Forte Jesus / Museu Nacional
| IPA.00024431 |
Quénia, Costa, Mombaça, Mombaça |
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Arquitectura militar, quinhentista e seiscentista. Forte de planta rectangular composta por três meios baluartes e um redente, intercaladas por cortinas em talude e terminadas em parapeito liso. | |
Número IPA Antigo: KE910205000001 |
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Registo visualizado 652 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Planta rectangular irregular, composta por cortinas em talude, terminadas em parapeito liso, tendo dois meios baluartes virados a terra, um outro virado ao mar e, no lado oposto, um redente, respectivamente com a denominação de baluarte de São Filipe, Santo Alberto, São Matias e São Mateus. Próximo ao baluarte de São Matias rasga-se o portal, encimado por uma lápide inscrita. No interior possui vários edifícios de planta rectangular, pintados de branco ou ocre, com coberturas de duas ou quatro águas, rematadas por beirais simples. Evoluem em dois pisos, possuindo na fachada principal arcadas de arcos plenos, encimados por galerias rectilíneas. |
Acessos
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Ilha de Mombaça |
Protecção
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Património Mundial - UNESCO, 1997 |
Enquadramento
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Marítimo, isolado. Ergue-se no topo de uma formação de coral, sobranceira à entrada do antigo porto de Mombaça. |
Descrição Complementar
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Sobre o portal existe lápide com a inscrição: REINANDO EM PORTUGAL PHELLIPE DE AUSTRIA O PRIMEIRO ... POR SEU MANDADO ... FORTALEZA DE NOME JESUS DE MOMBAÇA A OMZE D’ABRIL DE 1593 ... VISSE REI DA INDIA MATHIAS DALBOQUERQUE ... MATHEUS MENDES DE VASCONCELLOS QUE PASSOU COM ARMADA A ESTE PORTO ... ARQUITECTO-MOR DA INDIA JOÃO BAUTISTA CAIRATO SERVINDO DE MESTRE DE OBRAS GASPAR RODRIGUES *1. |
Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: estado do Quénia |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIRO: Giovanni Baptista Cairati (séc. 16). MESTRE-DE-OBRAS: Gaspar Rodrigues (séc. 16). |
Cronologia
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1498 - Mombaça hostiliza a presença da frota de Vasco da Gama; 1505 - ataque a Mombaça por D. Francisco de Almeida, primeiro vice-Rei da Índia; 1528 - último ataque dos portugueses a Mombaça, comandada por D. Nuno da Cunha, optando-se pela destruição da cidade, que é arrasada; 1585 - durante o domínio Filipino, as alterações nas condições que mantinham a principal base de operações portuguesa na feitoria de Melinde, leva a decidir a transferência das suas operações para Mombaça, com a ocupação definitiva dessa cidade; 1593, 11 Abril - início da construção da fortificação pelo seu primeiro capitão, Mateus Mendes de Vasconcelos; 1596 - conclusão das obras do forte; 1631, 15 / 16 Agosto - conquista pelo sultão de Mombaça, Muhammad Yusif, cujas forças penetram de surpresa no forte, matando o capitão, Pedro Leitão de Gamboa, e massacram toda a população portuguesa: 45 homens, 35 mulheres e 70 crianças; 1632, 16 Maio - o sultão abandona a posição em Mombaça; 5 Agosto - uma pequena força portuguesa sob o comando do capitão Pedro Rodrigues Botelho, reocupa o forte; 1696, 13 Março - início do cerco da fortificação por uma expedição islâmica de Omã, chefiada pelo xeque Daud de Faza; 1698, 13 Dezembro - perda da fortificação para as forças árabes (Omã), depois de dois anos de confrontos, estando a sua guarnição reduzida ao capitão, nove homens e um religioso, frei Manuel de Jesus; 1728, 16 Março - reocupação portuguesa do forte, na sequência de uma revolta das tropas africanas contra os governantes de Omã, levando o sultão de Pate, a quem a fortificação fora oferecida, a entregá-la aos portugueses; 1729, Abril - revolta dos habitantes de Mombaça contra os portugueses conduz a um novo cerco ao forte; 26 Novembro - ocupação do forte por Omã após a rendição dos portugueses; 1741 - passa para o Governo de Mombaça, que se constitui numa cidade-estado independente; 1747 - ocupação por Omã; 1828 - pertence ao Governo de Mombaça sob o domínio de Omã; 1837 / 1888 - volta a ser dominada por Omã mas, na prática, desde 1875 era controladoa pelos ingleses; 1856 - ocupação por Zanzibar; 1895 - com a proclamação do território como protectorado inglês, o forte é transformado em prisão; 1958, 24 Outubro - declarado pelo Governo do Quénia como Monumento Histórico; 1962 - reabertura do forte ao público como Museu Nacional. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de pedra rebocada e pintada; elementos de cantaria; coberturas de telha. |
Bibliografia
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ABUNGU, George, Forte Jesus de Mombaça: poder, autoridade e conflito, in Oceanos n.º 28, Outubro-Dezembro, 1996, pp. 96-102; ALI, Hinawi Mbarak, Al Akida and Fort Jesus, Mombasa, Nairobi (Quénia), East African Literature Bureau, 1950; BOXER, Charles, A Fortaleza de Jesus e os Portugueses em Mombaça: 1593-1729, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1960; BOXER, Charles e AZEVEDO, Carlos, A Fortaleza de Jesus e os portugueses em Mombaça, 1593-1729, Lisboa, Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1960; FREEMAN-GRENVILLE, G. S. P., The Portuguese on the Swahili Coast: buildings and language, in Studia, Lisboa, n° 49, 1989, pp. 235-253; KIRKMAN, J., Fort Jesus: a Portuguese fortress on the East African coast, Londres, Oxford University Press, 1974; NELSON, W. A., Fort Jesus of Mombasa, Edimburgo (Escócia), Canongate Press, 1994; PEARSON, M. N., Port cities and intruders: the Swahili Coast, India and Portugal in the Early Modern Era, Baltimore, Londres, The Johns Hopkins University Press, 1998; http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_Jesus_de_Mombaça, Janeiro 2011; http://www.colonialvoyage.com/mombasa.html=forte_jesus, Janeiro 2011. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1639 - obras de ampliação e reforço da fortificação; Fundação Calouste Gulbenkian: 1958 - obras de restauro; 1958 / 1959 / 1960 / 1961 / 1962 - trabalhos arqueológicos no recinto do forte, sob a orientação de James Kirkman; 2001 - instalação do sistema de iluminação exterior, reboco das muralhas e arranjo dos espaços exteriores. |
Observações
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EM ESTUDO. *1 - Giovanni Battista Cairati, nascido em Milão, trabalhou em Malaca, Mannar, Ormuz, Mascate, Damão, Baçaim e Mombasa. Provavelmente, nunca viu ou completou o Forte Jesus, dado que morreu em Goa em 1596. |
Autor e Data
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Sofia Diniz 2006 |
Actualização
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Manuel Freitas (Contribuinte externo) 2011 |
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