Torre de Centum Cellas
| IPA.00002545 |
Portugal, Castelo Branco, Belmonte, União das freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre |
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Edifício romano, de função indefinida, provavelmente integrado numa villa romana, de planta rectangular, de volume único, com 3 pisos. Vãos de lintel recto sem moldura. Composição dos alçados regular. Edifício integrado num conjunto arquitectónico de maiores dimensões. Apresenta algumas afinidades com a Torre de Almofala, Figueira de Castelo Rodrigo. Aparelho isódomo constituído por silhares de grandes dimensões, existindo diferença de aparelho entre os pisos inferiores e o superior *4. |
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Número IPA Antigo: PT020501030002 |
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Registo visualizado 6567 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Agrícola e florestal Villa
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Descrição
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Planta rectangular. Volume único, com ausência de cobertura, evoluindo em três pisos, com cerca de 12 metros de altura. Alçado NE. possui, no primeiro registo, três portas equidistantes, encimadas por quatro pequenas janelas quadrangulares, a que se segue linha horizontal de orifícios. No segundo registo, porta ladeada por duas janelas quadrangulares. No terceiro registo, três vãos sem lintel e umbrais irregulares, com diversos orifícios. Alçado SO. tem, no primeiro registo, três portas ou vãos equidistantes com lintel a altura desigual, encimadas por três vãos dispostos irregularmente. Um friso saliente, parcialmente interrompido, separa o segundo registo, com porta ladeada por duas janelas quadrangulares, a que se segue linha horizontal de oríficios. O terceiro registo é rasgado por três janelas equidistantes, tendo a central umbral de maior altura. Alçado SE. apresenta o primeiro registo estruturado em três panos com vestígios de pilastras, tendo três portas, duas das quais de composição irregular e dois pequenos vãos ao nível térreo. Friso saliente separa o segundo registo, com três portas e duas janelas quadrangulares e simétricas, a que se segue linha horizontal de oríficios. No terceiro registo, três vãos sem lintel e umbrais irregulares, apresentando diversos orifícios. Alçado NO. tem o primeiro registo estruturado em três panos com vestígios de pilastras, duas portas, uma das quais centrada e três vãos de configuração irregular. Um friso saliente separa o segundo registo, rasgado por três portas e duas janelas quadrangulares e simétricas, a que se segue linha horizontal de oríficios. No terceiro registo, três vãos sem lintel e umbrais irregulares, com diversos orifícios. Vãos de lintel recto sem moldura. INTERIOR forma espaço único, com cornija interna. O pavimento aproveita o afloramento rochoso. O edifício encontra-se ligado a um conjunto de compartimentos dos quais apenas subsistem as fundações. Observam-se duas alas paralelas ao lado maior do rectângulo, em cujo pavimento se identificam fragmentos de elementos construtivos de cantaria, nomeadamente um fragmento de frontão, assim como um conjunto de compartimentos ainda em escavação que parecem indiciar um conjunto de grandes dimensões com planta geral em U ou com pátio central. |
Acessos
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EM Comeal da Torre, a cerca de 30 m a Sul, WGS84 (graus decimais) lat.: 40,377665, long.: -7,342730 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 14 425, DG, 1.ª série, n.º 228 de 15 outubro 1927 |
Enquadramento
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Rural, isolado e destacado numa zona planáltica, no sopé da vertente S. do Monte de Santo Antão *2, junto à ribeira do Colmeal; é visível a partir da EN 18 e localizam-se, a escassa distância, construções dissonantes recentes. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: villa |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCCentro, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 |
Época Construção
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Séc. 01 / 02 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 1 / 2 - Construção do edifício de função ainda indefinida, pelo Imperador Augusto ou pelo general Agripa ( A.R. Belo ); organização de um provável povoado ou cidade ( Cristóvão Aires Magalhães Sepulveda ), numa zona de exploração mineira, na proximidade da via militar Mérida - Braga e do hipotético castro do Monte de Santo Antão; 253 - morte de São Cornélio que, segundo a tradição, teria estado encarcerado neste edifício de 100 celas; séc. 3 / 4 - incêndio e sequente reconstrução do conjunto, ligado a exploração agrícola ( documentado arqueologicamente ); construção de sala com ábside e larário, onde apreceram sete aras decoradas, uma delas com referências a Vénus e Minerva; época medieval - permanência da ocupação do sítio, com construção de um templo e zona de enterramentos ( existência de nove sepulturas ); provável reconstrução do 3º piso; 1188 - concessão de carta de foral à povoação de Centuncelli por D. Sancho I; séc. 13 / 14 - improvável reconstrução como atalaia por D. Dinis ( Pinho Leal ); 1630 - referência a ruínas da povoação; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1993 - 1998 - campanha de escavações arqueológicas sob a direcção de Helena Frade; 2020, 30 setembro - assinatura do auto de transferência de competência de gestão, valorização e conservação da Torre de Centum Celas do Estado para a Câmara Municipal de Belmonte. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Granito, cantaria e alvenaria, aparelho isódomo, revestimento inexistente. |
Bibliografia
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ALARCÃO, Jorge, Arquitectura Romana in História da Arte em Portugal - do Paleolítico à Arte Visigótica, Lisboa, 1986; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1948; BELO, Aurélio Ricardo, Algumas Palavras sobre a Torre Centum Cellae de Belmonte in Actas e Memórias do I Congresso de Arqueologia, Lisboa, 1957, vol. II; BELO, Aurélio Ricardo, Nótas sobre Cinco Marcos Miliários da Via Militar Romana Mérida - Viseu - Braga, encontrados nas proximidades da Torre Centum Cellae de Belmonte in Revista de Guimarães, 1960, vol. LXX; BELO, Aurélio Ricardo, Dois Marcos Miliários Inéditos do Troço Centum Cellae - Valhelhas da Via Militar Romana Mérida - Viseu - Braga in Arqueologia e História, Lisboa, 1964, vol. XI; BELO, Aurélio Ricardo, O Problema da Torre Centum Cellae de Belmonte, Mansio ou Praetorium in Arqueologia e História, Lisboa, 1966, vol. XII; CALAIS, Manuel João, A Geometria de Centum Cellas, Covilhã, 1984; DIAS, Jaime Lopes, Centum Cellas na Arqueologia e na História Luso-Romana e Portuguesa, Lisboa, 1972; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; LEITÃO, Manuel, Alguns Materiais Romanos provenientes das Escavações do Dr. Aurélio Ricardo Belo em Centum Cellae in Estudos de Castelo Branco, 1980, nº 6; MARQUES, Manuel, Belmonte - terras de Cabral, Belmonte, 2001; PLÁCIDO, Luís, Centum Cellas, Covilhã, 1984; RODRIGUES, Adriano Vasco, A Torre de Centum Celas - Pretório de um Acampamento Romano in Revista de Guimarães, 1960, vol. LXXII, n.º 3; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70345 [consultado em 26 setembro 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1942 - escavação para desaterro da torre; consolidação de paredes; 1944 - sondagens; consolidação em paredes; 1951 - Identificação de recipiente em barro a 20 m da torre contendo ossadas; 1955 - escavação para sondagens incluindo recolha de elementos arqueológicos e remoção de terras no perímetro da torre, nas entradas e junto das paredes; consolidação de tramos de parede em alvenaria e cantaria, incluindo o refechamento das juntas; 1958 / 1959 - Escavações na envolvente dirigidas por Aurélio Ricardo Belo: identificação de dois marcos miliários a c. de 300 m da Torre; sondagens *6; 1960 - direcção de Aurélio Ricardo Belo: trabalhos de prospecção em torno da Torre de Centum Cellae; abertura de duas valas: uma a 14 m do alçado E. com direcção perpendicular à parede e outra a 1, 50 m e paralela à parede O.; identificação de troços de parede idêntica à da torre *7; recolha de diversos materiais; IPPAR: 1993 / 1994 - campanha de escavações arqueológicas sob a direcção de Helena Frade; 1998 - campanha de escavações arqueológicas sob a direcção de Helena Frade; 2001 - trabalhos arqueológicos e vedação do espaço. |
Observações
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*1 - outras designações: Centum Cellae, Centum Celas ( estas últimas as mais correctas ), Centum Celli, Centum Caeles, Centcellas, Centum Coeli. *2 - no Monte de Santo Antão existem vestígios de fortificações, tendo sido identificados no local achados da época romana. *3 - funções atribuídas: praetorium de acampamento militar ( A. V. Rodrigues ), prisão ( J. Almeida ), estalagem - mansio fortificado devido à proximidade de via militar ( A. R. Belo ), templo ( V. Correia ), edifício residencial de villa atendendo à compartimentação interna do conjunto ( J. Alarcão ); possuía três pisos e 22 m. de altura; atendendo à linha de oríficios murários possuiria varanda corrida em todo o perímetro e existiria uma conduta de água construída em tijolo entre o edifício e a Ribeira de Colmeal, segundo informações locais prestadas a Aurélio Ricardo Belo. *4 - esta diferença levou alguns historiadores a considerar a possibilidade de se tratar dum edifício do séc. 4 a.C., uma casa rica da Lusitânia Pré-Romana. *5 - referente apenas ao edifício subsistente. *6 - espólio confiado em 1962 a Fernando de Almeida. *7 - espólio recolhido nas escavações dirigidas por Aurélio Ricardo Belo e depositados no Museu Francisco Tavares Proença Júnior ( Castelo Branco ): cerâmica comum; terra sigillata, cerâmica cinzenta fina polida, cerâmica pintada, numismas, fíbula zoomórfica, alfinete, pesos de tear, fragmentos de ossos incinerados e carvões; Francisco Tavares Proença Júnior terá identificado vestígios de exploração metalífera romana, de habitações e cemitério romanos. |
Autor e Data
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Margarida Conceição 1994 |
Actualização
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