Real Fábrica de Panos da Covilhã / Museu de Lanifícios da Covilhã / Polo da Universidade da Beira Interior

IPA.00002524
Portugal, Castelo Branco, Covilhã, União das freguesias de Covilhã e Canhoso
 
Fábrica de produção de panos, pombalina, onde se mantém, numa área museolizada as instalações tintureiras, existindo a zona de fabrico ou sala dos teares no corpo fronteiro. Edifício arquitectonicamente muito simples, possuindo vãos de iluminação rectilíneos e uma porta que abre directamente para a zona de trabalho e para pátio central, incrivelmente bem preservado, resultando de uma acção de arqueologia industrial, possuindo duas salas de tinte, uma de panos e outra de lãs de meada, e dornas de tinte, circulares e em cantaria, dispostas em sequências paralelas e ladeadas por canalizações em granito, que faziam circular a água, que descarregava no pátio e na Ribeira da Degoldra, conseguidas por alto fogo, alimentado pelas fornalhas existentes nas paredes, com chaminéis embutidas no muro e alimentada por lenha, que se guardava numa sala com ligação para os corredores das fornalhas. O edifício fronteiro era o de produção de peças de tecido, onde funcionavam os teares, construída um pouco mais tarde, possuindo a pedra de armas de D. Maria I, enquanto a anterior possuía as de D. José I, mas mantendo o carácter sóbrio e funcional do período.
Número IPA Antigo: PT020503190006
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Extração, produção e transformação  Fábrica    

Descrição

Conjunto de dois edifícios, um rectangular, correspondente ao Museu e zonas da Universidade, tendo fronteiro um corpo de planta rectangular irregular, correspondente a salas de aula e serviços administrativos, ambos com coberturas homogéneas em telhados de treze águas no primeiro e de duas no segundo e articulados por dois passadiços, um em granito com arco pleno e outro em betão, de feitura recente. O corpo do MUSEU forma um rectângulo em torno de pátio quadrangular central, onde existia um chafariz *2, denominando-se, actualmente o Pátio da Parada, prolongando-se nas alas principal e posterior. As fachadas evoluem em dois pisos, percorridas por embasamento proeminente em alvenaria de granito com as juntas preenchidas a cimento, e rematadas por cornija, sendo rasgada por vãos rectilíneos, com modinaturas em cantaria de granito. Fachada principal virada a E., rasgada por três portas, a principal mais elevada, rematada por friso e cornija e encimada pelo escudo português de D. José I; tem, ainda, oito janelas, protegidas por grades de ferro e, no piso superior, quinze janelas de peitoril. Fachada lateral esquerda, virada a S., adossada ao edifício novo, possuindo, na saliência, seis janelas de peitoril em cada piso. Fachada lateral direita, virada a N., semelhante à anterior, possuindo, no corpo saliente, virado a O., em cantaria de granito aparente, três janelas em cada piso. Fachada posterior com vinte e uma janelas de peitoril e uma pequena fresta no primeiro piso, surgindo, no segundo, treze janelas de peitoril e uma fresta. INTERIOR com pátio central, rasgado, no piso inferior por portas, ao centro das faces O. e N., em arco de volta perfeita, encimados por janela de sacada com bacia de cantaria e guarda de ferro forjado e por pequenas janelas de peitoril; o lado S. e E. possui portas e janelas rectilíneas em ambos os pisos, com alpendre em alumínio lacado de vermelho e com escadas metálicas no ângulo de três lanços convergentes, com guardas vazadas do mesmo material. As alas S. e parte das E. e O. formam o núcleo museulógico, estando as demais inseridas nos serviços universitários. Acesso pelo portal principal, formando um amplo vestíbulo pavimentado a cantaria de granito, que liga a escadas de acesso aos pisos superiores de ambas as alas e à porta central do pátio. No lado direito, surge a Sala de Recepção do Museu, com um balcão de atendimento no lado direito e vitrinas no lado esquerdo, possuindo porta de acesso à Sala de Tinturaria dos Panos de Lã, uma sala do grande tinte, dividida em dois espaços por dois arcos de volta perfeita assentes em pilares toscanas de cantaria, que lhe valeu o nome primitivo de Sala dos Arcos, possuindo cobertura em betão e pavimento em soalho flutuante. A zona museolizada encontra-se no topo S. da sala, com duas estruturas de caldeiras do grande tinte, uma delas desprovida de guardas e outra parcialmente com as guardas em granito, integrando duas chaminés embutidas na caixa murária. Ao lado desta, o tanque de água *3 de planta quadrada, mantendo a estrutura de canalização primitiva e, actualmente, permite o acesso ao compartimento anexo, a Sala da Tinturaria das Lãs em Meada, é de planta rectangular e integra fornalha e suporte de caldeira *4, com vestígios de chaminé adossada à caixa murária. Desta sai uma escadaria em cantaria, de acesso aos Corredores das Fornalhas, formando um T, para os quais abrem as bocas de fornalha, que consistem em orifícios rectangulares abertos na caixa muraria, que alimentavam de lenha os fornos, integrando cinco chaminés embutidas na caixa murária no lado N. e três no lado O.. A meio dos corredores, surge uma porta e escadaria de ferro, formando os acessos à antiga casa da lenha, o actual anfiteatro da Universidade. No topo de um dos corredores, surgem as escadas que ligam ao piso superior e às salas da Universidade. Sob estas, o acesso à Tinturaria das Dornas ou sala do pequeno tinte *5, com três fornalhas e respectivas chaminés embutidas na estrutura muraria, e oito estruturas de dornas, dispostas em sequências paralelas e envolvidas por grades de ferro, uma das dornas e uma das fornalhas encontram-se reconstituídas, apresentando a primeira uma dorna em madeira de tacula e a última uma caldeira em cobre; ao redor da sala, uma caleira que permitia escoar as águas residuais para o pátio central, descarregando na Ribeira da Goldra. Um passadiço de cantaria formado por abóbada de berço, assente em impostas salientes e em maciços de cantaria, e encimado por três janelas em cada face, liga ao outro CORPO da fábrica. Este possui dois pisos, com embasamento em cantaria de granito e cunhais em cantaria, com remate em cornija e beirada simples, assente em alto muro de suporte de terras, em cantaria de granito, com a fachada principal virada a N., rebocada e pintada de brancocom porta de verga recta ampla e protegida por folhas em alumínio lacado de vermelho, encimado pelo brasão real de D. Maria I e, no segundo piso, duas janelas de peitoril; no lado direito, portão metálico leva a pequeno logradouro que faz a ligação a um edifício de construção recente e que pertence ao núcleo universitário. No lado esquerdo, possui um corpo de feitura recente e os elementos arruinados da antiga fábrica, em cantaria de granito aparente, onde é possível visualizar a existência de algumas janelas de peitoril. Fachada lateral esquerda, virada a E., em cantaria de granito, com uma parte do segundo piso rebocado e pintado de banco, rasgada uniformemente por janelas rectilíneas; o piso inferior, surgem vinte e oito janelas de peitoril e, no superior, dezassete janelas de peitoril. Fachada lateral direita rasgada por vãos de verga recta. Fachada posterior em empena cega. INTERIOR não observado.

Acessos

Rua Marquês de Ávila e Bolama. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,277610; long.: -7,508312

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28 /82, DR n.º 47 de 26 fevereiro 1982

Enquadramento

Peri-urbano, isolado, implantado numa plataforma artificial, assente sobre soco em talude de grande altura, sobranceira à Ribeira da Degoldra. No lado esquerdo do conjunto, ergue-se o novo edifício da Universidade da Beira Interior, em betão e com caixilharias de alumínio lacado de vermelho e vidro fosco, evoluindo em vários pisos e possuindo um ligação em betão com o pólo mais antigo, situado no lado fronteiro. O edifício abre directamente para a via pública, um dos principais acessos ao centro da cidade, bastante estreita nesta zona e separada por um estreito passeio público.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: fábrica

Utilização Actual

Educativa: universidade / Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Câmara Municipal da Covilhã, Auto de cedência de 02 Maio 1972

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Bartolomeu da Costa Cabral (1974-1996); Hélder Oliveira (1989); Nuno Teotónio Pereira (1989). CARPINTEIRO: Bento José da Costa Matos (1766-1767); José Rodrigues Lda. (1992). EMPREITEIRO: José António Pires Bernardo (1990-1992). ENGENHEIRO: Luís Elias Casanovas (1989). PEDREIRO: João Álvares (1766-1767). SERRALHEIRO: Casa Hipólito, S.A. (1992).

Cronologia

1763 - projecto de criação de uma Fábrica de Panos na Covilhã por iniciativa do Marquês do Pombal; 1764, 26 Junho - fundação da Real Fábrica dos Panos da Covilhã por provisão régia de D. José, acompanhada pela Junta do Comércio, abarcando uma Tinturaria e Casa da Prensa, pertencente à Junta do Comércio, existentes no local *6; no edifício foi utilizada pedraria proveniente da demolição do castelo, o que leva à existência de pedras sigladas; foram contratados administradores e operários estrangeiros; 1766 / 1767 - primeira fase da construção do edifício, estando as frontarias praticamente concluídas; era mestre de pedraria e carpinteiro Bento José da Costa Matos; construção do chafariz do pátio *7; 1769, 12 Maio - carta régia autorizando o reaproveitamento de materiais provenientes das muralhas na construção do edifício; início da laboração, sendo superintendente da fábrica Paulino André Lombardy; 4 Setembro - alvará régio obrigando a que os tecidos para os fardamentos das tropas portugueses fossem feitos na Covilhã *8; 1770 - isenção por dez anos de impostos sobre os lanifícios; 1778, 18 Julho - passa a ser tutelada pela Junta da Administração das Fábricas do Reino e Águas Livres; 1781 - transferência da administração da Real Fábrica para a Junta do Comércio; 5 Fevereiro - Alvará de D. Maria I liberalizando o comércio das lãs, revogando o Alvará de 1769; 1788 - Alvará de concessão da Real Fábrica a António José Ferreira, Jacinto Fernandes Bandeira, Luís Machado Teixeira, António Francisco Machado e Joaquim Pedro Quintela (Barão de Quintela) que criaram a Sociedade das Reais Fábricas de Lanifícios da Covilhã e Fundão; construção de um novo edifício sobre o chafariz das Lágrimas, fronteiro à Real Fábrica e o arco de ligação entre ambos os edifícios; adjacente ao edifício primitivo, uma nova tinturaria e uma casa para o grude; construção de uma fábrica fronteira, por Simão Pereira da Silva; 31 Julho - a rainha cede o privilégio de tinturaria de anil a Simão Pereira da Silva; 1793 - era tintureiro Diogo Pereira de Carvalho; era administrador da fábrica Francisco Rodrigues de Assis; 1800 - Simão Pereira funda a sua fábrica; 1801, 30 Julho - isenção da Covilhã sobre alguns impostos, protegendo a manufactura das lãs; 1804-1805 - a Real Fábrica era abastecida de lã de fiações que laboravam em Alpedrinha, Casteleiro, Castelejo, São Gião, Penalva, São Vicente, São Miguel e Penamacor, num total de 1930 pessoas; 1807 - encerramento da fábrica; na sequência das segundas Invasões Francesas, a fábrica esteve encerrada, estando prevista a sua demolição; a maquinaria foi transferida para a Real Fábrica de Portalegre; 1813 - ordem de abertura da mesma, apesar de não ter sido cumprida, por não existirem condições lojísticas e mão-de-obra para o efeito; 1815 - 1817 - a fábrica de Simão Pereira da Silva viria a transformar-se na primeira fábrica hidráulica da Covilhã, como a roda de cubos, engenhos de carduçar, engenhos de cardas, engenhos de fiar, "jennys", engenhos de apisoar e engenhos de perchar; podia ter brasão real e cunhos privativos, pela acção do técnico francês Gabriel Mourizon; 1820 - a fábrica era administrada por Cassiano Joaquim Alves; 1821, 17 Fevereiro - a fábrica foi transmitida a António Pessoa de Amorim, casado com Margarida Navarro de Andrade Pessoa de Amorim, nomeados Viscondes da Covilhã; os mesmos herdaram a fábrica fronteira, do particular Simão Pereira da Silva; 31 Março - esta transmissão viria a ser confirmada em Cortes Gerais; 1821 - António Pessoa de Amorim propõem-se adquirir a fábrica; 1838 - primeira utilização de cardos e fiações mecânicas; 1857 - pensa-se construir um quartel; 17 Junho - o monarca anui e dá 10$000 para ajuda da construção; um elemento da Direcção de Obras Públicas dirige-se ao local para levantar a planta, mas o Ministério da Guerra acaba por não autorizar a construção; 1863 - era proprietário da mesma António Pessoa de Amorim; fecho da fábrica e adaptação do edifício a quartel, com oferta de 1:388$715, doados por José Mendes Veiga, Joaquim Pessoa de Amorim, José Maria da Silva Campos Melo e Francisco Nunes Marques Paiva, servindo para 200 praças e oficiais; instalou-se no edifício o Regimento de Infantaria 21 e o edifício foi arrendado aos proprietários, António Pessoa de Amorim Navarro e José António de Almeida Morão; 1864, 23 Outubro - pedido para a construção de uma caserna no andar inferior; 1872, 23 Abril - Margarida Cândida Pessoa de Amorim pede o aumento da renda; aquisição do edifício por 25:000$000; 1881 - no Inventário Industrial são considerados como os principais centros a Covilhã, Porto e Guimarães; 1882 - a Fábrica deixa de laborar, acabando a Sociedade; processo de liquidação da Real Fábrica de Panos; 1884, 31 Outubro - instalação de um quartel no local, com a construção do Arco passadiço entre os dois edifícios; 1885 - aquisição do edifício pela Câmara Municipal aos herdeiros de António Pessoa de Amorim; 1888 - cedência do imóvel ao Regimento de Infantaria 21, que transformou o espaço em quartel; o pátio central passa a Pátio da Parada; 1902 - uma planta do quartel, assinada pelo capitão Miguel António Gonçalves da Silva e Cunha, mostra a existência de, no primeiro piso, casernas, cozinha, instalações sanitárias, depósitos, casa do guarda, prisão e arrecadações; no segundo piso, a zona administrativa, o gabinete do comandante, biblioteca, enfermaria; na zona fronteira, uma zona arruinada e a carreira de tiro, havendo uma parada e a intenção de construção de um paiol; séc. 20, meados - funcionava como quartel do Batalhão de Caçadores n.º 2; 1912, 18 Novembro - estava instalada no local a Guarda Nacional Republicana; 1959 - o Batalhão de Caçadores n.º 2 abandona o edifício; 1970 - numa das áreas instalou-se a Repartição de Finanças da Covilhã; a Câmara Municipal da Covilhã deliberara ceder o conjunto de edifícios e terrenos anexos, tornados devolutos após a extinção do quartel do Batalhão de Caçadores 2 ao Instituto Politécnico da Covilhã, que viria a ser criado; 1973 - todo o espaço foi cedido para instalação do Instituto Politécnico da Covilhã; 11 Agosto - Decreto 402 cria o Instituto Politécnico da Covilhã; 1973 - 1975 - a Real Fábrica de Simão Pereira da Silva foi adaptada à instalação do Instituto Politécnico; 1974-1975 - reconstrução do edifício N. da antiga Real Fábrica, conforme projecto do arquitecto Bartolomeu da Costa Cabral; 1975 - a Repartição de Finanças abandona o edifício; início das obras para instalação do estabelecimento de ensino, sendo encontradas as fornalhas e zona de tinte; 17 Fevereiro - as actividades lectivas iniciam-se num edifício e terreno cedido pela Câmara Municipal; alguns terrenos foram adquiridos pela Comissão Instaladora; 1977-1982 - reconstrução do corpo principal da Real Fábrica, conforme projecto do arquitecto Bartolomeu da Costa Cabral; 1979, 11 Setembro - por Decreto n.º 44, o Instituto Politécnico da Beira foi convertido em Instituto Universitário da Beira Interior (IUBI); 1982-1983 - projecto de construção de um edifício novo para laboratórios e Oficinas do Curso Têxtil, conforme projecto do arquitecto Bartolomeu da Costa Cabral; 1985 - protocolo entre o Instituto Universitário da Beira Interior e da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial para proceder à musealização de parte da Real Fábrica de Panos; 1986, 30 Abril - pelo Decreto 76 - B, passa a Universidade da Beira Interior (UBI); Julho a Dezembro - primeira intervenção arqueológica no local, nas salas de tinturaria *9; 1987 - foi-lhe reservada uma área de 75 hectares, destinada à sua futura expansão, com a construção de quatro pólos; 1988-1990 - construção do passadiço entre os dois núcleos da Universidade, da autoria do arquitecto Bartolomeu da Costa Cabral; 1989 - criação da Universidade da Beira Interior e do Museu dos Lanifícios; projecto de recuperação arquitectónica da autoria de arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Hélder Oliveira, com projecto de ambiente de Luís Elias Casanovas; segunda intervenção arqueológica na Sala das Dornas; 1990 - início das obras de recuperação pelo empreiteiro José António Pires Bernardo; 1991 - projecto do edifício novo para auditórios, laboratórios de Química e Física e terraço de estacionamento, da autoria do arquitecto Bartolomeu da Costa Cabral; prospecção arqueológica na Sala dos Arcos, uma sala que era utilizada com fins expositivos pela Universidade da Beira interior, tendo sido descobertas de estruturas de tingimento a quente e no tanque de água; 1992 - conclusão do processo de musealização execução da caldeira de cobre pela Casa Hipólito S.A. e da dorna por José Rodrigues, Lda.; 30 Abril - inauguração do edifício; 1992-1996 - construção do centro de informática, conforme projecto do arquitecto Bartolomeu da Costa Cabral.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria e cantaria de granito, rebocada e pintada; embasamento, cunhais, cornijas, escadas, poços, fornalhas, pavimentos, chaminés, modinaturas, arcos, passadiço, escudos em cantaria de granito; pavimento em soalho flutuantes; caixilharias em alumínio lacado; portões e guardas em ferro; janelas com vidro simples ou fumado; dorna em madeira de teca; caldeira em cobre; cobertura em telha.

Bibliografia

SILVEIRA, Joaquim Henriques Fradessa da, As Fabricas da Covilhã, Lisboa, Typographia Franco-Portugueza, 1863; QUINTELLA, Arthur de Moura, Subsídios para a Monographia da Covilhan, Covilhã, 1899; DIAS, Luiz Fernando de Carvalho, História dos Lanifícios (1750 / 1834) - Documentos, Lisboa, 1958; SILVA, José Aires da, História da Covilhã, Covilhã, 1970; Instituto Politécnico da Covilhã - uma porta para o futuro, Covilhã, Instituto Politécnico da Covilhã, 1974; DELGADO, Rui Nunes Proença, No Centenário da Escola Industrial Campos de Melo na Covilhã (1884-1984) - estudos de história, 2.ª ed., Covilhã, Edição do Autor, 1984; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1984; CUSTÓDIO, Jorge, SANTOS, Luísa e PINHEIRO, Elisa Calado, "As Fábricas de José Mendes Veiga e Sucessores", in Cadernos de Arqueologia, Arqueologia Industrial e Património Arquitectónico, n.º 1, Covilhã, Universidade da Beira Interior, 1990; SANTOS, José Mendes dos, Breve História Cronológica da Covilhã, Covilhã, 1994; SILVA, José Aires da, História da Covilhã, Covilhã, s.l., 1996; Roteiro do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, Covilhã, Universidade da Beira Interior, 1998; DELGADO, Rui, História da Covilhã (1800 a 1926), Covilhã, Escola Secundária Frei Heitor Pinto, 2001; MATOS, Madalena Cunha, "Ponto, linha, plano: a edifícação universitária na Covilhã", in Monumentos, n.º 29, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, pp. 110-119; PINHEIRO, Elisa Calado, "A Universidade da Beira Interior e o seu papel na reabilitação e reutilização do património industrial da Covilhã", in Monumentos, n.º 29, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, pp. 98-109; RODRIGUES, José Miguel, "Covilhã: evolução urbana da cidade", in Monumentos, n.º 29, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, pp. 6-15; TOSTÕES, Ana e GRANDE, Nuno - Nuno Teotónio Pereira. Nuno Portas. Aveleda: Verso da História, 2013; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74999 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA, DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID-001/005-0444

Intervenção Realizada

Instituto Politécnico da Covilhã: 1976 / 1977 - obras de adaptação do edifício; 1896 / 1987 / 1988 / 1989 / 1990 - musealização dos espaços arqueológicos; adaptação do edifício da Real Fábrica dos Panos da Covilhã e da contígua Real Fábrica de Simão Pereira da Silva para instalação da Universidade da Beira Interior, com renovação integral dos interiores e construção de raiz de novos edifícios anexos.

Observações

*1 - DOF: Fornalhas e poços cilíndricos da antiga tinturaria da Real Fábrica de Panos da Covilhã. *2 - o chafariz do pátio era de cantaria, com muros altos e coluna oitavada, com taça com quatro carrancas, de onde saía o remate com outras quatro carrancas, assente em plataforma de cantaria; a água vinha por alcatruzes de cerâmica de Coimbra. *3 - o abastecimento de água era feito por um enorme tanque, entre as duas salas de tinturaria, o qual recebia água a partir de uma conduta, que corria sobre o Chafariz das Lágrimas e atravessava a via pública por sistema subterrâneo. *4 - esta caldeira destinava-se ao aquecimento de água e no solo foram encontradas marcas para assentamento de máquinas; os vestígios identificados permitiram a reconstituição de estruturas na sala do pequeno tinte e o seu respectivo funcionamento. *5 - o pequeno tinte constituía a parte da tinturaria com menor número de caldeiras, destinado ao tingimento de maior quantidade de panos de qualidade inferior. *6 - os monarcas possuíam, ainda, um pisão na área do Sineiro, onde se pensou construir inicialmente a Fábrica, tendo-se optado por a localizar no actual local. *7 - a fábrica tinha dois pisos, com a tinturaria, casa do teares e ultimação na zona inferior e, no segundo piso, a Casa da Aprovação, onde se ensinavam aos produtores locais as novas técnicas de tinturaria e acabamento de tecidos, zona administrativa e de armazém, salas de fiação e aposentos dos aprendizes. a casa da lenha tem actualmente o anfiteatro da Universidade. *8 - o facto de serem feitos os fardamentos no local, obrigava a que se utilizassem, essencialmente, as cores azul e vermelha, utilizando-se a cochonilha, a granza e o pau brasil, vindo o azul de produtos orgânicos importados do Brasil, África e Ásia. *9 - alguns materiais recolhidos durante as obras de adaptação e escavação: relógio de sol em lousa, caleiras em granito, corrente para suspensão dos tecidos nas caldeiras, fragmentos de talhas, armação rectangular de ferro.

Autor e Data

Margarida Conceição 1994 / Paula Figueiredo 2009

Actualização

 
 
 
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