Castelo e Encosta da Sé

IPA.00026218
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Sector urbano. Área da antiga cidade islâmica que deu origem à Lisboa cristã, correspondente ao núcleo fundacional da cidade, e é composta por uma malha urbana medieval. O núcleo detem duas áreas distintas, o Castelo, que foi a matriz fundacional do conjunto e a Encosta da Sé, que foi a primeira zona de expansão da cidade. Ambas as formações de traçado orgânico são atravessadas por um eixo fundamental, no primeiro caso a R. de Santa Cruz e no segundo as ruas de Santo António, Porta Travessa da Sé, São Jorge e São Martinho, mais tarde R. do Aljube, R. Direita do Limoeiro e R. de Santa Luzia (actual eixo composto por: Lg. da Sé, R. Augusto Rosa, Lg. de São Martinho e a R. do Limoeiro). São estruturantes os espaço públicos do Lg. de Santa Cruz do Castelo e o Lg. da Sé, o Lg. do Chão da Feira e o Lg. das Portas do Sol, que respectivamente ligavam as principais portas das muralhas aos centros cívicos e religiosos. Existem mais dois eixos fundamentais na área da Encosta da Sé, de ligação entre as as portas a E. e a O., marcados igualmente pela presença de edifícios ligados ao poder religioso, a Igreja de Santiago e o desaparecido Convento dos Lóios, no eixo da R. de Santiago/ R. do Milagre de Santo António e a Igreja de São João da Praça, no eixo Cruzes da Sé/ R. de S. João da Praça. A estrutura de eixos secundários é mais significativa na Encosta da Sé, ligando os diversos eixos fundamentais, sensivelmente paralelos entre si. São ruas geralmente com declives acentuados. É comum a existência de travessas e becos, que com frequência se desenvolvem em escada. Destacam-se os espaços verdes arborizados com zonas de estar, presentes em ambos os núcleos. Apesar de serem ambos compostos por um tecido com quarteirões muito diversificados em forma e tamanho, formado por lotes igualmente variáveis, os dois núcleos têm características distintas. Enquanto a zona do castelo é formada por lotes de pequenas dimensões, predominantemente estreitos, na área da Encosta da Sé predominam lotes de maiores dimensões, com maior incidência do lote largo, à excepção da R. da Adiça, que tem um tecido parcelar idêntico ao do Castelo. Os logradores são de dimensões consideráveis, à excepção da zona baixa, mais perto da Ribeira, em que por vezes são inexistentes. É de referir a frequência de lotes só com um frente, ou com uma frente com muro de suporte, resultante do declive do terreno e da implantação em socalcos. Os tipos arquitectónicos dominantes são na zona do castelo a casa unifamiliar e plurifamiliar, tendencialmente estreita, destacando-se a presença da tipologia do pátio. Predominam os imóveis de 2 e três pisos, com vão com cantaria, revestimento de pintura e telha de canudo e sem elementos decorativos de destaque. São muito frequentes as portas com postigo, que tornavam habitável o piso térreo de uma casa pluri familiar, muitas vezes desprovida de outros vãos. Na área da Encosta da Sé predomina o prédio de rendimento, com 4 ou mais pisos. Aqui são as características construtivas pombalinas e pós-pombalinas do séc. 19 e início do 20 que maior expressão têm. Coberturas com telha de canudo rematadas com beirado e cimalha, revestimento de tinta e de azulejo, vãos de grandes dimensões com cantarias recortadas, janelas e portas de duas folhas com bandeira, portadas interiores, guardas de varanda em ferro forjado, portas de entrada do prédio trabalhadas e átrios de entrada de boas dimensões. São em grande número os palácios e as casas nobres, tendo sofrido muitas delas grandes alterações. Destacam-se de N. para S. Palácio de Belmonte, o Palácio de Azurara, a Casa dos Bicos e o Palácio de Vila Flor. São igualmente incontornáveis as presenças do Castelo de São Jorge e da Sé, bem como das Igrejas de Santa Cruz do Castelo, de Santiago, de Santa Luzia e de São João da Praça.
Número IPA Antigo: PT031106121218
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Setor urbano  Unidade morfológica  Medieval    

Descrição

Conjunto urbano composto por dois núcleos: o Castelo e a Encosta da Sé. O núcleo do Castelo, situada no alto da colina, com uma exposição excepcional, observando o rio Tejo de O. a E., corresponde aos limites actuais do espaço urbano intramuros do Castelo de São Jorge (v. PT031106120023). A estrutura urbana existente é de origem medieval, quando aqui estava instalada a antiga alcáçova muçulmana. Este espaço é composto por duas áreas distintas, a área monumental e a área residencial, correspondentes respectivamente às antigas freguesias militar e civil. A primeira é dominada pelo castelejo, que ocupa o ângulo NO. da alcáçova. Do conjunto de edifícios que, junto ao castelejo, albergaram o Paço Real da Alcáçova, restam a Sala Ogival, a Casa dos Leões e algumas ruínas museulizadas que incluem parte da capela de Santa Bárbara. A área monumental continua hoje murada e tem três portas que a ligam ao núcleo residencial: a Porta S., que é a principal entrada, junto à Casa do Governador (v. PT031106121251), a porta das Cozinhas e a Porta de Santa Cruz. O muro que separa as duas áreas data do princípio do séc. 19. O núcleo residencial caracteriza-se por um traçado marcadamente medieval, orgânico, suportado por um eixo fundamental de estruturação do tecido urbano, R. de Santa Cruz, que desde a Idade Média liga a entrada da alcáçova, a Porta de São Jorge, à de Martim Moniz, passando pela principal Igreja, no Lg. de Santa Cruz (actual Pç. de Santa Cruz do Castelo). Fundamental era também a R. do Espírito Santo, que ligou a R. de Santa Cruz ao castelejo até 1755. Os dois eixos secundários que irradiam da praça são a R. das Flores de Santa Cruz, para O. e a R. do Recolhimento para S.. A primeira estabelece a ligação com a R. do Espírito Santo e com a R. das Cozinhas (actual Pátio das Cozinhas). A segunda, composta por diversos troços muito irregulares, conduz também à R. de Santa Cruz, perto da Porta de São Jorge. A restante estrutura é composta por uma série de eixos complementares, estreitos e irregulares que distribuem o edificado pela totalidade da área intramuros. As ruas caracterizam-se sem excepção pela largura muito reduzida (2/3 m). A Pç. de Santa Cruz do Castelo e o largo que compõe o início da R. de Santa Cruz, junto à Porta de São Jorge, são os espaços públicos de maior dimensão e os únicos arborizados. A Praça Nova que se encontra a N. da Igreja, que fez parte da freguesia civil até ao séc. 19, era totalmente habitada, organizada em função de uma rua em frente da Porta de Moniz, na continuação da R. de Santa Cruz e de uma outra, perpendicular à primeira, a R. da Praça Nova, que dava acesso à porta do N., a partir das quais se organizavam diversas travessas. Após a reconquista terá existido nesta zona, entre a Porta do Norte e a de Martim Moniz, o primitivo paço episcopal. A toponímia revela-nos a existência de alguns edifícios relevantes que desapareceram com o terramoto e não foram reconstruídos, como é o caso da ermida do Espírito Santo, erguida pelos navegantes das carreiras da Índia que se localizava na rua com o mesmo nome, num troço que deixou de existir, a N. da R. de Santa Cruz das Flores. Outro caso é o do Recolhimento da Senhora da Encarnação, situado na R. do Recolhimento e o da R. das Cozinhas (actual Pátio das Cozinhas) assim denominada por dar acesso às cozinhas dos quartéis. Esta rua aberta após o terramoto, surge no seguimento da ancestral R. das Flores de Santa Cruz. Na Pç. de Santa Cruz do Castelo, com a configuração rectangular, encontra-se a Igreja de Santa Cruz (v. PT031106120691), edifício da reconstrução pombalina do pós - terramoto, que nada deixa antever das construções primitivas que a antecederam. A sua posição em relação à praça explica-se pelo facto de este local ter sido o antigo cemitério, que estava adossado à Igreja a S. e que foi transladado no séc. 19, para ser construída a praça. Encerrado entre as muralhas, este conjunto está marcado pelo contraste entre a monumentalidade da arquitectura militar e o edificado corrente, composto por edifícios implantados em lotes estreitos, com raros casos que se destacam pelo seu valor intrínseco. A casa apalaçada da R. de Santa Cruz do Castelo, n.º 14 (v. PT031106121272) é um dos poucos exemplos de arquitectura nobre desde núcleo. Com origem provável no séc. 17, sofreu alterações após o terramoto, que resultou numa feição pombalina, hoje muito adulterada por mutilações associada a alteração de usos. O seu pátio nobre foi transformado em pátio popular conhecido por Pátio Pascácia ou da Sociedade, e albergou uma padaria. Outro exemplo é a Casa Nobre na R. das Cozinhas (v. PT031106121271). Arquitectura nobre pombalina da 2.ª metade do séc. 18, integra ainda alguns vestígios da construção medieval, no entanto, é a riqueza dos elementos construtivos e decorativos do séc. 18 e o seu pátio ajardinado, que a destacam no contexto deste núcleo. Antes da sua utilização como hotel albergou, tal como todas as casas nobres do castelo, habitação plurifamiliar que transformou o pátio nobre num pátio popular, o Pátio das Cozinhas. O outro exemplar de casa nobre é a Antiga Casa do Governador da Guarnição do Castelo, junto ao Portão S., da qual só restam da estrutura original as paredes exteriores. Da arquitectura corrente temos vários exemplos de pátios, dos quais se destaca pela sua longevidade e autenticidade o Pátio do Cerqueira (ou do Sequeira), no Lg. de Santa Cruz do Castelo. Encontramos ainda o Pátio de José Pedreira e o Pátio da Grila / Pátio do Francisco Ribeiro (v. PT031106121268). As portas comunitárias destes pátios, as portas da rua, são muitas vezes marcadas por elementos singulares, como painéis de azulejo ou placas gravadas. Estes redutos de vida comunitária representam uma memória ancestral de organização dos espaços urbanos contidos entre muros. Com uma utilização predominantemente residencial, a vivência deste núcleo concentra-se no turismo em torno do Castelo de São Jorge, tendo surgindo por isso uma componente crescente de comércio e de restauração. Tal como na maioria das cidades da Baixa Idade Média, o poder e centro vital da cidade viriam a ser transferidos da zona alta para a zona ribeirinha. Progressivamente deixou de ter um papel central na vida civil, política e militar da cidade. De local central e nobre passou a bairro popular e excêntrico, entregue a funções menos nobres com uma população empobrecida, que vivia como que numa cidade à parte. Só com a grande intervenção dos anos 40 do séc. 20 em toda a área da freguesia militar, o castelo foi devolvido à cidade, dando-lhe um enorme peso histórico, simbólico e turístico. No final do séc. 20 e início do séc. 21, outra grande campanha de obras, desta vez na freguesia civil, com intervenção ao nível do espaço público e do edificado, estendeu o conceito de monumento e valor patrimonial a todo o conjunto urbano. A fronteira deste núcleo materializa-se nas muralha mas também nos eixos que a envolvem, que permitem decifrar a origem dos espaços e a sua articulação no traçado urbano. O eixo formado pela Costa do Castelo e pela R. do Milagre de Santo. António, corresponde à linha de circunvalação defensiva do castelo e estabelece a transição para as encostas. Entre o Chão da Feira - por onde se tem acesso à entrada principal do castelo e que mantém no topónimo a memória do local da principal feira da cidade até ao séc. 13 - e a R. do Lóios, eixo de continuidade da R. do Milagre de Santo António, encontra-se um núcleo que apesar de ser extramuros, repete a estrutura urbana muito irregular e de ruas muito estreitas que se encontra no interior do castelo. Destacam-se a R. Bartolomeu de Gusmão e o eixo da Tv. do Funil / o Lg. do Contador-mor, que ligam o castelo aos eixos vitais da R. do Milagre de Santo António e da R. Direita (actual eixo da R. do Limoeiro). Aqui podemos estabelecer a transição para uma realidade urbana distinta. O núcleo da Encosta da Sé, correspondente à antiga Medina da cidade medieval muçulmana, que se estende pela encosta S. até à margem do rio. Murada desde a época muçulmana, este núcleo tem características que o distinguem do núcleo do castelo, em termos de morfologia e de funcionalidades. Liberto da carga defensiva, aqui concentrava-se a vida comercial e a vida cívica da cidade medieval, sendo que após a reconquista a estrutura funcional da cidade não conheceu rupturas significativas, que se reflectiu na continuidade da estrutura urbana pré-existente. Com uma malha orgânica e irregular, composta por quarteirões de dimensões e forma muito variáveis, predominantemente de grandes dimensões na zona central e de pequenas dimensões na zona baixa, o núcleo desenvolve-se em patamares definidos por eixos fundamentais paralelos ao declive da encosta, ligados entre si por eixos secundários, que se tornam mais íngremes à medida que nos aproximamos da margem do rio. Estes eixos fundamentais correspondem, de N. para S., ao traçado definido pelas ruas do Milagre de Santo António, R. dos Lóios e R. de Santiago, que ligava a Porta de Alfofa à Porta do Sol, à R. Direita (actual eixo composto por: Lg. da Sé, R. Augusto Rosa, Lg. de S. Martinho e a R. do Limoeiro), ao eixo Cruzes da Sé e R. de S. João da Praça, que ligava a Porta da Ferro à Porta de Alfama, e na frente de rio, a R. dos Bacalhoeiros, o Campo das Cebolas e a R. do Cais de Santarém. Dos eixos secundários destacam-se, a R. da Saudade que liga, a E. o eixo da R. do Milagre de Santo António à R. Direita e a R. do Barão, que liga a última à R. de São João da Praça. Aqui estabelece-se a fronteira com a frente ribeirinha, com a qual dialoga através de ruas e travessas estreitas, que conduzem aos postigos e arcos, muitos deles testemunhos de portas da cerca moura: o Arco do Rosário, pela R. da Judiaria, o postigo do Chafariz d'El-Rei, pela Tv. do Chafariz d'El-Rei, o Arco de Jesus, pela rua com o mesmo nome, o postigo do Lg. do Marquês do Lavradio; o Arco da Conceição, pela R. Afonso de Albuquerque e o Arco das Portas do Mar, entre a última e a R. das Canastras. As escadas urbanas são uma solução frequente para vencer declives particularmente acentuados. A R. da Adiça é a expressão máxima desta solução, de que são igualmente bons exemplos o Bc. do Quebra-Costas e as Esc. do Terreiro do Trigo. A R. Direita era um eixo composto por quatro ruas: Santo. António, Porta Travessa da Sé, S. Jorge e S. Martinho, mais tarde R. do Aljube, R. Direita do Limoeiro e R. de Santa Luzia (actual eixo composto por: Lg. da Sé, R. Augusto Rosa, Lg. de S. Martinho e a R. do Limoeiro). Ligava a principal porta da cidade, a Porta de Ferro à Porta do Sol, onde hoje o topónimo do Lg. das Portas do Sol perpetua a sua existência. Este eixo é, como antes, a principal ligação entre a parte baixa e a parte alta da colina. Foi centro religioso e político e caminho de atravessamento da cidade e de comunicação com os arrabaldes. Alguns dos edifícios mais importantes do núcleo encontram-se ao longo deste percurso, memória dos poderem instituídos que aqui se concentravam. Na Casa de Santo António, junto à Ig. de Santo António de Lisboa (v. PT031106520044), funcionaram os Paços do Concelho de Lisboa, e um pouco acima, a Sé (v. PT031106520004), é sede da diocese de Lisboa desde D. Afonso Henriques. Além do poder eclesiástico, aqui se instalava o rei, nas visitas a Lisboa, e reunia o Senado nos primeiros anos após a Reconquista. No local da Sé existiria uma grande mesquita. Ainda na mesma rua, fronteiro à Sé, encontra-se o antigo Aljube (v. PT031106520748), actual Instituto de Reinserção Social, instituído no séc. 16 para punição de crimes eclesiásticos. Na R. de São Jorge (actual R. Augusto Rosa) encontra-se o Recolhimento das Merceeiras (v. PT031106520832), edifício construído após o grande terramoto, sobre o local da antiga Ig. de São Jorge, para receber as antigas Mercearias de D. Afonso IV e D. Brites. No Lg. de S. Martinho, que conserva no topónimo a memória da Igreja de São Martinho, ergue-se o edifício da antiga Cadeia do Limoeiro (v. PT031106520337), actual Centro de Altos Estudos Judiciários, num local onde sucessivamente estiveram implantados os Paços a Par de São Martinho, a Casa da Moeda, a Casa da Suplicação e Cadeia. A Igreja de São Martinho, que se erguia do outro lado da rua e que comunicava com paço por um arco sobre a rua, foi demolida no séc. 19, para alargamento da rua com o seu nome (actual Lg. de São Martinho). No topo deste eixo encontra-se a Ig. de Santa Luzia (v. PT031106470018), construção pombalina no local da Igreja de São Brás, uma das mais antigas da cidade. Está implantada sobre um torreão da Cerca Moura, fronteira ao Miradouro de Santa Luzia. Entre esta e o Palácio Azurara (v. PT031106340169) abria-se a Porta do Sol. Para S., a R. do Barão liga a R. Direita ao eixo das Cruzes da Sé/ R. de São João da Praça, é uma rua predominantemente residencial, dominada por edifícios plurifamiliares do séc. 19, que contrasta com o restante tecido edificado do núcleo a N., podendo ser considerada a fronteira entre zonas com características distintas quanto á tipologia do edificado. O eixo das Cruzes da Sé / R. de São João da Praça, é uma artéria fundamental, que liga a Pç. da Sé à Igreja de São João da Praça (v. PT031106520933) e a Alfama, concentrando as funções comerciais e cívicas da zona baixa. A freguesia de São João da Praça ficou derrubada quase na totalidade com o terramoto de 1755. A reconstrução pombalina fez-se sentir sobretudo nas imediações da Sé, da Ig. de Santo António, nas Cruzes da Sé e no primeiro troço da R. de São João da Praça, onde encontramos prédios de rendimento pombalinos. Destaca-se a fábrica Romão (v. PT031106521256), cujo piso térreo tem revestimento de azulejo ilustrando as actividades das oficinas ali instaladas. O edifício simboliza a grande actividade fabril da zona baixa da Encosta Sé na segunda metade do séc. 18 e durante os séc. 19 e 20. As intervenções na restante área do Castelo e na Encosta da Sé foram pontuais, tendo sido seguido o anterior modelo urbano e aproveitando as fundações pré-existentes, reproduzindo, na maioria das situações, as tipologias pré-pombalinas. Na área exterior á antiga linha de muralha, a S., o eixo vital é estabelecido pela R. dos Bacalhoeiros, Cp. das Cebolas e R. do Cais de Santarém. Dominada por funcionalidades relacionadas com o comércio, o turismo e o porto fluvial, esta foi a área que sofreu maiores intervenções ao longo dos séculos. Após o terramoto de 1755 teve que ser refeito o aterro e o espaço da Ribeira Velha foi urbanizado. Construiu-se o "quarteirão do Senado" e o cais de Ver-o-Peso, ambos demolidos no séc.20. Junto a este encontra-se o quarteirão do Edifício da Repartição da Propriedade Industrial (v. PT031106521261), ocupado na totalidade por edifícios e armazéns industriais (v. PT031106191279 e PT031106191280). O Lg. do Terreiro do Trigo e a rua com o mesmo topónimo mantêm a memória do antigo edifício arruinado em 1755, onde foi construído o novo Celeiro Público (v. PT031106361030), actual Alfândega de Lisboa e o edifício do Terreirinho (v. PT031106521144), actual Arquivo Contemporâneo das Finanças. No séc. 19 o Palácio dos Condes de Coculim (v. PT031106521259), na R. do Cais de Santarém, junto do Arco de Jesus, foi adaptado a fábrica e armazém. Ligando directamente a zona alta à zona baixa, do Lg. da Portas do Sol à R. de São João da Praça, vencendo um declive extremamente acentuado, só possível pelo recurso a escadas, a R. da Adiça é uma situação singular neste contexto. Na transição para a realidade urbana de Alfama, com um tecido parcelar de características pré-pombalinas, que se reflecte igualmente no tecido edificado, este eixo acompanha o alinhamento do pano O. da Cerca Moura, até bem perto do local onde se abria a Porta de Alfama, onde actualmente passa a R. de São João da Praça. O tecido edificado é muito diversificado, com predominância de edifícios de tipologia pré-pombalina, concentrada na zona alta. O prédio de rendimento generaliza-se na zona baixa. As intervenções sistemáticas de reabilitação urbana do final do séc. 20 e do início do séc. 21 têm devolvido ao Castelo e Encosta da Sé a dignidade de zona nobre da cidade, renovando o tecido edificado e o tecido social, reinventando vivências e funcionalidades.

Acessos

Av. Infante D. Henrique, Lg. de Santo António da Sé, Lg. das Portas do Sol, Calçada do Marquês de Tancos, Lg. Rodrigues de Freitas

Protecção

Inclui Sé de Lisboa (v. PT031106520004) / Igreja Paroquial de Santiago (v. PT031106340192) /Castelo de São Jorge (v. PT031106120023) / Igreja do Menino Deus (v. PT031106340037) / Palácio do Marquês de Tancos (v. PT031106370194) / Parcialmente incluído na Zona de Protecção da Baixa Pombalina (v. PT031106190103)

Enquadramento

Urbano. Na margem N. do rio Tejo, situado numa das Colinas de Lisboa, que se eleva a meio da curvatura que o rio faz a caminho da foz, visualizando-se o amplo estuário, num ângulo superior a 180º. O Castelo implanta-se o topo de um morro densamente urbanizado e a Encosta da Sé ocupa a sua vertente voltada a S., com um declive suave e com uma excelente exposição solar, que permitiu que esta fosse uma das primeiras áreas a ser ocupada. A Encosta da Sé desde sempre funcionou no contexto da cidade como a articulação entre a zona segura no topo da colina e a zona ribeirinha, mantendo uma posição estratégica de centralidade, ligando a Baixa ao Castelo, à Graça e a São Vicente. As vertentes N. e O., de grandes declives, estiveram ocupadas por pomares e olivais até ao séc. 19. A encosta N. começou por ser povoado na zona baixa, com a implantação da mouraria, para os mouros que permaneceram na cidade, após a reconquista cristã. Este bairro, ainda hoje conhecido pelo mesmo nome, veio a ocupar grande parte da encosta e estendeu-se para E., até atingir o sopé do morro de Santa Ana. O vale a SE. foi assoreado ainda durante a ocupação romana. Foi a área privilegiada de crescimento da cidade extra -muros após a reconquista e o alvo principal do plano de reconstrução do pós - terramoto no séc. 18, com a edificação da Baixa Pombalina (v. PT031106190103). A vertente SE. é povoada desde épocas anteriores à reconquista cristã, com a denominação de Alfama, com características tipológicas muito próprias que a destacam como um dos principais bairros históricos de Lisboa. Do miradouro do Castelo de São Jorge pode observar-se grande parte da cidade de Lisboa, com destaque para a colina do Mosteiro de S. Vicente de Fora (v. PT031106510059), a colina do Miradouro de São Pedro de Alcântara e do Bairro Alto (v. PT031106150275) e, para N., a colina de São Gens, conhecida por Nossa Senhora do Monte, e o rio Tejo e a sua margem S., com o morro do castelo de Palmela a recordar o tempo em que a comunicação era "feita à vista".

Descrição Complementar

A descrição é feita com referências à génese urbana, remetendo para a cidade do séc. 12, sem contudo deixar de registar vestígios de épocas anteriores, pré-existências que certamente a condicionaram e fundamentaram. O núcleo do Castelo foi o primeiro a ser urbanizado, ainda durante a idade do ferro. Posteriormente a cidade romana ocuparia a mesma zona, estendendo-se pela encosta S. Um texto muçulmano que descreve a cidade, entre os final do séc. 11 e o início do séc. 12, da autoria de Alhimiari, refere-se à cerca moura nos seguintes termos - " As muralhas são admiráveis e de boa construção. A porta ocidental, a maior da cidade, é encimada por arcos sobrepostos que assentam em colunas de mármore, por sua vez apoiadas em embasamentos de mármores (…). Ao sul encontra-se outra porta, a Porta do Mar, na qual penetram as ondas pela maré-cheia, e vêm, numa altura de três braças, bater contra a muralha contígua. A leste, uma porta, dita Porta de Alfama, que fica próxima da fonte termal situada junto ao mar. São termas abobadadas nas quais brota água quente e água fria e que a maré cheia cobre (…) (in Portugal na Espanha Árabe, vol. 1). A alcáçova ocuparia cerca de um terço da área da cidade e seria o seu núcleo vital. O castelejo era o reduto militar e alcácer, que após a reconquista foi reformulado para habitação real. São desta época as muralhas, que foram reforçadas e a implantação das Ig.s, que se implantaram no local das mesquitas. As muralhas N. e O. estavam naturalmente protegidas por escarpas de difícil acesso, que permaneceram durante séculos como terrenos de cultivo. Na muralha N. abre-se a porta da traição como de resto era regra nos castelos medievais. A muralha S. do Castelo estende-se desde a porta de São Jorge - reconstruída no séc.19 e que se encontra no local da primitiva entrada S. da alcáçova, no Chão da Feira até ao Palácio de Belmonte, cuja parede N. acompanha a muralha. Duas das torres da muralha encontravam-se onde foi construído o palácio. Na última destas torres, já no Pátio de D. Fradique, entroncava o lanço E. da Cerca Moura, cuja primeira torre está também integrada no palácio. O lanço E. da alcáçova encontra-se parcialmente integrado nas construções que lhe estão adossadas no interior e no exterior. É ainda visível sob os logradouros privados de habitações e sob a torre sineira da Igreja de Santa Cruz, que assenta sobre um cubelo da alcáçova. Continuando para N. a muralha encontra a Cerca Fernandina, antes de flectir para N., onde se abre a Porta do Moniz e a Porta do Norte, encontrando em seguida o castelejo. Esta área da alcáçova á conhecida como Praça Nova (actual local de escavações arqueológicas) e foi totalmente desimpedida das casas que a ocupava, durante a campanha de obras dos anos 30 do séc. passado. Este Paço foi palco de alguns dos acontecimentos mais importantes da vida da família real e de importantes momentos políticos, desde que a corte foi transferida para Lisboa, no reinado de D. Afonso III, até ao início do séc. 16 quando D. Manuel concluiu a construção do Paço da Ribeira e passou para lá a residência real. Foi depois de algum tempo de abandono ocupado por quartéis. Os edifícios do Paço ocupavam a totalidade da área a S. do castelejo, desde a parada até à R. do Espírito Santo. Na freguesia civil (actual área residencial) instalaram-se vários albergues para órfãos e idosos, casas de correcção escolas e oficinas (1780-1807) relacionados com a instalação da Casa Pia, que teve um papel de importante na vida social, educacional e económica. As funções predominantes no núcleo do castelo, para além da militar eram também a assistencial e a prisional. Os hospitais e recolhimentos existiam desde o séc. 14 e as cadeias desde a época filipina. Apesar da entrada principal ser a Porta de São Jorge, a Alcáçova passou a ter outro acesso, pelo Lg. do Menino Deus, que dá acesso a um caminho aberto desde a intervenção da DGEMN nos anos 40, que contorna a muralha a N., passando pela Porta do Moniz, pela Porta do Norte e pela Porta da Traição e encontra a zona da antiga Parada Militar junto à muralha da Torre de São Lourenço. No final do séc. 19 o núcleo do castelo era descrito como um aglomerado de edifícios velhos, quase ruínas, de ruas estreitas, tortuosas e sem pavimentação. O abandono e descuido a que o complexo construído do castelo foi votado, levaram à sua quase total inexistência da estrutura do castelo até meados do séc. 20, apesar da sua classificação como Monumento Nacional. A antiga Medina estava estruturada por eixos fundamentais de ligação entre as diversas portas e os centros de poder. A cerca moura, de que ainda existem vários vestígios, muitos deles integrados em edificações posteriores, contava com 12 portas. Descia desde a Porta do Castelo ou Porta de São Jorge, passava sensivelmente paralela à R. de Bartolomeu de Gusmão, onde se abria a Porta da Alfofa, no local por onde passa actualmente a R. do Milagre de Santo António. Descia até ao Lg. de Santo António da Sé, onde se abria a Porta de Ferro. Continuava a descer até à margem do tejo e corria ao longo desta, para poente, até ao Chafariz d'El-Rei (v. PT031106520456), e voltava a subir a encosta de Alfama, pela rua da Adiça, alcançando de novo a zona alta junto do actual miradouro de Santa Luzia, onde se abria Porta do Sol. Subia depois o morro para encontrar o castelo, sob o actual palácio de Belmonte (v. PT031106340364). Nos Paços de São Martinho viveu a Rainha D. Leonor Teles e D. Fernando, que alternou a sua residência entre este e o Paço da Alcáçova. Foram conhecidos por Paços dos Infantes no reinado de D. João I e por Paço da Moeda Novo por aqui ter funcionado, por um período curto, a Casa da Moeda. D. Manuel instalou no edifício a Casa da Suplicação e a Casa do Cível. Ficou destruído em 1755 e foi reconstruído com o mesmo fim, o de prisão, até que a desde os meados do séc. 20 foi totalmente reformulado. Também o edifício do Aljube foi reconstruído e utilizado como cadeia de mulheres no séc. 19 e como prisão política no séc. 20, durante o Estado Novo. Na Casa de Santo António e nos Paços de São Martinho desenrolaram-se importantes episódios da revolução de 1383-1385. Mesmo após a construção da muralha Fernandina e da inclusão na cidade do Chiado e da Baixa, a Encosta da Sé manteve a sua centralidade até ao final do séc. 15, quando a frente ribeirinha e a proximidade do rio passaram a ter prestígio de zona nobre, sobretudo com o incremento dado por D. João II ás viagens marítimas e à modernização do porto. É durante o séc. 18 que esta zona perde a centralidade administrativa, com a divisão da cidade em Lisboa Oriental e Lisboa Ocidental. A sede da primeira mantém-se na casa de santo António e a da segunda no Rossio. Após a reunificação sediaram-se no Rossio deixando definitivamente a Encosta da Sé. Na zona da Ribeira, o Pelourinho Novo, no séc. 17, chamado assim por um anterior existir no local da actual R. da Prata, na Pç. do Pelourinho Velho (séc. 16 - 1542, descrição de Lisboa de Damião de Góis), encontrava-se na Ribeira Velha, frente a Alfama. Este espaço denominado de Ribeira Velha ia desde a Conceição Velha, então Igreja da Misericórdia, passando pela R. dos Bacalhoeiros, pela R. do Cais de Santarém e pelo Terreiro do Trigo, até à fundição, a E. Era uma frente de rio de 1100 m. As intervenções pombalinas no pós-terramoto, ao nível do traçado urbano, foram pouco significativas em quase toda a área, com excepção para a zona da ribeira. Optou-se pela não reconstrução da Ig. Paroquial de São Jorge (no quarteirão das Merceeiras) e pela reedificação do Aljube, recuado em relação ao original, para definir um traçado mais racional da R. Direita. Também desapareceram algumas vias de menor importância para a nova cidade, de traçado irregular que não faziam sentido no novo conceito urbano. É o caso do eixo que permitia um caminho mais curto entre a Sé e o Castelo, a Cç. do Quebra Costa, que desapareceu no local do quarteirão entre a R. de São Mamede e a R. das Pedras Negras. Esta é uma área da cidade particularmente rica em espaços públicos de lazer, arborizados e caracterizados por uma relação visual privilegiada com a cidade com o rio. Para além do jardim público do Castelo de São Jorge, existe o Lg. das Portas do Sol, que entre o séc. 19 e 20 sofreu alterações significativas, com a demolição do quarteirão da Igreja de São Tomé, que o transformaram num dos mais amplos miradouros de Lisboa, o Miradouro de Santa Luzia, que usufrui de excelente localização e é um dos pontos mais vivenciados por turistas e, ainda na zona alta, o Chão da Feira e o Lg. do Contador Mor, que são igualmente espaços arborizados e dotados de zonas de estar, com grande actividade turística e comercial. Na zona baixa, o grande espaço público entre a R. dos Bacalhoeiros e a Av. Infante D. Henrique, onde até meados do séc. 20 se erguia o chama "quarteirão do Senado" e o quarteirão do edifício do "Ver-a-Peso", foi desimpedido para criação de um jardim, que se encontra em muito mau estado de conservação e está na maioria ocupado por parques de estacionamento. Excepção ao mau trato é o espaço fronteiro à Casa dos Bicos. Esta zona tem uma intensa actividade comercial, turística e de serviços. A sua relação com o rio está totalmente bloqueada apesar da localização e da carga histórica de ligação ao Tejo. A tendência de terciarização da zona baixa acentuou-se após o Plano de Melhoramentos do Porto de Lisboa, que proporcionado maior movimento portuário incentivou a instalação de actividades com ele relacionadas. Foi aumentado e urbanizado o aterro na margem e abriu-se a Av. Infante D. Henrique. Durante o séc. 20 a tendência manteve-se, com a construção do edifício do Instituto da Propriedade Industrial e armazéns, num novo quarteirão entre o Cp. das Cebolas e a Av. Infante D. Henrique. Esta avenida tem um tráfego viário intenso, que a par das áreas reservadas ao Porto de Lisboa, criam uma barreira na relação com o rio. Salienta-se a presença da R. da Judiaria, a E., memória da época em que nesta zona extra-muros, se instalaram os Judeus, com actividades relacionadas com os ofícios e o comércio. A zona junto à praia, teve uma importância crescente, desde cedo, como o atesta a passagem do Chafariz d'El-Rei (v. PT031106520456), único abastecimento público de água potável da cidade, do interior para o exterior da muralha, ainda no final do séc. 13. São várias as referências à época áurea da Ribeira que hoje encontramos. A N. a ribeira era rematada por uma frente de casas construídas encostadas à Cerca Velha, mantendo-se abertas as portas e postigos que faziam a ligação com o interior, tal como actualmente acontece. Muitas destas eram habitações da nobreza, que com a passagem da residência real para o Paço da Ribeira se aproximaram também do rio. Entre a antiga Ig. da Misericórdia, actual Ig. da Conceição Velha (v. PT031106190008) e o Chafariz d'El-Rei estavam instalados no séc. 16, os marqueses de Gouveia, os Távora e os Albuquerque, proprietários da Casa dos Bicos (v. PT031106520026) e os Condes de Vila-Flor, proprietários do Palácio Vila-Flor (v. PT031106521202), sendo os dois últimos os únicos sobreviventes da catástrofe de 1755. Nesta frente, é construída no início do séc. 18 a Casa das Varandas (v. PT031106521266), um edifício plurifamiliar para a média burguesia, antecessor do prédio de rendimento divulgado em massa na reconstrução pombalina da cidade. Sobre o Chafariz d'El-Rei, com acesso pela Tv. do Chafariz, encontra-se o peculiar Palácio das Ratas (v. PT031106520668), construído na primeira metade do séc. 19. Integrado também nesta análise, encontra-se o núcleo dominado pelo Convento do Menino Deus (v. PT031106340037), exterior à Cerca Moura. Situa-se a N. do Lg. das Portas do Sol, delimitado a O. pelo eixo da R. de São Tomé e pelo Lg. de Santo André, a N. pela Costa do Castelo, onde existia o arco de Santo André da muralha Fernandina, e a E. pela muralha do castelo. Esta área contígua à Cerca Moura caracteriza-se por ruas muito estreitas das quais se destaca a Cç. do Menino Deus, que liga o Lg. do Menino Deus, fronteiro ao convento, ao eixo da R. de São Tomé. Os quarteirões são muito irregulares em forma e dimensão. Aqui encontra-se, na Cç. dos Cegos (actual R. dos cegos), contíguo à Cç. do Menino Deus, um exemplar de habitação seiscentista (v. PT031106341249). È uma área predominantemente residencial. Esta área com uma vivência marginal em relação ao restante núcleo, está actualmente integrada nos circuitos de circulação turística e local através da abertura ao público da passagem sob o arco do Palácio de Belmonte e pelo Pátio D. Fradique, nas traseiras do palácio, que liga a Cç. dos Cegos (actual R. dos cegos) ao Chão da Feira. O quarteirão entre a Cç. do Menino Deus, a R. de São Tomé e o troço O. da Cç. dos Cegos (actual R. dos cegos), foi demolido no séc. 20 e ajardinado. A presença de imóveis notáveis civis e religiosos é uma constante, distribuídos por toda a área em análise. Algumas intervenções em edifícios carismáticos devolveram-lhes novas funções, como nos casos da Cadeia do Limoeiro (actual Centro de Estudos Judiciários) e do Aljube (actual Instituto de Reinserção Social) que foram encerrados enquanto cadeias por volta dos anos 80, e a Casa dos Bicos (Departamento de Cultura da CML).

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 08 / 12 / 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 02 a.C.-séc. 05: construção de importantes equipamentos na cidade romana Felicitas Júlia, dos quais existem vestígios do Teatro, das termas de Cássio e das cetarias, tanques de salga de peixe; 138 a.C. - Dédimo Junios Brutos manda fortificar Lisboa; 48 a.C. - Júlio César concede ao ópido ribeirinho denominado Olissipo o foro de município romano e o nome de Felicitas Juliae; 357 - a cidade é cabeça de bispado cristão, apesar do desenvolvimento urbano e comercial da cidade ter ficado muito diminuído pelas invasões ditas bárbaras; Lisboa está 305 anos sob o domínio suevo e visigodo, desde o reinado de Humenerico, 1º rei dos suevos, até ao reinado de Rodrigo, último rei dos visigodos; 370 - terramoto destrói toda a povoação; Séc. 08-12: construção (ou reconstrução sobre estruturas romanas anteriores) do castelo e da cerca moura, delimitando a Medina; esta fortificação defenderia Lisboa durante 4 séculos, até à construção da cerca fernandina; 715, c. - início da era de domínio islâmico em Lisboa, que durou 430 anos; com a conquista muçulmana, Olissipo passa a denominar-se Lissabona; 953 - conquista da cidade de Lisboa aos mouros, pelo rei de Leão, Ordonho III, que aqui reinou durante um breve período, após o saque e destruição de Lissabona; 953-1147 - reconstrução pelos mouros das estruturas fortificadas que haviam sido desmanteladas pelo rei de Leão; séc 12, início - referência documental mais antiga à existência de um castelo em Lisboa (Edrisi, geógrafo árabe), construção da primitiva Igreja de Santa Luzia ou São Brás; 1147, 25 Outubro) - conquista aos mouros por D. Afonso Henriques, após quatro meses de cerco; 1147 - Afonso Henriques doa a D. Gilberto, Bispo de Lisboa, uma propriedade no sítio da actual Praça Nova, para Paço Episcopal; 1150 - data provável de início da construção do núcleo inicial da Sé, sede de bispado; séc. 12, 2.ª metade - séc. 13 - o Concelho de Lisboa reúne no adro da Sé e por vezes no seu interior, funcionando como centro religioso e cívico; 1191 - fundação da Igreja de Santa Cruz da Alcáçova, por D. Afonso Henriques, após a conquista da cidade, no local de uma mesquita; séc.13, 1.º quartel - realiza-se feira semanal, à 3.ª-feira, no Lg. do Chão da Feira, junto à muralha S. da alcáçova; 1209 - 1.ª referência documental à freguesia de São João da Praça ou São João Baptista; 1248-1279 - obras no castelo e no Paço da Alcáçova; 1258 - referência documental à porta Martim Moniz; 1279-1325 - obras de vulto no Paço da Alcáçova ordenadas por D. Dinis; este compra casas na freguesia de Santa Cruz e doa a protegidos seus; séc. 14 - obras de ampliação da Sé de Lisboa; 1310 - abertura da Rua Nova, perto da ribeira nova; o planeamento e abertura deste eixo comprova a importância crescente da zona da ribeira e a primazia da cidade medieval mercantilista, em detrimento da velha cidade intramuros; 1329 - referências documentais a um hospital na Alcáçova, fundado pela rainha D. Beatriz, mulher do rei D. Afonso IV; 1338-1354 - a Casa da Moeda funciona nos Paços-a-Par de São Martinho; 1344 - grande terramoto destrói a Sé e o Palácio dos Arcebispos; 1373-1375 - construção da muralha fernandina que abarcava todos os arrabaldes da cidade de Lisboa, que à época eram muito superiores à cidade amuralhada pela Cerca Moura; reparação das muralhas do Castelo e da Cerca Moura; 1378 - referência documental à Torre do Tombo; 1383-1385 - as freguesias da Sé e de São Martinho são palco de importantes acontecimentos relacionados com a Revolução; o castelo é entregue sem resistência ao Mestre de Avis; são retiradas as portas do lado da cidade, a porta principal e o castelo passam a ser reconhecidos por Castelo de São Jorge e Porta de São Jorge; séc. 15, final - transferência para a Ribeira Velha do marcado de víveres que estava instalado no Terreiro do Paço; 1424-1452 - o Paço dos Bispos erguia-se junto à porta de Moniz; anexo existe o bairro dos escolares; 1460 - D. Afonso V toma medidas para melhorar o povoamento da alcáçova, ao isentar os moradores de terem escudos e de se apresentarem para revista militar; 1467 - o arcebispo de Lisboa afora ao vigário da Igreja de Santa Cruz os seus paços, casas e pomares que possuía junto à Igreja; 1490 - D. Manuel confirma privilégios concedidos aos moradores da alcáçova por D. Afonso III, de não pagarem jugada; 1495-1521- D. Manuel faz obras no Paço da Alcáçova, no Castelo e obras de adaptação do Paço-a-Par de São Martinho para instalação da Casa da Suplicação e da Casa do Civil, mantendo-se assim a função prisional; séc. 16, 1.ª metade - construção da Igreja da Misericórdia, do novo Terreiro do Trigo e da Alfândega Nova, estabelecendo a fronteira entre a Ribeira Velha e o Terreiro do Paço; Brás de Albuquerque constrói a Casa dos Bicos no local de antigas casas da família; construção de uma cobertura no Chafariz d'El-Rei; 1502, 08 Junho - D. João III nasce no Paço da Alcáçova; 10 Junho - Gil Vicente representa no Paço o Monólogo da Visitação, acontecimento tido como o do nascimento do teatro português; 1503, 01 Setembro - recepção solene no Paço Real da Alcáçova de Vasco da Gama, após o seu regresso da Índia; 1530 - data até à qual o Paço Real da Alcáçova foi habitado, por D. Joana, noiva de D. Afonso V, após ter perdido a coroa de Castela; a residência real tinha sido já transferida para o Paço da Ribeira; 1531 - as torres N. e NE. da Alcáçova e o casario adjacente para o lado de Santo André e Costa do Castelo, conhecido por Vila Quente desde pelo menos o séc. 14, são destruídas por um terramoto, que deixa de pé apenas parte da muralha; 1536 - o Aljube é constituído prisão dos eclesiásticos; 1551 - dados do povoamento por freguesia: Sé - 6 180 hab., 350 casas, "718 vizinhos"; São João da Praça - 1557 hab., 125 casas, "278 vizinhos"; São Martinho - 172 hab., 28 casas, "42 visinhos"; 1569 - a "Peste Grande" provoca grande número de mortos na cidade intramuros (Cerca Velha); 1572 - instituição do cargo de presidente da Câmara de Lisboa, para o qual é nomeado Brás de Albuquerque; os vereadores passam a ser nomeados pelo rei, os Pelouros deixam de ser sorteados; 1557 - o recolhimento da Senhora da Encarnação, fundado por D. João III para meninas nobres órfãs, é transferido para o bairro do Castelo, vindo a ocupar as casas dos Duques de Aveiro na R. do Recolhimento; 1569 - D. Sebastião após a sua coroação manda reedificar e repara o Antigo Paço Real, tendo preferido este para sua residência, em vez do paço da ribeira mandado construir por seu bisavô; 1580 - a fortaleza no canto NE. da antiga alcáçova começa a ser conhecida por castelejo; séc. 17-18: intervenções de ampliação da Sé e decoração do seu interior ao gosto barroco; 1604 - postura camarária que regulamenta o abastecimento de água no Chafariz d'El-Rei, documento em que é explicita a estratificação social de então; 1611 - a água do D'El-Rei passa a ser paga - 6 réis o pote de água; 1621 - carta da Câmara de Lisboa ao Papa, em que é comunicada a decisão do Senado de fazer do edifício de Fernando de Bulhões, o nome de nascença de Santo António, a sede dos Paços do Concelho; 1620 - a freguesia de Santa. Cruz do Castelo tem 437 fogos, onde habitam 2000 pessoas, segundo o Livro das Grandezas de Lisboa; 1655 - referência documental ao presídio do Castelo de Lisboa; 1651 - a freguesia de Santa Cruz do Castelo tem 237 fogos, onde habitam 1173 habitantes segundo o Livro das Grandezas de Lisboa; 1660 - Fundação do Hospital de Soldados também conhecido por Hospital de Nossa Senhora da Conceição ou Hospital do Castelo, nas casas dos duques de Aveiro, no lado S. da R. do Recolhimento, em frente á Ig. de São Cristóvão; 1694 - o provedor - mor da saúde e o senado da câmara advertem do perigo para a saúde pública dos muitos corpos enterrados quase à superfície no cemitério do hospital dos Soldados e de um cano de despejos do hospital; séc. 18 (1ª metade) - D. João V manda construir uma cadeia no castelo e o Limoeiro é transformado em cadeia pública; Dados do povoamento in Memória Paroquiais - Sé - não há dados, São João da Praça - 300 fogos; São Martinho - 30 fogos, S. Jorge - 58 fogos; 1717 - o Senado da Câmara é desdobrado em Senado Oriental e Senado Ocidental. O primeiro permanece sediado na casa de Santo António e o segundo fica sediado no Rossio; 1741 - Reunificação do Senado da Câmara e início do abandono da sede dos paços de Concelho da Casa de Santo António, à Sé. Início provável da construção da Casa das Varandas na Ribeira Velha; 1747 - construção da Ermida da Caridade. Obras no Chafariz d'El-Rei; 1749 - obras de vulto na Igreja de Santa Cruz; 1755, 01 Novembro) - dá-se o mais destrutivo terramoto de que há memória em Portugal, sucedido de maremoto e incêndios, responsáveis pela destruição quase total da cidade de Lisboa e de muitas outras cidade no país, provocando grande número de mortos e a ruína do Paço da Alcáçova e edifícios anexos, grande parte das estruturas militares do castelejo e da alcáçova remanescentes, a Igreja de Santa Cruz, as Ermidas do Espírito Santo e de Nossa Senhora da Conceição, o Recolhimento de Nossa Senhora da Encarnação, o Hospital dos soldados e muitas casas particulares; destrói toda a freguesia de São João da Praça, à excepção de 10 fogos; a Sé, a Igreja de São Martinho, a Casa dos Bicos (que então funcionava como armazém de bacalhau) e a Casa das Varandas são muito danificadas; as Igrejas de São Jorge e de São João da Praça ficam em ruína bem como o Limoeiro e a maioria dos palácios da Ribeira Velha, à excepção do palácio de Vila-Flor; 1765-1767 - reconstrução do Cais a Ver-o-Peso, na Ribeira Velha; Construção do Celeiro Público pombalino, com cais próprio, actualmente a Alfândega de Lisboa, na R. do Terreiro do Trigo; 1769 - extinção da alcaidaria-mor de Lisboa; a guarda do castelo é confiada a um governador militar, sujeito aos generais da Corte e Província da Estremadura; 1774 - obras no Chafariz d'El-Rei; 1776 - abertura ao público da nova Igreja de Santa Cruz, com apenas uma nave; 1778 - fundação a oficina de serralharia de Romão António Fernandes, às Cruzes da Sé; 1779 - é instalado numa torre do castelejo o primeiro observatório astronómico de Lisboa; referência documental ao "quarteirão do Senado", compreendido entre a R. dos Bacalhoeiros / Campo da Cebolas e a actual Av. Infante D. Henrique, ocupado por actividades económicas e serviços; 1780 - início da instalação da Casa Pia, ocupando cerca de metade da área do castelo de São Jorge, onde funcionam escolas, recolhimentos, oficinas, casas de correcção e prisão, são abertas cisternas, os edifícios dos quartéis velhos e dos restos do Paço da Alcáçova sofrem obras de adaptação ás novas funções; dados demográficos da freguesia - Sé - 1720 hab., 308 fogos; São João da Praça - 1580 hab., 377 fogos; São Martinho - 338 hab., 97 fogos (in Memórias Paroquiais); 1782 - demolição da Porta de Ferro para abertura do Lg. de Santo António da Sé; 1786 -as casa dos condes de Santiago estão ocupadas por pobres; 1775-1799 - é edificado o palacete da rua das cozinhas e vários edifícios correntes; séc. 19, início - reconstrução do Aljube para alargamento da rua; séc. 19, meados - toma forma a Praça Nova do castelo, a nascente do castelejo, estando totalmente desimpedida de casas e separada da freguesia civil; as encostas N. e O. perdem o carácter rural e agrícola (olival, hortas, terras de semeadura) e começam a ser urbanizadas; 1807 - os soldados franceses destroem as instalações da Casa Pia no castelo e é hasteada a bandeira francesa; 1831 - reconstrução da Porta de São Jorge com mármores vindos do convento dos Lóios; 1834 - construção do muro do Limoeiro, pelo arquitecto Possidónio da Silva; 1836 - anexação das freguesias de Santiago e São Martinho; construção do Chafariz d'El-Rei com o aspecto actual; 1837-1838 - demolição da Igreja de São Martinho para abertura do Lg. de São Martinho; 1841 - reconstrução do muro S. e O. da Praça de Armas, colocação de calçada de lioz e basalto na parada poente e reconstrução dos muros de suporte, obras nos quartéis e arborização do recinto militar; 1842 - extinção do cemitério, junto à Igreja de Santa Cruz e criação do Lg. de Santa Cruz; 1856 - a iluminação a azeite é substituída por candeeiros a gás; 1864 - Castelo: 1702 habitantes e 306 fogos, Sé: 4550 habitantes; 1868 - classificação como Praça de Guerra de 2ª classe, tendo perdido o título em 1897; 1878 - Castelo: 2577 habitantes e 463 fogos, Sé: 5279 habitantes; 1885-1886 - a freguesia de São João da Praça é anexada à freguesia da Sé; anexada a esta ficam também os territórios da primitiva freguesia de São Jorge e parte da freguesia de São Martinho; 1887 - o Plano Geral de Melhoramentos do Porto de Lisboa prevê a construção de duas docas: a do Terreiro do Trigo, destinada a receber os cereais e o vinho da região do Ribatejo, que vinham em embarcações pelo Tejo e a actual doca da Marinha; 1890 - Castelo: 2692 habitantes e 508 fogos; Sé: 5901 habitantes; 1896 - grande incêndio na Fábrica de Moagem da R. do Barão, provocando elevados danos em diversos imóveis, sobretudo na Igreja de São João da Praça; 1897 - o castelo de São Jorge é desclassificado como Praça de Guerra; 1898 - Vieira da Silva publica a primeira edição do seu estudo sobre o castelo de São Jorge; séc. 20, início - construção de escritórios, armazéns e estruturas de apoio à indústria e ao porto em toda a frente ribeirinha; 1900 - Castelo: 2675 habitantes e 484 fogos, Sé: 6055 habitantes; 1906 - é apresentada ao Parlamento uma proposta de construção de um complexo turístico no local do castelo; 1907-1910 - construção do Palacete do Chafariz d'El-Rei; 1910, 16 Junho - classificação do Castelo de São Jorge, da Sé e da fachada da Casa dos Bicos como Monumento Nacional; 1915 - a freguesia de Santa Cruz do Castelo passa a ter a denominação de freguesia do Castelo; 1918 - falecimento do actor Augusto Rosa, na sua residência, na actual rua Augusto Rosa; 1919 - instala-se no castelo uma companhia da GNR; 1921 - construção de um reservatório subterrâneo de água na Praça de Armas; 1922 - requisição na Câmara dos Deputados de autorização para construção de um palácio-hotel (500 quartos) no castelo; 1930-1940 - intervenções diversas, no âmbito da Exposição do Mundo Português. Demolição do "quarteirão do Senado", primeiras referências à necessidade da reabilitação urbana de Alfama, o Aljube torna-se prisão política; 1938 - saída dos militares do castelo e abertura ao público da antiga zona militar; 1940 - população de 2924 pessoas; 1942 - o castelo de São Jorge (a parte que era freguesia militar) é cedido temporariamente pelo Governo à CML para miradouro público e procede-se a obras na Casa do Governador para instalação da Legião Portuguesa; 1950 - Castelo: 2091 habitantes; Sé: 6164 habitantes; demolição da parte velha da Cadeia do Limoeiro e construção do actual corpo E. do edifício; 1952 - obras de adaptação da Casa do Leão a restaurante; 1959: definição do actual limite da freguesia da Sé; 1960/ 70: Plano de valorização e Conservação de Alfama, englobando toda a parte nascente da freguesia da Sé (plano do arq. V. Reis Camelo). A população do castelo é de 1890 pessoas; 1965 - criação da "Comissão de Estudo e Coordenação das obras a realizar no castelo de São Jorge; 1970 - população de 1365 pessoas que é encarado pela 1ª vez como um conjunto urbano. Demolição de uma torre do lanço E. da muralha do castelo, para construção de um prédio na rua do Recolhimento; 1974 - acentua-se a vertente turística do núcleo urbano do Castelo; 1979 - escavações arqueológicas na casa do Leão e na Sala Ogival. Adaptação da última para banquetes; 1981-1983 - intervenção na Casa dos Bicos no âmbito da XVII Exposição Europeia de Arte Ciência e Cultura, incluindo escavações arqueológicas que revelaram importantes vestígios romanos e medievais; 1985 - constituição dos gabinetes técnicos de Alfama e da Mouraria, da CML, na Colina do Castelo; 1985-1986 - constituição dos Gabinetes Técnicos Locais de Alfama e da Mouraria, na Colina do Castelo; Alargamento da "área crítica de recuperação e reconversão urbanística" do Gabinete Técnico de Alfama ás freguesias da Sé, Santiago, Castelo e parte de São Vicente.

Dados Técnicos

Coberturas de duas ou mais águas, estrutura autoportante, paredes de cantaria, alvenaria de pedra, alvenaria mista, alvenaria tijolo, reboco cimento, pintura a tinta, janelas de duas folhas, pavimentos urbanos com calçada à portuguesa, paralelepípedos de granito

Materiais

Pedra: calcário, granito; cerâmica: tijolo maciço, telha de canudo; metal ferro forjado

Bibliografia

LANGRES, Nicolau de, Desenhos e Plantas de todas as Praças do reyno de Portugal, c. 1661 (BN Códice 7445); Castelo de São Jorge, Boletim da DGEMN, nº 25-26, Lisboa, 1941; SILVA, AUGUSTO VIEIRA da, Plantas Topográficas de Lisboa, CML, 1950; CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga. Bairro Oriental, 3ª edição, vols. IV e VI, Lisboa, CML, 1967 e 1975; MOITA, Irisalva, Lisboa Quinhentista, A imagem e a vida da cidade, Lisboa, CML, 1983; HOLANDA, Francisco de, Da Fábrica Que Falece à Cidade de Lisboa, s.l., Livros Horizonte, 1984; Atlas de Cidades Medievais Portuguesas, (séc. XII a XV), Lisboa, Ed. do Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, 1990; ARAÚJO, Norberto Moreira de, Peregrinações de Lisboa, Livros I a III, Lisboa, Veja, 1992; JANEIRO, Helena Pinto, Lisboa, Freguesia do Castelo, Guias Contexto, CML, 1993; ARAÚJO, Norberto Moreira de, "Castelo de S. Jorge" in Inventário de Lisboa, Fascículo I, pp. 9-22, CML, 1994; CARITA, Hélder, Lisboa Manuelina e a formação de modelos urbanísticos da época moderna (1495 - 1521), Livros Horizonte, 1999; SANTANA, Francisco, Lisboa na 2ª metade do séc. XVIII (Plantas e descrição das suas freguesias), Lisboa, CML, s.d; Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, sob a direcção de Filipe Folque: 1856 - 1858, CML, Lisboa, s. d.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CML

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CML

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; CML

Intervenção Realizada

DGEMN: 1935 - início das obras de reconstrução do castelo; 1938 - expropriações e demolições de edifícios em cerca de metade da área da freguesia do castelo e na sua área adjacente para N. e O., demolição da maioria das estruturas arquitectónicas e vestígios posteriores à época manuelina, desaterros e remoção de entulhos, restauro e reconstituição do castelejo e de parte das muralhas da alcáçova, obras ligeiras no piso térreo dos quartéis correspondente a parte do Paço da Alcáçova, a S. do castelejo e composição de uma série de ruínas-presumivelmente do Paço, abertura de um caminho exterior à muralha N. e O., até ao Lg. do Menino Deus, onde se abre um novo acesso à freguesia; CML: 1985/ 2007 - acções de reabilitação urbana sistemática, ao nível do edificado e do espaço público, no âmbito das intervenções dos Gabinetes Técnicos/ Unidades de Projecto de Alfama e da Mouraria e Castelo.

Observações

Autor e Data

Marta Clemente 2007

Actualização

 
 
 
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