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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta por dois rectângulos justapostos, com a cobertura diferenciada em telhado de duas águas. A fachada principal, orientada a O., possui embasamento proeminente. Portal em arco pleno com três arquivoltas, tímpano liso e colunelos laterais. A S. os capitéis dos colunelos são decorados com volutas estilizadas, enquanto a N. se mostram lisos. No fuste de um colunelo do lado S. observam-se as medidas-padrão do côvado e do palmo. A empena angular com cornija encontra-se interrompida pelo corpo do campanário dotado de duas aberturas sineiras e sem remate. No alçado S. abre-se um portal em arco quebrado com duas linhas de aduelas e tímpano liso, encimado por um alinhamento de quatro mísulas. No corpo da nave rasgam-se duas frestas em arco pleno, mas na capela-mor conta-se apenas uma janela. O alçado oposto soma três portas, uma recta e outra em arco pleno na nave (esta última entaipada e repetindo o alinhamento superior das quatro mísulas), e outra porta na capela-mor. Na nave abrem-se duas frestas, enquanto a capela-mor regista apenas uma. Em ambos os alçados laterais a cornija assenta em cachorrada com decoração geométrica. No alçado E. vê-se ainda uma fresta recta na capela-mor e outra na nave. Interior de nave única, com pavimento lajeado e armação do telhado à vista. O arco triunfal assenta sobre duas colunas embebidas, mostrando capitéis campaniformes decorados por motivos vegetalistas estilizados. Integra arco quebrado com três arquivoltas, sendo a central decorada por canais e a superior por meias-esferas. A capela-mor, iluminada por três frestas, tem também o pavimento lajeado e a armação do telhado a descoberto. A necrópole é composta por um conjunto de cerca de quarenta sepulturas escavadas em afloramentos graníticos, concentradas no lado E. e S.. Apresentam forma trapezoidal e antropomórfica, evidenciando diferenças de orientação e dimensão. Grande número de sepulturas de criança. Alguns exemplares encontram-se incompletos e soterrados. |
Acessos
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Largo da Praça. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,829960°, long.: -7.319889° |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 21 354, DG, 1.ª série, n.º 136 de 13 junho 1932 *1 |
Enquadramento
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Urbano. Isolada, ergue-se em espaço pouco desnivelado, situado a meia-encosta, no sopé do Castelo (v. PT020913120004). Envolvida por necrópole de sepulturas escavadas em afloramentos graníticos. Na proximidade encontram-se o Pelourinho (v. PT020913120005), o ulmeiro, a antiga Casa da Câmara, a Cadeia e algumas construções descaracterizadas. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: edifício multiusos |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 12 / 13 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PEDREIRO: Manuel Lourenço (1735). |
Cronologia
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Época medieval - provável organização da necrópole, coeva de igreja anterior, de menores dimensões (BARROCA, 1991); 1148 - a administração religiosa da povoação pela diocese de Braga é confirmada pelo Papa Eugénio II; séc. 12 / 13 - hipotética construção do templo, dedicado a Santa Marinha e localizado intramuros; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja é taxada em 120 libras; integra o termo de Moreira e o bispado de Viseu; 1516 - instituição da comenda da Ordem de Cristo; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra o território da Diocese de Viseu; séc. 18 - vigairaria do padroado real, constituindo com a Igreja de Santa Maria, abadia do padroado real, as duas paróquias coevas da povoação; 1735 - o pedreiro Manuel Lourenço arrematou a obra da abadia e residência paroquial; 1853 - visita de Alexandre Herculano, encontrando-se sem cobertura e abandonada; 1970 / 1975 - utilização do imóvel pelo Grupo Recreativo de Moreira de Rei para realização de espectáculos teatrais; apresentaria azulejos hispano-árabes no interior (TEIXEIRA, 1982); 2001 - reconstrução do campanário pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Granito, cantaria, aparelho isódomo; madeira; telha de canudo |
Bibliografia
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HERCULANO, Alexandre, Apontamentos de Viagem, ( 1853 ), Lisboa, 1986, pp. 136-137; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; CASTRO, José Osório da Gama e, Diocese e distrito da Guarda, Porto, 1902; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1945; BIGOTTE, José Quelhas, O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda, Lisboa, 1948; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; TEIXEIRA, Irene Avilez, Trancoso, Terra de Sonho e Maravilha, Trancoso, 1982; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, 2ª ed., Lisboa, 1984; CORREIA, Joaquim Manuel Lopes, Trancoso ( Notas para uma Monografia ), 2ª ed., Trancoso, 1989; BARROCA, Mário, Do Castelo da Reconquista ao Castelo Românico ( Séc. IX a XII ), in Portugália, Porto, nova série, vol. XI - XII, 1990 / 1991, pp. 89 - 135; História da Arte em Portugal, [dir. PEREIRA, Paulo], vol. I, Lisboa, 1998; Foz Côa Inventário e Memóra, [coord. de SOALHEIRO, João], Porto, 2000; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1959 - plano das obras de restauro: reconstrução da fachada principal, incluindo a sineira; consolidação das paredes laterais e posterior; desaterro da nave e capela-mor; limpeza de paramentos de cantaria das paredes, construção da armação do telhado e respectiva cobertura, assentamento de lajeado na nave e capela-mor, restauro das cantarias dos guarnecimentos dos vãos, assentamento de portas em madeira, assentamento de vitrais, construção de altar simples em cantaria, limpeza de silhares de cantaria e refechamento de juntas em paredes interiores e exteriores; 1960 - obras de restauro: reconstrução da fachada principal, consolidação das paredes laterais e posterior, incluindo cintagem com betão armado, desaterro da nave e capela-mor, limpeza de paramentos de cantaria das paredes, restauro das cantarias dos guarnecimentos dos vãos, assentamento de portas em madeira; construção da armação do telhado e respectiva cobertura na capela-mor e parte da nave; 1961 - obras de restauro: conclusão da cobertura; construção da armação do telhado e respectiva cobertura em parte da nave; 1976 - obras de conservação: compactação do nível do pavimento na capela-mor; regularização do pavimento térreo para assentamento de tijoleira na nave, assentamento de lajeado na capela-mor; construção de degrau em cantaria no arco triunfal; assentamento de tijoleira; refechamento de juntas, assentamento de portas de madeira, assentamento de caixilhos em frestas e janelas; remate em madeira no tecto; 1996 - obras de conservação e reparação de coberturas, portas, caixilhos em rede nos vãos e tratamento da madeira no tecto *2; 2001 - reconstrução da torre sineira / campanário. |
Observações
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*1 - DOF: Igreja de Santa Marinha de Moreira de Rei e as sepulturas que nela se encontram. *2 - A DGEMN encontra-se a elaborar novo plano de obras. |
Autor e Data
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Margarida Conceição 1992 |
Actualização
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Antero Carvalho 2005 |
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