Ermida de Nossa Senhora da Assunção / Igreja de Nossa Senhora da Assunção
| IPA.00000296 |
Portugal, Beja, Aljustrel, Messejana |
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Capela barroca de planta retangular, enquadrada por par de torres sineiras colocadas na diagonal. Edifício de tipologia erudita, apresenta pontos de contacto com a tradição construtiva do barroco do Brasil, pelas torres em escorço, de presença proeminente, pela articulação dos volumes, pela qualidade espacial das sacristias; de planimetria herdada dos modelos de arquitectura seiscentista, com um interior ainda ligado à arquitectura chã, exibe um exterior assumidamente barroco, em particular na fachada principal. |
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Número IPA Antigo: PT040201030011 |
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Registo visualizado 801 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal, de tipo telescópico, composta por nave, capela-mor e ábside em estreitamento progressivo, a que se adossam, na frontaria enquadrada, duas torres sineiras, dispostas em diagonal, e na capela-mor os volumes articulados da sacristia dupla, de planta hexagonal irregular. Perfeita coincidência nos planos exterior e interior. Cobertura diferenciada, a do corpo da nave e capela-mor em telhado de duas águas, a dos anexos em telhado de estrutura piramidal. Fachada principal a E. composta de vários planos, marcando claramente a planta; pórtico sobrepujado por janelão, com remate de frontão ondulado e recortado; torres de acentuada verticalidade rematadas por cúpulas bolbosas. Fachadas laterais rasgadas a meio da nave por porta sobrepujada por janelão; remates em cornija. Embasamentos, cunhais, pilastras e outros elementos divisórios pintados a azul. INTERIOR: cobertura da nave em abóbada de canhão; cornija moldurada saliente a todo o correr da nave, interrompida apenas pelo janelão da fachada, rematando aí em duas pilastras que terminam inferiormente, sensivelmente a meio da altura do pórtico, em duas pias; o janelão é em arco de volta perfeita e gradeado; duas pequenas portas ladeiam o pórtico dando acesso às torres; nos paramentos laterais rasgam-se, simétricas, duas portas sobrepujadas por janelões; dois púlpitos, simétricos, de caixa quadrangular de pedra lavrada, assente em mísulas de ferro trabalhado. Arco triunfal de volta perfeita com mísulas e bases em ressalto; capela-mor rectangular com cobertura em abóbada de aresta e portas de comunicação para a sacristia; revestimento parcial com painéis de azulejos historiados; retábulo-mor de camarim em talha dourada e polícroma em tom de azul. Azulejos de padrão nos espelhos das escadas de acesso ao camarim e aos púlpitos *1. Na sacristia nicho de pedra lavrada, em arco conopial e com pilastras rematadas por fogaréus. |
Acessos
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EN 264, ao Km4 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria nº 479/2010, DR, 2.ª série, n.º 127, 2ª Série, de 2 de Julho 2010 |
Enquadramento
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Rural, isolado, destacado. Implanta-se numa pequena colina, em posição de destaque, dominando a envolvente, com adro murado. |
Descrição Complementar
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O diálogo entre a planimetria chã e o exterior decisivamente barroco, cuja fachada, com torres oblíquas, parece inspirar-se na das igrejas do Senhor Jesus da Piedade de Elvas (v. PT041207030025) e da Conceição da Baía, no Brasil. |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 15 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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DiogoTavares Rodrigo, Miguel da Costa e José Manuel da Costa (oficiais canteiros); Miguel José, pintor (retábulo-mor) |
Cronologia
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Séc. 15 - a documentação refere a existência, no local do actual edifício, da ermida de Nossa Senhora de Entre Vinhas; Séc. 18 - provável reedificação da primitiva ermida; 1758, 28 de setembro - contrato da Confraria com os oficiais canteiros Diogo Tavares Rodrigo, Miguel da Costa e José Manuel da Costa por 400 mil réis; 1773 - contrato com o pintor Miguel José, de Lisboa, para douramento e pintura do retábulo-mor; 1969 - gravemente afectada pelo terramoto; 1984 - o templo é assaltado, sendo roubadas várias alfaias e parcialmente serrado o retábulo-mor *2; 2003, 18 de Fevereiro - Proposta de classificação pela DRÉvora; 2003, 20 de Fevereiro - Despacho abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPAR; 2009, 15 de Março - Proposta de classificação como IIP e de criação de ZEP pela DRCAlentejo; 2009, 15 de Julho - Parecer favorável da classificação como IIP e da ZEP pelo Conselho Consultivo do IGESPAR; 2010, 29 de Março - Despacho de homologação de classificação pelo Secretário de Estado da Cultura; 2015, 20 novembro - a igreja é alvo de novo arrombamento e furto. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas, com elementos arquitectónicos em cantaria, pavimentos em tijoleira, cobertura de telha mourisca, painéis de azulejos historiados, retábulo de talha dourada e polícroma. |
Bibliografia
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BORGES, Ana Maria de Mira e MARINO, Luís , A Ermida de Nossa Senhora da Assunção de Messejana in Actas do II Congresso Internacional do Barroco, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Junho de 2001; DIAS, Maria da Graça, "Ermidas e Capelas do Concelho de Aljustrel", Vipasca, Vol.2, Aljustrel, 1993; LOBATO, João Rodrigues, Aljustrel. Monografia, Aljustrel, 1983; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/5166655 [consultado em 1 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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DGEMN / Paróquia: 1969 - recuperação dos estragos ocasionados pelo terremoto do mesmo ano. |
Observações
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*1 - os azulejos, do séc. 17, foram aqui reutilizados; *2 - a ermida foi em anos posteriores alvo de novos assaltos, num deles sendo roubado o sino de bronze, do Séc. 18, peça de grandes dimensões, pesando c. de de meia tonelada. |
Autor e Data
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José Falcão e Ricardo Pereira 1996 |
Actualização
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