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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Casa abastada
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Descrição
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Planta retangular. Massa simples com 4 pisos, fenestração irregular, cobertura em telhado diferenciado em 3 grupos, cada um com 4 águas. Fachada principal para S., revestida por aparelho em ponta de diamante enxaquetado. Os pisos são demarcados por molduras que correm toda a fachada. Os vãos do 1.º e do 2.º pisos são emoldurados a cantaria. Primeiro piso: 4 portas simples de várias dimensões e distribuição assimétrica, com vãos rectangulares, e 2 portas inscritas em arcos contracurvados. Segundo piso: 4 janelas, de várias dimensões e distribuição assimétrica. Terceiro e quarto pisos: janelas inscritas em arcos polilobados, estilizados. O interior, bastante alterado, apresenta uma escadaria íngreme, em mármore claro, de linhas arrojadas, que contrasta com o negro das paredes. |
Acessos
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Rua dos Bacalhoeiros, n.º 10 a 10 F, com frente para a Rua Afonso de Albuquerque, n.º 9 a 11 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, n.º 213 de 11 setembro 1961 / Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) |
Enquadramento
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Urbano. Situa-se no lado N. da rua, adossado aos edifícios contíguos, destacando-se pelo tratamento da sua fachada. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Política e administrativa: sede de fundação |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 16 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: António Marques Miguel (1983); José Daniel Santa-Rita Fernandes (1982-1983); Manuel Vicente (1982-1983); ENGENHEIROS: José Norton Brandão (1982-1983); José Cela e Pereira Pinto (1982-1983) |
Cronologia
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1506 - D. Afonso de Albuquerque já possui, neste sítio, casas ou pelo menos terrenos; 1521 - Afonso Brás de Albuquerque, vai a Itália na esquadra que conduziu a Sabóia a Infanta D. Beatriz, onde terá tido contacto com o novo gosto dos palácios "dei diamanti"; 1521-1523 - de regresso a Portugal, fez erguer a sua "Casa dos Diamantes"; 1581 - morre o seu fundador; a posse da casa passa para as mãos de João Afonso de Albuquerque, de 1620 a 1642, depois de um longo período de litígio entre a família; 1755 - ainda está na posse da família Menezes e Albuquerque; 1755, 01 novembro - o terramoto causa grandes estragos, deitando abaixo a fachada principal (dava para a então Rua Afonso de Albuquerque) e dois andares da fachada da atual Rua dos Bacalhoeiros; 1827 - D. Francisco Menezes e Albuquerque, por dívidas, deixa que a casa seja vendida em praça pública; é arrematada por Caetano Lopes da Silva, negociante de bacalhau, e então já seu inquilino; 1838 - por sentença, foi compelido a entregar a casa à família Melo e Albuquerque; 1873 - o 11.º Senhor e último Albuquerque, em consequência de dívidas vendeu a casa ao negociante de bacalhau Joaquim C. Lopes da Silva (neto), depois utilizada como armazém de bacalhau; 1960, cerca - é adquirida pela CMLisboa; 1968 - a CMLisboa encomenda ao arquiteto Raul Lino um projeto de adaptação da Casa dos Bicos a museu - "Casa de Goa"; 1979 - encomenda de novo projcto ao arquitecto José Daniel Santa-Rita Fernandes e a Manuel Vicente; 1981 - o Comissariado da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, promovida pelo Conselho da Europa, decidiu encomendar a este arquiteto novo projeto, de recuperação da Casa dos Bicos; 1982 - início do trabalho sob a orientação da DGEMN; uma equipa de arqueólogos começa escavações sistemáticas na área de construção; ao edifício são restituidos dois andares, destruídos pelo terramoto setecentista; 1983 - remodelação das janelas da fachada da Casa dos Bicos, conforme projeto do arquiteto António Marques Miguel; torna-se um dos núcleos da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura; nela se expõem os retratos de família da Dinastia de Avis; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção; 2012 - sediada no local a Fundação José Saramago; 2013, 01 fevereiro - publicação do Despacho em que se declara que a Fundação José Saramago passa a ter o estatuto de utilidade pública, em Despacho 1918/2013, DR, 2.ª série, n.º 23. |
Dados Técnicos
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Sistemas estruturais |
Materiais
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Alvenaria, cantaria, betão, alumínio anodizado, vidro e telha. |
Bibliografia
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AA.VV. - Guia da Arquitetura de Lisboa, 1948-2013. Lisboa: A+A Books, 2013, p. 45; ALMEIDA, Fernando de - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa: 1973, 1.º tomo; ARAUJO, Norberto de - Inventário de Lisboa.Lisboa: 1944, fascículo V; LEAL, Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: s.d., vol. IV; MARKL, Dogoberto - História da Arte em Portugal. Lisboa: 1986, vol. VI; PEDREIRINHO, José Manuel - Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à atualidade. Porto: Edições Afrontamento, 1994. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1949 - obras de limpeza da fachada; 1969 - obras de conservação e beneficiação geral; CMLisboa: 1916 - adaptação de um barracão a cavalariça na Rua Afonso de Albuquerque; 1928 - limpeza interior e exterior; 1929 - obras de reparação e limpezas; 1937 - obras de beneficiação; 1942 - substituição do soalho por betonilha, substituição das manilhas de barro por grés, substituição dos tectos de madeira por "estagé", impermeabilização do chão da retrete no 1º andar, caiação das paredes e pinturas das guarnições; 1943 - reboco das paredes, reparação e estuque dos tectos, pintura da porta; 1947 - obras de beneficiação periódica; 1949 - limpeza geral; 1950 - limpeza do interior; 1953 - ligação dos esgotos ao colector; 1958 - obras no telhado que dá para a Rua Afonso de Albuquerque; CMLisboa: 1982-1983 - reabilitação do edifício, com reconstrução dos dois últimos pisos e do interior, e a ocupação da integralidade do lote, da autoria dos arquitetos Manuel Vicente e José Daniel Santa-Rita. |
Observações
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As janelas do 3º e 4º pisos têm molduras em alumínio anodizado. 2 das janelas do último piso têm pedra de peito, também em alumínio anodizado, em forma de consola, cortando a moldura que corre a fachada. Alguns artefactos, ali encontrados aquando das escavações, permanecem em exposição. Aquando das escavações arqueológicas, descobriu-se que a casa foi construída sobre a cerca moura, ainda no seu interior foram encontrados indícios de construções romanas, medievais, e vários artefactos que vão até ao séc. 18. Alguns destes artefatos permanecem em exposição. |
Autor e Data
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João Silva 1992 |
Actualização
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