Estação Ferroviária de Tomar
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Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais |
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Estação ferroviária terminal do Ramal de Tomar, construída no séc. 20, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e projeto do arquiteto Cottinelli Telmo, concebido quase à imagem de um edifício residencial de linguagem clássica, mas conciliando com o carácter funcional da tipologia construtiva, e em íntima relação com a estrutura urbana da cidade, constituindo um dos raros casos em que, fronteiro à estação, se desenvolve ampla praça de traçado regular. O edifício de passageiros, disposto de topo relativamente às linhas e com as plataformas perpendiculares, possui planta retangular e fachadas evoluindo em dois pisos, com fachadas simétricas e regulares, rasgadas por vãos de molduras boleadas, predominantemente retilíneos, a principal e a posterior de três panos, que na principal se secciona em três ao centro, terminando em empena alteada e onde se abrem amplas portas em arco de acesso ao vestíbulo. Na fachada posterior e no interior possui silhares de azulejos de padrão a azul e branco ou policromos, imitando a padronagem azulejar seiscentista. O edifício das instalações sanitárias possui azulejos enxaquetados em azul e branco. Conserva ainda um depósito de água e um guindaste. |
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Número IPA Antigo: PT031418120072 |
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Registo visualizado 1779 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Transportes Apeadeiro / Estação Estação ferroviária
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Descrição
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Conjunto composto por edifício de passageiros (EP), as plataformas de embarque e as linhas férreas, um edifício devoluto, correspondente à antiga cafetaria, o edifício das instalações sanitárias (WC) a sudeste, com armazém, um guindaste, uma placa giratória e outros elementos característicos da paisagem ferroviária. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS, implantado no topo e final das linhas férreas, de planta retangular e volume simples, de massa disposta na horizontal, com cobertura homogénea em telhados de quatro águas, com telha cerâmica vermelha e rematada em beiradas simples; a cobertura é sobreposta, a nordeste e a sudoeste, por chaminés. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos em cantaria e, na fachada posterior, por silhares de azulejos de padrão policromo, estando flanqueadas por cunhais e rematadas em frisos e cornijas. São rasgadas de forma regular por vãos, maioritariamente retilíneos, com molduras boleadas, no piso inferior interligados por friso de cantaria, protegidos por caixilharias fixas e móveis, de madeira pintada de branco. Fachada principal virada a noroeste, de composição simétrica, de três panos, definidos por pilastras, o central mais recuado e seccionado em três, o do centro com remate alteado em empena, coroado por três pináculos, sobre plintos paralelepipédicos, e contendo relógio com mostrador circular, moldurado a cantaria. Tem dois pisos, o térreo rasgado por sete portas, que nos panos centrais são mais largas, em arco de volta perfeita e acedem ao vestíbulo, e, no segundo piso, por igual número de janelas com peitoril saliente. As fachadas laterais são semelhantes, rasgadas por uma janela central no segundo piso. Fachada posterior virada às linhas, de composição simétrica, com dois pisos definidos por cornija e de três panos definidos por falsas pilastras, sendo rasgado por sete portas retilíneas no piso inferior, as centrais, de maiores dimensões, sobre as quais se rasgam janelas de peitoril. A plataforma está protegida por cobertura de duas águas e estrutura metálica, a que se adossa uma outra, perpendicularmente, que protege parcialmente uma das duas plataformas perpendiculares à principal. No INTERIOR, o piso térreo possui vestíbulo central, com as salas de espera e de serviço de cada lado, integrando ainda duas caixas de escadas de acesso ao segundo piso, tendo as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo de padrão policromo, com tetos planos e pavimento em mosaico. Espacialmente, o piso superior tem corredor central de distribuição aos vários compartimentos, dispostos de ambos os lados. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS de planta retangular e cobertura planta. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por soco de cantaria e silhar de azulejos de padrão policromo, tendo os cunhais revestidos a cantaria até ao nível do silhar, e terminadas em platabanda plena. É rasgada por vãos retilíneos jacentes e circulares e portas em arco. No interior possui, de um lado, cubículo sanitário para as senhoras, e, do outro, cubículo para os homens, precedido por urinóis. ARRANJOS EXTERIORES: plataformas revestidas a lajetas de betão antiderrapantes e com bordadura em betão liso. Mobiliário de estação: relógio, bancos e candeeiros de iluminação pública, existindo sinalética específica para passageiros. |
Acessos
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São João Baptista, Avenida Combatentes da Grande Guerra; Ramal de Tomar - Ponto quilométrico 14,731 (PK). WGS84 (graus decimais): lat: 39,598952; long: -8,413239 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado, implantado na entrada sul da cidade, em zona plana. Abre para a via pública, pavimentada a alcatrão, de que se separa por duas rampas pavimentadas a calçada de paralelepípedos, sustentadas por muros de suporte de terrenos, que centram a escadaria de acesso, flanqueada por canteiros com arbustos. No lado esquerdo, situa-se a Central de Camionagem de Tomar, desenvolvendo-se, em frente, amplo largo, no topo do qual se ergue o Tribunal Judicial de Tomar (v. IPA.00016478) e, a poente, o Convento e Igreja de São Francisco (v. IPA.00002074). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: estação ferroviária |
Utilização Actual
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Transportes: estação ferroviária |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003) |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: José Ângelo Cottinelli Telmo (1928-1929). |
Cronologia
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1927 - data do projeto de um edifício para quatro habitações; 1928 - data do projeto do cais coberto e descoberto para a estação de Tomar; 23 março - data do projeto do edifício de passageiros para a estação de Tomar, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, Divisão de Via e Obras; 23 outubro - data da planta indicando o local para a construção de uma retrete na estação, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, Divisão de Via e Obras; 10 dezembro - projeto de um escritório no cais coberto, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, Divisão de Via e Obras; 24 setembro - inauguração do Ramal de Tomar; 1929, fevereiro - projeto de diques para as locomotivas; junho - planta e perfis do cais de mercadorias a granel para a estação; 31 junho - projeto da casa de habitação para a estação, com duas casas geminadas e de dois pisos (tipo desenho 7502); 16 julho - projeto do edifício de passageiros pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, Divisão de Via e Obras; 19 julho - data do projeto para as instalações sanitárias dos passageiros, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, Serviços de Estudos da Divisão de Via e Obras; 24 julho - desenho dos detalhes das bilheteiras - cabine para despachos e balcão do edifício de passageiros; 25 julho - detalhe do tipo de cancelas e vedações a utilizar no apeadeiro de Santa Cita e Estação de Tomar; 01 agosto - projeto de casa de habitação, térrea (tipo 6755); 10 agosto - desenho da vedação ao lado da fachada principal do edifício de passageiros; 1931 - conclusão do edifício de passageiros, com projeto do arquiteto José Ângelo Cottinelli Telmo (1897-1948), elaborado na Divisão de Via e Obras da C.P. (Caminhos de Ferro Portugueses); neste mesmo ano procede-se a algumas modificações no edifício de passageiros, ao nível do primeiro e segundo piso; 19 novembro - desenho do prolongamento da marquise metálica da estação; 1946, 16 dezembro - desenho para abastecimento de água, canalizações para ligação da água da Câmara Municipal às habitações e às bocas de incêndio; 1948, 23 dezembro - planta com desenho para melhoria do abastecimento de água; 1961, 01 setembro - desenho para instalações para serviço da companhia União Fabril; 1964, 28 fevereiro - desenho das modificações das bilheteiras; 20 novembro - desenho da localização da barraca com telefone para serviço de Joaquim Simões Valente; 1975, 18 abril - desenho das instalações ocupadas pela Firma Fábricas Mendes Godinho S.A.R.L.; 1978, 13 outubro - planta da construção de um armazém na estação, para depósito de mercadorias a transportar por Joaquim simões Valente; 2017 - colocação de placa dissuasora de furto e vandalismo do património azulejar; séc. 21, final da década de 10 - projeto de construção de uma nova estação, com um interface rodo-ferroviário e requalificação da zona envolvente, com construção de área habitacional, área de lazer e um parque de estacionamento, conforme projeto do Atelier Junqueira, Arquitetura Lda. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; modinaturas, socos, pilastras, pináculos, cunhais e degraus em cantaria de calcário; plataformas em lajetas de betão antiderrapantes e bordaduras em betão liso; caixilharias de madeira pintada e vidro; silhares de azulejo; pavimento em mosaico; coberturas exteriores em telha cerâmica. |
Bibliografia
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ALVES, Rui Manuel Vaz - Arquitectura, Cidade e Caminho de Ferro. Tese de doutoramento em Arquitetura apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Coimbra: texto policopiado, 2015, vol. 1 e 2; CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; Estações com Vida - Tomar. Requalificação e dinamização do modo ferroviário. S.l., Infraestruturas de Portugal, s.d.; FINO, Gaspar Correia - Legislação e disposições regulamentares sobre caminhos de ferro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903; FRAILE, Eduardo Gonzalez - Las primeras estaciones de ferrocarril: su tipologia; HUMBERT, Georges-Charles - Traité Complet des Chemins de Fer. PARIS: Georges Charles Humbert, 1908; LOPEZ GARCIA, Mercedes Lopez - MZA, Historia de sus estaciones. Madrid: Ediciones Turner, S.A., 1986 (Coleccion de ciências, humanis y enginieria, nº 2); MARTINS, João Paulo - Cottinelli Telmo / 1897-1948. A Obra do Arquitecto. Lisboa: s.n., 1995, 2 vols. Texto policopiado. Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; PEVSNER, Nicolaus - Historia de las tipologias arquitectónicas. Barcelona: Gustavo Gili S.A. Ediciones, 1980. |
Documentação Gráfica
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Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt) |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt) |
Documentação Administrativa
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Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt) |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Paula Azevedo 2016 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal) |
Actualização
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