Ponte Rainha D. Amélia

IPA.00023162
Portugal, Santarém, Cartaxo, Valada
 
Ponte de ferro. Trata-se de um excelente exemplo da denominada "Engenharia do Ferro", que caracterizou os finais do Séc.19 e inícios do séc. 20. Ponte metálica, de vigas contínuas de rótula múltipla, em pórtico, de vão rectangular, ligados por vigas do tipo treliça, com um tabuleiro plano para circulação rodoviária, com passeios laterais; de extremidades rampantes, assente em pilares de alvenaria e cantaria, de planta elíptica, os dos extremos constituindo pegões-encontro, cegos, marcando quatro tramos.
Número IPA Antigo: PT031415030049
 
Registo visualizado 982 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Ponte / Viaduto  Ponte pedonal / rodoviária  Tipo viga

Descrição

Ponte de tabuleiro plano, com uma extensão máxima de cerca de 840 m. com 14 tramos de 0,60m cada. As vigas principais, contínuas, têm triangulação de rótula quádrupla, contraventadas ao nível do banzo superior, formando um pórtico com tabuleiro de 6,7 m de altura. Os pilares de alvenaria de pedra aparelhada, assentam sobre cilindros metálicos preenchidos com argamassa e fundados por "havage". Os encontros são do mesmo tipo, estando o da margem direita fundado sobre estacas.

Acessos

Antigo troço de caminho de ferro, ramal de Vendas Novas, Km. 3,984, lanço de Porto de Muge/ Muge (*1).

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural isolado. Implantado na lezíria. Ponte lançada sobre o rio Tejo, liga os concelhos de Salvaterra de Magos e Cartaxo, ao Km. 3,948 do Ramal de Vendas Novas. A montante e correndo paralelamente a esta ponte, a nova linha de comboios construída em substituição desta.

Descrição Complementar

À entrada da ponte, fixada na viga transversal superior uma placa com o nome: "PONTE RAINHA D. AMÉLIA".

Utilização Inicial

Transportes: ponte

Utilização Actual

Transportes: ponte

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Auto de cedência às Câmaras Municipais do Cartaxo e de Salvaterra de Magos

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIRO: Gustave Eiffel (projecto); CONSTRUTORES: Compgnie de Fives-Lille, Engº Audouart; Empreiteiro: Eugenio Reynaud, engº. Oliveira Bello, Felix Alves, Alberto Correia, Pedro Coelho.

Cronologia

1891, 23 de Outubro - A Companhia dos Caminhos de Ferro dos Meridionais contrata com a Casa Eiffel a construção das pontes do rio Tejo, e das Valas da Azambuja e Muge; 1897 - criação do primeiro regulamento português para "projectos, provas e vigilancia das pontes metallicas"; 1903 - conclusão das obras; 1904, 14 de Janeiro - inauguração da ponte, com a presença do rei D. Carlos, com a abertura ao público da linha de Vendas Novas, entre Setil, na linha do Norte, e Vendas Novas, na linha do Alentejo; séc. 20, anos 70 / 80 - a ponte Rainha D. Amélia projectada de acordo com o regulamento de 1897, mostrou alguma debilidade quer na sua superestruturas que nas infra-estruturas, que deixaram de estar adequadas às novas solicitações regulamentares para pontes de caminho de ferro; 1984 - celebrado, por determinação do Ministério do Equipamento Social, um protocolo de cedência da antiga ponte às Câmaras Municipais do Cartaxo e Salvaterra de Magos, para afectação da ponte ao trânsito rodoviário; 1987 - conclusão da nova ponte ferroviária, a montante da antiga, originando a desactivação desta; 2001 - a Ponte Rainha D. Amélia foi alvo de obras e reconvertida para tráfego automóvel e pedonal, ligando deste modo, Muge, no concelho de Salvaterra de Magos, e Porto de Muge, no concelho do Cartaxo; 2003 - pedido da Câmara Municipal do Cartaxo ao LNEC que efectuasse um estudo das condições dos pilares.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Estrutura em ferro; pilares de alvenaria e cantaria.

Bibliografia

Gazeta dos Caminhos de Ferro, Inauguração da Linha de Vendas Novas, nº 386, Lisboa, 16 de Janeiro de 1904; Guia de Portugal, Vol. II, Estremadura, Alentejo, Algarve, 1ª. Edição, Lisboa, 1927, p. 339; Ministério das Comunicações, Direcção Geral de Caminhos de Ferro, 1ª Repartição, Rede Ferroviária Nacional, Lisboa, 1947; MARTINS, Maria do Rosário França e outros, Pontes Metálicas Rodoviárias, MEPAT, JAE, Lisboa, 1998; http://pt.wikipedia.org (05 de Novembro 2008); www.cm-salvaterrademagos.pt (05 de Novembro 2008); CRUZ, Paulo J. S., Inspecção, Diagnóstico, Conservação e Monitorização de Pontes, 2006 (in: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6446/1/PC%2023-INSPEC%C3%87%C3%83O,%20DIAGN%C3%93STICO,%20CONSERVA%C3%87%C3%83O.pdf) consulta em 13 de Novembro 2008;

Documentação Gráfica

AHIMTT: Linha de Vendas Novas (Cx.389, 391)

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID

Documentação Administrativa

AHIMTT: Linha de Vendas Novas (Cx.389, 391)

Intervenção Realizada

CMC, CMSM: 2001 - ficou concretizada a obra de reabilitação e a abertura ao trânsito viário da Ponte Rainha Dona Amélia; CMC: 2003 - inspecção dos pilares da ponte debaixo de água.

Observações

*1 - A Ponte Rainha D. Amélia, encontra-se erguida em dois concelhos - Muge, freguesia do concelho de Salvaterra e Porto de Muge, concelho do Cartaxo. Recentemente foi alvo de obras, permitindo a sua abertura para circulação de veículos ligeiros, ligando desta forma os concelhos de Salvaterra de Magos e do Cartaxo. Estudos recentes mostram a necessidade de a ponte ser alvo de um reforço estrutural, reafirmando os municípios que não têm condições para fazer essa manutenção, tendo alertado o IEP e as entidades responsáveis para a necessidade de se efectuarem essas intervenções que garantam a solidez dos pilares, do tabuleiro rodoviário, enfim, da estrutura da ponte.

Autor e Data

Cecília Matias 2008

Actualização

 
 
 
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