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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Recolhimento feminino
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Descrição
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Planta rectangular. Disposição horizontalista das massas. Cobertura homogénea a 2 águas. Fachada principal: orientada a N.; 2 registos com friso separador; 1º registo: embasamento proeminente e lambril em chapiscado tirolês; portal principal de lintel recto rematado com entablamento e pedra de armas *2, ladeado por 3 janelas quadrangulares; portal secundário de configuração idêntica, ladeado por duas janelas quadrangulares cujo lintel se une ao friso superior e base de varanda; porta de lintel recto entaipada. 2º registo: 6 janelas de lintel recto, com avental rebocado e rematadas por entablamento balançado; empena recta com cornija; gárgula em forma de jarrão. Alçados laterais e posterior adossados. Interior: dois pisos com diferenciação funcional. Acesso ao piso nobre através do átrio e escadaria de 3 lanços paralelos de direcção oposta e com patamar intermédio. |
Acessos
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Rua dos Cavaleiros, n.º 23 - 25. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,825337, long.: -7,493741 |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Deliberação da Assembelia Municipal de Castelo Branco de 04 julho 2003 |
Enquadramento
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Urbano; área intra-muralhas; situa-se em via de pendente acentuada que confina com a Praça Velha; adossado lateral e posteriormente; em frente existe muro em granito revestido por hera pertencente a cerca arborizada. |
Descrição Complementar
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Escudo do bispo D. Bernardo António de Melo Osório partido com armas, ao que parece, dos Cabrais no flanco dextro e as armas dos Castros (6 arruelas) no flanco sinistro; timbre: símbolo de Bispo; enquadrado por ornatos curvilíneos. |
Utilização Inicial
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Religiosa: recolhimento feminino |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 / 21 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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DESENHADOR: Valentim da Costa Castelo Branco (1715). PEDREIROS: João Sebastião Serrão, José da Costa (morador em Carrazede, Torres Novas, 1715). |
Cronologia
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Séc. 18 - o bispo da Guarda, D. João de Mendonça, tem a ideia de construir um recolhimento, em casas cedidas pela Câmara, a antiga Casa do Açougue, no Corro de São João; 1715, 4 Fevereiro - o bispo toma posse das casas e compromete-se a adquirir mais terrenos para a construção do recolhimento, os quais não seriam incluídos nos bens da Mitra; 1715, 3 Abril - escritura de construção com o mestre José da Costa, tendo o edifício um claustro central com poço e uma capela, conforme desenho de Valentim da Costa Castelo Branco; 11 Maio - lançamento da primeira pedra, pelo bispo D. João de Mendonça, mas o edifício não seria concluído, desconhecendo-se as razões; 1752 - o bispo D. Bernardo António de Melo Osório pede autorização régia para a fundação de um recolhimento para mulheres, na sequência de um legado de 4 mil cruzados, que se achava na sua posse; 1752, 27 Julho - alvará de D. José para a fundação de um recolhimento em casas particulares, sendo diferente do anterior, construído no Lugar do Corro, na Rua do Cavaleiro; 1753, 14 Fevereiro - inauguração do recolhimento, situado dentro das muralhas; na capela é colocada a imagem de Santa Maria Madalena, que passou a ser padroeira do recolhimento; 25 Março - entram as primeiras covertidas, cinco gratuitamente, passando as seguintes a pagar 30$000 e um rol de objectos, como toalhas, guardanapos, velas, etc.; 1760, 9 Setembro - o recolhimento pediu ao rei a concessão de uma renda correspondente ao dobro do imposto do Real de Água cobrado no concelho; séc. 18, final - o imóvel era de dois pisos, a fachada principal com portal central, encimado por pedra de armas, tendo, nas extremidades, uma porta no lado esquerdo e a capela no oposto, com óculo sobre o portal, surgindo, ainda 3 janelas; o segundo piso tinha 5 janelas de sacada e, sobre o remate, sineira; 1807 - a instituição possuía uma fazenda, 5 hortas, 2 terrenos, 4 tapadas, 4 vinhas, 1 azenha, 3 barreiras, 11 terras, 4 olivais e várias casas; 1866 - as recolhidas encontravam-se a ocupar o piso superior, achando-se o inferior cedido ao Asilo Distrital da Infância Desvalida *3; 4 Novembro - entrada da primeira criança no asilo; 1867, 10 Fevereiro - inauguração oficial do asilo, após algumas obras nas coberturas, madeiramentos, portas e janelas; 1868, 24 Agosto - primeira escritura pública entre o asilo e o recolhimento, sendo-lhe cedido o piso térreo e a parte da cerca necessária ao recreio das crianças; séc. 19, final - com o desaparecimento do recolhimento, o asilo herdou os seus bens e espólio, incluindo duas pinturas de José da Cunha Taborda, representando o orago e "Cristo atado à coluna"; 1969 - numa imagem do imóvel, é visível o portal do primeiro piso entaipado, bem como o óculo da capela; desaparecimento das pinturas que faziam parte do espólio do recolhimento; 1941, 15 Fevereiro - um ciclone arruina o imóvel, a que se sucederam obras no valor de 1.267$50; 1974, 12 Novembro - na sequência da saída do asilo para outro edifício, este foi vendido aos empreiteiros José Baptista Fradinho e José Roque de Lima, que procederam a demolições para adaptar parte do palácio a prédio de rendimento; 1977 - demolição do muro da cerca e parte da fachada, incluindo a capela; a Câmara exige que se preserve a fachada, dando origem à elaboração de um processo de classificação; 1978, Julho - Despacho de abertura do processo de classificação; 1994 - o palácio pertence a José Baptista Fradinho; 1996, 10 dezembro - parecer do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como Valor Concelhio; 1997, 28 fevereiro - Despacho de homologação da classificação pelo Ministro da Cultura; 2004, 04 abril - publicação do Edital n.º 75/2004, de classificação do edifício; 2005, 09 setembro - inauguração do Museu Cargaleiro com dois polos, o antigo palácio e um edifício construído na altura. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Granito, cantaria e alvenaria, aparelho isódomo; revestimento inexistente e reboco; madeira; telha de canudo e marselha. |
Bibliografia
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Mapa de Arquitectura de Castelo Branco, Castelo Branco, 2003; ROXO, António, Monographia de Castello Branco, Elvas, 1891; SANTOS, Manuel Tavares dos, Castelo Branco na História e na Arte, Castelo Branco, 1958; SILVEIRA, António, AZEVEDO, Leonel e D'OLIVEIRA, Pedro Quintela, O Programa POLIS em Castelo Branco - álbum histórico, Castelo Branco, 2003; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71639 [consultado em 14 outubro 2016]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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1866 / 1867 - restauro efectuado pelo mestre pedreiro João Sebastião Serrão; Proprietário: séc. 20, década de 40 - arranjo do telhado, dos rebocos e pinturas, caixilharias e vidraças. |
Observações
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*1 - DOF: Parte remanescente de palácio do século XVIII, na Rua dos Cavaleiros. *2 - o avental poderá resultar da anulação de janelas de sacada. *3 - fundado em 1865 pelo governador civil Guilhermino de Barros, já tentado pelos seus antecessores - Joaquim Xaiver Pinto da Silva (1866) e Aires Guedes Coutinho Garrido (1861), sendo nomeada a primeira direcção em 8 de Outubro de 1866. |
Autor e Data
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Margarida Conceição 1994 |
Actualização
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