Convento e Igreja de São Francisco / Arquivo Distrital e Biblioteca Pública de Bragança

IPA.00002417
Portugal, Bragança, Bragança, União das freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo
 
Arquitectura religiosa, medieval, quinhentista, seiscentista e barroca. Convento franciscano com a igreja e o núcleo conventual, implantado no lado esquerdo da mesma. A igreja é de planta longitudinal composta por nave antecedida por galilé, com duas capelas laterais salientes e capela-mor mais estreita, possuindo coberturas internas diferenciadas de duas águas. Fachadas com cunhais apilastrados, os da frontaria coroados por pináculos. Fachada principal terminada em empena, datável do séc. 17, rasgado ao centro por galilé em arco de volta perfeita, tendo no interior o portal axial, de perfil contracurvo, e por janelão rectilíneo. No lado esquerdo, integra a torre sineira, de dois registos, o superior com sineira em arco de volta perfeita em cada uma das faces. Interior de cinco tramos definidos por arcos diafragmas de volta perfeita, sobre pilares, pavimento de madeira e coro-alto em arco de volta perfeita, assente pilastras, possuindo guarda de madeira balaustrada, que se prolonga numa tribuna lateral, no lado da Epístola, assente em mísulas, com órgão barroco composto por três castelos. No mesmo lado, tem a antiga porta de acesso à zona claustral, em arco, e um púlpito quadrangular maneirista, assente em mísula, com guarda em balaustrada e acesso por porta de verga recta. Lateralmente possui seis capelas laterais, cinco albergando estruturas retabulares, quatro barrocas e uma rococó, e uma capela profunda com retábulo rococó, de planta côncava e três eixos, e tecto pintado com quadraturas. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas. Capela-mor de perfil semicircular, com vãos em arco e moldura em tijolo de burro, decorada com pinturas murais quinhentistas, de representação figurativa. Dá acesso a uma capela lateral profunda, albergando retábulo maneirista, e à sacristia, com lavabo de espaldar curvo e taça rectangular, e arcaz de almofadas pintadas em grisalle. O convento desenvolve-se em torno de claustro, tendo no primeiro piso quatro arcadas de volta perfeita, rasgados na caixa murária, e no segundo vãos arquitravados, assentes em colunas toscanas; ao centro, tem tanque quadrangular. O exterior da fachada principal é marcado ao nível do piso térreo por vãos rectilíneos com moldura simples de cantaria, encimados por bandeira e cornija recta, e o segundo por vãos abatidos com cornija contracurvada; nas restantes fachadas predominam os vãos rectilíneos. Interiormente, apresenta o espaço muito adulterado. Convento de fundação medieval, com a igreja de influência mendicante, apresentando a nave com arcos diafragmas, exteriormente com contrafortes, e capela-mor de perfil curvo, igualmente contrafortada e com as frestas de molduras cerâmicas de tradição mudéjar, de influência da Igreja de Castro de Avelãs (v. PT010402090002), possuindo algumas semelhanças com a cabeceira da Igreja de São Vicente de Bragança (v. PT010402420086). Foi reformada no séc. 17, de que conserva a frontaria, com portal almofadado entre pilastras dóricas e conservando grade da época, com armas da Ordem. No interior, o coro-alto sobre a galilé apresenta arco sobre pilastras que se prolongam até ao pavimento, ladeado por dois vãos altos, actualmente sem função. O púlpito surge num dos pilares laterais, local pouco usual, e com acesso descentrado, resultante da deslocação que teve pouco antes de 1928. O órgão tem o castelo central proeminente e em meia cana. Relativamente aos retábulos, o primeiro do Evangelho apresenta estrutura barroca nacional com decoração rococó, denotando uma reforma, com actualização da gramática decorativa; o que se lhe segue é tardo-barroco e possui remate em arquivoltas, pouco comum na época, uma delas decorada com várias glórias de querubins, e com aletas anacrónicas; o de São Francisco é rococó, provavelmente com reaproveitamentos de estrutura primitiva; a primeira capela do lado da Epístola tem retábulo de transição, ou seja, mantém elementos de barroco nacional, mas a profusa decoração é já joanina; o seu remate foi alterado profundamente, conforme denotam os anjos deitados; por detrás, conserva a estrutura medieval actualmente visível, com arcossólios e pintura mural representando uma Pietá; o retábulo da capela de Nossa Senhora da Conceição revela certo anacronismo, já que, apesar de ser rococó, apresenta alguns elementos tipicamente joaninos, como os fragmentos de frontão e cornija. A capela lateral do Dr. Francisco Pascoal de Frias possui um retábulo maneirista com temática ligada à Paixão, mas muito repintado; inferiormente tem cripta com túmulo. Na capela-mor subsistem pinturas murais do período tardo-medieval, cuja feitura levou ao entaipamento dos vãos medievais e é atribuída a 1500 por Joaquim Caetano e de 1525 a 1535 por Luís Afonso. Apresentam elevado grau de complexidade em termos de escala, de composição e de discurso, levando Luís Afonso a dizer não estarem ao alcance da maior parte das oficinas de pintura mural do nordeste de Portugal, devendo por isso ter resultado de de uma oficina mais ativa noutras áreas de Portugal ou vinda do país vizinho. Segundo o mesmo autor, no registo superior existe um diálogo entre as duas cenas laterais, visto ver-se de um lado a Cidade Celeste, guardada pelas Sete Virtudes e pelo anjo, no interior da qual se encontra uma figura nimbada e um conjunto de pessoas comuns e, na parede oposta, o Juízo Final com dezenas de figuras nimbadas, sendo possível reconhecer os Apóstolos, diversos santos e virgens mártires, bem como figuras sacras. As duas composições formam uma espécie de díptico da sociedade celeste: de um lado estão muitas das figuras mais sagradas da história do cristianismo a participar no chamamento universal da humanidade à prestação de contas, enquanto do outro lado se encontram os cristãos que foram salvos e habitam na cidade paradisíaca. Pelo meio sublinha-se o papel intercessor da Virgem, abrigando sob o seu manto uma amostra dos fiéis que aspiram à vida eterna. Segundo Joaquim Caetano, a figuração da Virgem do Manto, a mais antiga conhecida em Portugal, segue o modelo de piedade franciscana, ladeada por um complexo castelo onde a Virgem aparece repetidamente entre filacteras, inscritas com litanias, e, do lado oposto, entre a representação de vários santos, destaca-se o Arcanjo Miguel pesando as almas. O convento foi parcialmente reconstruído depois do incêndio de 1728, e no séc. 19 e 20 para adaptação às novas funções. Algumas molduras dos vãos são convexas, semelhantes às que surgem da Casa dos Lousada Sarmento, resultantes da ampliação de 1710 pelo canteiro Manuel Dantas (v. PT010402420322). A casa do Despacho da Ordem Terceira de são Francisco foi construída em 1755.
Número IPA Antigo: PT010402420021
 
Registo visualizado 1958 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Francisco - Franciscanos (Província de Portugal)

Descrição

Convento formado por igreja e zona regral implantada no lado esquerdo. A IGREJA é de planta rectangular, de eixo longitudinal interno, composta por nave antecedida por galilé, e por capela-mor, sensivelmente mais estreita e de perfil semicircular, tendo adossado à fachada lateral direita a casa do despacho da Ordem Terceira de São Francisco e uma capela lateral profunda, ambas rectangulares, a última ladeada por dois anexos; a N. da capela-mor adossa-se capela rectangular. Volumes articulados, com cobertura homogénea na igreja, em telhados de duas águas na igreja, formando várias águas no topo da capela-mor, e na capela lateral, de quatro águas na casa do despacho e de uma nos anexos. Fachadas rebocadas e pintadas, percorridas na frontaria por friso e cornija saliente, com pilastras toscanas nos cunhais, coroadas, na nave e capela lateral, por pináculos tipo balaústres e cruzes latinas sobre acrotério no remate das empenas; as fachadas laterais e a posterior da capela-mor terminam em beirada tripla. Fachada principal, virada a O. terminada em empena, rasgada por acesso à galilé em arco de volta perfeita, com moldura em silharia de granito almofadada, ladeada por colunas sobre plintos paralelepipédicos almofadados, suportando entablamento, com friso inscrito pela data de 1635, com pináculos de bola laterais, sobre plintos, ornados de losangos; o vão é protegido por grade em ferro forjado; sobrepuja-o janelão rectilíneo emoldurado a cantaria, encimado por brasão da ordem com coroa. A empena da fachada é interrompida, à esquerda, pelo corpo da torre sineira, com dois registos marcados por friso, cunhais apilastrados e remate em cornija, coroada por pináculos; apresenta cobertura piramidal hexagonal e, em cada um dos panos, é rasgada por vão em arco de volta perfeita, sobre pilastras, albergando sino. O interior da galilé encontra-se rebocado e pintado, com pavimento em alvenaria de pedra, com guias em cantaria de granito e tecto plano de madeira sobre traves; frontal, surge o portal em arco abatido, avivado superiormente por cornija saliente; está protegido por porta de duas folhas de madeira pintada de vermelho e ornada por almofadas em ponta de diamante. A sala do despacho da Ordem Terceira de São Francisco possui dois pisos, o primeiro rasgado por portal central, de verga recta encimado por friso e frontão triangular, interrompido por falsa mísula que sustenta brasão, e por dois óculos polilobados, moldurados; sobre estes abrem-se, ao nível do segundo piso, duas janelas de varandim, rectilíneas, com guarda em ferro, encimadas por cornija recta; junto ao cunhal esquerdo existe gárgula. Fachada lateral cega e a posterior rasgada, no piso térreo, por porta de verga recta e, no segundo, por janela de peitoril, moldurada e gradeada. Fachadas laterais da igreja com contrafortes, rasgadas por janelas de topo curvo, com moldura terminada em cornija contracurvada; na lateral S., junto à fachada posterior da casa do despacho, abre-se arcossólio, de perfil ligeiramente quebrado, com moldura em tijolo de burro, albergando tampa de arca tumular, em granito e com 1,90 x 0,64 m, tendo relevada uma cruz pátea de pé comprido. A capela lateral profunda é rasgada de ambos os lados por janela de capialço; a capela-mor é rasgada a S. por um óculo quadrilobado e janelão rectilíneo de capialço, gradeado, interrompendo fresta em arco de volta perfeita com moldura em tijolo de burro; na cabeceira, entre os contrafortes, abrem-se quatro frestas em arco de volta perfeita com moldura em tijolo de burro, existindo a S., num nível superior, um outro vão, em arco, também com moldura em tijolo de burro. A capela adossada a N. possui dois panos definidos por pilastras, cada um deles rasgado por janela de capialço. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com pavimento soalhado e corredor central lajeado, de cinco tramos definidos por arcos diafragmas de volta perfeita, sobre pilares, sendo percorrida lateralmente por friso e cornija disposta ao nível dos capitéis dos pilares; cobertura de duas águas em estuque. Coro-alto sobre a galilé, com arco de volta perfeita, assente em pilastras e com guarda em balaustrada, sob o qual corre friso e cornija, e ladeado por duas portas rectilíneas, actualmente sem função. O coro-alto, acedido por porta do lado da Epístola, possui, sobre estrado de madeira, parte do cadeiral, cujo perfil das cadeiras da fiada superior formam volutas, encimadas por espaldar e remate em cornija. No sub-coro, do lado da Epístola, existe pia de água benta de taça quadrilobada sobre pé com chanfro. No lado do Evangelho, surge coreto sobre três mísulas, suportando um grande órgão. No segundo tramo da nave, abre-se no lado do Evangelho, amplo portal de ligação às dependências conventuais, em arco de volta perfeita, com chanfro, pintado a marmoreados fingidos, envidraçado; confrontante, tem no lado da Epístola vão em arco de volta perfeita, em alvenaria, com mesa de altar capeada a cantaria. Nos tramos seguintes, surgem confrontantes três capelas laterais, a segunda do lado da Epístola profunda e acedida por arco de volta perfeita sobre pilastras, albergando estruturas retabulares em talha policroma e dourada. Sobre o terceiro pilar, do lado do Evangelho, dispõe-se o púlpito de base quadrangular, sobre mísula pétrea, com guarda em balaustrada, marchetada com elementos metálicos, acedido por portal de verga recta e moldura convexa, aberto no quarto tramo, com guarda metálica. Arco triunfal de volta perfeita sustentado por pilastras toscanas, encimado por cartela pintada com insígnias franciscanas: uma cruz latina sainte encimada por dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido, o braço em banda nu; surge sobre motivo fitomórfico e ladeado pela data de 1915. Capela-mor elevada por um degrau, com as paredes em xisto rebocadas e pintadas de branco, e apresentando vestígios de pinturas murais, marcadas por cinco frestas com molduras em tijolo de burro, quatro entaipados, e, num plano superior, por dois outros vãos. As pinturas, já muito delidas, formam três registos e três eixos, os dois superiores com composições figurativas, incluindo cartelas inscritas, representando no central a Virgem do Manto, rodeada por rei e rainha, nobres, clérigos e outras personagens. Cobertura de perfil curvo, em estuque, integrando a estrutura de caixotões, apenas com as nervuras em talha e florões nos encontros; no caixotão central tem painel com as insígnias da Ordem: uma cruz latina sainte, sobre cinco chagas de Cristo, encimada por dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido e o braço em banda nu; rodeia-o o cordão de São Francisco. Sensivelmente a meio, surge altar tipo urna, pintado a marmoreados fingidos a azul, rosa e branco, com frontal decorado por ampla cartela recortada com motivos fitomórficos. No lado do Evangelho surge capela lateral, do Dr. Francisco Pascoal de Frias, com acesso por arco de volta perfeita *1, assente em pilastras almofadadas, encimadas por arquitrave sobreposto por escudo oval com as armas do fundador pintadas, entre aletas, e cruz latina de cantaria relevada. No interior, com pavimento em cantaria e cobertura em abóbada de berço, de estuque, com pinturas murais, alberga retábulo de talha policroma, de planta recta e três eixos, com pinturas alusivas à Paixão de Cristo. Ao lado, abre-se porta para a sacristia, de verga recta e moldura côncava, encimada por friso e cornija, ladeada por pia de água benta ornada de elementos fitomórficos. A sacristia tem pavimento em soalho e tecto de madeira, facetado, com as armas da Ordem Franciscana ao centro; possui amplo arcaz, com seis gavetões, de almofadas delimitadas a vermelho e ornadas de motivos fitomórficos em grisalle; junto ao vão de comunicação com a capela lateral, possui o lavabo de espaldar rectangular, horizontal, com florão central, onde se integrava a bica, encimado por cornija e remate semicircular, em cantaria, com cruz entre dois pináculos com bola, relevados; frontalmente tem bacia rectangular. Possui ainda dois armários embutidos, um com portas de duas folhas decoradas de losangos e outro com motivos fitomórficos nas almofadas. Um corredor de ligação às dependências conventuais integra vão curvo com moldura em tijolo de burro. No lado da Epístola, confrontando com a capela lateral, existe arcossólio em arco de volta perfeita, ladeada por pilastras almofadadas suportando cornija e espaldar rectilíneo. Casa da Ordem Terceira de São Francisco interiormente de espaço único, comunicando por escada de cantaria, disposta à esquerda, com guarda em alvenaria rebocada e pintada, capeada a cantaria com enrolamentos e coluna de arranque. Apresenta as paredes rebocadas e pintadas de branco, parcialmente revestidas com apainelados modernos de madeira e pavimento em lajes de cantaria no piso térreo e de madeira no segundo, assente em travejamento; neste piso possui porta de verga recta de ligação ao coro-alto. CONVENTO de planta rectangular irregular, de dois ou três pisos desenvolvidos em torno de um claustro rectangular, tendo adossado posteriormente corpo em L, possuindo coberturas de duas águas, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco com cunhais frontais de cantaria de granito e remates em friso e cornija ou apenas cornija, rasgadas por vãos rectilíneos com molduras simples de cantaria. Fachada principal virada a O., de dois panos definidos por pilastra toscana, o esquerdo de três pisos e o direito, com embasamento de cantaria e de dois. É rasgada por oito eixos de vãos, correspondendo no piso térreo a janelas de peitoril, com molduras encimadas por bandeira, cinco entaipadas, em alvenaria rebocada e pintada, sobrepostas por friso e cornija, quatro delas com grades em papo de rola; no extremo direito abre-se portal de verga abatida, com moldura de fecho relevado, terminado em cornija e encimado por cornija recta; ladeia-o dois óculos quadrilobados, o esquerdo cego e o direito gradeado. No segundo piso os vãos correspondem a janelas de peitoril de verga abatida com moldura terminada em cornija contracurvada; todas as janelas têm caixilharia de guilhotina. No piso rebaixado do pano esquerdo, abrem-se portal amplo de verga recta, um outro mais estreito, mas entaipado, encimado por janela jacente, gradeada, e janela de peitoril, moldurada e gradeada. Fachada lateral esquerda de três panos, os dois da direita mais altos, de três pisos, e definidos por pilastra toscana; no direito abre-se, no piso térreo, porta de verga recta e janela de peitoril, no intermédio janela de sacada, sobre duas mísulas, com guarda em ferro, encimado por bandeira, e janela de peitoril com bandeira entaipada, encimada por friso e cornija; no terceiro, abre-se janela de sacada de verga abatida e moldura terminada em cornija contracurvada, interligada à inferior, e janela de peitoril de verga abatida e moldura terminada em cornija contracurvada. No pano intermédio abre-se, em cada um dos pisos, janela de peitoril, com caixilharia de guilhotina, as dos primeiros pisos rectilíneas e a do último de verga abatida e moldura terminada em cornija contracurvada. O pano esquerdo, mais largo, é rasgado por janelas de peitoril rectilíneas, as do segundo piso mais altas, com bandeira na caixilharia e seis delas tendo inferiormente mísulas; possui ainda um portal descentrado e num nível rebaixado, a que se acede por escadas, protegidas na zona de desnível por guarda em ferro. Sobre a cobertura, encosta-se ao corpo alteado um outro envidraçado e envolvido por estrutura metálica tubular. Fachada posterior terminada em beirada simples, rasgada no primeiro piso por dois portais, um deles sem moldura, e duas janelas de peitoril, molduradas e gradeadas; no segundo piso abrem-se quatro janelas de peitoril, com bandeira. O corpo em L adossado, de dois pisos, tem virado a N. amplo portal de verga abatida e sem moldura e, no segundo piso, frestas molduradas; o pano virado a O. é rasgado no segundo piso por duas frestas e janela de peitoril, e o virado a N. por três janelas de peitoril; a fachada virada a E. apresenta pano direito terminado em empena, rasgado por duas janelas de peitoril e fresta em eixo, e pano esquerdo com duas frestas e porta de acesso de ligação a um outro corpo adossado, mais baixo e envidraçado, coberto em terraço, protegido por guarda metálica. INTERIOR com claustro de quadra rectangular, tendo as alas definidas por quatro vãos em arco de volta perfeita rasgados na caixa murária, rebocada e pintada de branco, envidraçados, e, no piso superior, por oito vãos arquitravados, envidraçados, sustentados por colunas toscanas, sobre plintos paralelepipédicos, intercalados por murete de alvenaria rebocada e pintada, capeada a cantaria, e tendo nos ângulos pilares. Quadra pavimentada a xisto, com guias em cantaria de granito formando quadrícula rectangular, de malha larga, possuindo ao centro tanque quadrangular, com ângulos cortados, e lateralmente tanque rectangular envidraçado. As dependências conventuais apresentam-se muito alteradas espacialmente devido às várias adaptações sofridas. A ala O. possui no piso térreo a portaria adaptada a vestíbulo, com ligação a vários gabinetes de trabalho e ao claustro; o segundo piso está adaptado a sala de leitura, com espaço amplo, pavimentado a soalho e com tecto de duas águas sobre travejamento aparente, dependências de atendimento / catalogação e outras. Alas do claustro com pavimento do piso térreo em lajes de cantaria e as do segundo piso em soalho flutuante, o qual surge também nas outras dependências. Referência para o portal amplo, de moldura côncava, ao nível do primeiro piso, e para o amplo vão rectilíneo e óculo circular no segundo piso da ala S.; alguns vãos são arquitravados por traves de madeira aparentes. A ala E. adaptada a espaço museológico, tem espaço amplo, percorrido por galeria ao nível do segundo piso, com guarda metálica.

Acessos

Santa Maria, Rua de São Francisco; Rua Miguel Torga

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 1/86, DR, 1.ª série, n.º 2 de 03 janeiro 1986

Enquadramento

Urbano, meia-encosta, extra-muros, na vertente N. do Castelo de Bragança (v. PT010402420003), adaptado ao declive acentuado do terreno, possuindo a S., numa cota superior, via pública. A N. e a E. conserva parte da antiga cerca, implantada em declive, com zonas arelvadaas e caminhos; frontalmente tem terreiro, desenvolvido em dois níveis, um ao nível da igreja e outro da casa da Ordem Terceira, onde se ergue cruzeiro, de braços quadrangulares assente em plinto galbado, sobre base. O terreiro é delimitado a N. por muro, a partir do qual se desenvolve escadaria que atravessa parte da cerca e vence o declive; no fundo da mesma, num muro de sustentação das terras, existe vão de antiga mina. Nas imediações, erguem-se a Capela de Nossa Senhora da Saúde (v. PT010402420307) e a Fonte da Rainha (v. PT010402420104) e, um pouco mais a O., o Mosteiro de São Bento (v. PT010402420085), o Governo Civil de Bragança (v. PT010402450268), o Edifício do Banco de Portugal (v. PT010402420279) e o Solar dos Lousada Sarmento (v. PT010402420322).

Descrição Complementar

As grades da galilé, adaptadas ao perfil do arco, têm a bandeira ornada com elementos volutados, aletas, as insígnias da Ordem e da Província e uma cruz grega. Tem escudo francês com armas reais: [de prata]; cinco escudetes [de azul], postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [prata], bordadura [de vermelho] carregada de sete torres [de ouro]. Timbre: uma cruz sainte, brocantes dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido, o braço em banda nu. O escudo é rodeado pelo cordão de São Francisco. Sob a cruz da empena da igreja surge escudo francês com armas reais: [de prata]; cinco escudetes [de azul], postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [prata], bordadura [de vermelho] carregada de sete torres [de ouro]. Chefe [de azul], dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido de burel, o braço que está em banda nu; ambos de carnação; ambas as mãos estigmatizadas. O escudo é envolvido por paquife e encimada por coroa real aberta. Na galilé existe lápida com inscrição e brasão de família. A inscrição reza: AQUI JAZ D. JOANNA CORREIA DE CASTRO BENNEVIDES VELLASCO, NATURAL DO RIO DE JANEIRO, MULHER DO EXMO. TENENTE GENERAL E CONSELHEIRO DE GUERRA, NANUEL JORGE GOMES DE SEPÚLVEDA FALLECEO EM JUNHO DE 1801, FOI SEPULTADA NA CASA DO CAPÍTULO DESTE CONVENTO ANTIQUISSIMO JAZIGO DOS MORAES CASTROS PIMENTEIS, SUA FAMA AGORA ANNO DE 1845 TRASLADADOS SEUS OSSOS COM OS DE SEUS FILHOS E PARENTES PARA A CAPELA MOR DESTA IGREJA, POR PROFANAÇÃO DA DITA CASA PELA TROPA, QUEBRAMENTO DE CAMPAS DE BRAZÃO DARMAS E EPITAFIOS ANTIGOS ACONTECENDO O MESMO COM AS DOS FUNDADORES. O brasão apresenta escudo francês, esquartelado, tendo no I quartel as armas da família Sepúlveda: [de vermelho], com uma oliveira [de verde], perfilada [de ouro] arrancada [de prata], sustida por dois leões [de ouro] afrontados e duas estrelas de oito raios [de prata], postas nos cantões do chefe; no II quartel as armas da família Correia: [de ouro], fretado [de vermelho] de seis peças; no III quartel tem as armas dos Castros bastardos: [de prata], com seis arruelas [de azul], 2, 2 e 2; no IV quartel tem as armas dos Morais: partido: o primeiro [de vermelho], com uma torre [de prata], aberta, iluminada e lavrada [de negro], assente sobre um rio; o segundo [de prata], com uma amoreira arrancada [de verde]. Coronel de conde. Na casa do despacho, sobre o portal existe lápide com ângulos superiores curvos, com escudo peninsular partido: no primeiro tem escudo real: de prata; cinco escudetes [de azul], postos em cruz [de prata], cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [prata], bordadura [de vermelho] carregada de sete torres [de ouro]; no segundo: [de azul], cinco chagas de sua cor. Timbre: a coroa de espinhos; uma cruz latina sainte carregada com a inscrição INRI encimada por dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido, o braço em banda nu. Escudo rodeado pelo cordão de São Francisco e inferiormente ladeado por com losangos com motivos fitomórficos relevados. Na nave existe coreto com guarda de madeira torneada, sustentando órgão com caixa de talha em branco, com castelo central proeminente e dois nichos laterais, possuindo gelosias em cortina, vazadas e decoradas com elementos fitomórficos; remata, ao centro, em espaldar com lambrequim encimado por brasão, flanqueado por duas urnas; a consola fechada por duas portas almofadadas, pintadas de flores é flanqueada pelos orifícios dos antigos botões dos registos, tendo o vão da pedaleira também encerrado por painel pintado de flores. O primeiro retábulo do Evangelho, de talha policroma a marmoreados fingidos a verde, rosa e azul, apresenta planta recta e três eixos, definidos por quatro pilastras de fuste almofadado e decorado por concheados e motivos vegetalistas, as exteriores revestindo o arco, e por quatro colunas de terço inferior marcado e cartela no terço superior, assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos, os superiores decorados com cartelas, e as colunas com capitéis coríntios; no eixo central possui nicho de perfil curvo, interiormente pintado com flores e albergando imaginária sobre mísula; nos eixos laterais surgem painéis decorados por cartelas e elementos vegetalistas envolvendo mísula desnuda; ático de arquivoltas, a exterior decorada com volutas, e as outras com elementos vegetalistas, unidas no sentido do raio; sotobanco de apainelados com cartelas. Altar tipo urna com frontal decorado por cartela central, concheados e elementos fitomórficos. O segundo retábulo do Evangelho tem planta recta e corpo côncavo, de um eixo definido por quatro pilastras, as exteriores a revestir o arco e ladeadas de aletas, decoradas com elementos fitomórficos, e duas colunas de fuste estriado e terço inferior marcado e ornado com cruz e motivos vegetalistas, assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos, os superiores com cartelas e elementos vegetalistas; ático de três arquivoltas, a intermédia decorada com várias glórias de querubins e a exterior encimada por cartela com figura do Deus Pai relevada, sobre uma glória e envolvido por resplendor; banco com apainelado ornado de elementos fitomórficos relevados e cartela central. Altar tipo urna de frontal decorado por cartela central e elementos vegetalistas. O retábulo de São Francisco possui planta recta e três eixos definidos por duas pilastras, ornadas de elementos fitomórficos, e por quatro colunas de fuste liso, com terço inferior marcado e anel superior, com cartelas, laçarias, concheados e motivos vegetalistas, sobre duas ordens de plintos, os superiores paralelepipédicos com motivos semelhantes e os inferiores pintados com grisalle, e de capitéis coríntios; no eixo central possui nicho de perfil curvo alteado, com moldura circunscrevendo mísula vegetalista que sustenta imaginária; nos eixos laterais, pintados de flores, surgem mísulas desnudas e elementos fitomórficos relevados; ático em arquivoltas, a exterior lisa e sobreposta por cartela, uma lisa com rosas em almofadas côncavas, uma torsa decorada com cartelas e elementos vegetalistas, unidas no sentido do raio; sotobanco com apainelados ornados de cartelas, concheados e elementos vegetalistas. Altar tipo urna com frontal delimitado por voluta e cartela central com cruz, entre concheados e motivos vegetalistas. A primeira capela do lado da Epístola apresenta planta rectangular e estrutura exterior parcialmente revestida a talha dourada, com três ordens de pilastras, decoradas de acantos e anjos de vulto, assentes em plintos com acantos e anjos atlantes, encimado por cornija e ático em espaldar abatido, com volutas laterais e anjos de vulto segurando escudo clássico de azul, com uma cruz latina de sua cor, brocantes dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido de burel, o braço que está em banda nu, ambos de carnação; ao centro, abre-se tribuna em arco de volta perfeita, interiormente com fundo decorado por três arquivoltas, decoradas com acantos, unidas no sentido do raio, sobrepostas por anjos, enquadrando painel pintado de flores; as faces laterais e a cobertura são igualmente decoradas com apainelados de acantos e anjos; alberga pequeno trono de dois degraus. Sob a tribuna, o desmembramento da talha permite aceder ao interior da capela, em cantaria e alvenaria de granito, tendo frontalmente e na parede lateral esquerda arcossólio, em arco de volta perfeita, o último apresentando no topo pintura mural figurando Nossa Senhora da Piedade, junto à cruz e tendo por fundo uma paisagem. Nos ângulos apresenta mísula com o arranque da antiga abóbada que cobria o espaço. No pavimento conservam-se vários painéis de talha, ornados de acantos pertencentes à estrutura retabular. A capela de Nossa Senhora da Conceição tem acesso por arco de volta perfeita sobre pilastras, interiormente com pavimento de cantaria e, sobre friso e cornija, tecto de madeira com pintura em "trompe l'oeil", com quadraturas, cartelas nos topos, anjos nos ângulos, e cartela central com figura do orago sobre globo, envolvida por anjos e querubins. Sobre supedâneo de dois degraus, possui retábulo de talha policroma a azul, rosa, bege e dourado, de planta côncava e três eixos, definidos por quatro colunas de fuste liso, com terço inferior marcado por anel, as exteriores decoradas com cartela e as interiores com falsa espira fitomórfica, sobre plintos paralelepipédicos decorados com motivos vegetalistas em almofada côncava, os exteriores assentes em consolas, e de capitéis coríntios; ao centro abre-se nicho de perfil curvo, interiormente com apainelados pintados, albergando trono de vários degraus encimado por imaginária; os eixos laterais côncavos possuem nichos, interiormente pintados com flores, e com mísulas; ático adaptado ao perfil da cobertura decorado por fogaréus, no alinhamento das colunas, festões, elementos vegetalistas, fragmentos de cornija e de frontão, sobrepostos por anjos de vulto, tendo ao centro cartela recortada e, superiormente, resplendor envolvendo uma cruz latina sainte, sobreposta por dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido, o braço em banda nu; sotobanco decorado com cartelas de concheados em almofadas côncavas, integrando ao centro sacrário tipo templete, coberto com cúpula, ornado de quarteirões, elementos vegetalistas e com cruz na porta. Altar tipo urna tendo no frontal cartela, delimitada por concheados e motivos vegetalistas, com uma cruz latina sainte, encimada por dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido, o braço em banda nu. A capela de Nossa Senhora de Fátima tem a estrutura arquitectónica revestida a talha dourada, possuindo pilastras laterais ornadas de acantos, sobre altos plintos com acantos e anjos, e capitéis com querubins, as quais se prolongam superiormente para sustentar entablamento e ático em espaldar recortado, ornado de acantos, elementos volutados e anjos, possuindo ao centro escudo peninsular, com as armas reais: de prata; cinco escudetes [de azul] postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz de prata; bordadura de vermelho carregada de sete castelos de oiro. É encimado por coroa real fechada. A capela alberga retábulo de talha dourada, de planta recta e corpo côncavo, e de um eixo definido por quatro colunas de fuste torso decorado com acantos, pâmpanos, aves e anjos, sobre mísulas com a mesma decoração e de capitéis coríntios, e duas pilastras ornadas de acantos e anjos, que se prolongam em três arquivoltas, ornadas de acantos e unidas no sentido do raio; ao centro possui nicho com mísula sustentando imaginária, a base da qual se prolonga pelo sotobanco, onde é facetado e decorado com acantos. Altar tipo urna, pintado a marmoreados fingidos, decorado com cartela central, concheados e motivos fitomórficos. Na capela-mor, as pinturas murais encontram-se divididas em três registos e três eixos. No último registo, a composição do eixo central representa a Virgem do Manto coroada por anjos e abrigando grupo de diferentes ordens sociais. No eixo do lado esquerdo surge representado o Juízo Final, composição retangular, ocupada, ao centro, pela figura de Cristo em Mandorla com os Quatro Evangelistas nos ângulos e diversos santos, virgens mártires e figuras sacras. Na zona inferior da composição identifica-se um ou outro sepulcro vazio. No eixo do lado direito, encontra-se pintada uma longa composição alusiva à Jerusalém Celeste, representando uma cidade amuralhada, com a fortificação cor-de-rosa, com a entrada guardada por um anjo, composta por sete torreões circulares, ocupados por jovens coroadas, visíveis a meio corpo, cada uma identificadas por nome latim numa enorme cartela, correspondendo às Sete Virtudes, podendo ler-se o nome latino da Caridade (Caritas) e da Largueza (Largitas), na fiada inferior, e da Diligência (Diligencia) e da Humildade (Humillitas), na fiada superior; as outras três virtudes, uma delas parece ser identificada como a Mansuetude, em latim Mansuetudo, podendo ler-se as letras MANSU(…)TU(…)O, sinónimo de Paciência. No interior da cintura de muralhas, vê-se um conjunto de indivíduos em redor de uma fonte hexagonal, rematada por uma pinha dourada de onde cai água através de duas bicas. Ao lado desta Fonte da Vida encontra-se duas plantas, de média altura, que devem aludir à Árvore da Vida. A figura tutelar deste grupo é constituída por um velho nimbado, provavelmente representando Abraão ou Adão. O registo intermédio de pinturas acompanha a disposição das janelas originais e encontra-se em pior estado de conservação. Os fragmentos pintados mostram o que resta de uma série de edículas com arcos contracurvos, alfiz ricamente ornamentado por rendilhados pétreos, de tipo manuelino, albergando no interior uma figura. Pelo exterior, no prolongamento dos suportes das edículas, encontram-se representados os bustos de outras figuras, talvez Profetas Menores, também com cartelas. Todas estas figuras correspondem a indivíduos de barbas e cabelos compridos, acompanhadas por textos inscritos em longas cartelas, retratando possivelmente Profetas e Patriarcas. No registo inferior, subsistem alguns vestígios de pintura que indiciam a existência de um embasamento de toda a pintura mural, com vestígios de inscrições, de padrões decorativos e do que parecem ser objetos e elementos figurativos. A capela lateral do Dr. Francisco Pascoal de Frias, adossada à capela-mor, integra no pavimento lápide tumular, com 1,90 x 0,80 m, com a seguinte inscrição, em três regras e com vestígios de metal numa letra: HIC ACET MORTVVS QVI SPERAT SEMPER VIVERE. Na parede do lado N. existe lápide rectangular com inscrição pintada, em 11 regras: ESTA CAPELA FVNDOV O DOVTOR PASCOAL DE FRIAS ABBADE Q FOI DE CARAZEDO CÕ OBRIDAÇÃO DE ... SEMPRE Q SE DIZ... ... E TODOS OS MAIS DIAS DE N. S. DA CÕCEICÃO CÕ HVA COMEMORAÇÃO A S. IOSEPH E OYTRA... DE ESMOLA TREZENTOS ALQ(VEIRES) DE TRIGO TRÊS MIL REIS... DE AZEITE P(ELA) ALMA DA... FABRICA E MIL REIS... ANNO SÃO OS PRIMEIROS AMINISTRADORES... MORAIS SARMENTO E SVA MOLHER... DECENDENTES. Cobertura pintada com ferronerie e elementos fitomórficos. Na parede testeira integra num arco de volta perfeita sobre pilastras, pintadas com flores, retábulo de talha policroma, de planta recta e três eixos, definidos por pilastras pintadas com elementos fitomórficos assente em plintos paralelepipédicos, o do Evangelho tendo inferiormente pequeno nicho de alfaias; no eixo central possui vão rectilíneo com nicho de perfil curvo interiormente pintado com árvores; nos eixos laterais, sobre vão curvo dos nichos, existem dois painéis com atributos da Paixão em cartelas: dados e torquez (Evangelho) e bolsa de moedas e martelo (Epístola); sobre o entablamento, existe friso alto, tripartido, com os atributos: escadote e lança, cravos, cálice, coluna, chibata e esponja com vinagre; remate em espaldar rectangular, disposto na horizontal, pintado com Calvário tendo por fundo paisagem arbórea, entre o sol e a lua; é ladeada por estípedes e aletas integrando carrancas e tem remate em frontão semicircular interrompido por escudo oval com uma cruz latina sainte, encimada por dois braços passados em haspa, o braço em barra vestido, o braço em banda nu, enquadrados por chagas. Mesa de altar paralelepipédica, em alvenaria rebocada e pintada de branco, com tampo revestido a azulejos monocromos azuis e brancos, formando quadrícula. A capela comunica com a sacristia por porta de verga recta envidraçada, aberta a O.. Sob a capela existe cripta abobadada, com 4,16 x 2,15 (altura máxima) x 3,35 m, tendo duas entradas de luz, a E. e a N., e acesso por escada; apresenta pinturas murais a toda a volta, reproduzindo vários versículos da Bíblia alusivos à Cruz: O SIGNVM P(RE)CIOSVM O ADMIRA(BI)LE SIGNVM SIGNATV(M) E(ST) SVP(ER) NOS SIGGNVM CRVCIS TVAE, D(OMI)NE DESISTI LAETITIAM IN CORDE MEO. O I(E)HSV MISERERE NOBIS Q(VIA) PASSVS ES P(RO) NOBIS e O CRVX ADMIRABILIS VA...RESTITVTIO SANITATVM O I(E)HSV MISERERE NOBIS Q(VIUA) PASSVS ES P(RO) NOBIS. Possui ainda, uma cruz desenhada em perspectiva (Belarmino Afonso e Duarte Nuno M. Trancoso, pp. 126-127). Alberga túmulo, em granito, com 1,90 x 0,63 x 1,17 m, composto por arca e tampa lisas, assente em quatro leões; a arca está simbolicamente selada por uma fita em relevo, que se cruza na testeira e nos pés (Belarmino Afonso e Duarte Nuno M. Trancoso, pp. 126-127).

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Cultural e recreativa: arquivo / Cultural e recreativa: biblioteca

Propriedade

Pública: estatal (convento) / Privada: Igreja Católica (igreja)

Afectação

DGLAB, Decreto-Lei n.º 103/2012, DR, 1.ª série, n.º 95 de 16 maio 2012 (Convento)

Época Construção

Séc. 13 / 16 / 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Fátima Fernandes (1993-2002); Guilherme Guimarães (1992); Maria Paula Picciochi Azevedo Alves (1985); Michele Cannatà (1993-2002); Pedro Karst Guimarães (1992). CARPINTEIRO: António Diz (1579); António Gomes (1579). EMPREITEIRO: Moreira de Sousa & Filhos, Ldª (1978 / 1979, 1985). ENGENHEIRO CIVIL: Maria do Carmo Santos (1985); Paulo Diogo Matos Cardoso (1985). ENGENHEIRO ELECTRO-TÉCNICO: António Rodrigues Costa (1985). ENGENHEIRO MECÂNICO: Cartaxo Vicente (1985); Luís Elias Casanovas (1985). PINTOR: António Leitão (atr., séc. 16).

Cronologia

Séc. 12 / 13 - época provável da fundação do convento, na proximidade dos muros da vila e num terreno doado por um membro da família Morais, Gonçalo Rodrigues de Morais e sua mulher, Constança Soares; no local existia a capela de Santa Catarina, que foi incorporada no convento e transformada em capela do capítulo, e onde existiu por muitos anos uma confraria da Cruz de Cristo *2; 1271, 22 Novembro - doação testamentária de 50 libras por D. Afonso III; era o segundo padroeiro do convento Martim Gonçalves de Morais; 1272 - transferência da custódia do convento do reino de Portugal para o da Galiza; 1282, após - doação da rainha Santa Isabel para as obras do convento, permitindo reparar todo o edifício *3; para as obras também contribuíram as rendas públicas da cidade, esmolas de particulares e benfeitores; 1321 - era padroeiro do convento o bisneto dos seus fundadores e neto de Pero Afonso de Morais Pimentel, Rui Martim de Morais, o alcaide-mor de Bragança; 1330 - transferência do convento para a custódia de Zamora, Espanha; 1332 / 1334, entre - execução de um altar na igreja, dedicado a Nossa Senhora da Conceição, com estatuto de privilégio dado pelo papa Bento XII; 1340 - na sequência de convocatória papal, o Capítulo dos Cónegos Regrantes pertencentes às igrejas de Portugal e Castela, representados pelos "vogaes das diversas corporações", reune-se no convento, por ser mais central a ambas as nações"; 1380 - transferência do convento para a custódia de Coimbra; 1412, 11 Maio - D. João I toma o convento sob sua protecção; 1447 - D. Pedro confirma os privilégios concedidos à Casa de Bragança; séc. 15, meados - entrada do convento para os bens da Casa de Bragança, permitindo estabilidade patrimonial; 1466 - confirmação régia da doação testamentária do casal João Bravo e Joana Domingues, sem descendência e moradores na vila, feita ao mosteiro; 1509, cerca - representação da igreja por Duarte de Armas, com torre sineira colocada na fachada S., próximo da ábside, seguida de uma pequena torre ameada, "restos prováveis de uma muralha defensiva" (João Manuel Neto Jacob, p. 100); séc. 16 - Câmara concede autorização para nas "barreiras do castelo" se construir uma "arca de donde direitamente corria" a água para o claustro, tendo a sua condução sido feita à custa do município; 1525 / 1535, entre - provável feitura das pinturas murais, segundo Luís U. Afonso; 1540, cerca - notícia sobre o estado ruinoso da capela de Santa Catarina do capítulo, onde os padroeiros tinham sepultura com brasão e inscrição; 1550 - instituição da capela de morgadio de Santo António, pelo Dr. Francisco Borges, do conselho do rei e desembargador do Paço, e sua mulher, Isabel Borges, da cidade de Bragança, impondo como obrigação os administradores sempre usarem o apelido "Jorge" *4; 1566 - guardião pede a interferência do bispo junto dos herdeiros da Capela de Santa Catarina sugerindo que, caso esses não cumprissem a sua obrigação, a capela passasse para o convento; bispo incumbe os curas da Igreja de Santa Maria e de São João de inquirir junto dos herdeiros da sua disposição de reconstruir a capela; Catarina de Morais, viúva de Gonçalo de Barros, manifestou o desejo de contribuir para a obra mas pôs como condição a abertura da antiga porta que eles tinham ao pé do púlpito para serventia da capela; esta porta, no corpo da igreja, havia sido tapada e abrira-se outra atrás para as "crastas em parte de donde para se elles e suas mollheres e filhas e filhos... se não podem também servir como pella serventia que antes tinha"; 1568 - passagem da comunidade franciscana de Bragança durante poucos anos para a Ordem dos Frades Observantes, até então pertencente aos Frades Conventuais; 1569, Janeiro - despacho do bispo D. António Pinheiro, a requerimento dos frades franciscanos, notificando os numerosos padroeiros da capela de Santa Catarina, arruinada, para a reedificar; devido ao desinteresse dos padroeiros, que renunciariam ao direito do padroado, a comunidade tomou a iniciativa da reconstrução; 1579, 13 Julho - arrematação do madeiramento da capela de Santa Catarina pelo carpinteiro António Gomes, por 20$000; 1588 - nas declarações sobre os materiais oriundos do mosteiro de Castro de Avelãs, Pedro Martins, tangedor de órgão, afirma ter ouvido dizer que, da madeira que foi para a igreja de Santa Maria, deu a cidade "certa cópia para fazer uma essa nas obséquias do duque no Mosteiro de S. Francisco" e depois a deixara ficar lá e lha deram de esmola para os frades fazerem um dormitório; disso sabiam o carpinteiro António Diz e António Gomez, escrivão da Câmara; 1589, Dezembro - pedido de reconhecimento da posse do padroado da capela do capítulo, por dois representantes dos instituidores, após a desistência dos restantes elementos da família Morais que a ele teriam direito; 1590 - compra da capela de Santa Catarina pelo Abade de São Pedro de Carção, Gaspar de Morais, por 12$000, mais 10$000 pelo que o convento gastou em cobri-la; 1592 - depois do protesto do síndico do convento, Francisco Fernandes, devido ao tabelião António Machado ter interferido no curso da água em seu benefício, a Câmara confirma a doação e estabelece a pena de 50 cruzados e 6 anos de degredo em África, para quem impedisse a água para o convento; 28 Setembro - instituição do morgadio dos Doutéis, por D. Francisco de Almeida, arcediago da Sé de Goa e natural de Bragança, com obrigação de se fazer uma capela na igreja; séc. 16, finais - execução das pinturas murais na parede testeira da capela-mor, atribuídas ao pintor António Leitão; 1601, 04 Fevereiro - instituição testamentária da Capela dos Borges pelo padre Gaspar Mendes Dantas, que fora abade de Urros, Mirandela, nomeando Gaspar Borges, morador em Bragança, como primeiro administrador; 1612, 20 Maio - desistência dos herdeiros de um dos representantes dos instituidores da capela do capítulo do direito de padroado em benefício do então abade guardião do convento, Frei Francisco Neto; 1620, 8 Dezembro - início da celebração da Imaculada Conceição numa capela de morgadio *5; 1621, 2 Outubro - data da morte do licenciado Salvador Mendes, sepultado na Capela de Santa Luzia; 1634 - início de um peditório dominical na área da diocese de Miranda, prolongado até 1679, para fazer face à ruína da igreja e ampliar o convento; a Câmara concede 20$000 pelas funções do Advento e da Quaresma, garantindo assistência médica gratuita através dos médicos do seu partido e dispensa da quantia anual de 60$000 enquanto durassem as obras de reparação anual; 1635 - ameaçando ruína o frontispício, o guardião pretendeu encurtar a igreja mas, devido oposição da nobreza, optou-se por fazer uma nova frontaria; data inscrita no friso do portal; provável substituição do tecto de madeira da capela-mor, por abóbada de berço; construção da Capela de Nossa Senhora da Conceição, no lado da Epístola da nave *6; o mosteiro ficou sob a protecção da Casa de Bragança; 1646, Fevereiro - prospecções na igreja por iniciativa de Frei Manuel da Esperança, para localizar o sepulcro do fundador e primeiro guardião do convento, levando à descoberta de dois túmulos no lado do Evangelho da nave, entre a porta da sacristia e o púlpito *7; séc. 17, 2ª. metade - doação testamentária de mais de 700 volumes à livraria do convento e uma renda anual de 200 alqueires de trigo, 4 almudes de azeite, 3$000 para cera e 4$000 para a fábrica da igreja por Dr. Francisco Pascoal de Frias, abade de Carrrazedo; esta doação implicava a obrigação de missa pelos defuntos todas as segundas-feiras e a Nossa Senhora da Conceição nos restantes dias, indicando como administradores do vínculo Gaspar de Morais Sarmento e sua mulher, D. Paula, e, por sua morte, os seus descendentes; colocação de silhares de azulejos na capela-mor e capela de Nossa Senhora da Conceição; 1672 - bula do papa Clemente X privilegia altar de Santo Cristo; 1675 - até esta data, a capela de São Miguel era administrada pelo licenciado Belchior Pires; séc. 18, antes - a capela de Santa Catarina já estava no corpo da igreja e nela se venerava a imagem de São Francisco, também possuindo Confraria do Santo Cristo; séc. 18, cerca - devido à má administração da capela dos Borges, os irmãos da Ordem Terceira ali colocaram a imagem do Senhor dos Passos e alguns devotos da mesma festejam a São Vicente Ferrer com novena; séc. 18 - entaipamento de quatro grandes janelões das paredes laterais da nave, em virtude das obras iniciadas no século anterior; construção da galilé actual, substituindo uma anterior; existiam na nave os altares de Nossa Senhora do Rosário com confraria dos Militares, de Santo António, de Santa Luzia e a capela da Ordem Terceira, com sacrário e uma imagem de Cristo Crucificado; na capela-mor existia, no lado do Evangelho, a capela de São Miguel e fora do "cerco" da mesma o altar de São Benedito; 1715, Março - Padre Provincial ordena para não se consentir padroeiro particular na capela-mor, conforme pretendera o coronel Pedro Ferreira de Sá Sarmento; segundo Luís Alexandre Rodrigues, nesta data o retábulo-mor já estava ensamblado; 1717 - surgindo dúvidas sobre o direito de padroado da Capela dos Borges, João Teixeira de Morais Sarmento e mulher argumentam a sua posse, já que os mesmos a armaram à sua custa, colocaram a imagem de São Vicente Ferrer e só com o seu consentimento se ergueu de novo a irmandade de São Vicente Ferrer; 1720 - data do tombo e inventário da capela de Nossa Senhora da Conceição *8; 1728, 4 Julho - deflagração de violento incêndio no convento, abrangendo todo o dormitório, refeitório e oficinas onde estavam os mantimentos e as roupas, conseguindo-se evitar que alastrasse à igreja e sacristia, que passaram a servir de dormitório; seguem-se longas obras de reconstrução; 1731, 11 Abril - data da morte de Pedro Ferreira de Sá Sarmento que determinou em testamento que lhe fizessem uma capela no convento dedicada à Senhora da Boa Morte, a qual ocupava a dos Borges, devido à má administração; 1732 - João Teixeira de Morais declara em testamento a vontade de ser sepultado na capela dos Borges; 1733 - bispo D. João de Sousa Carvalho auxilia e manda acudir ao restauro da capela-mor; 1735, 16 Novembro - o guardião Frei Luís de Jesus de Amaral declara a capela dos Borges devoluta, sem administrador, nem fábrica, achando-se em manifesta ruína; 1736, 14 Abril - José Cardoso Borges, síndico do convento toma posse da Capela dos Borges; 1741 - bispo D. Diogo Marques Mourato, manda que todas as confrarias da diocese contribuíssem com esmolas para a reconstrução do convento; 1746 - queda do tecto da capela-mor, custeando o bispo o seu restauro; também o guardião Frei Pedro Silvestre da Conceição se empenhou na sua reconstrução e renovação da nave até ao altar de São Benedito; posteriormente, Frei João de São Caetano Salreu, com a ajuda do povo e irmandades continuou a obra do seu antecessor, concluído as obras do tecto, paredes e todo o interior; 1755, Janeiro - reunião dos membros da Ordem Terceira para celebrarem escritura de venda, tendo já sido principiada a casa do despacho adossada à igreja *9; 1779, 16 Agosto - por resolução da rainha D. Maria II, passa a funcionar no convento uma cadeira de Filosofia e outra de Primeiras Letras, embora a primeira tivesse sido abandonada pelos religiosos, por falta de docente habilitado para a sua regência; séc. 18, 2ª metade - execução do retábulo e tecto da capela de Nossa senhora da Conceição; 1800, cerca - conclusão das obras de reconstrução das dependências conventuais, para o que contribuiu o povo da cidade e Diocese com madeiras, pedras, esmolas e trabalho; segundo António Rodrigues Mourinho Júnior (p. 514), o bispo D. João de Sousa Carvalho oferece os púlpitos de Vimioso e Mirandela; renovação da fachada principal, por iniciativa do general Sepúlveda; 1801, 1 Setembro - notícia do enterramento na capela do capítulo de D. Joana Correia de Sá Vasques e Benevides, descendente da família Morais e esposa do tenente general conselheiro de guerra, Manuel Jorge Gomes Sepúlveda, bem como de dois filhos do casal; 1834 - extinção das Ordens Religiosas; 09 Julho - data do Inventário do convento *10; 12 Julho a 31 Dezembro - arrendamento da cerca a Felisberto da Silva, por 34$000; passagem do convento para o herário público, provocando a delapidação do seu espólio; 1834 / 1835 - ocupação das dependências conventuais pelo Batalhão de Caçadores Nº. 4; elaboração de orçamento para obras no valor de 1500$00; 1835 - ofício do Governador Civil de Bragança ao Ministério da Guerra, referindo ser de toda a conveniência a mudança do hospital militar para o convento, visto ficar fora da cidade, em lugar muito apropriado e com todas as proporções para um bom hospital, tendo terreno inútil por detrás da igreja, apropriado a cemitério; 1836 - contrariamente à ideia do Governador Civil, a Junta Geral de Distrito defende estabelecer no convento o Liceu recém-criado *11; 1838 / 1841 - arrendamento da cerca a Bernardo Jorge de Figueiredo Sarmento, por 41$000; 1839, 17 Maio - solicitação de parecer pelo Governador Civil de Bragança ao Delegado do Conselho de Saúde, sobre uma exequível transferência do hospital da Misericórdia para o convento; 1840 - avaliação do convento em 1000$00, para a eventual compra por particulares; 1842 - elaboração de orçamento para as obras de conservação do edifício (2000$000), cujo processo de degradação se acelerava; 1845 - transferência das ossadas de D. Joana de Castro Benevides Valadares e membros da família para a capela-mor; 1846 - novo orçamento (2500$000), para trabalhos de conservação; notícia da profanação e demolição da capela de Santa Catarina do capítulo, pelos militares a quem se entregara o convento; 1849, 9 Agosto - compra à Fazenda Nacional do terreno do cemitério franciscano (65 x 40 varas), atrás da cabeceira, pela Ordem Terceira de São Francisco (25$100); na sequência, põe-se a descoberto grande número de sepulturas e ossadas; 1850 - data de uma gravura, mostrando algum estado de ruína, visto não ter telhado e janelas; 1853 - discurso de Joaquim Morais Faria e Carvalho, representante de Bragança, no Parlamento, denunciando o estado de ruína do convento, que "servia só de esconderijo a aves nocturnas"; 1856 - reedificação do convento, por ordem do Ministério da Guerra, para albergar o hospital militar; 1857, 8 Julho - decreto determinando a ocupação do convento pelo hospital militar; 1860 - Lei do rei D. Pedro V dirigida às Congregações do Santíssimo Sacramento e da Imaculada Conceição, autorizando a sua instalação na igreja de Santa Clara e consequente abandono da igreja de São Francisco, que funcionava como sua sede; 1877 - doação ao Asilo Duque de Bragança de inscrição nominal de 1000$000 pelo barão de Castelo de Paiva; 1913 - alteração do nome "Asilo Duque de Bragança" para "Asilo de Bragança"; 1915 - data inscrita sobre o arco triunfal; 1928, anos antes - abertura de novo acesso à sacristia, fechando-se a porta que anteriormente a servia, e transferindo-se o púlpito; 1939 - criação de uma enfermaria militar no convento; 1944 - troca de instalações entre a enfermaria militar e o asilo, que passa a ocupar parte do edifício conventual, criando-se, assim, o Asilo-Escola de São Francisco; 1945, 20 Novembro - auto de cedência pelo Estado do convento a título precário e experimental à Comissão Instaladora do Asilo de São Francisco; 1970 - o edifício do asilo estava bastante arruinado; 1972 - o Asilo de Infância Desvalida, administrado pela Junta Distrital de Bragança, tinha 60 menores do sexo feminino; 12 Fevereiro - a Junta Distrital de Bragança solicita à DGEMN a realização de grandes obras de reparação; 1979 - transferência do Asilo-Escola para outras instalações, deixando o convento devoluto; 1983 - despacho do Ministro da Cultura determinando a classificação do imóvel como IIP; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1997, 20 março - o imóvel foi afeto ao Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo, por Decreto-Lei n.º 60/97, DR, 1.ª série-A, n.º 67; 1999, 6 Março - inauguração oficial da instalação do Arquivo Distrital no convento; 2007, 29 março - afetação do Arquivo à Direção-Geral de Arquivos, Decreto-Lei n.º 93/2007, DR, 1.ª série, n.º 63.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; placas de betão; frisos, cornijas, pilastras, pináculos, cruzes, molduras dos vãos, pia de água benta, lápides, bacia do púlpito, mísulas e outros em cantaria de granito; molduras de vãos em tijolo de burro; caixilharia de madeira de castanho, pintada e alumínio tipo "technal"; vidros simples; grades em ferro; pavimentos em ladrilho cerâmico, lajedo de ardósia, granito, calçada à portuguesa, metálico e soalho; pinturas murais; retábulos de talha policroma e dourada; silhares de azulejos; guarda do coro e do coreto em madeira; guarda do púlpito em pau santo; tectos rebocados, em falso estafe estucado, metálico e em madeira de castanho; cobertura e beirais de telha.

Bibliografia

AFONSO, Belarmino, TRANCOSO, Duarte Nuno Moscovo, Vestígios românticos na Igreja do Convento de S. Francisco (Bragança), Brigantia, vol. III, nº. 1, Bragança, Assembleia Distrital de Bragança, Janeiro-Março 1983, pp. 121-136; AFONSO, Luís U., Donzelas no castelo: cultura religiosa e cultura secular nos murais de S. Francisco de Bragança in Revista Monumentos, nº 32, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, dezembro 2011, pp. 74-83; ALMEIDA, José António Ferreira de (Coord), Tesouros artísticos de Portugal, [3ª reimp], Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1988; ALVES, Francisco Manuel, Memórias Arqueológico-históricas do Distrito de Bragança, 11 vols., 2ª ed., Bragança, Tipografia Académica, 1918-1982; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado de Portugal. Trás-os-Montes e Alto Douro, Algés, Nova Gesta, [1991]; BAPTISTA, Maria Isabel Alves, O Convento de S. Francisco: contributos para a sua história, in A Construção de uma identidade. Trás-os-Montes e Alto-Douro [Catálogo da Exposição], Bragança, Arquivo Distrital de Bragança, 2002, pp. 83-87; IDEM, Bragança, in Liceus de Portugal. História, Arquivos e Memória, Porto, Edições Asa, 2003, pp. 141-159; BARBOSA, Francisco, Convento de São Francisco, em Bragança, está a ser restaurado. Estas paredes contam história, A Capital, 25 Janeiro 1997; CAETANO, Joaquim Oliveira, A Virgem da Misericórdia: uma aproximação iconográfica in Oceanos, nº 35 Julho / Setembro, Lisboa, 1998, pp. 62-77; CUNHA, Arlindo de Magalhães Ribeiro da (Coord), Caminhos portugueses de peregrinação a Santiago. Itinerários portugueses, s.l., Xunta de Galicia / Centro Regional de Artes Tradicionais, [1999]; FERNANDES, Maria da Conceição Correia, Uma história da diocese de Bragança-Miranda, Lisboa, Diocese de Bragança-Miranda, 2001; JACOB, João Manuel Neto, Bragança, Lisboa, Editorial Presença, 1997; JÚNIOR, Francisco Felgueiras, Roteiro e Escorço Histórico da Cidade de Bragança, Bragança, Amigos de Bragança, 1964; LINO, António, O Convento de S. Francisco Guimarães. O Convento de S. Francisco de Bragança, Brigantia, vol IV, Nº 3, Bragança, Assembleia Distrital de Bragança, Julho-Setembro 1984, pp. 335-338; LOPES, Roger Teixeira, Heráldica do Concelho de Bragança, Viseu, João Azevedo Editor, 1996; LOPO, Albino dos Santos Pereira, Bragança e Benquerença, 2ª ed., Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1983; MILHEIRO, Ana Vaz, LIMA, Ricardo, São Francisco na actualidade: entre o ruído e o silêncio, in Revista Monumentos, nº 32, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, dezembro 2011, pp. 164-169; MOURINHO (JÚNIOR), António Rodrigues, Arquitectura religiosa na antiga diocese de Miranda do Douro (Bragança) 1545-1800, Sendim, Câmara Municipal de Miranda do Douro, 1995; TEIXEIRA, Vítor Rui Gomes, Presença franciscana na região de Bragança-Miranda até ao séc. XV, in Congresso histórico. Páginas da história da diocese de Bragança-Miranda 1545-1995. Actas, Bragança, Comissão de Arte Sacra de Bragança-Miranda, 1997, pp. 671-683.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN: DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN, SIPA

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN, DGEMN:DSARH, DGEMN/DSCSV; Arquivo da Ordem Franciscana Secular-Fraternidade de Bragança

Intervenção Realizada

1850 / 1859, entre - obras de adaptação para instalação do hospital militar, construindo-se mais um piso; 1970 - projecto de obras de restauro e de conservação pela Junta Distrital de Bragança, orçadas em 346.000$00, mas que parece não se terem realizado; consistiam na demolição total da cobertura e sua reconstrução, dos beirais e dos cumes, construindo-se uma nova armação da cobertura, colocação de telhado em telha lusa; limpeza da cantaria; pintura das suas fachadas, englobando caixilharia, aros e peitoris das janelas; DGEMN: 1978 / 1979 - obras urgentes e inadiáveis de reparação no edifício pela firma Moreira de Sousa & Filhos, Ldª; as obras incidiam exclusivamente nas coberturas das alas nascente, S. das galerias de acesso ao corpo posterior e das varandas; remodelação das instalações sanitárias, com execução de novas canalizações de esgoto e revisão do sistema de preparação de água quente; 1979 - trabalhos a mais na cobertura da ala N. e corpo posterior; 1981 - obras de conservação e reparações diversas pela firma Moreira de Sousa & Filhos, Ldª; consistiam na substituição integral de rebocos da fachada principal, incluindo hidrofugação e pintura; limpeza de todas as cantarias da fachada principal; limpeza geral dos telhados e revisão de vedações de zinco; impermeabilização de paredes exteriores; IPPAR: 1982 / 1983 - obras de adaptação a novas instalações do arquivo distrital e da biblioteca pública de Bragança (1ª fase); consistiam na demolição de anexos e corpo de ligação à construção existente no logradouro; construção de duas instalações sanitárias; tapamento de arcos do claustro e corte do acesso às alas S. e O.; demolição de tanques, alpendre; impermeabilização de paredes exteriores; canalizações de saneamento; revisão geral de portas e caixilharia de janelas; reparação de soalhos; pintura de paredes e tectos interiores; limpeza de acessos; instalação eléctrica; obras de beneficiação exterior e interior da igreja, financiadas e acompanhadas pela Direcção-Geral de Equipamento Regional e Urbana; durante os trabalhos, descobriu-se na fachada S. da igreja um arcossólio com túmulo, tendo no interior duas moedas de D. Afonso V, os contrafortes e frestas românicas da cabeceira, um outro arcossólio com túmulo, no interior, no lado da Epístola, ao fundo da nave, vestígios de pintura mural quinhentista, na parede fundeira da capela-mor, e a cripta da capela do Dr. Francisco Pascoal de Frias, que tinha, ao centro, arca tumular de granito; entre os achados da cripta, estavam restos de azulejos seiscentistas e numerosas ossadas *12; 1985, Maio - data do projecto de adaptação a arquivo pela arquitecta Maria Paula Picciochi Azevedo Alves, com apoio técnico de bibliotecas e arquivos da Drª Maria Celina Parente; projecto de estabilidade dos Engenheiros Paulo Diogo Matos Cardoso e Maria do Carmo Santos; de Águas e esgotos pelos Engenheiros Paulo Diogo Matos Cardoso e Maria do Carmo Santos; de Electricidade pelo Engenheiro António Rodrigues Costa; de instalação e tratamento de ar do Engenheiro Luís Elias Casanovas; de segurança pelo Engenheiro Cartaxo Vicente; trabalhos complementares no piso térreo, nomeadamente o tapamento de vãos de portas; execução de portadas; reparação de grades de ferro; fornecimento e assentamento de fechaduras; 1986 - correcção ao projecto de estabilidade; 1992 - adjudicação da obra de adaptação do convento a Biblioteca Pública e Arquivo Distrital à sociedade portuense Guimarães & Guimarães - Arquitectura e Planeamento, Ldª, constituída maioritariamente pelos arquitetos Guilherme Guimarães e Pedro Karst Guimarães; o projeto previa a integração das áreas de receção e serviço ao público no edifício preexistente, o enterramento da área de depósito e a criação de um pequeno auditório; o exterior foi estruturado em socalcos e criou-se um novo percurso de aproximação ao monumento; redesenho do pavimento do claustro; 1993 / 1994 / 1995 / 1996 / 1997 / 1998 / 1999 / 2000 / 2001 / 2001 / 2002 - remodelação e restauro da igreja, da capela-mor e da casa do despacho, pelos arquitetos portuenses Fátima Fernandes e Michele Cannatà; obras de conservação e restauro das pinturas murais, com consolidação dos rebocos e da película cromática, preenchendo-se as lacunas no tom das argamassas de preenchimento, tornando quase impossível a leitura da pintura; restauro do espólio e realização de mobiliário; arranjo do espaço exterior e adro; CMB: 1996 - escavações arqueológicas; 2001 / 2002 - obras finais de adaptação das dependências conventuais ao Arquivo Distrital de Bragança e arranjo dos acessos exteriores; Ordem Franciscana Secular-Fraternidade de Bragança: 2001 / 2002 - obras de remodelação e restauro da igreja (2ª fase); 2016 / 2017 - obras de beneficiação e arranjo urbanístico do largo fronteiro ao convento, durante as quais são descobertas várias estruturas, uma deles correspondente a um pequeno troço de fosso, que fazia parte do sistema defensivo medieval da cidade, e tinha associado uma linha de muralha em xisto, e duas minas, ao que aprece do séc. 18, uma com um túnel de cerca de 100 m, escavado na rocha, bem como numeroso e valioso espólio arqueológico; 2018, 04 outubro - publicação do Anúncio de concurso urgente n.º 320/2018, DR, 2.ª série, n.º 192/2018, relativo às obras de conservação e resolução de patologias, 1ª fase- caves, encosta norte e arranjos exteriores do Arquivo Distrital de Bragança.

Observações

*1 - Francisco Manuel Alves citando o cronista Frei Manuel da Esperança, refere que o arco tinha a seguinte inscrição: IN NIDULO MEO MORIAR, ET SICUT PHAENIX MULTIPLICABO DIES (vol.2, p. 245). *2 - a data de fundação do convento é polémica, apontando alguns cronistas quinhentistas e seiscentistas da Ordem dos Frades Menores a data de 1214 e atribuindo a fundação ao próprio São Francisco de Assis, no regresso de uma peregrinação a Santiago de Compostela. *3 - Ao que parece D. Isabel sempre teve especial devoção pelo convento, por ter sido o primeiro em que "entrou n'este reino quando vinha de Aragão". Segundo Francisco Manuel Alves, como testemunho da sua generosidade, existiam retratos do casal régio no forro da capela-mor, "a qual era obra sua", quadros que ficariam enterrados após a "ruína" da estrutura (vol. 2, pp. 244-245). *4 - Segundo Francisco Manuel Alves (vol. 2, p.247), esse morgadio entraria depois na família dos Figueiredos, na pessoa de Lázaro de Figueiredo Sarmento, alcaide-mor de Bragança e terceiro neto do instituidor do morgadio, falecido em 1713. Entretanto, a designada capela dos Borges, "por antiga e mal administrada, lhe ficou só o nome e os irmãos terceiros colocaram em ella a imagem do Senhor dos Passos e alguns devotos na mesma festejão a S. Vicente Ferrer". *5 - Segundo o Frei Manuel da Esperança, a capela foi erguida no lado direito da capela-mor, abrindo-se, para tal, "um arco na parede "obra grande... assim na magestade como no raro conserto com que a deixou ornada de muitos quadros, reliquías e laminas que trouxe de Roma". Tinha uma cruz feita de ébano, "pouco maior que um palmo, na qual se vê representada toda a vida de Christo em figuras de relêvo, tão subtis e tão miúdas que a vista mais aguda não lhes pode dar alcance e por grande maravilha a veem vêr de muito longe". *6 - Segundo Belarmino Afonso e Duarte Nuno M. Trancoso (p. 134, nota 23), a data de construção da capela, aberta na parede românica da igreja, é atestada por uma legenda impressa num diploma de admissão de irmão terceiro dizendo: "Em 1635 dedicou esta V. O. a sua majestosa Capela / dedicada à Imaculada Conceição da SS. V. Maria, encorporada no primitivo / templo do lado da Epístola, na qual se celebram / as funções religiosas e suffragios dos seus C. I. Fallecidos conforme a regra". *7 - Francisco Manuel Alves (vol. 2, pp. 243-244), baseando-se no epitáfio de um desses túmulos, refere que o corpo aí existente pertencia a D. José, Abade de Castro Roupel, cónego da Sé de Braga, acrescentando que a sepultura "estava encerrada núm arco de pedra mettido na parede da egreja", imediatamente acima do "outro sepulchro encabado", ambos "alvos de neve exalando tal fragância e suavidade de cheiro". *8 - Segundo o tombo e inventário da capela de Nossa Senhora da Conceição, datado de 1720, a capela confrontava a S. com a capela-mor, a O. com a sacristia, tinha as paredes de azulejo, com seu carneiro por baixo, abóbada com pinturas, tendo de cumprimento 5 varas e 2 palmos e de largura 3,5 varas; tinha um "retabollo lizo dourado em meio uzo com hu quadro no meio e com mais de roda do dito retabollo catorze quadros todos de Roma, e duas lamenas de Roma da parte da epístolla, e da parte do evangelho tem somente as cazas, e se perderão as lamenas, e tem o altar da dita capella de pedra com azullejo com seu frontal de escagem verde já uzado, e tem mais a dita capella trinta e cinco quadros de Roma pelas paredes the a cazas donde cahio hu quadro". *9 - Pela escritura, definia-se que a Ordem ocuparia a casa em construção, mas suportaria a conclusão da parede da igreja que confrontava com a mesma, emadeirando-a e "usando dela o seu arbítrio"; para isso, a Ordem devia satisfazer a comunidade na "metade do valor e importância da dita parede", de acordo com o espaço que a casa viesse a ocupar; a avaliação das despesas seria efectuada por lavradores capazes, destacando-se o pedreiro Manuel de Miranda, e mercadores da confiança das partes; feita a avaliação, entendeu-se que o valor da metade da parede era de 35$000; feita a compra, a Ordem ficava com a obrigação de resolver o problema das águas fluviais. *10 - No Inventário, o convento é descrito com um claustro, com três dormitórios, dos quais dois eram de um só andar, antigos e arruinados, que continham no espaço de 76 passos 13 quartos muito arruinados pela sua antiguidade, e o outro que tinha dois andares completos no comprimento de 36 passos, possuía 19 quartos e 2 casas maiores, que serviam de aulas, tendo sido reedificado à poucos anos e estando ainda por acabar em muitos quartos; nos seus baixos tinha refeitório, dispensa, adega, cozinha, casa do capítulo, com sepulturas, que confrontava por um lado com a igreja, e pelos três lados com a cerca do convento; as casas do convento foram avaliadas pelos louvados António José Afonso, mestre canteiro, Januário Carvalho, mestre pedreiro e pelos mestres carpinteiros João Gonçalves Mós e João Fernandes, em 16.000 cruzados; a cerca, murada com muros de 12 a 15 palmos e fechada com porta carral, é descrita como levando 7 a 8 jeiras de lavra e 26 alqueires de trigo de semeadora; tinha uma fonte com algumas árvores de fruto e parreiras, e ao longo de parte do muro latadas; a cerca foi avaliada pelos louvados Manuel Martins e Manuel António, "fazendeiros", em 3.000 cruzados; no Inventário refere-se que na livraria havia alguns livros de obras antigas e "truncadas, que nenhum préstimo e serventia tinham mais do que para embrulho", pesando 12 arrobas, avaliando-se cada arroba, com capas, $800. *11 - Em actas das Sessões da Junta Geral do Distrito, datadas de 15 de Julho de 1839, menciona-se que a frontaria do templo, elegante e de sólida construção, era claramente uma obra mais moderna, estando as outras fachadas conventuais em grande ruína, por serem mais antigas e frágeis, necessitando, por isso, de reparações em paredes, portas e janelas, soalhos e telhados; o edifício tinha, ao nível da fachada principal, dois andares e águas furtadas, bem como na fachada NO., que possuía alguns quartos superiores às lojas e correspondentes ao plano térreo da frontaria; no restante edifício, havia apenas um andar; a fachada SO. encontra-se metida debaixo de terra; a porta principal conduzia logo ao primeiro andar e à galeria superior do claustro, em cujo centro se via um chafariz arruinado, estando essa galeria coberta e sustentada em arcada; a ala SO. do convento era ocupada pela igreja, entretanto cedida à Irmandade dos Terceiros, podendo as restantes alas do 1º andar ser utilizadas para biblioteca e alojamentos do futuro Liceu; a cozinha ficava contígua ao edifício e próxima do refeitório; refere-se ainda a existência de uma pequena cerca para NE.. *12 - Belarmino Afonso e Duarte Nuno M. Trancoso (pp. 126-128), avançaram a hipótese de a cripta ter estado encerrada desde a altura em que se realizaram obras na capela-mor, facto que explicaria a omissão, por desconhecimento, desse espaço por Francisco Manuel Alves. Acrescentam, ainda a possibilidade de as ossadas aí terem sido colocadas no séc. 19, retiradas do terreno comprado pela Ordem Terceira em 1849, e que consistia no cemitério da comunidade franciscana (p. 129).

Autor e Data

Ernesto Jana 1994 / Marisa Costa 2001 / Paula Noé 2011

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login