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Conjunto urbano Aglomerado urbano Cidade Cidade moderna Cidade fortificada Régia (D. Pedro II)
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Descrição
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Acessos
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Avenida Franklin D. Roosevelt |
Protecção
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Património Mundial - UNESCO, 1995 |
Enquadramento
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Urbano, situado em margem fluvial. Localiza-se no extremo O. da península de San Gabriel junto à confluência dos rios Uruguai e da Prata. A cidade de Colónia é sede administrativa da província do mesmo nome e dista 170km da capital, Montevideu. |
Descrição Complementar
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Da antiga praça conserva parte da muralha, o fosso, a ponte levadiça e os bastiões de San Miguel, San Antonio, del Carmen, de San Pedro e de Santa Rita, defendidos por poderosos canhões. O traçado da cidade é de origem portuguesa e contrasta com o clássico plano em forma de tabuleiro de xadrez legislado pelas Leis das Índias, comum a todas as cidades de origem espanhola. Porta de Campo, ou "Porta da Cidadela" localizada frente à atual Praça 1811. Casa do Governador, conjunto de muros e arcos de pedra associados a pavimentos que se encontram localizados na esquina da rua do Comércio com a rua das Missões dos Tapes, na vizinhança do Museu Municipal. Basílica do Santíssimo Sacramento, a igreja considerada a mais antiga do país, sofreu sucessivas destruições parciais por acidentes ou lutas armadas. Rua dos Suspiros, tramo mais emblemático de todo o âmago histórico de Colonia del Sacramento. Antigamente chamada rua Ansina e mais tarde Montevidéu-pequena (1927), trata-se de uma calçada bem estreita, pavimentada com toscas pedras de cantaria. As construções que a integram modestamente sem trair sua individualidade são típicas e populares da primeira metade do século 18, algumas com tetos de vigas de madeira, canas sustentadas com tentos, lama e cobertas de telhas. Além da finalidade bélica, o estabelecimento da colónia atendia aos interesses do setor mercantil da burguesia portuguesa, interessada em recuperar o acesso ao contrabando no rio da Prata. A supressão do monopólio português de fornecimento de escravos africanos em 1640, cortara a possibilidade de envio, para a América Espanhola, de produtos brasileiros como o açúcar, o tabaco, o algodão, além de manufaturas europeias, em troca da prata peruana. Adicionalmente, havia interesse em diminuir a concorrência aos couros brasileiros no Rio de Janeiro, além de estabelecer um marco fronteiriço que servisse de meta para alcançar por terra o rio da Prata. Nesse contexto, era importante encontrar uma solução para a crise económica portuguesa da segunda metade do século 17 (ante ao declínio do preço do açúcar no mercado, a pressão dos interesses comerciais da burguesia inglesa para garantir acesso ao mercado de produtos ingleses e a perda das colónias do Oriente), pelo acesso às regiões mineiras hispano-americanas por Buenos Aires - pretensão impedida pelo monopólio espanhol. Dessa forma, a Colónia transformou-se em um dinâmico centro de contrabando anglo-português. A fundação da Colonia e a abertura de mercado consumidor de gado, couro e carne salgada nas Minas Gerais, e gado muar posteriormente, determinaria o desenvolvimento da pecuária na Capitania do Rio Grande de São Pedro. |
Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Não aplicável |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1668 - após a assinatura do tratado de paz luso-espanhol, foi decidido a fundação de uma praça-forte na margem oriental do Rio da Prata, a que se denominou Colónia do Santíssimo Sacramento; Portugal, não desistira de estender seus domínios até a foz do rio da Prata e o rei ordenou (1678) a fundação da que se denominou Colónia do Santíssimo Sacramento, naquela região para sustentar e afirmar seus direitos sobre a localidade; 1679, fins - A Coroa Portuguesa determinou ao governador e capitão-mor da capitania do Rio de janeiro, D. Manuel Lobo, fundação de uma praça-forte na margem oriental esquerda do Rio da Prata; Inicialmente era uma fortificação simples, com planta no formato de um polígono quadrangular; 1680, 22 janeiro - início do estabelecimento, pelas forças portuguesas; 2 Fevereiro - levantamento da igreja primitiva, estrutura modesta feita de barro e palha; 7 Agosto - o Governador de Buenos Aires, José de Garro, atacou a colónia, conquistando a fortaleza e fazendo o governador prisioneiro, episódio conhecido como Noite Trágica; 1681, 7 maio - Colónia foi devolvida a Portugal pelo Tratado Provissional de Lisboa, pelo qual a Coroa Portuguesa se comprometia a efetuar apenas reparos nas fortificações feitas de terra e se erguessem abrigos para o pessoal; 1683, 23 janeiro - depois de complicadas e prolongadas negociações com a coroa espanhola, Portugal conseguiu que a Colónia lhe fosse devolvida sem recurso a força militar (Carita, 1996, p. 87); uma esquadra portuguesa tomou posse da Fortaleza de São Gabriel, tendo os portugueses se mantido na Nova Colónia do Sacramento até 1705; 1690 / 1698 - durante a governação de D. Francisco Naper a colónia conheceu um alguma prosperidade, visível no aumento da população, com a chegada de muitas famílias, ainda que muitas delas por obrigação e em cumprimento de penas (Carita, 1996, p. 88); 1699 - construção da igreja matriz em pedra e cal, por ordem do Governador Sebastian de Veiga Cabral; 1703 / 1704 - Diogo da Silveira Veloso, engenheiro, recebeu ordens do rei para construir uma igreja na colónia, mas que nunca foram cumpridas; as muralhas da colónia teriam sido engrossadas durante este período (Faria, 1996, 89); 1705 - um poderoso ataque à praça por forças espanholas sob o comando de Afonso Valdez, fez com que as forças portuguesas se vissem obrigadas a abandonar o território e partir para o Brasil; 1715, 6 fevereiro - assinatura do tratado de Utrecht a coroa espanhola teve que devolver a Colónia de novo a Portugal, dentro da chamada política do tiro de canhão, que significava que o território da Colónia não deveria passar do alcance de um tiro de canhão disparado dos muros da fortaleza; 1716 - novo governador da Colónia toma posse; são enviadas forças militares vindas do Brasil e cerca de 60 famílias transmontanas para povoarem o território (Faria, 1996, 89); 1735, 3 Outubro - a colónia sofreu um pesado cerco por forças espanholas sob o comando de D. Miguel de Salcedo, durante 22 meses que foram cruciais para o desabar da estrutura económica e financeira da praça; as quintas e casas foram saqueadas e as ligações comerciais com os territórios envolventes ficaram seriamente comprometidas (Faria, 1996, 90); 1745 - Puerta de Campo, ou "Puerta de la Ciudadela" localizada frente à actual Praça 1811, inaugurada pelo ano 1745, período em que governava o português António Pedro de Vasconcellos (1722 e 1749), quem impulsionou a construção de toda a cidade; Rua de los Suspiros, tramo mais emblemático de todo o âmago histórico de Colonia del Sacramento. Antigamente chamada rua Ansina e mais tarde Montevidéu-pequena no ano 1927, trata-se de uma calçada bem estreita, pavimentada com toscas pedras de cantaria. As construções que se integram modestamente sem trair sua individualidade são as típicas e populares da primeira metade do século 18, algumas com tetos de vigas de madeira, canas sustentadas com tentos, lama e cobertas de telhas; 1750, 13 Janeiro - o Tratado de Madrid assinado entre Portugal e Espanha estipulava a permuta da Colónia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões do Uruguai, troca essa que nunca foi efectivada (Faria, 1996, 91); 1761, 12 fevereiro - celebrado o Tratado de El Pardo que anula as disposições do Tratado de Madrid, devido às dificuldades das demarcações e à resistência suscitada pela Guerra Guaranítica (1753-1756). Na época o núcleo urbano já estava defendido por uma muralha de traçado poligonal irregular, abaluartada, constituída pelos: Baluarte do Carmo, Baluarte de São João, Baluarte da Bandeira, Baluarte de São Miguel, cobrindo o lado de terra, onde se rasgava o portão de armas da praça. A coberto desta linha defensiva, erguiam-se os Quartéis, as Casas de Pólvora e os Corpos da Guarda. Pelo lado do rio, uma linha de canhoneiras (Bateria de São Pedro de Alcântara e a Bateria de Santa Luzia); 1762, 30 outubro - colónia foi de novo conquistada pelas forças espanholas sob o comando de D. Pedro de Cevallos; 1763 - a assinatura do Tratado de Paris devolveu, de novo, a praça a Portugal; 1777, 30 maio - nova invasão espanhola por D. Pedro de Cevallos, arrasou as fortificações da colónia. O Tratado de Santo Ildefonso, assinado neste mesmo ano entre as coroas portuguesa e espanhola, para a fixação das fronteiras entre as duas potências no continente sul-americano, restabeleceu as linhas gerais do Tratado de Madrid: a Colónia do Sacramento, o território das Missões e parte do atual Rio grande do Sul eram cedidos à Espanha, que devolvia a ilha de Santa Catarina a Portugal confirmou a perda da colónia, apesar de ter restituído tudo o resto; 1801 - o Tratado de Badajoz, assinado entre Portugal e Espanha no contexto das Guerras Napoleónicas acordou a paz entre os dois países na Europa, mas não ratificou o Tratado de Santo Ildefonso; 1811 / 1816 - depois de ter sido conquistada pelos ingleses, a colónia voltou a ser ocupada pelos portugueses durante as invasões da Banda Cisplatina; 1817, a partir - A Colónia do Sacramento voltou à posse de Portugal, quando D. João VI incorporou toda a região do atual Uruguai aos domínios do Brasil; 1822 - a Colónia integrou os domínios do Império do Brasil, na independência deste; 1828, 27 Agosto - estabelecimento da Convenção Preliminar de Paz entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, ratificado pelo Brasil em 30 de Agosto e pela Argentina a 29 de Setembro, e que chegou a Montevidéu a 4 de Outubro; por este diploma, a República Oriental do Uruguai tornava-se independente, momento em que o último comandante, brigadeiro Manuel Jorge Rodrigues abandonou a praça; 1745 - Puerta de Campo, ou "Puerta de la Ciudadela" localizada frente à atual Praça 1811, inaugurada pelo ano 1745, período em que governava o português António Pedro de Vasconcellos (1722 e 1749), quem impulsionou a construção de toda a cidade; 1995 - inscrito na lista de Património Mundial da UNESCO com o critério IV, revelando-se um exemplo excecional de um tipo de construção ou de conjunto arquitetónico ou tecnológico ou de paisagem ilustrando um ou vários períodos significativos da história humana. |
Dados Técnicos
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Não aplicável |
Materiais
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Não aplicável |
Bibliografia
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ALMEIDA, Luís Ferrand, A Colónia do Sacramento na época da sucessão de Espanha, Coimbra, Faculdade de Letras/Instituto de Estudos Históricos, 1973; CARITA, Rui, A Colónia do Sacramento no Uruguai: os engenheiros militares na construção da expansão dos séculos XVII e XVIII, in Oceanos n.º 28, Out.-Dez. 1996, pp. 81-94; MATTOSO, José (dir.), América do Sul, Património de origem portuguesa no mundo, arquitectura e urbanismo, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2010, p. 260 - 264; ROHDEN, Luiz Fernando, "Formaç~ão da Rede Urbana do Sul do Brasil nos séculos XVII e XVIII", Oceanos, Lisboa, 41, 2000, pp. 120-134 |
Documentação Gráfica
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Gabinete de Estudos Arqueológicos e Engenharia Militar: 46093-38-52; 46281A-10A-53; 46271A-10A-53; 27261A-10A-53; Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro |
Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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EM ESTUDO |
Autor e Data
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Sofia Diniz 2006 / Rita Vale 2011 |
Actualização
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Manuel Freitas (Contribuinte externo) 2011 |
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