Fábrica Velha / Fábrica Campos de Mello e Irmão
| IPA.00027566 |
Portugal, Castelo Branco, Covilhã, União das freguesias de Covilhã e Canhoso |
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Fábrica construída no séc. 20, composta por dois corpos adossados, de planta rectangular, com fachadas rasgadas por vãos rectilíneos e caixilharias simples. Edifício muito alterado ao longo do tempo, para se poder adaptar aos elementos mecanizados que iam aparecendo, tendo sido totalmente remodelada no séc. 20, pouco restando do original, talvez o tanque interior, de grandes dimensões. |
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Número IPA Antigo: PT020503070287 |
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Edifício e estrutura Edifício Extração, produção e transformação Fábrica Fábrica têxtil
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Descrição
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Edifício composto por dois corpos de planta rectangular simples, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas *2. Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, evoluindo em um e dois pisos, adaptando-se ao desnível do terreno, rasgada uniformemente por vãos rectilíneos. INTERIOR com um lavadouro interior com c. 70 metros. |
Acessos
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Estrada da Fábrica Velha; Rua da Indústria. WGS84: 40º17'11.96''N., 7º30'26.68''O. |
Protecção
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Em vias de classificação *1 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, situado numa zona de forte pendor de inclinação, rodeado de outras fábricas e várias oficinas. Situado na margem esquerda da Ribeira da Carpinteira, a meia-encosta. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Extração, produção e transformação: fábrica |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Miguel Correia (2006). |
Cronologia
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1681 - fundação da primeira fábrica régia no local, atribuída a D. Luís de Meneses, primeiro Conde da Ericeira, denominada como Fábrica Nacional de Sarjas e Baetas; a unidade fabril era gerida pela Junta das Fábricas, que pertencia à Junta do Comércio; contratação de técnicos ingleses para ensinar a população local; tinha os mesmos privilégios que a de Cascais; 1678, Julho - construção do tinte, sucedendo-se a dos pisões e prensas; 1679 - inauguração da fábrica; 1686, 9 Agosto - alvará de D. Pedro II proibindo o uso de panos que não fosse nacional; 1688, 28 Setembro - alvará de D. Pedro II proibindo o uso de panos que não fosse nacional; 1698, 14 Novembro - alvará de D. Pedro II proibindo o uso de panos que não fosse nacional; 1702, 21 Julho - alvará de D. Pedro II proibindo o uso de panos que não fosse nacional; 1734 - o Padre Cabral de Pina descreve a fábrica como tendo um pisão, tinte e prensa com cerca de 20 trabalhadores e vários oficiais de carda e mulheres; 1764 - 1777 - aforamento da fábrica a Simão de Carvalho, por 30$000; surgem vários mestres catalães, da Bélgica, de França e de Itália; 1769 - era superintendente da fábrica Paulo André Lombardy; 1770, 20 Março - isenção por dez anos de impostos sobre os lanifícios; séc. 19, início - a fábrica era administrada por Ana de Castro, viúva de José Henriques de Castro; a filha, Antónia Joaquina de Castro casou com António José Raposo, capitão-mor da vila e industrial na Ribeira, que passou a administrar a mesma; ao ficar viúva, alugou a unidade, que começou a entrar em decadência; 1836 - os herdeiros venderam-na à firma Melo & Júnior, passando a denominar-se Fábrica Velha; 1838 - primeira utilização de cardos e fiações mecânicas; 1842 - a sociedade Melo & Geraldes cria no local uma estação de cardar, fiar, pisoar, perchear e afinar ou cortar o pelo; 1851 - incêndio no edifício e compra de todos os terrenos envolventes por Melo Geraldes & Companhia, com reedificação do imóvel; aquisição de um motor hidráulico; 1863 - a sociedade adquiriu a fábrica; 1881 - no Inventário Industrial são considerados como os principais centros a Covilhã, Porto e Guimarães; 1890 - a firma chama-se Campos Melo & Irmão; 1893 - era denominada Campos Melo & Companhia; 1895, 10 Julho - cria-se, no local, uma escola pública pela Sociedade Campos Melo & Irmão; 1908 - funciona como Sociedade Campos Melo & Irmão Lda., composta por José Maria da Silva Campos Melo, Francisco Joaquim da Silva Campos Melo, primeiro Visconde da Coriscada (título dado a 14 Setembro 1870), Nunes Geraldes e José Maria Veiga da Silva Campos Melo; 1909 - era mestre geral Luís Thoratien; 1920 - incêndio no imóvel destruiu a documentação relativa à corporação de bombeiros local, arrecadada no local; pertencia a António Cardoso de Paiva e Filhos; 1935 - era mestre tintureiro Manuel Antunes Carrilho; 1942 - era co-proprietário da fábrica Ernesto Melo e Castro; 1984 - deixa de laborar a Sociedade Campos Melo & Irmão Lda; 2003, Julho - encerramento da fábrica; séc. 21 - no âmbito do programa POLIS, foi feito um projecto de recuperação da zona do Vale da Ribeira da Carpinteira, da autoria do arquitecto Nuno Teotónio Pereira e do arquitecto paisagista Luís Cabral; 2003 - desocupação do imóvel; 2006 - projecto para transformação do imóvel em hotel de quatro estrelas, pelo grupo Ribeira, S.A., em parceira com a Câmara, da autoria de Miguel Correia; 2006, 20 Fevereiro - despacho de abertura do processo de classificação, assinado pela vice-presidente do IPPAR; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, publicado nesta data; 2016, 07 dezembro - publicação do anúncio de abertura de procedimento de classificação do conjunto industrial da Covilhã, em que a fábrica se integra, Anúncio n.º 257/2016, DR, 2.ª série, n.º 234. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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QUINTELLA, Arthur de Moura, Subsídios para a Monographia da Covilhan, Covilhã, Typographia d' "O Rebate", 1899; DELGADO, Rui Nunes Proença, No Centenário da Escola Industrial Campos de Melo na Covilhã (1884-1984) - estudos de história, 2.ª ed., Covilhã, Edição do Autor, 1984; SILVA, José Aires da, História da Covilhã, Covilhã, s.l., 1996; NUNES, João de Jesus, Vida e obra dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, 2 vols., 2004; Fábrica Velha da Covilhã vai ser reconvertida em unidade hoteleira, in Público, 22 Fevereiro 2006; Antiga Fábrica vira Hotel, in O Primeiro de Janeiro, 23 Fevereiro 2006; Fábrica Vira Hotel, in Reconquista, 03 Março 2006; PEREIRA, Nuno Teotónio, Hotel na Fábrica Velha na cidade da Covilhã, in Jornal do Fundão, 30 Março 2006; FOLGADO, Deolinda, "Covilhã a cidade que foi fábrica", in Monumentos, n.º 29, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, pp. 88-97; PINHEIRO, Elisa Calado, "A Universidade da Beira Interior e o seu papel na reabilitação e reutilização do património industrial da Covilhã", in Monumentos, n.º 29, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, pp.98-109. |
Documentação Gráfica
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IGESPAR: IPPAR |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA; IGESPAR: IPPAR |
Documentação Administrativa
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IGESPAR: IPPAR |
Intervenção Realizada
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Observações
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EM ESTUDO. *1 - Trata-se de uma classificação do Conjunto Industrial da Ribeira da Carpinteira", constituído pelos edifícios das antigas unidades fabris Nova Penteação e Fiação da Covilhã, Lda., edifício do Lavadouro e ruínas da Fábrica Campos Mello & Irmão, Lda., também designada por "Fábrica Velha", ruínas do edifício da unidade fabril Manuel Batista Grifo, Lda., e ainda pelas estruturas complementares de apoio que lhe são contíguas, na Covilhã, União das Freguesias da Covilhã e Canhoso, concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco. *2 - O edifício original tinha dois pisos, com fachada principal de cunhais apilastrados, com porta de verga recta no piso inferior, ladeada e encimada por janelas com caixilharias de guilhotina; a reconstrução após o incêndio dá origem a uma série de pavilhões e naves articulados, que mantinha um núcleo primitivo, marcado por telhados em tesoura e rasgado por janelas rectilíneas. |
Autor e Data
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Paula Figueiredo 2009 |
Actualização
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