monografia ), 2ª ed., Trancoso, 1989; BARROCA, Mário, Do Castelo da Reconquista ao Castelo Românico ( Séc. IX a XII ), in Portugália, Porto, nova série, vol. XI - XII, 1990 / 1991, pp. 89 - 135; História da Arte em Portugal, [dir. PEREIRA, Paulo], vol. I, Lisboa, 1998; Foz Côa Inventário e Memóra, [coord. de SOALHEIRO, João], Porto, 2000; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

DGEMN: 1959 - plano das obras de restauro: reconstrução da fachada principal, incluindo a sineira; consolidação das paredes laterais e posterior; desaterro da nave e capela-mor; limpeza de paramentos de cantaria das paredes, construção da armação do telhado e respectiva cobertura, assentamento de lajeado na nave e capela-mor, restauro das cantarias dos guarnecimentos dos vãos, assentamento de portas em madeira, assentamento de vitrais, construção de altar simples em cantaria, limpeza de silhares de cantaria e refechamento de juntas em paredes interiores e exteriores; 1960 - obras de restauro: reconstrução da fachada principal, consolidação das paredes laterais e posterior, incluindo cintagem com betão armado, desaterro da nave e capela-mor, limpeza de paramentos de cantaria das paredes, restauro das cantarias dos guarnecimentos dos vãos, assentamento de portas em madeira; construção da armação do telhado e respectiva cobertura na capela-mor e parte da nave; 1961 - obras de restauro: conclusão da cobertura; construção da armação do telhado e respectiva cobertura em parte da nave; 1976 - obras de conservação: compactação do nível do pavimento na capela-mor; regularização do pavimento térreo para assentamento de tijoleira na nave, assentamento de lajeado na capela-mor; construção de degrau em cantaria no arco triunfal; assentamento de tijoleira; refechamento de juntas, assentamento de portas de madeira, assentamento de caixilhos em frestas e janelas; remate em madeira no tecto; 1996 - obras de conservação e reparação de coberturas, portas, caixilhos em rede nos vãos e tratamento da madeira no tecto *2; 2001 - reconstrução da torre sineira / campanário.

Observações

*1 - DOF: Igreja de Santa Marinha de Moreira de Rei e as sepulturas que nela se encontram. *2 - A DGEMN encontra-se a elaborar novo plano de obras.

Autor e Data

Margarida Conceição 1992

Actualização

Antero Carvalho 2005
 
 
 
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