Santuário de Nossa Senhora da Assunção

IPA.00022842
Portugal, Porto, Santo Tirso, Monte Córdova
 
Arquitetura religiosa, revivalista neo-românica. Santuário composto por templo, implantado num parque com várias infraestruturas, dispostas em patamares, como parque de estacionamento, loja, restaurante e fontes, situado no alto do monte. Templo de planta em cruz grega, com fachadas semelhantes, marcadas por contrafortes de esbarro, rasgadas por janelas de volta perfeita, formando bíforas e tríforas. Fachada principal harmónica, rematada em empena, rasgada por portal saliente, de vão escavado de volta perfeita, de inspiração românica. Está ladeada por duas torres sineiras. Fachadas rematadas por cornijas assentes em cachorradas. Interior com coro-alto, crucífero, convergindo para o cruzeiro do transepto, marcado pelos arcos de volta perfeita. Capela-mor com arcaturas cegas e fortemente iluminada por clerestório, contendo simples mesa de altar. Está ladeada por dois falsos absidíolos que ligam aos anexos, intercomunicantes, formando um falso deambulatório, integrando a sacristia, marcada por amplo arcaz.
Número IPA Antigo: PT011314130044
 
Registo visualizado 6511 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Santuário  

Descrição

Planta que forma cruz grega nos corpos principais, anulada pela dimensão da cabeceira, com vários corpos adossados, e marcada por duas sineiras, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro e duas águas. Fachadas em cantaria de granito aparente, de aparelho isódomo, parcialmente rebocadas e pintadas de branco, apresentando os cunhais e as divisórias dos panos, marcados por contrafortes de esbarro, e rematadas por cornijas assentes em cachorradas simples, nalguns casos substituídas por frisos denticulados. Fachada principal virada a O., com o corpo central secionado por dois registos e rematada em empena antecedida por galeria vazada, por nove arcos peraltados, assentes em pequenas colunas. O registo inferior é rasgado por portal saliente e inscrito em empena angular, com o vão escavado, em arco peraltado, composto por cinco arquivoltas que se apoiam em pilares e três colunelos com capitéis em colchete, a exterior e as impostas ornadas por frisos de bicos; está ladeado por duas frestas de volta perfeita. O segundo registo é marcado por três arcos de volta perfeita, o central mais amplo, assentes em colunas sobre plintos, o central preenchido por pano de muro rasgado por ampla rosácea, tendo, na base, pequena porta em cortina, que acede a uma sacada com guarda plena de cantaria; os arcos laterais, vazados, possuem frestas de volta perfeita. Está ladeada por duas torres assimétricas, a do lado esquerdo com base quadrangular, rasgada por fresta, onde se ergue o corpo facetado, tendo, na face frontal, duas ordens de frestas; no topo, remate facetado e rasgado por vãos de volta perfeita assentes em colunas. A torre do lado direito é retangular e possui duas frestas, surgindo, no topo, duas ventanas de volta perfeita, assentes em parastase. As fachadas laterais são semelhantes, marcadas, ao centro, pelo corpo do transepto, em empena com cruz no vértice e rasgada por rosácea e pequena fresta. Está ladeado pelos panos mais baixos correspondentes a anexos e a capelas laterais, com óculos circulares e frestas, tendo, recuados, os panos da nave, com tríforas de volta perfeita. No pano extremo junto à cabeceira, corpo adossado, em empena, com tríforas e pequenas frestas. A fachada lateral esquerda tem, no transepto rematado por bandas lombardas, portal saliente e com o vão escavado, semelhante ao axial, enquadrado por empena e encimado por rosácea. Fachada posterior trifacetada, decorada por trífora no pano central e amplas frestas nos laterais; tem adossados corpos menos elevados, com janelas de volta perfeita, bíforas, tríforas e, ao centro, portal escavado, de volta perfeita. As portas estão protegidas por folhas de madeira e lemes de ferro, tendo as janelas vitral decorado com elementos geométricos. INTERIOR crucífero, com as paredes da nave e transepto rebocadas e pintadas de branco, percorridas por alto lambril em cantaria, que, na zona do transepto estão encimados por silhares de azulejo de padrão policromo, com os elementos arquitetónicos em cantaria, tendo coberturas em falsas abóbadas de berço, rebocadas e pintadas de branco e pavimento em lajeado. No centro, o cruzeiro do transepto que marca a estrutura, com três amplos arcos de volta perfeita, assentes em altas colunas de fustes lisos e capitéis ornados por folhagem, o virado a O., de acesso à nave, marcada por coro-alto sustentado por tripla arcada, o vão central de maiores dimensões, tendo guarda vazada metálica e acesso por portas de volta perfeita, a partir das torres. No sub-coro, portas em cortina, uma delas entaipadas, protegidas por folhas de madeira. Sucedem-se, confrontantes, duas capelas com acesso pela nave e pelos braços do transepto, a do lado do Evangelho desativada e a oposta dedicada a Nossa Senhora de Fátima. O topo do transepto do Evangelho é marcado pelo portal lateral, com duas portas de verga reta, inscritas em gablete, encimado por cruz latina e ornado por folhagem, inscrito em arco de volta perfeita, com o tímpano vazado por janela. No lado oposto, capela dedicada a São Francisco Xavier, estando o arco da capela flanqueado por dois arcos cegos de menores dimensões. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilares compostos por feixes de colunas e colunelos, ladeado por dois pequenos arcos que dão acesso a falsos absidíolos, o do Evangelho com órgão elétrico, tendo ambos portas de acesso aos anexos posteriores. Capela-mor dividida em dois tramos, marcados por colunas adossadas à parede, que se prolongam em arcos torais, e remate facetado, este com cobertura em abóbada de arestas. É marcada por três registos, o inferior do primeiro tramo de acesso aos falsos absidíolos, por arcos duplos de volta perfeita, sendo os demais marcados por arcaturas cegas. O registo intermédio é marcado por panos rebocados e pintados de branco, exceto o frontal, pintado, formando um tímpano a imitar o firmamento, com os seguintes marcados por quadrifólios, onde se inscrevem anjos, com friso ornado por elementos fitomórficos, onde corre inscrição. O registo superior é marcado por clerestório. Ao centro, a mesa de altar, retilínea e assente em duas colunas. Na parede testeira, soco de cantaria sustenta a imagem do orago. Os anexos, intercomunicantes por corredor, têm as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo monocromo, com frisos e elementos decorativos coloridos, tendo tetos de madeira e pavimento em ladrilho cerâmico. Têm altares votivos, sala dos beneméritos e a sacristia, com pavimento em soalho e amplo arcaz de madeira com doze gavetões.

Acessos

Rua de Nossa Senhora da Assunção. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,325115; long.: -8,447481

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Florestal, isolado, implantado no alto de um monte, a 398 m de altitude, de onde se divisa grande parte dos vales envolventes, do Rio Ave e as povoações de Santo Tirso, Santa Cristina e São Miguel do Couto e de Monte Córdova. Tem acesso por estrada sinuosa e encontra-se envolvido por denso pinhal. Está em plataforma plana, que forma um amplo adro, pavimentado a alcatrão e pontuado por canteiros com flores. A SE., encontra-se a Capela Velha de Nossa Senhora da Assunção e o restaurante (v. PT011314220074).

Descrição Complementar

Na pintura da capela-mor, a inscrição: "Ave Maria Gratia Plena". Num anexo, com escadaria de dois lanços divergentes, a inscrição: "FOI OFFERECIDA POR / MANOEL EDUARDO DE SOUZA / DA VILLA DE SANTO THYRSO / E CONDUZIDA PARA AQUI / EM 15 DE AGOSTO DE 1939".

Utilização Inicial

Religiosa: santuário

Utilização Actual

Religiosa: santuário

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Ernesto Korrodi (1919). ESCULTOR: João de Afonseca Lapa (1929).

Cronologia

1896, 23 julho - José Bento Correia, diretor do Jornal de Santo Tirso, lança uma subscrição pública para a construção, no local, de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção, ocorrendo uma reunião na Escola Primária Conde de São Bento, que elegeu uma comissão para acompanhar o processo; 1897, 04 maio - aprovação dos estatutos pelo Governo Civil do Porto; 1901 - construção da Capela Velha pela Irmandade de Nossa Senhora da Assunção com ajuda do benemérito António Maria Lopes, na qual foi aplicada um retábulo setecentista, de proveniência desconhecida; 1919 - a Irmandade de Nossa Senhora da Assunção encomenda o projeto do novo santuário ao arquiteto Ernesto Korrodi, por indicação do Comendador Albino de Sousa Cruz; 1923 - constituição de uma comissão para promover as obras na mata e a construção do novo templo; 1929, 02 setembro - lançamento da primeira pedra do edifício; feitura da imagem do orago pelo escultor João de Afonseca Lapa; 1934, 15 agosto - inauguração do santuário pelo Cardeal Cerejeira; 1939, 15 agosto - condução da imagem do orago para o local; início da montagem das escadas, oferecidas por Manuel Eduardo de Sousa, de Santo Tirso: 1970 - provável conclusão da obra.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada de branco e em cantaria de granito aparente; elementos estruturais, socos, cunhais, cornijas, pináculos, modinaturas, pavimento de granito; janelas com vitral; portas de madeira; cobertura de telha; guarda do coro-alto em ferro; silhares de azulejo industrial; pavimento em ladrilho nos anexos e em lajeado no templo.

Bibliografia

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, SIPA; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia; Associação de Reitores dos Santuários de Portugal / Paulinas

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

Autor e Data

Patrícia Costa 2005 / Paula Figueiredo 2012 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto)

Actualização

 
 
 
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