Núcleo urbano da vila de Sesimbra

IPA.00022985
Portugal, Setúbal, Sesimbra, Sesimbra (Santiago)
 
Núcleo urbano sede municipal. Vila implantada na costa marítima. Vila medieval de jurisdição de ordem religiosa militar (ordem de Santiago), com fortaleza marítima e castelo medieval. Núcleo urbano caracterizado pela importância das actividades marítimas ao longo dos tempos, organizado a partir da póvoa ribeirinha fundada no séc. 13. A sua expansão deu-se no séc. 15/16, com a época dos Descobrimentos. A malha urbana, apesar da sua implantação na bacia de Sesimbra, um local de declive acentuado, denota uma morfologia de grande regularidade, com a maioria das ruas seguindo as direcções fundamentais N./S. e E./O. Predominam os quarteirões rectangulares e quadrangulares sem logradouro, apresentando lotes estreitos, de proporção de 1:2 e lotes quadrangulares proporção 1:1. Manteve-se a tradição medieval na malha urbana, com sinuosidade e estreiteza de vias na parte mais antiga a O., com o uso de escadas para vencer os declives. No séc. 19 e 20, o espaço urbano cresceu nos sentidos, N., E. e O., através de uma malha urbana mais regular de eixos mais largos.
Número IPA Antigo: PT031511020040
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Vila  Vila medieval  Vila fortificada  Ordem religiosa militar (Ordem de Santiago)

Descrição

O primitivo núcleo fundacional localizava-se em terrenos situados a NO. da actual vila de Sesimbra, com uma cota altimétrica de 224,5 m. A função defensiva terá estado na origem da ocupação inicial da colina do castelo, dando origem à freguesia do mesmo nome. A sua posição estratégica em relação à costa potenciou o crescimento demográfico e o desenvolvimento construtivo a partir do séc. 12. A vila actual, junto ao mar, teve como origem a póvoa ribeirinha de Sesimbra, edificada no séc. 13 por iniciativa de D. Dinis. A importância das actividades ligadas ao mar ganhou impulso no segundo quartel do séc. 16, em grande parte devido aos Descobrimentos, e acelerou o crescimento urbano costeiro, em detrimento da zona alta, em progressivo abandono desde o final do século anterior. O núcleo principal do concelho corresponde à freguesia de Santiago, fundada em 1536, época em que já existia um importante conjunto edificado. O traçado urbano da vila de Sesimbra apresenta eixos viários muito declivosos orientados perpendicularmente à linha de costa (estabelecendo assim uma relação directa com o areal, local de ancoragem e largada de frotas e de construção naval, duas das mais importantes actividades históricas da vila), articulados por eixos viários de nível, paralelos à costa, com um traçado mais irregular e serpenteante. Identificam-se zonas morfologicamente distintas. A zona central, junto ao mar, mais antiga, de herança medieval, com um traçado definido por quarteirões que se desenvolvem paralelamente à linha de costa, é flanqueada a E. e O. por dois sectores urbanos com orientação N./S., o primeiro dos quais já registado em carta da vila da segunda metade do séc. 16. A ocupação inicial foi costeira e central, expandindo-se progressivamente para o interior. A zona litoral e central da vila corresponde ao seu núcleo primeiro, sendo limitado a O. pela R. da Fonte Nova (actual R. dos Operários Marítimos), a E. pela R. dos Pescadores, a N. pela rua do Ferro (Rua Prof. Joaquim Marques Pólvora), R. das Atafonas (R. Rainha D. Leonor), Travessa das Castelheiras (R. Bartolomeu Dias), R. Virgílio Mesquita Lopes, R. Afonso de Albuquerque, terminando no Largo do Calvário, e a S. pelo Oceano Atlântico. Apesar do declive, a malha urbana é bastante regular e tem como ponto fulcral o local onde foi implantada a Fortaleza de Santiago (v.PT031511020005). A maioria dos eixos são de direcção N./S. e E./O., situando-se perpendicularmente e paralelamente à linha de costa e à fortaleza. Os principais eixos perpendiculares à linha de costa seguem antigas linhas de água, enquanto que os eixos paralelos à linha de costa acompanham a topografia, sendo mais irregulares e serpenteantes. Os eixos fundamentais perpendiculares à linha de costa seguem o sentido N./S.: a R. Prof. Dr. Fernandes Marques, a R. do Espírito Santo (actual R. Cândido Reis), onde se situa a Capela do Espírito Santo dos Mareantes (v.PT031511020004), a Av. Boa Esperança (actual Av. da Liberdade) onde se situam os equipamentos culturais e educativos e a estrutura financeira e comercial da vila. A O. desta avenida encontra-se a Capela da Misericórdia (v.PT031511020010) e o Campo da Misericórdia (actual Lg. 5 de Outubro), espaço de grandes dimensões e forma quadrangular albergando o Jardim da Palmeira (v. PT031511020099). A R. do Pelourinho (actual R. Jorge Nunes) liga, no sentido S./N., o Lg. de D. Carlos (actual Lg. Bombaldes), de forma triangular, outrora utilizado como local de desembarque, ao Lg. do Pelourinho (Lg. do Município), também de forma triangular, onde se situa o edifício da Câmara Municipal (v.PT031511020017) e o Pelourinho (v.PT031511020002). A R. Amélia Frade, onde se encontra a Antiga Fabrica de Conserva dos Franceses (v. PT031511020097), surge na continuação da antiga Rua do Pelourinho. Os eixos perpendiculares à linha de costa terminam nos eixos que confrontam a Fortaleza de Santiago: a Via Mar e Sol (actual Av. dos Náufragos) que termina no Lg. dos Valentes (actual Lg. da Marinha), de forma rectangular e grandes dimensões, outrora utilizado como local de desembarque; a R. da Fortaleza, confrontando a Fortaleza de Santiago (v.PT031511032005); a Esplanada do Atlântico (actual Av. 25 de Abril). Existe ainda outro eixo de nível e direcção E./O. que inicialmente correspondia somente à R. da Misericórdia (actual R. Almirante Sande Vasconcelos), confrontada pela Capela da Misericórdia (v.PT031511020010) e o Campo da Misericórdia (Lg. 5 de Outubro). A R. da Misericórdia foi posteriormente continuada com a abertura das Ruas Bartolomeu Dias, Virgílio Mesquita Lopes e Afonso de Albuquerque fazendo a ligação do Campo da Misericórdia com o Lg. do Calvário a E., de forma triangular, onde se encontra um fontanário setecentista (v.PT031511020020). Complementando a estrutura viária, existem quatro eixos secundários de maior importância, três de sentido N./S.: a R. Monteiro (R. João da Luz) onde se situa a Igreja Paroquial de Santiago (v.PT031511020032); a R. Gonçalo Velho que inclui no seu traçado o antigo Lg. do Caninho (actual Luís de Camões) e o Lg. Gonçalo Velho. No sentido E./O., assinale-se o eixo da Rua da República, prolongado a E. pela antiga R. da Cruz (Rua Antero de Quental). Existem ainda eixos pedonais complementares dignos de referência, de sentido N./S., que fazem a ligação pedonal das antigas casas dos pescadores com o mar. São eles: R. do Quebra Costas (R. D. Sancho I), a R. do Norte (R. D. Dinis), R. da Fé, R. da Esperança, R. da Caridade, R. da Paz e a R. dos Pescadores. Existem dois espaços verdes que se destacam no espaço urbano: um jardim construído em 1942, na R. do Quebra Costas (R. D. Sancho I), anexo ao cemitério, e o Jardim da Palmeira (v. PT031511020099), na R. da Misericórdia (Lg. 5 de Outubro). Também se evidenciam duas zonas não tratadas, bastante degradadas nos extremos E. e O. da área inventariada, localizadas respectivamente na Rua do Quebra Costas (R. D. Sancho I) a O. e na R. Amélia Frade a E.. Na década de 60 do séc. 20, Sesimbra sofreu uma reestruturação profunda da estrutura viária, fruto da modernização e da pressão do trânsito automóvel. Foram criados eixos que rasgaram a vila e provocaram demolições, como é o caso do eixo N./S., correspondente à Av. da Boa Esperança (Av. da Liberdade). Em posteriores intervenções, a antiga via ribeirinha Mar e Sol, a O., e a Esplanada Atlântico, a E., deram origem a uma via marginal actualmente denominada por Av. dos Náufragos, a O., e Av. 25 de Abril, a E.. A vila cresceu do núcleo inicial, nos sentidos N., O. e E.. A N., para o interior, com edifícios de densidade populacional elevada e cércea muito superior às construções do núcleo inicial, com cércea média de 2 pisos. O mesmo se verifica no crescimento para O. e E. com ligeiras diferenças. A O. predominam os condomínios privados, que em alguns casos se adaptam à topografia acentuada do terreno, minimizando o seu impacto visual; a E., na falésia e zona costeira, parte integrante do Parque Natural da Arrábida, verifica-se a construção de alguns edifícios com implantação e de volumetria incompatíveis com a falésia e a reserva natural. Na malha urbana predomina o quarteirão rectangular e quadrangular, com a maioria dos lotes estreitos, de proporção de 1:2 e lotes quadrangulares de proporção 1:1. Na vila de Sesimbra, apesar de existirem alguns prédios de rendimento e habitações colectivas, predominam as habitações de duplo acesso, maioritariamente de 2 pisos, albergando duas famílias. Outro tipo arquitectónico comum é a casa térrea, existindo também algumas casas abastadas de 2 e 3 pisos, moradias, um palacete. A maioria dos edifícios de habitação tem 2 pisos, sendo os pisos térreos por vezes utilizados como armazéns de pesca, denominados "lojas de companha". Actualmente, a utilização dominante do núcleo continua a ser residencial, mas uma parte significativa do edificado integra comércio no rés-do-chão. Inicialmente, o sistema construtivo mais utilizado era a construção em alvenaria de pedra local. Actualmente, assiste-se a uma crescente utilização do betão armado. Os vãos dos edifícios são, na sua maioria, rectangulares, dispostos na vertical, com molduras de cantaria de pedra simples, chanfrada, boleada ou em arco.

Acessos

A2, EN378, Avenida da Liberdade a N., Estrada de Argeis a E. e Rua 4 de Maio a O.

Protecção

Inclui Pelourinho de Sesimbra (v.PT031511020002) / Capela do Espírito Santo dos Mareantes, (v.PT031511020004) / Fortaleza de Santiago, (v. PT031511020005) / PDM - Plano Diretor Municipal, Resolução de Conselho de Ministros n.º 15/98, DR, 1.ª série-B, n.º 27 de 2 fevereiro 1998

Enquadramento

Situado em costa marítima, na unidade de paisagem da Serra da Arrábida (v. PT031511010102). Sesimbra localiza-se no litoral rochoso da encosta S. da serra da Arrábida, paisagem caracterizada por vertentes bastante inclinadas e por zonas com altitudes superiores a 100 m. A altitude aumenta a O., próximo do cabo Espichel, atingindo o ponto mais elevado na Serra do Risco (380 m). O núcleo urbano implanta-se num pequeno vale entre encostas escarpadas, enquadrado a S. pelo oceano Atlântico, e um areal pouco extenso, a E. pelo cabo de Ares da Serra da Arrábida, e a O. pelas colinas da Serra da Azóia. Com o aumento demográfico, esgotou-se a ocupação da área urbana situada junta à costa, expandindo-se o aglomerado até à zona de falésia incluída no Parque Natural da Arrábida. Não podendo transpor as barreiras topográficas, a vila cresceu para o interior em zonas periféricas dispersas. Nas proximidades localiza-se o Castelo de Sesimbra (v. PT031511010001) a NO., o Forte do Cavalo ou Forte de São Teodósio (v. PT031511010006) a O., e mais afastado, também a O., o Santuário de Nossa Senhora do Cabo (v. PT03151101003), situado no cabo Espichel.

Descrição Complementar

Não aplicável

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 14 / 15 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1165 - D. Afonso Henriques conquista o castelo de Sesimbra aos mouros; 1166 - edificação da Igreja de Santa Maria do Castelo; 1190 - o almoada Iacube Luçufe reintegra o castelo no seu domínio; 1200 - D. Sancho I volta a reconquistar o castelo com o auxílio dos cruzados francos, a quem doa o castelo e a vila; 1201 - Sesimbra recebe o primeiro foral, lavrado em Coimbra por D. Sancho I; 1218 - confirmação do foral por D. Sancho II; 1236, 19 Janeiro - D. Sancho II doa o castelo e a vila à ordem de Santiago; 1245 - confirmação da doação pelo papa Inocêncio IV; 1323 - D. Dinis separa o termo de Sesimbra do de Almada e Palmela e eleva Sesimbra a concelho; 1325 - D. Afonso IV dá a confirmação dos forais e bons usos dos moradores; 1338 - bula papal de Urbano IV denunciando o estado de degradação do castelo; 1367,18 Julho - D. Fernando volta a confirmar o foral; séc. 15, finais - edificação do Hospital e Capela da confraria do Corpo Santo, corporação dos mareantes e pescadores de Sesimbra, actual Capela do Espírito Santo dos Mareantes (v. PT031511020004); séc. 15/16 - Sesimbra participa activamente na expansão ultramarina, como porto contribuiu com embarcações e tripulação; 1427 - Sesimbra tem assento nas cortes de 14 Março, por concessão real; 1430 - início das romarias ao Cabo Espichel; Séc. 16 - construção do Palácio do Bispo (v. PT031511020022), da Capela da Misericórdia (v. PT031511020010) e da Igreja Paroquial de Santiago (v. PT031511020032); 1500 - compra do terreno para a casa da Câmara; 1527 - conclusão da construção da casa da Câmara, visitação por D. Diogo de Gouveia; 1534 - encontrada imagem N. Senhor Jesus das Chagas na praia, edificação da igreja de Santiago de Sesimbra; 1536 - criação da freguesia da Ribeira por D. Manuel I e abertura ao culto da igreja matriz (Santiago); 1538 - últimas vereações de câmara realizadas na casa das vereações do castelo; 1560, 28 Agosto - Casa da Misericórdia adquire por 14$00 do campo da Misericórdia; 1552, setembro - incorporação do mestrado de Santiago na Coroa, passando a ordem e seus bens a depender do rei; 1564, 23 Junho - após visitação feita por D. Diogo, é dada uma nova sentença de Foral, nova redacção; 1580, Maio - Sesimbra aclama D. António, prior do Crato, como rei de Portugal; 1580 - com a perda da independência, a vila começa a decair por falta de moradores, devido a ataques de piratas; 1602 - o Forte da Marinha é destruído por uma armada inglesa; 1625 - construção do Forte de São Teodósio (v. PT031511010006); 1640 - com a restauração da nacionalidade, Sesimbra recupera das suas perdas devido à acção de D. João IV, que levantou uma linha de fortificações costeiras que incluía o Forte de Santiago (v. PT031511010005), o Forte de São Domingos, o Forte de Nossa Senhora do Cabo e o Forte de São Pedro; 1648 - D. João IV ordena a reconstrução do castelo, do Forte de Santiago e renova a cintura de muralhas; 1665 - Sesimbra sofre ataques marítimos de corsários berberes; séc. 18 - as terras de Sesimbra deixam de ser propriedade dos Duques de Aveiro (últimos representantes da Ordem de Santiago) e passam a ser da tutela real; Séc. 18 - construção do Fontanário (v. PT031511020020), localizado na fachada principal da Câmara Municipal de Sesimbra; 1707 - a fortaleza de Santiago é artilhada; 1712 - a fortaleza de Santiago é sede do governo militar; 1715 - construção das casas assentes sobre arcaria no Cabo Espichel; 1721 - Sesimbra sofre novamente ataques marítimos de corsários berberes; 1759 - a comenda de Sesimbra deixa de pertencer à casa do Alentejo. Azeitão torna-se autónoma; 1776 - dada comenda a João de São Pay e Melo e Castro; séc. 19, início - Sesimbra é um importante porto pesqueiro; 1803 - um incêndio destrói Forte de São Domingos da Baralha, outro incêndio destrói a capela do Senhor Jesus dos Navegantes; 1807 - as invasões napoleónicas chegam a Sesimbra, acarretando a delapidação do património litúrgico das várias igrejas e capelas; 1811 - data do cruzeiro da entrada na Vila de Sesimbra, que passa a ter juiz de fora da comarca de Setúbal; 1816, 29 Abril - obtida a licença de construir o chafariz; 1834/1836 - Sesimbra sofre com a guerra civil que leva ao desmantelar de vários pontos militares costeiros; 1857 - construção do Cruzeiro no Monte do Calvário; 1874 - o Concelho, com duas freguesias torna-se julgado da comarca de Almada; 1879 - Fortaleza de Santiago cedida em parte à Alfândega; 1900, primeira parte - Sesimbra assume papel relevante na indústria conserveira e na pesca de traineira nacionais; 1914 - destruição do pelourinho de Sesimbra, data provável da erecção do chafariz no Largo Eusébio Leão (v. PT031511020025); 1926 - extingue-se a comarca do Seixal; 1936, 31 de Dezembro - último código administrativo classificou Sesimbra como concelho rural de 3.ª ordem, mas as suas freguesias são classificadas de 1.ª ordem por terem mais de 5000 habitantes cada; 1945 - data provável da transladação do fontanário localizado na fachada principal da Câmara Municipal de Sesimbra para o Largo do Calvário; 1960, década - reforma na rede urbana, abertura de eixos viários estruturantes (Av. da Liberdade, Av. Náufragos, Av. 25 de Abril), a vila de Sesimbra é importante núcleo balnear de veraneio, aumento significativo da população durante esta época; 1974, Abril - reestruturação do saneamento básico, vias de comunicação e estrutura económica; 1978 - realização do Plano Geral da Vila de Sesimbra pela Câmara Municipal de Sesimbra; 1980 - realização do Plano de Pormenor da Marginal de Sesimbra pela Câmara Municipal de Sesimbra; 1986 - Plano de Salvaguarda do Património Construído de Sesimbra, realizado por José Fernandes, Ana Tostões, Maria de Lurdes Janeiro, Nuno Barcelos, que nunca entrou em vigor; 1988 - construção do pelourinho (v. PT031511020002), cópia do primitivo que aqui se encontrava; 1996 - realização do Plano Director Municipal de Sesimbra pela Câmara Municipal de Sesimbra

Dados Técnicos

Estrutura autoportante / estrutura mista. Paredes autoportantes em alvenaria de pedra e tijolo maciço, por vezes aparelhada, ligada com argamassa simples de cal e areia e óleos da fauna marítima local, revestidas a reboco de argamassa de cal e areia. Estrutura de madeira nos pisos superiores, lintéis e ombreiras dos vãos em alvenaria reforçados por vigamento de madeira, com arestas vivas, janelas de abrir de duas folhas. Coberturas de duas e quatro águas em telha cerâmica, beirados simples e duplos. Cantarias dos vãos trabalhadas, trabalhos em argamassa nas fachadas e platibandas, revestimento azulejar cerâmico na fachada. Pavimentos exteriores em calçada à portuguesa de calcário.

Materiais

Pedra: Calcário, brecha da Arrábida / Cerâmica: Tijolo burro, tijolo furado, telha de canudo, telha de aba e canudo, telha marselha, azulejo cerâmico liso, padroado, com ou sem relevo / Metal: Ferro forjado, ferro fundido, zinco, alumínio / Betão armado / Madeira

Bibliografia

COSTA, Carvalho da, Corografia Portuguesa, Tomo III, Lisboa, 1706, p. 298; LANGRES, Nicolau de, Desenhos e Plantas de todas as Praças do reyno de Portugal, c. 1661 (BN Códice. 7445); Fundação Calouste Gulbenkian, Guia de Portugal, I Generalidades Lisboa e Arredores, Biblioca Nacional de Lisboa, 1924/1926; SARAIVA, José Hermano, História Concisa de Portugal, Publicações Europa América, 4ª edição, 1979; FERNANDES, José Manuel, TOSTÕES, Ana, JANEIRO, Maria Lurdes, BARCELOS, Nuno, Plano de Salvaguarda do Património Construído da Vila de Sesimbra, 1986; FERNANDES, José Manuel, Synthesis of Portuguese Culture Architecture, Europália Portugal, Imprensa Nacional Casa da Moeda 1992; IDEM, Cidades e Casas da Macaronésia, FAUP, Porto, 1996, pp. 163-175; SERRÃO, Vitor e SERRÃO, Edmundo da Cunha, Sesimbra Monumental e Artistica, Câmara Municipal de Sesimbra 1997; COSME, Carlos Dinis, MELO, Maria Luísa, NEVES, Luís Agostinho, Indice Geral do "Arquivo João de Almeida Carvalho", Ministério da Cultura, Arquivo Distrital de Setúbal, Setúbal 1996 (Apontamentos do Século 19 do Vereador da Câmara Municipal de Setúbal, João Carlos de Almeida Carvalho (1817/1897); MARTINS, Paulo Jorge de Oliveira, Tipologias, Arquitectura Popular, DGEMN / Universidade Lusíada, Lisboa, 1995; TOSTÕES, Ana, Os verdes anos na Arquitectura do anos 50, Faut Publicações, 1997; BECKER, Annette, TOSTÕES, Ana, WANG, Wilfried, Arquitectura do Séc. XX em Portugal, CCB, 1997; CD-Rom: IPPAR, IPA, DGEMN, Junta Metropolitana de Lisboa, AML, 2002; COSTA, José Jaime, Sesimbra Costa Azul de Portugal, Câmara Municipal de Sesimbra, 2004; Conhecer Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo Municipal de Sesimbra (planta de 1568/1570; planta de 1905; planta de 1929; Plano Geral da Vila de Sesimbra, 1978, CMS (Plano de Pormenor da Marginal de Sesimbra, 1980, Plantas parciais de obras públicas nas vias e largos do séc. 20, Plano Director Municipal de Sesimbra, 1996, Ortofotomapas de Julho de 2003); MDN: Repartição Património/Direcção dos Serviços do Exército (Planta de 1877); DGOTDU: Arquivo Histórico (Plano de Urbanização de Sesimbra, Arq. Paulo Cunha, 1945; Plano Geral de Urbanização de Sesimbra, Arq. Carlos Negrão, 1950; Esboceto da Remodelação do Anteplano de Urbanização de Sesimbra, MOP/DGSU, 1959; Sesimbra - Arranjo Marginal, a.d., 1965; Sesimbra - Vila - 1º Estudo de Intenções, Arq. Vasco Croft, Arq. José Miguel Fonseca e Arq. Nuno Bartolo, 1978; Plano Geral da Vila de Sesimbra, Arq. José Miguel Fonseca, 1979)

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML; DGEMN/DESA; Arquivo Municipal de Sesimbra; CMSesimbra

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH (Plano de Urbanização de Sesimbra, DSARH-005-3353/09, Anteplano de Urbanização de Sesimbra, DSARH-005-2895/07); DGEMN/DRML; Arquivo Municipal de Sesimbra; CMS; DGOTDU: Arquivo Histórico (Esboceto da Remodelação do Anteplano de Urbanização de Sesimbra, MOP/DGSU, 1959); CMSesimbra

Intervenção Realizada

CMS: 1960 / 1970 - reestruturação urbana profunda, com a abertura de novos eixos que rasgaram a vila e provocaram demolições, designadamente um eixo N./S., correspondente à Av. da Boa Esperança (actual Av. da Liberdade); CMS: 1974, após Abril de - reestruturação das redes de abastecimento e saneamento básico, das vias de comunicação e transformação das actividades económicas; DGEMN: 1979 / 2004 - escavações e obras de recuperação e reconversão da Capela do Espírito Santo dos Mareantes em Núcleo Museológico; CMS: 1987 - Criação do Museu do Mar (num pavilhão da antiga escola); CMS: 2004 / 2005 - construção e inauguração da nova sede social do Clube Naval de Sesimbra e posto náutico; CMS: 2005 - recuperação e reconversão do Teatro de Sesimbra em Biblioteca e Cine-Teatro municipal; requalificação da via marginal (pavimentação e arborização), Av. 25 de Abril; conclusão da obra de habitação social na R. Dr. Manuel de Arriaga

Observações

A delimitação proposta nesta ficha para o Núcleo Urbano de Sesimbra inclui o tecido antigo da vila de origem medieval definido no Plano Director Municipal, tendo sido acrescentados todos os quarteirões a E. da Fortaleza de Santiago. A NE. é delimitado pela R. da Cruz, a N. abrange a urbanização do Aldeamento do Moinho, da década de 60 (arq. Conceição Silva), a Escola Primária do Estado Novo e a NO. o cemitério do séc. XIX. Sesimbra tem como principal festa religiosa a procissão de Nosso Senhor Jesus das Chagas (Maio), dedicada a Nosso Senhor Jesus das Chagas. Esta festividade anual tem origem no século 16, quando a imagem do santo teria dado à costa na praia de Sesimbra.

Autor e Data

Nelson Brito / Sónia Gomes 2005

Actualização

Anouk Costa 2011
 
 
 
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