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Sítio Sítio pré e proto-histórico Arte rupestre
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Descrição
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Constituído por seis sítios que acompanham o curso do rio Côa ao longo de cerca de 800m, na sua margem esquerda *2. Distribuem-se pelas formações escarpadas, aproveitando os painéis verticais e lisos virados ao rio. O sítio que os investigadores designam Faia 1 integra três painéis. Num deles figuram dois bovídeos semi-naturalistas pintados a vermelho. Outro painel ostenta um antropomorfo esquemático e um outro indeterminado. O terceiro painel tem pintado um orante esquemático. O sítio designado Faia 2 é constituído por um grande painel com dois grupos de barras pintadas a vermelho ladeadas por manchas inderminadas. A Faia 3 é um painel superiormente protegido por uma pala ao centro do qual é reconhecível um grande antropomorfo semi-esquemático, pintado a preto, que parece segurar um objecto em cada uma das mãos ( talvez um arco e um outro objecto indeterminado ). Identificaram-se outras manchas de pintura mas sem que sejam reconhecíveis. A Faia 4 apresenta apenas uma mancha de ocre que não forma qualquer motivo. A Faia 5 é um painel no qual figuram dois pequenos antropomorfos esquemáticos pintados a vermelho apresentando mãos com longos dedos. A Faia 6 é uma grande superfície vertical, com cerca de 30 m de altura, na qual as pinturas e gravuras se encontram figuradas em vários painéis, a cota relativamente baixa, pouco acima do nível actual da águas. O núcleo mais meridional, constituído pelo maior painel, apresenta quatro cabeças de bovídeo gravadas por abrasão, cujo traço foi pintado a ocre. Nalguns casos foram pintados a ocre pormenores da boca e narinas. A cabeça de um destes auroques, que recebeu pintura sobre os traços gravados que a definem, excepcionalmente conservada, encontra-se numa localização muito protegida, sob um ressalto da rocha. Dentro da cabeça do auroque e sob a cabeça, encontram-se dois antropomorfos esquemáticos pintados a vermelho. Destaca-se a relação dos motivos com o suporte em que foram gravados, parecendo emergir da rocha. Para jusante destas figuras encontra-se um grande capríneo gravado por picotagem e abrasão e, no painel mais meridional, duas cabeças cruzadas, uma de auroque e uma outra de equídeo, gravados também por picotagem e abrasão ( CNART, 1999; BAPTISTA, 1999 ). |
Acessos
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A partir de Cidadelhe, caminho de pé posto que termina algo distante do sítio *1. GAUSS: M-287.3, P-442.4 ( N ) M-287.1, P-440.4 ( S ); Fl.151 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 32/97, DR, 1.ª série, n.º 150 de 02 de julho de 1997 / Incluído no Conjunto dos núcleos de arte rupestre do Vale do Côa (v. PT020914170042); Incluída na Área Protegida Privada Faia Brava |
Enquadramento
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Limite montante da área de dispersão da arte rupestre, o rio Côa corre aqui encaixado, entre altas escarpas graníticas. Impera o tom selvagem, isolado e imponente do lugar, de relevo vigoroso e vegetação rasteira. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Época Construção
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Paleolítico / Neolítico / Calcolítico |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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c. 16 000 a 10 000 BP, Magdalenense - período de gravação e pintura dos zoomorfos naturalistas ( Faia 6 ); Neolítico - período de pintura de zoomorfos semi-naturalistas e antropomorfos semi-esquemáticos ( Faia 1 e Faia 3 ); Neolítico Final / Calcolítico - período de pintura de antropomorfos esquemáticos ( Faia 1 e Faia 5 ) ( CNART, 1999 ); 1990, década - as pinturas da Faia 1 e Faia 2 foram identificadas pelas primeira vez por Francisco Sande Lemos quando procedia ao estudo de impacte ambiental encomendado pela EDP, estudo que precederia as obras de construção da barragem para aproveitamento hidroeléctrico do rio Côa. Na sequência das recomendações desse estudo, foi constituído pelo IPPAR o Projecto Arqueológico do Côa, coordenado por Nelson Rebanda, que veio a identificar as primeiras gravuras paleolíticas da Canada do Inferno; 1990, década - Núcleo inventariado e desenhado parcialmente pelo Centro Nacional de Arte Rupestre. |
Dados Técnicos
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Pinturas a ocre e negro e gravuras obtidas por picotagem e abrasão ou por combinação das duas técnicas. |
Materiais
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Granito, tinta ocre e negra. |
Bibliografia
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REBANDA, Nelson, Os trabalhos arqueológicos e o complexo de arte rupestre do Côa, Lisboa, [ 1995 ]; CARVALHO, António Faustino de, ZILHÃO, João; AUBRY, Thierry, Vale do Côa. Arte Rupestre e Pré-História, Lisboa, 1996; ZILHÃO João ( Coord. ), Arte rupestre e pré-história do Vale do Côa. Trabalhos de 1995-1996, Lisboa, 1997; BAPTISTA, António Martinho, A Arte dos caçadores paleolíticos do vale do Côa, Vila Nova de Foz Côa, 1999 ( no prelo ); CNART ( Centro Nacional de Arte Rupestre ), Inventário da arte rupestre do Vale do Côa, 1999 ( informatizado, não publicado ). |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CNART |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CNART; Imagens gentilmente cedidas pelo Centro Nacional de Arte Rupestre |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - Parte dos painéis são inacessíveis sem equipamento adequado e o núcleo não é ainda visitável em esquema de visita organizada pelo Parque Arqueológico; *2 - Área de dispersão das rochas gravadas; *3 - O Parque Arqueológico Vale do Côa encontra-se em fase de preparação ou negociação da aquisição dos terrenos correspondendo aos núcleos de gravuras rupestres. |
Autor e Data
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Alexandra Cerveira 1999 |
Actualização
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