Estação Ferroviária de Campanhã
| IPA.00023030 |
Portugal, Porto, Porto, Campanhã |
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Arquitectura de equipamento e transportes, oitocentista. Estação ferroviária de grande dimensão, sendo actualmente a principal estação da cidade do Porto. É constituída por um edifício de planta rectangular, formado por cindo corpos, sendo os laterais reentrantes, apresentado alternadamente um e dois pisos. O edifício engloba os escritórios, área de passageiros, dormitórios, oficinas, sanitários, plataformas de embarque e vias-férreas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais, platibanda, frisos, cornijas, molduras de vãos e pano central do edifício principal em cantaria de granito aparente; rasgadas simetricamente por vãos em arco de volta perfeita. |
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Número IPA Antigo: PT011312030368 |
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Registo visualizado 2742 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Transportes Apeadeiro / Estação Estação ferroviária
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Descrição
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Fazem parte da estação o edifício de passageiros e algumas construções de apoio técnico, como as instalações sanitárias, os cais cobertos e a cocheira de carruagens. Edifício principal de planta rectangular irregular, composta por cinco corpos, dispostos paralelamente à linha. Corpo central, rectangular, destacado e ligeiramente avançado, constituído por dois pisos, ladeado por dois corpos, também rectangulares, de um só piso, seguidos nos extremos por mais dois corpos quadrangulares, de dois pisos. Volumes articulados com coberturas escalonadas em telhados de quatro águas no edifício central e nos laterais situados nos extremos N. e S., e duas águas nos edifícios intermédios, de um só piso. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, embasamento, molduras e pano central do corpo principal, cunhais apilastrados e remates em friso, cornija e platibanda plena, encobrindo o início dos telhados, em cantaria de granito. Todas as fachadas são rasgadas regularmente por vãos em arco de volta perfeita, ou abatido, intercalados no corpo central por pilastras com capitéis jónicos ao nível do piso térreo e compósitos no piso superior, sendo os do segundo piso de sacada, com moldura recta e chave saliente. Fachada principal orientada a O., dividida em cinco panos, apresentando o central parcialmente revestido a cantaria de granito aparente, com silharia fendida, pisos separados por friso e cornija, esta encimada por friso ao nível do segundo piso, pontuado por almofadas salientes, apresentado as três centrais as inscrições PORTO CAMPANHÃ PORTO e sob a cornija REFER; e terminada em beirada simples, possui frontalmente tabela quadrangular, integrando relógio circular, ladeado de aletas, e terminada em frontão semicircular com ampla chave fitomórfica. No piso térreo abrem-se três portais de volta perfeita, moldurados, com caixilharia integrando bandeira e duas janelas de cada lado; no piso superior abrem-se seis janelas de sacada, envolvidas por moldura de verga recta, de fecho saliente e encimadas por cornija. Estas são protegidas por balaústres no pano de cantaria e grades de ferro nos laterais. Os panos intermédios são rasgados por seis vãos idênticos aos do piso térreo do pano central. Fachadas principais dos corpos extremos, rasgadas por duas janelas e uma porta central, ao nível do piso térreo e três janelas de sacada no piso superior; fachadas laterais com esquema idêntico, sendo no entanto visível um mezzanino entre os dois pisos, e sob o friso de remate painel de azulejos, azuis e brancos, com a inscrição PORTO CAMPANHÃ. Fachada posterior, rasgada simetricamente por numerosos vãos de composição idêntica aos da fachada principal, com alpendre adossado a todo o comprimento, assente sobre a cornija do remate e colunelos de ferro assentes em plintos de granito, apoiados na plataforma de embarque. |
Acessos
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Rua da Estação, Rua do Pinheiro de Campanhã. WGS84: Lat. 41º13'09.21"N., 8º38'12.39"O. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado. Implantado em zona plana, na parte Oriental da cidade, na margem direita do rio Douro. A fachada principal desenvolve-se para o Largo da Estação e para o centro urbano de Campanhã, e a fachada posterior para as linhas-férreas e plataformas de embarque. Actualmente é a estação central da Cidade do Porto. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: estação ferroviária |
Utilização Actual
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Transportes: estação ferroviária |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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REFER (Dec.-Lei nº 104/97 de 29 de Abril) |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Cottinelli Telmo (atr., 1925, 1943-1945). ENGENHEIRO: Mendes guerreiro (oficinas gerais). |
Cronologia
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1860 - apresentação do primeiro projeto da estação, a construir no Esteiro de Campanhã e que se ligaria às linhas do Douro e Minho através de um ramal que seguia pelo vale de Campanhã e se encontrava com as referidas linhas em Rio Tinto; o surgimento de várias vicissitudes, leva ao abandono do projeto; 1972 - elaboração do traçado definitivo, por Manuel Afonso Espregueira *2, Pedro Inácio Lopes *3 e Alexandre Eiffel; 1872 - 1885 - Manuel Afonso de Espregueira, desempenha o cargo de Diretor-Geral da Companhia Real dos Caminhos-de-ferro; 1874 - elaboração do Plano Geral dos Caminhos-de-ferro; 1875 - início da circulação ferroviária a Norte do Douro, entre Pinheiro - Campanhã e Braga; 28 abril - inicio da construção da Ponte Eiffel (Maria Pia), com projeto de Seyrig, da Casa Eiffel de Paris; 15 setembro - estabelecimento de acordo entre o Governo e a Companhia de Caminhos-de-ferro, iniciando o Governo a construção da Estação de Campanhã; 1877, 04 novembro - depois de diversas vicissitudes que atravessaram a sua construção, procede-se à inauguração da estação, juntamente com a Ponte de D. Maria Pia, pelo Rei D. Luís e pela Rainha D. Maria Pia, que lhe dá o nome; 1896 - chega o primeiro comboio à estação ferroviária de São Bento; 1923 - Cottinelli Telmo, em parceria com Luís da Cunha, são os autores da primeira versão do projeto de construção para o dormitório para o pessoal de trens da estação (não executado); 1925 - atribuição a Cottinelli Telmo da segunda versão do projeto do dormitório para o pessoal de trens da estação, que é construída; 1943 - 1945 - atribuição a Cottinelli Telmo do projeto de construção do armazém de víveres da estação; 1997 - Decreto-lei nº 104/97 cria a empresa responsável pela gestão das infra-estruturas ferroviárias - Rede Ferroviária Nacional - REFER, EP; 2006 - comemoração dos 150 anos dos caminhos-de-ferro portugueses. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de granito rebocada e pintada de branco; elementos estruturais, molduras dos vãos, frisos, cornijas, platibanda e pilastras em cantaria granito aparente; portas, caixilharias dos vãos, e estrutura da cobertura em madeira; vidros simples nas portas e janelas; pavimentos em lajeado de granito e mosaico; tectos em estuque; cobertura exterior em telha cerâmica. |
Bibliografia
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MARTINS, João Paulo - Cottinelli Telmo. A Obra do Arquitecto (1897-1948). Dissertação de mestrado em História da Arte, Lisboa: FCSH, UNL, 1995. 2 vols; RAMOS, Luís A. de Oliveira, História do Porto, Porto, Porto Editora, 1994; www.cp.pt; www.sgmf.pt/manuelafonsodeespregueira.pdf. |
Documentação Gráfica
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CMP: AH |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Arquivo Pessoal de Cottinelli Telmo |
Documentação Administrativa
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CMP: AH |
Intervenção Realizada
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1998 - Obras de remodelação e restauro com a finalidade de devolver o aspecto original do edifício e a modernizar o sistema interno de equipamentos e serviços; 2004 - obras de modernização e electrificação. |
Observações
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*1 - Inicialmente designada de "Estação de caminho de ferro do Pinheiro", a estação de Campanhã veio ocupar os terrenos da Antiga Quinta do Pinheiro e das Quintas do Valado. *2 - Manuel Afonso de Espregueira, Natural de Viana do Castelo, licenciado em matemática pela Universidade de Coimbra, tendo também concluído os cursos de Infantaria e de Estado-Maior na Escola do Exército. Mais tarde frequentou também a École Imperiale des Ponts et Chaussées, de Paris, onde foi um dos melhores alunos e colega de figuras importantes, como Sadi Carnot, mais tarde Presidente da República Francesa. Em 1880 abandonou o exército e entrou para os quadros do Ministério das Obras Públicas, onde desempenhou vários cargos e desenvolveu vários projectos, como o porto artificial de Leixões, melhoramentos da Barra do Porto e da Figueira da Foz, entre outros. Foi Director da 1ª Divisão Hidráulica do Reino, onde tutelava todos os portos e barras ao Norte do Mondego, excepto Aveiro. Mas foi como Director-Geral da Companhia Real dos Caminhos-de-ferro Portugueses, que conseguiu um maior reconhecimento, por ter solucionado o problema de atravessamento do rio Douro pela linha-férrea do Norte. *3 - Foi nomeado responsável pelos estudos do traçado da 5ª Secção da Linha do Norte - atravessamento do Douro, para conclusão da linha e ligação com a rede do Minho e Douro. |
Autor e Data
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Ana Filipe 2009 |
Actualização
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