Conjunto Habitacional do Alto do Zambujal
| IPA.00028224 |
Portugal, Lisboa, Amadora, Alfragide |
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Conjunto arquitetónico residencial multifamiliar. Habitação económica de promoção pública estatal (FFH), construída no âmbito do Plano Integrado do Zambujal. Conjunto de grande dimensão composto por edifícios multifamiliares em banda de três a seis pisos com fogos T, T1, T2, T3, T4 e T5, e comércio em alguns pisos térreo, formando quarteirões abertos em forma de U. |
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Número IPA Antigo: PT031115030033 |
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Conjunto arquitetónico Edifício Residencial multifamiliar Habitação económica Promoção pública estatal (FFH) Plano Integrado do Zambujal (PIZ)
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Descrição
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Conjunto residencial, construído pelo FFH, constituído por 60 edifícios (601 fogos, 14 lojas e 4 armazéns) organizados em bandas contínuas, formando traçado regular, resultante de conjugação de plantas em U, com média densidade. O Plano Integrado do Zambujal surge em consequência do contrato celebrado em 1973 entre várias entidades, permitindo realojar a população que se encontrava a ocupar os terrenos onde se pretendia fazer a urbanização de Miraflores. O terreno inicialmente previsto para esse realojamento estava abrangido por uma servidão militar, pelo que foi posteriormente definida a atual localização, entre a E.N. 117 Lisboa - Sintra, a Estrada da Circunvalação e a Estrada de Alfragide, abrangendo uma área de cerca de 122 hectares, na qual se previa a construção de 2000 fogos. A população conhecida era constituída por cerca de 1000 famílias das quais 500 pertenciam ao Bairro de Santas Martas e cerca de 500 ao Bairro da Estrada da Circunvalação. Foi efetuado um inquérito à população do primeiro bairro, pelo Instituto da Família e Ação Social e pela Equipa de Serviço Social do FFH. No que respeita à população da Estrada da Circunvalação, o processo de inquérito foi conduzido por uma equipa SAAL que interveio como interlocutor da população junto da equipa responsável pelo Plano. No projeto original, desenvolvido por equipa externa ao FFH, estava prevista a existência nesta zona de: uma escola secundária; uma creche e jardim-de-infância; um centro desportivo e recreativo no edifício da Rádio Renascença a recuperar (onde atualmente se localiza a Agência Portuguesa do Ambiente); comércio e arrecadações. O planeamento da zona inventariada e o projeto de arquitetura dos edifícios foi realizado pelo mesmo arquiteto, originando assim um grande entrosamento entre ambos. Os imóveis agrupam-se em 7 núcleos com diferente organização no espaço urbano: 3 deles formando planta em "U", com praça no seu interior e designados originalmente por "conjunto" e outros 4 núcleos contíguos, alinhados ao longo da Rua da Murgueira e designados por "zona". O Conjunto I é constituído por 10 edifícios com 103 fogos, o Conjunto II é constituído por 9 edifícios com 81 fogos, o Conjunto III é constituído por 7 edifícios com 81 fogos e 7 lojas, a Zona B é constituída por 6 edifícios, a Zona C por 7 edifícios, a Zona D por 7 edifícios num total de 194 fogos, 3 armazéns e 7 lojas e a Zona E é constituída por 14 edifícios com 142 fogos e 1 armazém. O Conjunto I - Praça das Minas, abrange a Rua do Cerrado do Zambujeiro, nºs 1, 2, 3 e 4, a Rua das Minas, nºs 1, 2 e 3 e a Rua das Galegas, nºs 21, 22 e 23; Conjunto II - Parque das Galegas, abrange a Rua do Cerrado do Zambujeiro, nºs 5, 6 e 7, a Rua das Galegas, nºs 18, 19 e 20 e a Rua da Murgueira, nºs 22, 23 e 24; Conjunto III - Praça da Porta do Viveiro, abrange a Rua do Cerrado do Zambujeiro, nºs 8, 9 e 10, a Rua da Murgueira, nºs 25, 26 e 27 e a Rua da Porta do Viveiro, nº 1; Zona B, constituída pela Rua das Galegas, nºs 1, 2, 3 e 4 e pela Rua da Murgueira, nºs 1 e 2; Zona C, constituída pela Rua das Galegas, nºs 5 e 6 (os nºs 7 e 8 são posteriores) e pela Rua da Murgueira, nºs 3, 4, 5, 6 e 7 (o nº 8 é posterior); Zona D, constituída pela Rua das Galegas, nºs 9, 10, 11 e 12 e pela Rua da Murgueira, nºs 10, 11 e 12 (o nº 9 é posterior); Zona E, constituída pela Rua das Galegas, nºs 13, 14, 15, 16 e 17 e pela Rua da Murgueira, nºs 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21. Edifícios em banda, com 3, 4, 5 e 6 pisos, aproveitando o relevo existente: os edifícios de menor cércea localizam-se nas zonas mais elevadas. Formam volumes uniformes, de fachadas lisas, com pequena faixa de remate no topo dos paramentos, re-entrantes apenas na zona das caixas de escadas. Pisos térreos com algumas zonas vazadas correspondendo aos volumes salientes de remate de algumas bandas. Acesso vertical feito através de caixa de escada aberta ao exterior, posteriormente fechada por caixilharias de alumínio. As frações não habitacionais localizadas nos pisos térreos em algumas situações surgem em semi-cave, originadas pelas diferenças de cotas entre as ruas. Cinco conjuntos de edifícios encontram-se pintados a verde-claro, os restantes dois, os conjuntos II e III, estão pintados na cor creme com elementos (pilares, zonas re-entrantes das fachadas e dos vãos) pintados a amarelo vivo. As janelas, agrupadas aos pares de uma janela de uma folha e outra de duas folhas, são de correr, com estores em PVC. ARRANJOS EXTERIORES: Coexistência de dois tipos de espaços com tratamento diferenciado: o Parque das Galegas, espaço verde ocupando a situação dominante do cabeço do Alto do Zambujal; e espaços exteriores urbanos adjacentes à habitação, predominantemente construídos e pavimentados. Apresentam diferentes tipos, nomeadamente: interior de quarteirão constituído por diversas plataformas a diferentes níveis, ligados por uma rede ortogonal de caminhos de peões (Praça das Minas); espaços entre edifícios em plataformas a diferentes níveis separados por taludes revestidos com vegetação (Rua das Galegas/Rua da Murgueira); espaços de enquadramento e acesso à zona de moradias (Paraíso Céu Aberto). Caldeiras das zonas verdes, muros divisórios e de sustentação em betão descofrado à vista à cor natural ou pintado a verde em algumas zonas. |
Acessos
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Estrada do Zambujal; Rua das Galegas |
Protecção
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Parcialmente incluído na Zona Especial de Proteção do Aqueduto das Francesas (v. IPA.00027746) |
Enquadramento
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Periurbano, integrado no Plano Integrado do Zambujal (v. IPA.00028222) no local de cota mais elevada, em zona urbana com malha rarefeita, rodeado por zonas residenciais, industriais e de grande comércio, junto à linha divisória que separa o concelho de Lisboa do da Amadora. O conjunto encontra-se delimitado a noroeste pela Rua da Porta do Viveiro e Rua da Murgueira, a sudeste pela Rua da Murgueira, a sudoeste pela Travessa da Rebeca, Rua das Galegas e Rua da Mina e a noroeste pela Rua do Cerrado do Zambujal. A norte encontra-se o aglomerado da Buraca, separado deste pelo IC19, a nordeste a Agência Portuguesa do Ambiente, a este o Estádio Pina Manique e o Bairro da Boavista, ainda a E. e a S. encontram-se as moradias da Cooperativa Paraíso Céu Aberto (v. IPA.00029297) e a O. várias cooperativas de habitação e a zona da Rua das Mães d'Água (v. IPA.00028223). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Pública: estatal de administração indireta |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Victor Figueiredo e Duarte Cabral de Mello. |
Cronologia
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1969, 28 maio - criação do Fundo de Fomento da Habitação (FFH), contribuindo para a resolução do problema habitacional dos indivíduos não beneficiados pelas Caixas de Previdência ou outras instituições semelhantes, e face à crescente afluência de população migrante a viver em aglomerações de construções precárias; 1972, 9 outubro - aprovação do anteplano do Zambujal pelo Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo com base no parecer favorável da então Direção Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU), onde se ressalvam certos aspetos referentes aos condicionamentos impostos pelo Plano Diretor da Região de Lisboa; 1973, 1 março - celebração do contrato entre o Fundo de Fomento da Habitação, a Câmara Municipal de Oeiras, o proprietário Joaquim Peña Mechó, o Instituto da Família e Ação Social e a firma Habitat, que dá origem ao Plano Integrado do Zambujal (PIZ); finais - constituição de uma equipa pluridisciplinar que reformula o anterior Anteplano, procurando a inserção de um traçado urbano coerente numa estrutura integradora dos aspetos de ordenamento biofísico e salvaguarda dos recursos paisagísticos da zona; 1974, 22 julho - lançamento da Declaração de Expropriação Sistemática dos terrenos pela Presidência do Conselho de Ministros, para a concretização do Plano Integrado do Zambujal; 8 novembro - Declaração de Utilidade Pública, dando origem aos processos de expropriação dos terrenos necessários à execução do Plano; 1975/1977 - desenvolvimento do projeto de arquitetura pelos arquitetos Vítor Figueiredo (1929-2004) e Duarte Cabral de Mello (1941-); 1975, março - início das obras de execução do PIZ; 1977 - lançamento da empreitada nº 10/DHL/77, "Execução da 2ª fase das infraestruturas do Alto do Zambujal - 763 fogos", adjudicada à empresa Ansecal; 1978 - lançamento da empreitada n.º 10/DHL/78, "Construção de 103 fogos no conjunto I do Alto do Zambujal", adjudicada à empresa Fonseca e Filhos Lda.; 1979, 11 setembro - criação do município da Amadora, passando o PIZ a fazer parte desta autarquia (desde 1916 pertencia ao município de Oeiras); 1980/1981 - construção dos edifícios; 1980 - lançamento da empreitada n.º 5/DHL/80, "Construção de 81 fogos no conjunto II do Alto do Zambujal", adjudicada à empresa Mesquita, Lda.; lançamento da empreitada nº 6/DHL/80, "Construção de 81 fogos e 7 lojas no conjunto III do Alto do Zambujal", adjudicada à empresa Mesquita, Lda.; lançamento da empreitada n.º 11/DHL/80, "Construção de 142 e 1 armazém no conjunto E do Alto do Zambujal", adjudicada à empresa Francisco dos Santos; lançamento da empreitada n.º 12/DHL/80, "Construção de 194, 3 armazéns e 7 lojas nos conjuntos B, C e D do Alto do Zambujal", adjudicada à empresa Francisco dos Santos; 1982, 29 maio - extinção do FFH; o processo prolonga-se até à 1987, período durante o qual a gestão do bairro está a cargo da Comissão Liquidatária do Fundo de Fomento da Habitação; 1983, julho - último auto da empreitada nº 6/DHL/80; 1984 - lançamento da empreitada n.º 5/DHL/84 para conclusão da empreitada nº 10/DHL/78; abril - último auto da empreitada nº 11/DHL/80; 1985, setembro - último auto da empreitada nº 12/DHL/80; dezembro - último auto da empreitada nº 10/DHL/78, não tendo sido concluída; 1986 - Arq. Vítor Figueiredo é galardoado com o prémio AIDA, da Associação Internacional dos Críticos de Arte pelo conjunto urbano-arquitetónico do Alto do Zambujal; julho - último auto da empreitada nº 5/DHL/84; dezembro - encontravam-se construídos e habitados 498 fogos, 14 lojas e 4 armazéns; 1987 - conclusão da empreitada nº 5/DHL/80; 26 fevereiro - criação do Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado (IGAPHE) pelo Decreto-Lei n.º 88/87, assumindo as funções do FFH; 2002, 5 novembro - fusão do IGAPHE com o Instituto Nacional da Habitação (INH) através do Decreto-Lei nº 243/2002; 2007, julho - com a criação do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), a propriedade do bairro transita para este novo organismo; 2008, 30 abril - protocolo de parceria para o estabelecimento de um programa de reabilitação e desenvolvimento integrado na zona do Plano Integrado do Zambujal, Amadora "Zambujal Melhora", entre a CMA e o IHRU; 22 julho - protocolo de financiamento "Política de Cidades - Parcerias para a Regeneração Urbana", entre a Autoridade de Gestão PORLISBOA, o Município da Amadora, o IHRU e a Escola Intercultural das Profissões e do Desporto da Amadora; 2009, 14 março - IHRU inicia levantamento para atualização dos dados dos arrendatários que residem na zona do Zambujal (Rua das Mães d'Água e Alto do Zambujal); 2010, outubro - elaboração da Carta de Risco do conjunto pelo IHRU / SIPA. |
Dados Técnicos
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Estrutura de betão armado em pórtico com lajes em betão pré-esforçado. Paredes em alvenaria de tijolo duplex. |
Materiais
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Betão armado, laje aligeirada, vigotas de betão pré esforçado, abobadilha cerâmica, tijolos duplex, argamassa de cimento, reboco hidrofugado, caixilhos de alumínio anodizado à cor natural, chapa ondulada em fibrocimento, estuque, tinta plástica, azulejo 15x15, tacos de madeira de pinho, régua de madeira de pinho, estores em PVC, sanitários em louça branca, vidros simples transparentes. |
Bibliografia
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Ainda em busca de um direito à cidadania - Situações de realojamento em análise. Relatório 207/95 - GE. Lisboa: LNEC, 1995; Gestão integrada de parques habitacionais de arrendamento público - Proposta final de um guião recomendativo. Relatório 294/99 - NA. Lisboa: LNEC, 1999; GRAÇA, Joana - Contabilidade Analítica - Plano Integrado do Zambujal. Lisboa: FFH, 1986; Inquérito à Arquitetura do Século XX em Portugal. Lisboa: OA, 2006; Levantamento dos ramos de atividade económica, equipamentos e serviços existentes na zona do Plano Integrado do Zambujal. Lisboa: IGAPHE, 2000; Manual da Habitação. Lisboa: IGAPHE, 1995; Plano Integrado do Zambujal - Relatório Geral. Lisboa: FFH, 1976; Plano Integrado do Zambujal - uma experiência de planeamento, projeto, obra e gestão de estrutura verde e espaços exteriores. Lisboa: FFH, 1982; Plano Integrado do Zambujal - Amadora, Relatório. Lisboa: FFH - Comissão Liquidatária, 1986; Zona da Grande Lisboa - Plano Integrado do Zambujal - Loteamento da Área Adjacente a Alfragide. Lisboa: IGAPHE, 1989. |
Documentação Gráfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU (Bairro n.º 3042) |
Intervenção Realizada
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CMA: 2010 - manutenção regular dos espaços verdes na zona do Parque do Casal do Zambujal e na Rua da Murgueira; IGAPHE: 1996 - obras de reabilitação, incluindo pintura das fachadas; IHRU: 2008 - reparação dos serviços comuns; 2012 - 2013 - obras de reabilitação. |
Observações
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As casas são atribuídas de acordo com o número de indivíduos do agregado familiar e as rendas são calculadas de acordo com o seu rendimento médio mensal. |
Autor e Data
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Teresa Ferreira 2010 |
Actualização
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Anouk Costa 2013 |
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