Bairro de Casas Económicas de São Roque da Lameira

IPA.00024028
Portugal, Porto, Porto, Campanhã
 
Sector urbano. Área com unidade morfológica contemporânea de traçado organicista. Habitação económica de promoção pública estatal (DGEMN). Bairro de casas económicas de grande dimensão composto por casas geminadas de dois pisos das classes A (tipo 1, 2 e 3) e B (tipo 1, 2 e 3), com logradouro à frente e no tardoz. Inclui edifícios de equipamento colectivo: escola primária, posto médico, esquadra de polícia.
Número IPA Antigo: PT011312030396
 
Registo visualizado 1418 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto urbano  Setor urbano  Unidade morfológica  Contemporânea / Habitação económica  Casas Económicas  Promoção pública estatal (DGEMN)

Descrição

Bairro grande homogeneidade, constituído por 234 moradias geminadas, unifamiliares, das classes A e B, tipos 1, 2, 3, organizadas simetricamente em torno de três triângulos bem definidos, servidos por quatro artérias principais de circulação, a Rua Navas de Tolosa, A Rua de Alvalade, A rua do Ameixial e a Rua do Buçaco, e por várias arruamentos secundários e pedonais, praças e jardins. As moradias de dois pisos, apresentam planta rectangular simples, com coberturas homogéneas de quatro águas, e grande simplicidade arquitectónica, variando um ou outro pormenor construtivo que distingue a classe A da B. Na sua maioria, os vãos são de verga recta, simples, no entanto, na classe B também podem surgem portas em arco de volta perfeita com moldura larga, em cantaria de granito aparente e vãos de janelas definidos por molduras recortadas e destacadas por tonalidade diferente, alpendre ou telheiro e varanda redonda ou rectangular. Nalguns casos surgem floreiras sob as janelas. A existência de jardim e logradouro é comum a todas as classes e tipos. Interiormente divide-se em cozinha, sala e vestíbulo, despensa, casa de banho e número de quartos variável, consoante a tipologia.

Acessos

Rua de Navas de Tolosa; Estrada da Circunvalação (Rio Tinto); Estrada de Contumil; Rua de Gama Barros; Rua do Salado

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Conjunto urbano localizado na zona Oriental da cidade do Porto, organizado segundo um trapézio com três triângulos internos, circundado pela estrada da circunvalação a Nordeste e pela linha de caminho de ferro, com a estação de Contumil a Noroeste, o Mercado Abastecedor e o Estádio do Dragão a Sudoeste. A Sul situa-se o Bairro de Casas Económicas do Ilhéu e a Sudeste o Bairro do Cerco do Porto.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Privada: pessoas singulares

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Luís Amoroso Lopes; CONSTRUTOR: Empresa de Melhoramentos Citadinos do Norte, Sociedade Anónima de Responsabilidade Lda.

Cronologia

1933, 23 setembro - o decreto n.º 23052 estabelece as condições segundo as quais o governo participa na construção de casas económicas, das classes A e B, em colaboração com as câmaras municipais, corporações administrativas e organismos corporativos (art.º 1.º); as Casas Económicas, como passam a ser designadas, são habitações independentes de que os moradores se tornam proprietários ao fim de determinado número de anos (propriedade resolúvel), mediante o pagamento de prestação mensal que engloba seguros de vida, de invalidez, de doença, de desemprego e de incêndio (art.º 2º); as atribuições do governo em matéria de casas económicas são partilhadas pelo Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC) e o Subsecretariado das Corporações e Previdência Social (art.º 3.º); ao MOPC compete a supervisão da construção de casas económicas (aprovação de projetos e orçamentos, escolha de terrenos e sua urbanização, promoção e fiscalização das obras, administração das verbas cabimentadas e fiscalização de obras de conservação e benfeitorias) (art.º 4.º); é criada a Secção de Casas Económicas na Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) (art.º 4.º); 1938, 11 maio - aprovação do projeto para construção da 1.ª fase do agrupamento de moradias, num total de 115 da classe A, pelo valor de 1.626.150$00; 1940 - contrato para execução da empreitada de construção da escola Tipo Douro de quatro salas; 1941 - obras de melhoramentos e reparação de diversas moradias; inauguração da 1.ª fas, que contemplou a construção de 115 moradias da classe A, sendo 73 do Tipo 2 e 42 do Tipo 3; estudo de ampliação do bairro, da autoria do arquiteto Alberto da Silva Bessa; 1942 - construção de posto médico, parque infantil e abrigo; 1944 - 1947 - ampliação do bairro com a construção de mais 119 moradias, 90 das quais da classe B; 1948 - construção da esquadra de Polícia de Segurança Pública, nas traseiras da escola.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria rebocada e pintada de cores variadas, cobertura em estrutura de madeira e revestimento exterior em telha; molduras dos vãos simples nas moradias da classe A e em cantaria de granito aparente nas portas da classe B; grades de algumas janelas e gradeamentos de vedação em ferro; caixilharias e portas de madeira ou alumínio; pavimentos de madeira e cerâmica, paredes interiores e tectos estucados.

Bibliografia

ALMEIDA, Paulo - Bairros Económicos do Porto: a casa como arma política. http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10715.pdf, [consultado em 27-05-2014]; BAPTISTA, Luís Vicente - Cidade e Habitação Social. O Estado Novo e o Programa das Casas Económicas. Oeiras: Celta, 1999; Casas Económicas. Lisboa: Secretariado da Propaganda Nacional, 1943; Casas Económicas. Lisboa: Ministério das Corporações e Previdência Social, Direcção-Geral da Previdência e Habitação Económica, 1966; GROS, Marielle Cristine - O Alojamento Social Sob o Fascismo. Porto: Afrontamento, 1982; IDEM - "Pequena História do Alojamento Social em Portugal". Sociedade e Território, 1994, pp. 80-90; HOWEL, Margarida Sousa Lobo - Casas Económicas. Um Programa Emblemático da Politica Habitacional do Estado Novo, Caminhos do Património - 1929-1999, DGEMN, 1999, pp.151-158; LOUREIRO, Fátima de Matos - A Habitação no Grande Porto: uma perspetiva geográfica da evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras, 2001; Mais Melhoramentos, Mais Trabalho, 1928-1953, Vinte e Cinco de Valorização Regional. Lisboa: Ministério da Obras Públicas, Comissariado do Desemprego, 1953, vol. II; Quinze Anos de Obras Públicas, 1932-1947, Exposição e Congressos de Engenharia e de Arquitectura. Lisboa, 1949, 2.º volume, pp. 148-153; PIMENTA, Manuel; FERREIRA, José António; FERREIRA, Leonor Vasconcelos - Estudo Socioeconómico da Habitação Social. Porto: Câmara Municipal do Porto, Pelouro da Habitação e Acção Social, 2001; Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961. Ministério das Obras Públicas, 1º Volume, Lisboa, 1962; RESENDE, Feliciano Tomás de - Habitações Económicas, Legislação atualizada coordenada e anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1961; TRINDADE, Cachulo da - Casas Económicas. Casas de Renda Económica, Casas de Renda Limitada e Casas para Famílias Pobres. Legislação Anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1951.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREMN; CMP

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DREMN; IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSARH - Pessoal - 0045/20; CMP

Intervenção Realizada

1962 - Obras de conservação das moradias n.º 177 e 214

Observações

O arquiteto Luís Amoroso Lopes prestou serviço na Secção de Estudos e Projetos desde 1937 a 1945. Ainda trabalharam na elaboração dos "Projectos-Tipo" de casas económicas outros arquitetos como Raul Lino, Eugénio Correia, Rebelo de Andrade, Couto Martins, Alberto Cruz e Rogério de Azevedo. A existência de quintal permitia sempre que necessário proceder à ampliação da habitação.

Autor e Data

Ana Filipe 2010

Actualização

 
 
 
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