Fasil Ghebbi

IPA.00024502
Etiópia, Amhara, Debub Gondar, Debub Gondar
 
Arquitectura militar, residencial e religiosa, do séc. 16 / 17. Complexo arquitectónico com vestígios da antiga fortificação militar etíope, a qual terá ido buscar algumas influências à arquitectura militar turca, e edifícios religiosos, grandemente influenciados pela presença de missionários jesuítas.
Número IPA Antigo: ET910303000001
 
Registo visualizado 553 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Grande fortaleza composta por muralha com 900 m, envolvendo várias estruturas, incluindo o Palácio de Iyasu, Mentewab do Castelo o Castelo do Rei Fasilides, o Enqulal Gemb (ou "Castelo do Ovo"), a mais antiga das estruturas da cidade, o arquivo real, o estábulo, o palácio de banhos, mosteiros, sete igrejas e sete pontes.

Acessos

Gondar

Protecção

Património Mundial - UNESCO, 1979

Enquadramento

Urbano, isolado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: Estado da Etiópia

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1543 - data do estabelecimento da comunidade portuguesa; 1555 - chegada ao território dos primeiros padres jesuítas; 1557 - presença turca na costa da Eritreia; na sequência destes dois eventos, inicia-se a construção dos primeiros castelos etíopes em pedra aparelhada; séc. 16 / 17 - residência do imperador etíope Fasilides e dos seus sucessores; 1640, década - construção do Castelo do Rei Fasilides; 1979 - inscrição e classificado Património Mundial, Região de Amhara (Gondar) Critérios: (II) (III) Referência: 19.

Dados Técnicos

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra rebocada; coberturas dos edifícios em terraço.

Bibliografia

ÁLVARES, Francisco, Verdadeira Informação da Terra do Preste João das Índias, 2 vols., Lisboa. Alfa, 1989; ALBUQUERQUE, Luís, "Etiópia" in Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, vol. I, pp. 398-400; MOREIRA, Rafael, "The stone and the cross: indo-portuguese jesuit architecturein Ethiopia, 1600-1633" in Revista de História da Arte, n.º 1, 2005, pp. 82-93;

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - A presença europeia na Etiópia resulta na busca quase utópica de um reino cristão que existiria em África e que seria o aliado primordial para a evangelização e cristianização de todo o mundo conhecido e na luta contra o infiel. Esta lenda tem os seu primeiros registos no século 11 e mantém-se durante toda a Idade Média. Com os avanços no descobrimento da costa ocidental africana aumenta também a procura pelo reino católico, pensando-se que estaria próximo. Mas esses avanços revelavam-se recuos, porque há medida que mais terra era descoberta, mais distante e incerto ficava esse reino. Contudo, as buscas nunca cessaram e D. João II enviou, em 1487, Afonso de Paiva numa expedição pelo interior do continente africano à procura desse reino cristão, e Pêro da Covilhã em direcção à Índia. D. Manuel I também participou na busca mítica do reino do Preste e enviou, em 1515, uma embaixada sob as ordens de Duarte Galvão, que faleceu no caminho, não permitindo que a comitiva atingisse o seu objectivo. Em 1520 a embaixada foi reorganizada a mando de Diogo Lopes de Sequeira, escolhendo D. Rodrigo de Lima como embaixador. Esta embaixada veio a encontrar Pêro da Covilhã que não teria seguido a missão inicialmente ordenada pelo rei, e teria chegado à corte etíope entre 1491 e 1492. Nela tomou também parte o padre Francisco Álvares que escreveu depois a Verdadeira Informação do Reino do Preste João das Índias (1540), o único relato existente acerca da viagem e do encontro com o reino católico da Etiópia. *2 - A escolha de Gondar por Fasilides é incerta, existindo uma série de lendas que procuram explicar a sua escolha. A mais popular diz que um anjo apareceu e profetizou que a nova capital seria construída numa cidade cujo nome começava com a letra G. Outra lenda afirma que, quando Fasilides estava numa expedição de caça, um búfalo, guiado por Deus, liderada Fasilides ao local de Gondar. *3 - O Palacio Iyasu, também no prazo de Fasil Ghebbi, foi descrito como ricamente decorado com todo tipo de adornos. As paredes interiores apresentavam pinturas murais com motivos fitomórficas, revestimentos com pedras preciosas, marfim e madeira fina e decoração com folha de ouro.

Autor e Data

Sofia Diniz 2006

Actualização

Manuel Freitas (Contribuinte externo) 2011
 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login