Núcleo urbano da cidade de São Luís do Maranhão
| IPA.00024598 |
Brasil, Maranhão, Maranhão, São Luis |
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Núcleo urbano sede administrativa. Cidade situada na foz. Vila moderna de fundação régia portuguesa. Núcleo urbano com plano prévio e malha urbana recticulada, desenvolvida em torno de reduto pré-existente. Quarteirões quadrangulares, edificados ou formando praças.Praça central renascentista, marcada por igreja. São Luís do Maranhão é a primeira cidade brasileira planeada, com um traçado ortogonal e orientada no sentido dos pontos cardeais. | |
Número IPA Antigo: BR921001860002 |
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Conjunto urbano Aglomerado urbano Cidade Cidade moderna Cidade fortificada Régia (Filipe II)
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Descrição
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Acessos
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BR135. |
Protecção
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Património Mundial - UNESCO, 1997 |
Enquadramento
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São Luís localiza-se no Nordeste. |
Descrição Complementar
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Não aplicável |
Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Não aplicável |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIRO MILITAR: Luís Frias de Mesquita (desenho urbano, 1616) |
Cronologia
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1513 - Diogo Ribeiro terá chegado ao Golfo Maranhense, a ele dever-se-à o nome de Trindade dado à Ilha de São Luís; 1531 - Diogo Leite, por ordem de Martin Afonso de Sousa, reconhece o litoral N. do Brasil, chegando à foz do Gurupi, a ele se atribuem os nomes de São José e São Marcos, baías que formam o Golfo Maranhense; 1534 - D. João III divide o Brasil em capitanias Hereditárias; o actual Maranhão, do Paraíba ao Gurupi, fica integrado nas duas mais setentrionais: Fernão Alvares de Andrade e João de Barros; 1594 - fracassadas novas tentativas de colonização do Maranhão, levadas a cabo por Luís de Melo da Silva (1554), pelos filhos de João de Barros (1555) e por Luís de Gamboa (1573), o golfo Maranhense torna-se abrigo de piratas normandos; entre eles, Jacques Riffault tenta convencer a Coroa da possibilidade de ali instalar uma coló definitiva; 1602 - Henrique IV de França concede a René-Marie de Mont-Barrot, Carta Patente, que autoriza a fundar uma colónia no N. do Brasil, este associa-se a Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière; 1604 - após desistência de Mont-Barrot, La Ravardière é nomeado Lugar-tenente e vice-almirante nas costas do Brasil; 1610 - La Ravardière faz uma primeira viagem de reconhecimento ao Maranhão; após o assassinato Henrique IV, a Rainha-Viúva e Regente D. Maria de Médici, por Carta Patente dá-lhe autorização para fundar, a S. da linha Equatorial, uma colónia que se estenderia num raio de 50 léguas em torno do forte que fosse construído; 1612 - La-Ravardière, associando-se a Nicolas de Harlay, tesoureiro do Reino, e a François de Razilly, Almirante de França, organiza uma expedição de 3 navios com 500 homens que chega a Upaon-Mirim, pequena ilha à entrada dos Mangues Verdes, à qual dão o nome de Sant'Anne; transferem-se em seguida para Upaon-açu, ilha grande, com o nome de Trindad, onde havia uma feitoria com 400 homens, construção do forte de Saint Louis e de uma grande cruz defronte, fundando-se a França Equinocial; 1614 - o Governador Geral do Brasil despacha de Pernambuco uma expedição militar com a missão de expulsar os franceses do Maranhão; o comandante, Jerónimo de Albuquerque na foz do Munim, é erigido o forte de Santa Maria no sítio de Guaxenduba; 1535 - Aires da Cunha tenta a colonização do Maranhão, com uma frota de 10 navios e 900 homens, sofrendo um naufrágio, os poucos sobreviventes fundam a povoação de Nazaré que apenas dura 3 anos (Simão da Silveira, na "Relação Sumária das Costas do Maranhão", publicada em 1624, dá o testemunho de ter visto na ponta do Bonfim, na ilha de São Luís, as ruínas de um forte que teria sido construído para a defesa dessa povoação); 1615, 14 Novembro - rendição de La Ravardière, o forte de Saint Louis muda o nome para São Filipe; a povoação continua como São Luís do Maranhão; 1616 - Jerónimo de Albuquerque torna-se o primeiro Capitão-Mor do Maranhão, o planeamento da cidade fica a cargo do Engenheiro-Mor do Brasil, Francisco Frias de Mesquita; 1619 - chegam dos Açores os primeiros colonos para o Maranhão; 1696 - face à necessidade premente de novos engenheiros, é criada a escola de engenharia militar do Pernambuco; 1620 - o Capitão-Mor Diogo da Costa Machado manda construir, à sua custa, a igreja da N. Sra da Vitória, destinada a ser a matriz, promessa feita à Virgem se livrasse a população, estimada em 300 almas, da varíola; 1624, 5 Fevereiro - criação da freguesia do Maranhão, com a chegada de Frei Cristovão de Lisboa, promovido ao cargo de Vigário pelo Administrador Apostólico da Prelazia de Olinda, a Igreja de N. Sra da Vitória é erigida em matriz; 1626, 3 Setembro - com a tomada de posse de Francisco Coelho de Carvalho no cargo de Governador e Capitão-General, é criado o Estado do Maranhão, por Carta Régia de 13 Junho 1621, São Luís torna-se a capital; 1638 - Bento Maciel Parente, segundo Governador e Capitão-General do Estado, manda construir, em torno do núcleo original de São Luís, uma muralha (localizada nas actuais Avenida Pedro II e Praça Benedito Leite); 1641, 25 Novembro - uma esquadra holandesa, às ordens do Almirante Jean Cornelizoon Lichardt, com 2000 homens de armas sob o comando do Coronel Koin Anderson, toma de assalto e saqueia a vila, fazendo prisioneiro o Governador Bento Maciel; 1642 - primeira vista panorâmica de São Luís, desenhada pelo holandês Franz Post e a primeira planta que dela se conhece (a vila encontra-se dividida em 3 áreas distintas: a cidadela, cujos muros cingiam o núcleo original francês, a área urbana da traça de Frias de Mesquita, e a área suburbana que já começava a crescer para o interior da ilha); 1644 - expulsão dos holandeses de São Luís; 1648 - a população de São Luís, estimada em 700 habitantes pelo capitão holandês Gedeon Morris, reduz-se a 480, vivendo a maioria em casas com cobertura em; 1648, 23 Fevereiro - dá-se a revolta apelidada Bequimão, contra o monopólio da Companhia de Comércio, deposto o Governador, organiza-se uma Junta dos três Estados, com a representação do clero, da nobreza e do povo; 1654, 25 Agosto - a Carta Régia restabelece, com o nome de Estado do Maranhão e Grão-Pará, o estado do Maranhão que fora extinto pela Carta Régia de 25 Fevereiro 1652, continuando São Luís como capital; 1755, 7 Agosto - criação da Companhia geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão pelo Marquês de Pombal, propiciando o progresso da região; demolição das igrejas de N. Sra da Vitória e da Misericórdia e de casas na sua envolvente, transformando o Terreiro do Palácio em Largo ajardinado com o mesmo nome; o cemitério é transferido para o fim da rua Larga (Grande); 1772, 20 Agosto - a Carta Régia separa Capitanias-Gerais do Maranhão e do Grão-Pará; 1679, 11 Julho - com a tomada de posse do primeiro bispo, D. Gregório dos Anjos, instala-se a diocese do Maranhão, criada por bula de 30 Agosto 1677; São Luís, cuja população é estimada em 2000 habitantes, é erigida cidade; 1787 - construção seu pelourinho, situado no Largo do Carmo, à saída do antigo Caminho do Carmo; 1788 - o censo demográfico levantado pelo Vigário da freguesia acusa dá conhecimento de uma população de 16580 habitantes e de 1482 fogos; 1699 - criação de uma escola de engenharia militar na Baía, a que se seguiram outras, nas principais cidades do Brasil; 1863, 15 Fevereiro - inauguração do novo serviço de iluminação, à base de gás carbónico; 1815 - com a elevação do Brasil a Reino, unido aos de Portugal e Algarves, São Luís, com uma população estimada em 18000 habitantes, passa a ser capital da Província do Maranhão; 1822 - a cidade sofre reformas, com a administração de Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca, seu último Governador e Capitão-General: recuperação dos edifícios públicos, calcetamento das ruas do Largo do Palácio; 1823, 28 Julho - formaliza-se em São Luís, a adesão do Maranhão à Independência do Brasil; 1841, 14 Setembro - construção do Cais da Sagração, na margem esquerda do Anil; 1871 - começa a operar em São Luís a Companhia Ferro Carril; 1874 - abastecimento de água (seis chafarizes públicos espalhados pelas principais praças); 1889, 18 Novembro - o Maranhão adere à República e São Luís passa a ser a capital de um estado federado; 1890 - população de 29308 habitantes, 6,8% do total do Estado; entra em funcionamento a Companhia Telefónica de São Luís; 1955 - tombamento federal: com base no processo elaborado pelo então IPHAN, considerando o valor cultural e urbanístico da área mais antiga do Centro Histórico, o governo Federal determina ao Ministério da Educação e Cultura a inscrição, no Livro de Tombo, dos conjuntos arquitetónicos e paisagísticos do largo fronteiro à Igreja do Desterro, da Praça Benedito Leite, Praça João Lisboa e do conjunto arquitetónico da Praça Gonçalves Dias; 1960 - a população de São Luís é de 159628 habitantes (censo demográfico IBGE); 1970 - inauguração da Barragem do Bacanga, ligando o Centro Histórico à Zona O. da ilha, futura área portuária, inauguração da Ponte do São Francisco, abrindo uma nova área de crescimento da cidade que, por falta de planeamento, tornou-se numa zona incaracterística tanto ao nível paisagístico como arquitectónico; 1974, 13 Abril - tombamento Federal de São Luís (inscrição no livro de Belas Artes, folha 93); 1980 - instalação em São Luís do escritório da II Diretoria Regional da SPHAN com jurisdição para Maranhão, Piauí e Ceará. |
Dados Técnicos
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Não aplicável |
Materiais
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Não aplicável |
Bibliografia
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AZEVEDO, Aroldo de, Vila e Cidades do Brasil Colonial, Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, São Paulo, 1956; BOGEA, Kátia, A sinopse histórica da evolução urbana de São Luís do Maranhão, Brasil, e Termo de referência para a realização do Inventário do Património Arquitetónico do Centro Histórico de São Luís, São Luís, Maranhão, Sioge, 1987; CASTRO, Bernardo Pereira de Berredo, Anais Históricos do Estado do Maranhão, Documentes Maranhenses, São Luís, Alumar Cultura, 1988; CONDURU; Don Felipe Benício, História Eclesiástica do Maranhão, São Luís, 1968; DIAS, Pedro, Arte de Portugal no Mundo, Brasil, Urbanização e Fortificação, Vol. 5, Lisboa, Público, 2008; ; LIMA, Alfredo Viana de, Préservation, Restauration et Expansion des Villes de São Luís et Alcântara (Rapport de fin de mission, Programme des Nations Unies pour le Développement), Paris, UNESCO, 1977; LIMA, Carlos de, História do Maranhão, São Luís, Sioge, 1981; MATTOSO, José (dir.), América do Sul, Património de origem portuguesa no mundo, arquitetura e urbanismo, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2010; MARQUES, César Augusto, Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, Rio de Janeiro, Cia Editora Fon-Fon e Seleta, 1970; MEIRELES, Mário Martins, História do Maranhão, São Luís, Secretaria da Cultura, 1981; MORAES, Jomar, Guia Histórico de São Luís do Maranhão, São Luís, Edições Legenda, 1989; MOTA, António da Silva, MANTOVANI, José, São Luís do Maranhão no século XVIII. A construção do espaço sob a Lei das Sesmarias, São Luís, Brasil, 1998; RIBEIRO, Maria José Bastos, Maranhão de Outrora (1819 - 1924), Memórias de uma época, Rio de Janeiro, Jornal do Comércio Rodrigies e Cia, 1942; TEIXEIRA, Luís, VALLA, Margarida, O Urbanismo Português, Séc. XIII - XVIII, Portugal - Brasil, Lisboa, Livros Horizonte, 1999; FILHO, Deusdédit Carneiro Leite, Os sistemas urbanísticos de Alcântara e de São Luís do Maranhão, Actas do colóquio do Universo Urbanístico Português, Câmara Municipal de Lisboa, 2001; ; VIDIGAL, José Felinto de Melo, Une étude sur l'évolution urbaine de São Luís du Maranhão, (tese de Estudos Portugueses, Brasileiros e de África lusófono, Universidade de Paris), Paris, 1995. |
Documentação Gráfica
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ARH (Arquivo Real de Haia): São Luís do Maranhão, Johan Vingboons, c. 1640; ANTT: São Luís de Maranhão, a.d., s.d; http://www.exercito.pt/bibliopac/; http://www.bn.br/bndigital/; Bibliothèque nationale de France: Da barra de Maranhao, ate a barra do Cuma sao tres legoas, Albernaz, João Teixeira, séc. 17, Collection d'Anville, http://catalogue.bnf.fr/ark:/12148/cb40621668f; Urbs S. Lodovici in Maragnon, Barlaeus, Caspar, 1647, Collection d'Anville, http://catalogue.bnf.fr/ark:/12148/cb406622641.
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Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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ANTT; AHU; AHTC; AHM; IPHAN; Arquivos Públicos do Estado do Maranhão; Biblioteca Pública do Estado do Maranhão; Arquivo Militar do Rio de Janeiro (Sector de iconografia); Archives Nationales de Paris |
Intervenção Realizada
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1924, 19 Julho -instalação da energia elétrica em São Luís; 1925, 1 Janeiro - inauguração da rede de águas e esgostos; 1972/ 1974 - início, com a concepção do Prefeito Haroldo Tavares, das obras do anel viário de São Luís., obra essencial para a preservação do Centro Histórico como alternativa ao intenso fluxo rodoviário; 1981/ 1982 - na sequência do Projeto Praia Grande, foram realizadas as obras da Feira da Praia Grande, da Praça, do Albergue e do Beco da Prensa; 1986 - embargo, pela Prefeitura de São Luís com apoio da SPHAN e DPHAP/SEC - MA, da demolição de 22 imóveis correspondentes a uma quadra integral do Centro Histórico para implantação das Lojas Americanas; |
Observações
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Foram construídos em 15 anos 9 forte que completam o sistema de defesa da cidade. Feriados: 8 Setembro - Fundação da cidade, 28 Julho - adesão do Maranhão à independência do Brasil. Padroeiro da Cidade: São Luís Rei da França. O habitante de São Luís é ludovicense.
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Autor e Data
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Anouk Costa, Cláudia Morgado, Marta Clemente e Rita Vale 2009 |
Actualização
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