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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Planta centralizada, quadrada, munida de dois meios baluartes, com guaritas, virados à frente marítima, a S., e de dois falsos baluartes, rectangulares, virados a N., ladeando a entrada principal. Na barbeta várias borracheiras (Ficus elástica) e uma antena de radar da Brigada Fiscal. No pátio de armas dois edifícios térreos de planta longitudinal, dispostos paralelamente às fachadas O. e E., e adossados à fachada N., com cobertura em telhado de 2 águas em telha de canudo: a E. a Casa da Guarda em alvenaria rebocada e caiada, de remate recto em beirado saliente; fachada principal a O., rasgada por janelas rectangulares com molduras pétreas e caixilharias de 4 lumes, de madeira branca e aro pintado a verde-garrafa; porta de verga recta com molduras pétreas, com ombreiras munidas de bases; no eixo da porta o corpo de chaminé tronco-piramidal. |
Acessos
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EN 1242, na povoação de Cacela Celha |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção do Conjunto de Cacela Velha (v. PT050816010002) / Incluído no Parque Natural da Ria Formosa e no Plano Sectorial da Rede Natura 2000: Sítio de Interesse Comunitário Ria Formosa / Castro Marim (PTCON0013) |
Enquadramento
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Urbano, marítimo, sobranceiro à Ria Formosa, a 67m acima do nível do mar, no ângulo SE. da povoação de Cacela Velha (v. PT050816010002). A fachada principal a N. abre para praça na qual se destacam cinco palmeiras das Canárias de grande porte. Afrontando a fachada O. a Igreja Matriz (v. PT050816010008). No meio baluarte SO. e no falso baluarte NE. adossam-se os panos da muralha. A E. o núcleo islâmico de Cacela |
Descrição Complementar
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INSCRIÇÕES: EM O REINADO / DA AUGUSTISSIMA S. / D. M. 1. RAINHA DE PORTUGAL / GOUVERNANDO ESTE REINO DO / ALGARVE O INLUSTRISSIMO EX.MO NUNO JOZÉ FULI / GENSIO DE MENDONSA E MOU / RA CONDE DE VAL' DE REIS GEN / TIL HOME DE S. A. R. DEPUTADO / DA JUNTA DOS 3 ESTADOS GO / VERNADOR E CAPITAN GENERAL / DESTE REINO MANDOU REEDIFI / CAR E (A)CABAR ESTA FORTALEZA / SENDO INSPETOR DA MESMA / OBRA O DESEMBARGADOR JOZÉ CAETANNO / D'ANDRADE E CASTRO GUAR / DA MOR DA CIDADE DE TAVIRA / ANNO DE 1794. |
Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Residencial |
Propriedade
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Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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Séc. 12, início - Cacela velha é referida por Al-Idrisi como tendo "uma fortaleza construída há beira-mar"; 1240 - tomada da povoação aos mouros por D. Sancho II e doação da mesma com o seu castelo à Ordem de São Tiago; 1242 - D. Peres Paio correia, Mestre de São Tiago e fronteiro-mor do Algarve recupera a povoação entretanto caída de novo sob o domínio árabe; 1255, 20 de Setembro - confirmação da doação régia à Ordem de SãoTiago por D. Afonso III; 1283, 17 de Julho - foral por D. Dinis; 1521 / 1578 - nos reinados de D. João III e de D. Sebastião, estando as estruturas defensivas medievais quase desmanteladas, foi mandada construir a actual fortaleza; 1565 - os visitadores da Ordem descrevem a fortaleza: "Visitámos ho castello ho quall he todo murado e a muralha reformada de novo ho quall he quadrado e tem em cada canto sua torre" (CAVACO, 1987); 1617 - levantamento de Alessandro Massai; o castelo encontrava-se arruinado, não havendo moradores na vila; proposta para se "desmanchar" o castelo e extinguir a povoação *1; 1621 - planta da fortaleza, da Descrição do Reino do Algarve, feita por Alexandre Massaii; 1755 - o terramoto deixa muito arruinadas a fortaleza; 1770 - D. Rodrigo de Noronha, governador do Algarve, mandou reconstruir a fortaleza, nela instalando um farol; 1794 - D. Nuno José Fulgêncio de Mendonça e Moura, conde de Vale de Reis, finaliza a reconstrução da fortaleza, sendo inspector da obra José Caetano de Andrade e Castro, guarda-mor da cidade de Tavira, conforme consta da inscrição conservada no portal (OLIVEIRA, 1908); 1897 - afectas ao Comando-Geral da Guarda-Fiscal duas casas para instalação de um posto fiscal e de outras duas ao Ministério da Marinha para habitação do faroleiro e arrecadação de material; 1939, 26 de Janeiro - lavrado o auto de devolução ao Ministério das Finanças do antigo prédio militar nº 3 de Tavira, denominado Forte de Cacela; 1939, 23 Junho - a Direcção-Geral da Fazenda Pública informa a DGEMN que a parte rústica do prédio vais ser arrendada; 1942, 15 de Junho - A Direcção-Geral da Fazenda Pública solicita à DGEMN a elaboração do projecto de obras relativo à construção da armação e cobertura dos telhados das duas casas da Guarda Fiscal e do faroleiro e reparação e consolidação das muralhas; 1942, 25 de Julho - a Direcção de Monumentos Nacionais informa a DGEMN que foi construído a menos de 20m do imóvel "um prédio ultra-moderno, que por completo destoa e briga com o ambiente local"; 1943 - o Comando-Geral da Guarda Fiscal solicita a reparação urgente da parede O. que ameaça desmoronar-se sobre a caserna do Posto Fiscal; 1945 - obras de reparação pela DGEMN; 1957 - a fachada N. encontrava-se caiada preconizando-se a picagem de rebocos e refechamento de juntas, a reparação da muralha E. e o levantamento e assentamento de parte do lajedo do pavimento da parada cujas pedras se encontram soltas; escavações realizadas pelo arrendatário dos terrenos adjacentes à muralha S. puseram a descoberto as suas fundações que chegam a atingir 4m de profundidade; 1973 - pondera-se o aproveitamento do imóvel para residência oficial; 1990, Março - o Comando-geral da Guarda Fiscal - Serviço de Obras e Património solicita à DGEMN autorização para a colocação de uma antena. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1948, vol. III; BAPTISTA, Desidério Sares, Bases para uma proposta de salvaguarda e valorização do núcleo histórico de Cacela e da zona especial de protecção (texto policopiado), Universidade de Évora, 1997; CAVACO, Hugo, Cacela no Século XVII (Dez anos de Governo Autárquico), Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, 1990; COUTINHO, Valdemar, Castelos, Fortalezas e Torres da Região do Algarve, Vila Real de Santo António, 1997, LOPES, João Baptista da Silva, Corografia do reino do Algarve, Lisboa, 1841; VEIGA, Estácio da, Archeologia: projecto de legenda symbolica para a elaboração e interpretação da carta de archeologia historica do Algarve (...), Lisboa, 1885. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID-001/008-0963/, DGEMN:DSARH-010/294-0002, DGEMN:DSARH-010/294-0003; CCRAlg (Comissão de Coordenação da Região do Algarve); CMVRSA (Câmara Municipal de Vila Real de Santo António); IPPAR; AHM: Planta de Cacela BN: Planta da "Fort. d'Cacella", José de Sande Vasconcelos; Planta de Cacela, Alexandre Massay, 1617; Carta topográfica dos baldios e terras incultas, José de Sande Vasconcelos, 1775; Casa de Cadaval: Luís de Figueiredo, Descrição e plantas da Costa, dos Castelos e Fortalezas, desde o o Reino do Algarve até Cascaes..... Fl. 26 e 27 (1607/1615), Cota: nº 29, Cota antiga MVII-26 (existe cópia microfilmada no ANTT: mf. 1717) |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; CCRAlg; CMVRSA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; CCRAlg; CMVRSA |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1945 - reparação das muralhas, incluindo o enchimento com argamassa em vários pontos; reparação geral de rebocos; construção de instalações sanitárias; construção e assentamento de portas e caixilhos; IPPC: 1970 - levantamento arquitectónico; Comando-Geral da Guarda Fiscal: 1991 - obras de adaptação incluindo na ala esquerda alteração da cozinha e WC existentes e execução de tecto na Sala de Controle; 1991 - embargo das obras da Guarda Fiscal pelo IPPC; 1992 - levantamento arquitectónico; 1998 - campanha arqueológica com recolha de espólio cerâmico; 2001 - execução da 2ª campanha arqueológica, estudo e informatização dos materiais cerâmicos da campanha de 1998 (v. PT050816010002). |
Observações
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EM ESTUDO; *1 - no desenho de Massai a fortaleza apresenta a "Porta do castelo" na fachada N. descentrada, à direita, protegida por revelim no interior; "casas do Alcaide-mor no ângulo interior SO.; celeiro; no meio-baluarte E. "torre terraplanada" e no O. "Torre com duas casas em cima"; no falso baluarte E. "Torre como sino de vigia" e no O. "Torre de menagem com dias casas sobrepostas"; o meio-baluarte E. apresenta quatro faces e o O. apenas três. |
Autor e Data
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Rosário Gordalina 2010 |
Actualização
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