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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino Ordem de Santa Clara - Clarissas (Província dos Algarves - Xabreganas)
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Descrição
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Planta composta por igreja de planta retangular, torre sineira a nascente, casa do Capelão a poente, claustro e dependências conventuais. Cobertura diferenciada em telhados de duas e quatro águas. Fachada principal a sul, de dois registos, o superior recuado; inferiormente seis panos definidos por contrafortes apilastrasdos, rematados por pináculos em pinha; no segundo e no quarto panos rasgam-se dois portais de granito aparelhado, de frontões triangulares e arcos de volta redonda, com tabelas de relevo escaiolado; nos restantes panos frestas gradeadas; superiormente cinco panos definidos por arcobotantes de granito; no 5.º pano pequeno tempietto. Sobre a ábside, mirante retangular, de cinco panos definidos por arcadas de volta perfeita fechadas por grilhagem de tijolo. Torre sineira guarnecida de grelhas de tijolo, terminada por quatro frontões circulares decorados por máscaras com figurações solares em estuque rematadas nos acrotérios com bolas de alvenaria. INTERIOR: nave única com cobertura em abóbada de meio canhão; nas paredes sanca de azulejos polícromos do tipo de tapete e pinturas murais, a óleo e têmpera; altares colaterais de talha dourada, com colunas da ordem jónica, entablamento e frontões de volutas de enrolamento, de mármore branco, com arcos de volta inteira; na abóbada da nave, na luneta sobre o arco triunfal, no topo dos alçados, na abóbada do coro baixo e nos alçados do coro alto, pinturas murais; retábulos laterais de talha setecentista e frontais de seda bordada a ouro. O espaço correspondente à atual secretaria da escola é acessível por portal granítico com lintel datado de 1540; possui cobertura em abóbada estrelada com nervuras de aresta viva nascentes de mísulas de pedra; noutras dependências coberturas em abóbadas artesoadas, compostas de mísulas e chaves de granito. O antigo Refeitório e a Sala do Capítulo são de planta retangular, ambos com três tramos e coberturas artesoadas de aresta viva, apoiadas em fustes de mármore branco, do estilo dórico; no Refeitório rodapé de azulejo de tapete e na Sala do Capítulo portal de granito, de arco pleno e aparelho almofadado. Claustro rectangular, de dois pisos encimados por platibandas com bandeiras de grilhagem de tijolo, dispostas em losangos; cinco tramos por banda, de arcadas geminadas, de volta inteira; ao centro fonte de mármore branco. |
Acessos
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Rua Serpa Pinto |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 8.217, DG, 1.ª série, n.º 130 de 29 de Junho 1922 / Incluído no Centro Histórico (v. IPA.00000064) |
Enquadramento
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Urbano, intramuros, isolado, na zona intermédia da Rua Serpa Pinto, em zona de suave pendente e denso casario. Insere-se em grande quarteirão fechado, com a fachada principal aberta para uma das principais artérias da cidade. Em termos arqueológicos, trata-se de uma área relevante onde será provável encontrar enterramentos associados ao espaço religioso e estruturas relacionadas com o Paço dos Lobos da Gama (v. IPA.00010982); reminiscências de estruturas de cronologia romana descobertas no local são indício de uma ocupação do séc. 04 e escavações recentes revelaram um conjunto de materiais de cronologia islâmica, o que pressupõe elevada ocupação deste espaço por volta dos séculos 10 - 11. Nas proximidades a Igreja de Santo Antão (v. IPA.00003953), a Casa na Rua da Moeda (v. IPA.00003845), o Palácio dos Condes de Murça (v. IPA.00010979), o Chafariz na Antiga Rua de Alconchel (v. IPA.00025986), a Casa na Rua Serpa Pinto, n.º 21 (v. IPA.00025379), a Igreja e Convento dos Remédios (v. IPA.00026829) e a Residência dos Condes Ervideira (v. IPA.00010993). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
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Educativa: escola secundária / Devoluto |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Educação, auto de cessão de 29 Janeiro 1952 |
Época Construção
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Séc. 15 / 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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MESTRE DE PEDRARIA: Manuel Filipe; PINTORES: Álvaro Gonçalves, António de Oliveira Bernardes e Francisco João |
Cronologia
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1452 - Fundação da casa religiosa por D. Vasco Perdigão, bispo de Évora, que, para o efeito, negociou umas vetustas habitações que haviam feito parte do paço dos Falcões; 1459 - entrega das instalações à comunidade religiosa; 1460 - neste ano Álvaro Gonçalves pintou uma grande composição, que se perdeu; 1464 - consagração da Igreja por D. Jorge da Costa, o futuro Cardeal de Alpedrinha; 1533, 25 abril - o bispo D. Afonso, filho do rei D. Manuel, ordenou silêncio perpétuo na causa; 1535 - as freiras, inicialmente sujeitas aos franciscanos claustrais ou conventuais, passaram, pela reformação da Ordem Seráfica aos padres da observância; Séc. 16, 2ª metade - construção, de raiz, da atual igreja; 1592, 15 de abril - escritura de execução e douramento de um retábulo para o altar-mor da igreja, pela quantia de 160 mil reais, firmada no palratório do convento, a que assistiram o pintor eborense Francisco João e a madre abadessa; 1663, maio - registou danos de alguma dimensão durante o cerco castelhano comandado por D. João de Áustria; 1705 - pintura do tecto da nave, atribuída a António de Oliveira Bernardes; 1755 - estragos provocados pelo terramoto; 1903, 9 maio - encerramento após a morte da última freira, D. Maria Ludovina do Carmo; 1911 - 1936 - entregue ao Ministério da Guerra, funcionando como quartel; 1937 - intervenção da DGEMN para consolidação de paredes e pavimentos, substituição de madeiramento de telhados e troca de pavimentos de madeira e tijolo por lajeado de cantaria; 1949, janeiro - início das obras de adaptação, pela Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário, a Escola Industrial e Comercial (até aí instalada nos anexos do liceu); o projecto previa a instalação de todas as aulas no antigo edifício do convento e as oficinas e a educação física em corpos novos situados na antiga cerca; 1951, setembro - 1952 - conclusão dos trabalhos de instalação, ampliação e adaptação a Escola Industrial e Comercial; 1953 / 1954 - remodelação de parte da cobertura dos terraços; 1958 - reparação do telhado sobre o altar-mor da Igreja; 1962 - 1965 - nova obra de adaptação para escola, destacando-se a que incidiu sobre as lajes e cintas de betão armado, os cabeçotes dos sinos, a pia batismal, o restauro de pinturas e talhas, a nova balaustrada para o coro-alto e escadaria; 1974 - reparação de pavimentos, telhados e fendas; 1979 - restauro de telhados e pinturas; 1988 - restauro dos painéis de azulejos da Igreja; 1989 - reparações no exterior, cobertura e restauro de interiores; 1993 - reparação de rebocos exteriores e interiores, caiações exteriores, pintura e reparação de portas exteriores, remoção pontual de coberturas em telha; 1996 - conserto de coberturas em terraço, colocação de redes exteriores nas janelas, pintura e reparação das mesmas, caiações interiores, reparação da drenagem do saguão com renovação de rebocos e caiação; 2000 - reparação da instalação elétrica; substituição pavimentos da nave da igreja, conservação de pavimentos em salas anexas, remodelação instalações sanitárias; 2002, maio - levantamento fotográfico para elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN (não executada); 2011, 2 junho - inventariado, como MN, na Alteração ao Plano de Urbanização de Évora (PUE), com o nº 142. |
Dados Técnicos
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Estruturas mistas |
Materiais
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Bibliografia
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ESPANCA, Túlio, "Casas Nobres de Évora: A Obra do Pintor Francisco João, Espólio Cultural do Cenáculo", A Cidade de Évora, nº 37 - 38, 1955 -1956, pp. 184 - 200; IDEM, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, Vol. VI, Lisboa, 1966, pp. 218 - 225; FONSECA, Padre Francisco da, Évora Gloriosa, 1728, pp. 388 - 389; FRANCO, Padre António, Évora Ilustrada, 1945, pp. 317 - 319; GUSMÃO, Adriano de, "A Pintura Maneirista em Évora", A Cidade de Évora, nº 35 - 36, 1954, p. 25; MOP - Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949, Lisboa, 1950; IDEM, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1951, Lisboa, 1952; IDEM, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; PEREIRA, Gabriel, Estudos Eborenses - Conventos de Freiras (1ª Parte), Vol.1, 2ª edição, 1947; REIS, Humberto e CHICÓ, Mário Tavares, A Arquitectura Religiosa do Alto Alentejo na Segunda Metade do Século XVI e nos Séculos XVII e XVIII, Lisboa, 1983; VAL-FLORES, Gustavo e SANTOS, João, Carta de Sensibilidade Arqueológica: Centro Histórico de Évora, 2007, Évora, CME. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREMS; Arquivo "Mural da História"; CME: DCP |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREMS |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1937 - consolidação de paredes e pavimentos, madeiramento de telhados, substituição de pavimentos de madeira e tijolo por lajeado de cantaria; 1953 / 1954 - construção de parte da cobertura dos terraços; 1958 - reparação do telhado sobre o altar-mor da Igreja; 1962 / 1965 - obras de adaptação para escola, lajes e cintas de betão armado, cabeçotes dos sinos, pia baptismal, restauro de pinturas e talhas, nova balaustrada para o coro-alto, escadaria; 1974 - reparação de pavimentos, telhados e fendas; 1979 - reparação de telhados e pinturas; 1988 - restauro dos painéis de azulejos da Igreja; 1989 - reparações no exterior, cobertura e restauro de interiores; 1993 - reparação de rebocos exteriores e interiores, caiações exteriores, pintura e reparação de portas exteriores, remoção pontual de coberturas em telha; 1996 - reparação de coberturas em terraço, colocação de redes exteriores nas janelas, pintura e reparação das mesmas, caiações interiores, reparação da drenagem do saguão com renovação de rebocos e caiação; 2000 - reparação da instalação eléctrica; substituição pavimentos da nave da igreja, conservação de pavimentos em salas anexas, remodelação instalações sanitárias. |
Observações
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EM ESTUDO |
Autor e Data
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Manuel Branco 1994 / João Santos (Câmara Municipal de Évora) 2014 (no âmbito da parceria IHRU/CMÉvora) |
Actualização
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António Albardeiro 2001 |
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