Igreja Paroquial de Mateus / Igreja de São Martinho de Tours
| IPA.00024062 |
Portugal, Vila Real, Vila Real, Mateus |
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Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja paroquial de planta longitudinal composta de nave e capela-mor, interiormente bastante iluminada e com tectos de madeira. Fachadas com cunhais apilastrados e terminadas em friso e cornija; a principal, terminada em frontão triangular sem retorno, com nicho concheado albergando imagem do orago no tímpano, é rasgada por portal de verga recta e óculo quadrilobado de moldura circular. Fachadas laterais rasgadas rasgadas por janelas de capialço e, a lateral esquerda, com porta travessa de verga recta; na lateral direita, existe porta de acesso ao coro-alto e torre sineira de três registos. Fachada posterior terminada em empena. No interior, possui coro-alto, retábulos barrocos de talha dourada e, na capela-mor, tecto de caixotões, pintados. |
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Número IPA Antigo: PT011714150168 |
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Registo visualizado 422 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossada à fachada lateral direita da nave, torre sineira quadrada, anexo e sacristia rectangular. Volumes escalonados com coberturas em telhados de duas águas na igreja, de uma no anexo e sacristia e cúpula na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, cunhais de pilastras toscanas coroadas por pináculos bojudos, rematados em bola, sobre plintos paralelepipédicos, e terminadas em friso e cornija, sobreposta por beirada simples. Fachada principal virada a NE., terminada em frontão triangular sem retorno, coroado por cruz patriarcal sobre volutas; é rasgada por portal de verga recta, enquadrada por moldura rectilínea sublinhada por uma outra sobreposta, encimado por óculo de moldura circular e interiormente quadrilobado, com vidros policromos; no tímpano, abre-se, sobre cornija recta, nicho em arco de volta perfeito sobre pilastras, interiormente concheado e albergando imagem pétrea do orago. Fachada lateral esquerda rasgada, na nave, por quatro janelas de capialço e porta travessa, de verga recta e moldura de ligeiro recorte inferior, e, na capela-mor, por duas outras janelas semelhantes. Na fachada lateral direita abre-se, na nave, janela de capialço e porta de verga recta de acesso ao coro-alto, precedida por escada de cantaria, de dois lanços, com guarda em ferro, ornada de elementos estilizados. A torre sineira, coroada por pináculos com bola sobre plintos e gárgulas de canhão, tem três registos, separados por friso e cornija, abrindo-se, no primeiro,fresta moldurada e, no último, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita, albergando sino; numa das faces possui relógio circular sobre a cornija do remate. O corpo adossado à igreja e à torre apresenta dois pisos, sendo rasgado, no inferior, por porta entre duas janelas jacentes e, no segundo, por porta de verga recta acedida por escada com guarda de ferro e balcão de cantaria, e três janelas de peitoril, molduradas e com caixilharia de guilhotina. Na sacristia, de um só piso, abre-se janela jacente, possuindo ainda gárgula correspondente ao lavado interior. Fachada posterior da capela-mor cega e terminada em empena, coroada por cruz patriarcal e a sacristia por janela quadrangular, moldurada e gradeada. INTERIOR: Na nave existem os retábulos dedicados a Nossa Senhora de Fátima e a São Sebastião, do lado do Evangelho, e ao Sagrado Coração de Jesus, a Nossa Senhora de Lourdes e às Almas, no oposto. Arco triunfal de volta perfeita. Capela-mor com silhar de azulejos de padrão e tecto de caixotões pintados. Sobre supedâneo de degraus centrais, surge o retábulo-mor, em talha dourada, de planta côncava e seis eixos, definidos, exteriormente por pilastras decoradas por anjos encarnados e motivos fitomórficos, e interiormente, por colunas torsas, as centrais com o terço inferior marcado, assentes em mísulas com anjos atlantes, alternados por plintos paralelepipédicos com acantos e anjos; ao centro, abre-se tribuna, em arco de volta perfeita, sobre pilastras ornadas de acantos, interiormente revestida a apainelados, decorados de acantos, e albergando trono expositivo, de degraus galbados, com anjos de vulto, coroado por resplendor; os eixos intermédios são sobrepostos por mísulas com imaginária sob baldaquinos com lambrequins, e os eixos exteriores são ornados de apainelados de acantos; ático em segmentos de frontão, coroados com anjos de vulto, encarnados, possuindo figuras de vulto no alinhamento dos eixos intermédios, e possuindo ao centro painel decorado de acantos, resplendor e anjos atlantes suportando cornija contracurvada com lambrequim. Sotobanco com apainelados de acantos e banco com apainelados, tendo nos eixos intermédios atlantes. Altar paralelepipédico decorado de acantos e outros motivos fitomórficos. Encima-o sacrário tipo templete, com Cristo redentor na porta, envolvido por acantos enrolados. Sobre o supedâneo surgem ainda dois anjos tocheiros, estofados e encarnados. |
Acessos
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Largo da Igreja. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,299557; long.: -7,717036 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Peri-urbano, isolado, no exterior da povoação, em plataforma niveladora formando adro, com pavimento betuminoso, na proximidade da estrada nacional e sobranceira à mesma. Junto à igreja, desenvolve-se o cemitério municipal, vedado por gradeamento de ferro assente em muro de cantaria, com duas capelas erguidas no seu exterior e possuindo ao longo do adro cruzeiros de Via Sacra, simples, sobre plintos tronco-piramidais. Em frente do cemitério e da igreja existe placa arelvada, em declive, com busto do Monsenhor Jerónimo do Amaral sobre plinto, bem como um cruzeiro de Centenários. Para lá da fachada posterior da igreja existe campo com vinha. |
Descrição Complementar
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Na fachada principal existe lápide de mármore com a inscrição em 9 regras: GRATIDÃO A MONS. JERÓNIMO TEIXEIRA DE FIGUEIREDO AMARAL no 1º Centenário do seu nascimento na Casa de Urros em 4-XI-1859 e do seu Baptismo nesta Igreja Paroquial em 12-XI-1859. "Bem aventurado o homem que vive sem mancha, e não correu atrás do dinheiro e das riquezas". Fêz maravilhas na sua vida Cfr. Eccli. XXX8-9 Faleceu a 8-2-1944 A FREGUESIA DE MATEUS. À escada de acesso ao coro-alto, adossa-se pia baptismal, exteriormente gomeada, sobre acrotério formado por volutas e tendo a data de 1711 inscrita, e encimada por nicho em arco de volta perfeita, interiormente gomeada e sobrepujada por cruz latina de cantaria. Um dos anjos tocheiros da capela-mor possui a inscrição: Esta obra mandou fazer o senhor corregedor Botelho Mourão, sendo fabriqueiro da Sé de Braga. Ano de 1737. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CARPINTEIRO: Gregório de Mesquita (1715). PEDREIROS: Gaspar Molino da Costa (1733); Pedro Domingues (1713). |
Cronologia
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Séc. 16 - até esta data, a freguesia de Mateus era sede da comarca eclesiástica de Vila Real; no lugar do Assento da Igreja estava a câmara eclesiástica e o aljube dos presos dessa jurisdição, junto da quinta pertencente à Mitra bracarense e na qual os arcebispos passavam algum tempo por ano; 1711 - data inscrita na base da pia de água benta colocada na fachada lateral direita; 1714, 19 Novembro - escritura da obra de pedraria da capela-mor e sacristia pelo pedreiro Pedro Domingues, do Lugar de Gondomil, da Comarca de Valença, segundo a forma dos apontamentos que lhe foram propostos, por 260$000, a qual obra andou em pregão por mais de um ano; 1715 - contrato de arrematação da obra de carpintaria da capela-mor e sacristia da igreja, pelo carpinteiro Gregório de Mesquita, de Vila Real, por 180$000, conforme apontamentos fornecidos; 23 Abril - arrematação da obra de carpintaria da igreja, pelo mestre Gregório de Mesquita, cuja capela-mor devia ser feita na forma da igreja do convento de São Francisco de Vila Real e a sacristia devia ser forrada de "escamas de peixe", e ali se colocaria um "caixão", com gavetas e fechaduras, igual ao que existia na sacristia da igreja de São Pedro da mesma cidade; 1721 - a igreja sitiava-se no chamado lugar Assento da Igreja, onde viviam 3 moradores com o pároco; tinha duas Confrarias, a do Santíssimo Sacramento e a das Almas, sustentadas com as esmolas dos fregueses, e satisfazendo as suas obrigações anuais; tinha ainda a Irmandade de Jesus, celebrada com muita grandeza e a que concorria muita gente no primeiro dia de Janeiro, tendo estatutos confirmados pelo ordinário e com bula pontifícia para os irmãos; o lugar de Mateus era meeiro entre a freguesia de São Martinho e a de Arroios, que ficava no meio de ambas, pelo que os moradores do dito lugar iam, alternadamente, assistir às missas conventuais, num domingo, a São Martinho, e noutro a Arroios; os defuntos era sepultados em qualquer uma das igrejas das duas freguesias se deixassem expresso em testamento, caso contrário eram sempre sepultados na Igreja de São Martinho; 1733, 24 Maio - escritura de arrematação da obra da igreja pelo mestre pedreiro Gaspar Molino da Costa, da província de Entre Douro e Minho, morador na freguesia de São João da Silva, a mando do cónego Luís Botelho Mourão, pelo preço 110$000; 1737 - data da feitura dos anjos tocheiros, mandados executar pelo corregedor Botelho Mourão, conforme inscrição; 1755, 1 Novembro - a igreja não sofreu ruína com o terramoto; 1758 - a freguesia pertencia ao arcebispado de Braga, Comarca e termo de Vila Real, sendo terra de Infantado; tinha 119 fogos e 400 pessoas; a igreja ficava fora dos lugares, num alto cultivado, no meio dos lugares de Mateus e Abambres; tinha uma só nave e cinco altares: o altar-mor, dedicado a São Martinho, outro dedicado a Nossa Senhora do Rosário, outro ao Senhor Jesus, outro a São Sebastião e o último às Almas; tinha três Irmandades, uma do Santíssimo Sacramento e Senhor Jesus, outra de Nossa Senhora e outra das Almas; o pároco era vigário colado, apresentado pela Câmara da Mitra de Braga, tendo de renda 150$000 e a Mitra tinha de renda dos dízimos 250$000; 1786 - data do primeiro registo de óbito documentado; 1795 - data do primeiro registo de baptismos documentado; 1797 - data do primeiro registo de casamentos documentado. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; betão; embasamento, pilastras, pináculos, frisos, cornijas, cruzes, molduras dos vãos, lavabo em cantaria de granito; portas de madeira; vãos com vidros martelados e policromos e simples; retábulos de talha dourada e policroma; cobertura de telha. |
Bibliografia
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ALVES, Natália Marinho Ferreira, ALVES, Joaquim J. B. Ferreira, Alguns Artistas e Artífices Setecentistas de Entre Douro e Minho em Vila Real e seu Termo, Sep. da Revista Bracara Augusta, vol. XXXV, Braga, 1981; ALVES, Natália Marinho Ferreira, ALVES, Joaquim J. B. Ferreira, Subsídios para um dicionário de artistas e artífices que trabalharam em Trás-os-Montes nos séculos XVII-XVIII, Sep. Da Revista de História, vol. V, Porto, 1983; BORGES, Júlio António, Monografia de Vila Real, Maia, 2006; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006; SOUSA, Fernando de, GONÇALVES, Silva, Memórias de Vila Real, vol. 2, Vila Real, 1987. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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EM ESTUDO |
Autor e Data
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Paula Noé 2008 |
Actualização
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