Capela da Família Melo e Castro / Capela da Santa Casa da Misericórdia de Colares
| IPA.00002433 |
Portugal, Lisboa, Sintra, Colares |
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Arquitectura religiosa, maneirista. Capela seiscentista, adaptada a Misericórdia, tendo pequenas dimensões, exterior bastante singelo, terminando em empena, com cunhais marcados em cantaria e portal principal axial de verga recta. Salienta-se o retábulo da capela-mor, atribuído por Vitor serrão ao pintor Cristiano Vaz e, possivelmente, anterior a 1623, pois, se só neste ano foi instituída a Misericórdia, é de supor a pré-existência da Igreja como capela particular. O retábulo integra-se na fase quinhentista da chamada talha do Renascimento e no sub-grupo dos retábulos em forma de edícula. A sua decoração nas bases, frisos e remates é mais sóbria do que as dos retábulos contemporâneos, contudo conserva um carácter tradicionalista no seu grafismo de superfícies plenas e jogo de contrastes pouco acentuado. Telas maneiristas com a característica figuração idealizada e distorção equívoca. Impõem-se ainda com a opulência quente do colorido primitivo e com o jogo de proporções dos trabalhos de marcenaria envolvente. |
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Número IPA Antigo: PT031111050042 |
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Registo visualizado 582 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal composta por nave integrando espacialmente capela-mor. Volumes homogéneos, com cobertura em telhado de 2 águas. Frontespício terminado em empena, abrangendo a capela e casa da misericórdia; cunhais de cantaria, capela com portal de verga recta encimado por cornija datada de 1632 e sobrepujado por óculo; casa da misericórdia com portal simples de verga recta e janela com gradeamento inferior. Interior de grande simplicidade, com coro-alto de madeira e púlpito quadrado no lado do Evangelho; no lado da Epístola, cadeiras dos irmãos da Misericórdia com alçado e teia de madeira; cobertura em abóbada de berço. Zona da capela-mor com pavimento mais elevado e tribuna sobre porta, no lado do Evangelho; retábulo-mor em forma de edícula, de 2 andares, com telas enquadradas por colunas dóricas estriadas; nicho central e paineis superiores terminando em frontão interrompido e redondo; nas telas figuram: "Visitação", "Nossa Senhora da Misericórdia", "Cristo carregando a cruz", "Cristo na Cruz" e "Descida da Cruz". |
Acessos
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Largo da Misericórdia, Rua do Dezasseis de Infantaria. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,807981, long.: -9,443817 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 *1 / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264) |
Enquadramento
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Urbano, adossado. Implanta-se na zona alta de colares tendo adossado as instalações da antiga Casa da Misericórdia.Largo fronteiro com calçada à portuguesa e murado, junto ao qual se ergue cruzeiro. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja de confraria / irmandade |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTOR: Cristóvão Vaz (1581). |
Cronologia
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1581 - pintura do retábulo-mor da Misericórdia de Sintra pelo pintor Cristóvão Vaz, composto de 8 painéis dispostos em 3 eixos; séc. 16, finais / 17, início - construção da capela, pertencendo à família dos Melos e Castros; 1623, 2 Novembro - fundação da Santa casa da Misericórdia de Colares, por D. Dinis de Melo e Castro; 1668 - data da laje sepulcral no pavimento; 1700, cerca - substituição do primitivo retábulo-mor da Misericórdia de Sintra, que o cede à Misericórdia de Colares, onde permanece íntegro, quanto à estrutura e decoração; 1952 - estava abandonada, devido ao seu mau estado; 1957 - foram arrancadas as telas pintadas, e posteriormente recolocadas; 1996, 13 maio - retificação ao nome da rua, publicada na Declaração de Rectificação n.º 10-E/96, DR, 1.ª série-B, n.º 127. |
Dados Técnicos
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Estrutura de paredes autoportantes. |
Materiais
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Alvenaria rebocada e cantaria. Pavimento de tijoleira e cobertura de telha; madeira, talha e telas pintadas. |
Bibliografia
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AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; Boletim do Museu Nacional de Arte Antiga, 4 vol., nº 1, Lisboa, 1959, p. 49; RODRIGUES, Margarida, Um novo testemunho da liberalização da pintura no tempo de Camões: o alvará de 1577 ao pintor Cristóvão Vaz, in ARTIS, Lisboa, Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, 2004, n.º 3, pp. 347-351; SERRÃO, Vitor Manuel, O pintor Cristóvão Vaz - Mestre dos retábulos da Igreja da Misericórdia de Sintra (1581 - 1584), Lisboa (fotocópias cedidas pela C. M. Sintra); SERRÃO, Vítor, Notas sobre a pintura quinhentista no concelho de Cascais, in Um Olhar sobre Cascais através do seu património, vol, 2, s.l., Associação Cultural de Cascais e Câmara Municipal de Cascais, 1989, pp. 67-83. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1959 - beneficiação das pinturas do retábulo. |
Observações
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*1 - Capela da Misericórdia de Colares (antiga Capela da Família Melo e Castro). |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 |
Actualização
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