Parque da Quinta da Regaleira
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Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim) |
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Espaço verde de recreio / Espaço verde de produção agrícola. Parque de caracterização estilística romântica-paisagista com edifícios neomanuelinos e dois espaços de jardim formal. Quinta de recreio definida por espaço com funções essencialmente recreativas mas também produtivas associado a uma antiga casa de habitação convertida em museu e contendo antigos campos agrícolas, horta, mata e jardins. Parque de uso público consistindo em porção de terreno murado sem percepção dos limites na maior parte da sua extensão, constituído por vegetação ornamental disposta com um sentido determinado e acompanha de elementos construídos, como banco, canteiros, estátuas e peças de água. Segue uma atitude pictórica sendo estudado numa sucessão de imagens e pontos de vista paradoxalmente inspirado e sugestivo de pinturas de pintores paisagistas de Inglaterra. Rigorosamente projectado para parecer natural e espontâneo numa perspectiva de sobreposição de planos progressivamente mais longínquos e difusos. Este estilo encontra no estilo chinês um profundo conhecimento e domínio da beleza aparentemente natural mas com um conceito temporal radicalmente diferente: assente numa ideia nostálgica do tempo erguem-se nos espaços paisagistas elementos construídos intencionalmente em ruínas. Oferece um cenário lendário a que se pode associar um carácter paradisíaco, insólito e enigmático reforçado pelo denso tecto vegetal de plantas exóticas e autóctones. A ligação entre os diversos espaços é feita com base numa coerência das características das construções e no espírito do lugar, uma vez que não se estabelecem ligações visuais entre os eixos. A quinta da regaleira é ainda caracterizada por um grande simbolismo concretizado nos elementos arquitectónicos e na sucessão de cenários criados pelos percursos à superfície ou subterrâneos. A quinta da Regaleira é susceptível de uma interpretação simbólica patente nos seus diversos elementos arquitectónicos. Apesar das perpectiva individual que cada visistante possa ter, a quinta afigura no seu conjunto os «arquétipos de terra-mãe como local de gestação, de água como fonte de vida e de regeneração, e a existência de três mundos que se complementam (o céu, a terra e o mundo subterrâneo)» (GOMES, 2002). São também perceptíveis ideias como o conhecimento secreto, a dualidade dos opostos, a escolha, «A construção da Quinta da Regaleira é um exercício desmesurado de preocupação mística, cívica e cultural em torno da memória colectiva, da tradição e consciência pátria. De alguma forma a Regaleira concebida por Manini cristaliza as esperanças messiênicas de uma nova nação desenvolvida à perfeição mítica de epopeia nacional. Um livro de pedra que desenrola um texto histórico, artístico e simbólico cujo mote é Portugal - perdido, celebrado e desejado!» (PEREIRA, 1998). Alguns autores referem a existência de um percurso iniciático, maçonico com referências alquímicas, porém não se conhecem dados sobre a utilização ritual dos espaços. |
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Número IPA Antigo: PT031111110133 |
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Registo visualizado 1262 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Parque Parque Romântico
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Descrição
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Propriedade de planta irregular com traçada por linhas sinuosas paralelas às curvas de nível. Os percusos desenvolvem-se ao longo das curvas de nível sendo contidos por muros de suporte que definem o terraceamento da propriedade. Um outro sistema de percursos subterrâneo faz a ligação entre várias construções de recreio que a ele acedem a partir da superfície. Limitada por muro rasgado por sete entradas. Constituída por diversos edifícios residenciais ou de apoio ao funcionamento da propriedade, quatro jardins, horta, pomar e mata nas zonas mais declivosas sendo possível definir diferentes zonas: a zona nobre, junto à Rua Barbosa do Bocage, engloba PALÁCIO (v. IPA.00006705), CAPELA com miradouro, PATAMAR DOS DEUSES e TERRAÇO DAS QUIMERAS. A esta zona acede-se pela ENTRADA DOS VISITANTES desenvolvida em dois pisos e terraço interligados por escadas. No piso térreo, entrada pedonal e portão, no piso intermédio, balcão com mirante e entradas para a zona fronteira ao palácio e passagem subterrânea para o seu interior. O terraço liga o patamar dos deuses ao palácio e permite aceder também à zona fronteira dete edifício. O palácio e a capela são marcados por um estilo neomanuelino com emprego de materiais nobres, como o calcário, distinguindo-se da maioria dos edifícios da quinta que utilizam o granito local. O patamar dos deuses, em frente ao palácio e ao longo do limite da quinta, caracterizado por espécies exóticas e por uma grande densidade de elementos arquitectónicos, nomeadamente, o alinhamento de nove estátuas que representam deuses mitológicos, intercaladas com dois vasos e oito urnas sobre plintos, limitando a zona de estadia com bancos e mesas e pavimentada com macadame. Este jardim estabelece uma forte relação com o exterior devido à cota elevada em relação à rua. No cruzamento com o percurso que acede ao lago da catedral, escultura de leão de chumbo sobre plinto de mármore. O terraço das quimeras ou fonte dos leões é uma zona de estadia sobre a CASA DO PORTEIRO. Limitada a N. e E. por muros de lajes de calcário e a O. por muro de alvenaria de granito. Acompanhando o limite, pérgula constituída por colunas caneladas de calcário com capitéis variados que suportam vigas de ferro e assentam no muro e em plintos sobre o terraço. Nas vigas de ferro assenta rede de aço plastificado que sustenta as trepadeiras. A S. o terraço liga-se ao terreno, ao nível do piso superior da Casa da Renascença. Ao centro, chafariz de calcário com três taças circulares apoiadas em cabeças de leão. Pavimento do terraço em lajes de calcário branco e cinzento de variadas dimensões.; a O., a zona da CASA DA RENASCENÇA e ESTUFA QUENTE. Apesar da sua importância residencial, a casa da renascença apresenta maior sobriedade decorativa e materiais locais como o granito aproximando-se à rusticidade dos restantes edifícios. Nesta zona desenvolve-se o JARDIM DAS DAMAS, murado e sobreelevado em relação à envolvente apresenta duas plataformas: uma a cota inferior com revestimento de relvado e pontuação de arbustos entre os quais se estabelece um percurso de ligação entre a casa da renasceça e a estufa quente. A plataforma a cota superior é estruturada por canteiros de buxo topiado preenchidos com espécies aromáticas e delimitando percursos num desenho formal. A estufa quente é um edifício rectangular de três pisos e terraço com passadiço ao longo de toda a cobertura. As fachadas N. e O. são em alvenaria, existindo um painel de azulejo na fachada N., e as fachadas S. e E. e a cobertura são constituídos por uma estrutura metálica que suporta as superfícies de vidro; a SE. da zona nobre, junto a Quinta do Biester, zona de recreio constituída pela CASA-DOS-BANHOS, LAGO DA CATEDRAL e FONTE DA ABUNDÂNCIA. A casa-dos-banhos é um edifício rectangular com fonte em nicho no alçado N., inscrição com embrechados no alçado E. e terraço com sete urnas em calcário e sistema de drenagem de quatro pontos. O lago da catedral é definido por um plano de água de forma irregular, rodeado por percurso com bancos e canteiros e atravessado por ponte, contido por muro a S., ao qual se adoça percurso subterrâneo com o início marcado por arcos e que se desenvolve-se por díversos túneis a cotas variadas. A fonte da abundâcia engloba uma plataforma semi-circular com banco e mesa, voltada para S. onde muro de suporte, decorado com embrechados e elementos escultóricos, sutenta fonte com taça em forma de concha; A O. da zona da casa da renascença, PALACETE DAS COCHEIRAS, em antiga zona de produção da quinta, com JARDIM DA HORTA e diversos edifícios relacionados com a função produtiva: ARMAZÉM DAS ALFAIS AGRÍCOLAS, ESTUFA, CANIL, INCINERADORA, COLMEEIRO PEQUENO, BEBEDOURO DAS CAVALARIÇAS, CASCATA DOS EMBRECHADOS e CANIL DA ENTRADA e ainda um MIRADOURO. O palacete apresenta estilo neomanuelino com emprego de materiais nobres, como o calcário, à semelhança do palácio e da capela. Por trás deste edifício, jardim da horta, contido por muros, com canteiros de buxo em desenho formal, tal como o jardim das damas, mas preenchidos com roseiras. Apresenta ainda uma zona relvada na antiga horta e pomar, ainda pontuado por árvores de fruto, algumas alinhadas paralelamente ao que resta do sistema de rega em sulcos, por gravidade; Para S. estende-se uma zona simbólicamente relacionada com os três mundos: terreno, subterrâneo e celeste, patentes no TERRAÇO DOS MUNDOS CELESTES e ENTRADA DOS GUARDIÃES, associados ao LAGO DA CASCATA. O terraço dos mundos celestes corresponde à cobertura da cisterna, onde se estabelece uma zona de estadia, com dois torreões miradouro, um deles denominado zigurate, com cinco pisos. O pavimento é em lages de calcário e limitado por muro com merlões. A entrada dos guardiães é formada por dois torreões ligados por um corpo central semi-circular com um mirante central. Permite o acesso ao sistema de percursos subterrâneos pelo túnel que conduz ao nível intermédio do poço iniciático. O torreão a O. apresenta uma escadaria de acesso à sua cobertura e no torreão a E. existe uma charca. O semi-círculo formado, alberga uma zona de estadia onde se integra um tanque e uma fonte. O lago da cascata, de forma irregular e naturalizada, é um dos acessos ao sistema subterrâneo permitindo a ligação ao poço iniciático, ao poço imperfeito e à entrada nas grutas. É rodeado por percursos a vários níveis e interligados por escadas. à superfície apresenta uma zona coberta para estadia com uma mesa e dois bancos de granito, ladeados por uma charca; Entre esta zona e a da casa dos banhos, situa-se a TORRE DA REGALEIRA e o JARDIM DA PERPÉTUA. A torre da regaleira é constituída pela torre, dois torreões e balcão assentes na plataforma do jardim da perpétua, sustentado por muro de suporte e constituído por relvado pontuado por espécies exóticas e por zona de estadia em semi-círculo, sob pérgula, limitada por muro. Na base do jardim situa-se a GRUTA DA LEDA, de forma hexagonal com cascata e tanque no seu interior. A SE. desta zona existe um campo de ténis inserido em plantaforma sustentada por dois muros de suporte e acompanhado por sete bancos voltados para o campo. No lado oposto aos bancos, zona de estadia com cobertura por reentrância do muro e nicho com ponto de água. No limite E. da propriedade localiza-se o torreão com terraço onde se insere banco semi-circular com elementos decorativos calcários nas costas; Na parte S. da propriedade situam-se as zonas do POÇO INICIÁTICO, junto ao muro, e do POÇO IMPERFEITO, a N. do último. O poço iniciático, seco, apresenta escadas helicoidais adoçadas à parede interior permitindo aceder a dois níveis subterrâneos. À superfície localiza-se zona de estadia com três bancos. O poço imperfeito permite, pelo fundo, o acesso aos percursos subterrâneos através de escadas helicidais. |
Acessos
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EN 375, estrada que liga Sintra a Colares; Rua Barbosa do Bocage, n.º 5, 7 e 9 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. IPA.00022840) |
Enquadramento
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A quinta localiza-se no limite do Parque Natural de Sintra-Cascais, na encosta N. da Serra de Sintra (v. IPA.00022840). Nesta encosta predominam os declives superiores a 15% verificando-se na Regaleira declives moderados, acentuados e muito acentuados restringindo-se os declives suaves às plataformas de construção dos edifícios. A quinta apresenta exposições preferenciais a N. e algumas zonas com exposição a E., utilizadas como zonas de edificação. Esta vertente é rica em água, explorável através de minas e que tem um movimento descente sendo recolhida pela ribeira de colares. A Serra de Sintra é constituída por um maciço eruptivo com abundância de granitos, sienitos, gabros e dioritos. localizando-se a Quinta da regaleira integralmente sobre o granito. O solo desta zona insere-se na família dos solos litólicos, húmicos, câmbicos, normais, de granito (Mng) que, em parte de fase delgada, apresenta afloramentos rochosos. Estes solos pertencem à classe E da Carta de Solos o que corresponde a solos sem aptidão para utilização agrícola. O clima é caracterizado por temperaturas mais baixas e precipitação mais elevada que nas regiões circundantes devido à proximidade do oceano, ao relevo e à densa vegetação. A flora local é densa e diversificada com uma grande percentagem de exóticas introduzidas sobretudo no séc. 16 por D. João de Castro e no séc. 19 por D. Fernado II e Sir Francis Cook. Também a fauna se caracteriza por uma grande biodiversidade. Situada no centro histórico de Sintra (v. IPA.00000037 ), é limitada a N. pela R. Barbosa do Bocage, que tem do outro lado a Quinta dos Pisões, a Quinta do Relógio (v. IPA.00003115), a Villa Roma (v. IPA.00021256) e a Quinta da Alegria, a O. pela Quinta do Campo, a S. pela Azinhaga do Vale dos Anjos e Quinta Velha e a E. pela Quinta do Biester. Muito perto situa-se ainda a Quinta de Seteais (v. IPA.00022677 e IPA.00006094). A Quinta da regaleira e outras propriedades locais funcionam como como ponto de atracção turística, actividade principal da zona. De certos pontos da quinta obtém-se um largo sistema de vistas acentuado pelo declive do terreno. Do palácio e da torre da regaleira é possível observar o oceano e a encosta da serra sintra com a sua vegetação, a vila e monumentos como o Palácio da Pena e o Castelo de Mouros. Também o zigurate e o terraço das quimeras apresentam um sistemas de vistas amplo apesar de mais condicionado que os anteriores. A quinta é visível da rua que a limita porém o palácio é avistável a partir do Castelo de Mouros e a torre, a partir de alguns pontos do centro histórico de Sintra. |
Descrição Complementar
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Fonte do terraço das quimeras: na taça intermédia, representação de figuras de leão e vieiras, alternadas e ligadas por festões. No topo, ponto de ferro projecta água na vertical que a segunda taça recolhe transbordando para a taça da base. A segunda taça é apoiada nas cabeças das cinco quimeras (mistos de leões e cabras) esculpidas de costas umas para as outras e que jorram água pela boca. Quatro das quimeras seguram nas patas um búzio e a quinta virada para uma entrada na quinta, segura uma vieira. Na base das quimeras, altos-relevos de figuras mitológicas de motivos marinhos, diferentes entre si. Esta fonte tem um só ponto de adução, dispositivo de controle e de descarga. |
Utilização Inicial
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Produtiva: quinta / Recreativa: parque |
Utilização Actual
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Recreativa: parque |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Fundação Cultursintra |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Arquitecto: Luigi Manini (projecto da quinta e seus edifícios) e António Lino (projecto de adaptação do palácio e palacete das cocheiras e projecto de aproveitamento do terraço da casa da renascença); Escultor: João das Neves Machado, António Gomes, José da Fonseca e seus irmãos, Luís e Júlio, Rodrigo de Castro, Costa Mota, António Gomes e José de Sousa Barata, formados pela Escola Livre das Artes do Desenho (peças de escultura e cantaria esboçadas por Manini); Rouillard (leão de chumbo do jardim); Ceramistas: Rafael Bordalo Pinheiro e Angela Santomarini; Pintores: Baeta Dias (paredes esboçadas por Manini) e Bazaliza (alterações na pintura parietal); Marceneiro: Cabeça de Vitela (entalhador). |
Cronologia
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1697 - José Leite compra as terras da quinta para a sua afilhada; 1715 - a quinta é comprada em praça pública por Francisco Alberto Guimarães de Castro. Inicia-se o aproveitamento das águas recolhidas na serra para ornamentar uma fonte com embrechados*2; Séc. 18, final - a quinta é designada Quinta do castro ou da Torre, existentindo a chamada Torre do Pombal adossada à actual casa da renascença*3. Os herdeiros de Francisco de Castro trasnferem a quinta para a posse de João António lopes Fernandes; 1807 - construção de uma casa, um miradouro e um jardim com um grande tanque e grutas; 1809 - registo de cervidão de água, referente a oito minas e a um aqueduto conhecido como Aqueduto do Vale dos Anjos; 1830 - a quinta é herdada por Manuel Bernardo Lopes Fernades. (c.) Passa a designar-se Quinta da Regaleira; 1840 - a quinta é adquirida por Ermelinda Allen Monteiro de Almeida; 1840-7 - a Casa do Porteiro é referida na carta topográfica e cadastral da região de Sintra; 1871 - 25 de Fevereiro - registo da quinta na conservatória, sendo constituída por casas nobres e oficinas, árvores silvestres, jardins e pomares, eo seu valor era de dez contos de réis; 1891 - são desanexados dois terrenos, onde se encontravam dois tanques; 1893, 31 de Outubro - leilão público da quinta, hipotecada por dívidas do terceiro barão da Regaleira; 1893, 11 de Dezembro - é adquirida por António Augusto Carvalho Monteiro (conhecido por Monteiro do Milhões) por 21.100 reais com registo de transmissão de direito pleno. Adquire também a parcela de terreno de pomar, jarins e castanhal que estavam em posse de Manuel José Monteiro, e as duas parcelas que tinham sido desanexadas em 1891. Juntamente com o terreno que comprara ao Marquês da Praia e Monforte a quinta assume a sua forma actual; 1896 - elaboração de projecto pelo arquitecto paisagista Henri Lusseau para um palácio, cocheiras e jardim. Carvalho Monteiro rejeita-o e encomenda um outro projecto ao arquitecto Luigi Manini; 1900-2 - obras de infraestruturação da propriedade incluído adaptação e ampliação do sistema de recolha de água, construção de uma rede de derenagem, movimento de terras para implantação do edifícios e percursos, construção de taludes e muros de suporte; 1902 - início dos dos trabalhos de construção; 1903 - são mencionadas em cartas familiares a compra de fetos e palmeiras para o jardim; 1904 - início da construção da capela. Obras na Fonte da Abundância, no aquário, nas torres, nos mirantes e grutas; 1905 - início das obras do palácio. Arranjo do jardim, com grande parte das espécies compradas no horto Villa Isabel, Rio de Janeiro; 1907 - aquisição dos direitos e posse das águas do por Carvalho Monteiro, aos herdeiros de António Pinto da Fonseca, da Quinta do Relógio; 1908 - construção da estufa quente pela firma Viúva Thiago da Silva & C.ª; 1911 - construção do Terraço das Quimeras, 1918 - conclusão dos jardins; 1920 - a quinta é herdada por Pedro Augusto de Melo de Carvalho Monteiro; 1946 - é vendida a Waldemar Jara D' Orey por 1.200.000$00; 1949 - projecto do arquitecto António Lino para alterações decorativas do palácio e palacete das cocheiras. Acompanhamento do projecto por Luís de Couto; 1951 - conclusão das obras de adaptação do palácio; 1956 - projecto do arquitecto António Lino para aproveitamento do terraço da casa da renascença; 1975 - a quinta é avaliada em 1.943.800$00 e é transmitida a D. Maria Helena Ribeiro Cardoso D' Orey; 1983 - é posta à venda; 1988 - é adquirida pela empresa japonesa Aoki Corporation por 333.907.500$00; 1997 - venda da quinta à Câmara Municipal de Sintra por 380.000.000$00, passando a sua gestão para a, então instituida, Fundação CulturSintra; 1998 - abertura ao público; A quinta é contemplada com o primeiro Prémio Nacional do Património Histórico, concedido pela Ford Portuguesa; início das obras de restauro do chafariz e pérgula do terraço da quimeras. 1999 - apoio técnico da DGEMN a obras de recuperação de várias estruturas. |
Dados Técnicos
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Implantada entre as cotas 210 e 290m, em terraços ligados por caminhos com adaptação ao declive local. Entrada de água a partir do Aqueduto do Vale dos Anjos e do Aqueduto da Serra. O sistema hidráulico é composto por vinte e sete minas, catorze depósitos, vinte e duas caixas de controle e distribuição e mais de sessenta peças de águas (dois lagos, sete cascatas, dois aquários, cinco fontes, quarenta e quatro charcas, etc.). O maior depósito é a cisterna com capacidade de armazenamento de 2250m3. A água circula por gravidade com dispositivos de controle somente nas zonasem que a diferença de cotas entre elementos consecutivos excede o nível piezométrico. A recolha de águas pluviais é efectuada por oitenta e oito sumidouros com drenagem para a rede pública. |
Materiais
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INERTES: muros - alvenaria ordinária de pedra rebocada, alvenaria ordinária de granito à vista, alvenaria ordinária de tufo alcário à vista, cantaria de calcário aparelhada, alvenaria de granito aparelhada. VEGETAL: àrvores - Abies alba, Abies homolepsis, Abies pinsapo, Acacia melanoxylon, Acer pseudoplatanus, Aesculus hippocastanum, Aesculus x carnea, Anona cherimolia, Araucaria heterophylla, Arbutus unedo, Betula celtiberica, Bouganvillea glabra, Brachychiton, populneus, Brunfelsia latifolia, Buxus semperviriens, Camelia japonica, Castanea Sativa, Cedrus atlantica, Cedrus deodara, Chamaecyparis lawsoniana, Chamaedorea elegans, Chamaedorea pochutlensis, Chamaerops humilis, Cinnamonum zeylanicum, Citrus deliciosa, Cordyline australis, Coryluns avellana, Cryptomerica japonica, Cupressus lusitanica, cupressus macrocarpa, Cyathea cooperi, Cycas circilanis, Cycas revoluta, Dicksonia antarctica, Diosma hirsuta, Eleagnus pugens, Eriobotrya japonica, Erytrina caffra, Euonymus japonicus, Euterpe edulis, Fagus sylvatica, Fraxinus angustifolia, Fraxinus excelsior, Fraxinus ornus, Fuchia fulgens, Grevillea robusta, Hibiscus syriacus, Ilex aquifolium, Ilex perado, Juglans regia, Juniperus chinensis, Lagesroemis indica, Laurus nobilis, Liriodendron tulipifera, Livistona austrlais, Magnolia grandiflora, Magnolia x Solangeana, Metrosideros excelsa, Myoporum tetandrum, Myrica Faia, Nerium Oleander, Philadelphus coronarius, Photinia serrulata, Picea abies, Pinus radiata, Pittosporum undulatum, Platanus x hybrida, Podocarpus latifolius, Populus deltoides, Populus canadensis, Prunus cerasifera var, atropurpurea, Prunus laurocerasus, Prunus lusitanica, Pyrus communis, Quercus coccinea, Quercus faginea ssp broteri, Quercus ilex, Quercus robur, Quercus rubra, Quercus suber, Rhapis excelsa, Phododendron sp., Robinia pseudoacacia, Sequoia semperviriens, Taxus baccata, Thuja occidentalis var. aureomarginata, Thujopsis dolobrata, Tilia x europaea, Trachycarous fortunei, Viburnum tinus, Wisteria sinensis, Wisteria sinensis 'alba'; |
Bibliografia
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ÀGORA - Património em Revista, n.º 8 / Maio de 2004, Gestão e Recuperação dos Espaços Verdes (Provas de Aptidão Profissional), ed. Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Sintra, 2004; CARITA, Hélder, CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, ou a originalidade e desaires desta arte, 1987; FUNDAÇÃO CULTULSINTRA. As Palmeiras da Regaleira. Fundação Cultulsintra. Sintra.1998; GOMES, Cláudia Margarida Macedo Pereira Ávila, Contributo para o Programa de Intervenção na Quinta da Regaleira, Relatório do Trabalho de Fim de Curso de Arquitectura Paisagista, Instituto Superior de Agronomia, Lisboa, 2002.; MENDANHA, Victor e ANES, José M.. O Esoterismo da Quinta da Regaleira. Hugin Editores. Lisboa. 1998; MONUMENTOS, n.º 12, Lisboa, DGEMN, 2000; PEREIRA, Denise. Relatório de Progresso Sobre os Sistemas de Abastecimento de Água. Quinta da Regaleira. Fundação Cultulsintra. Sintra 1997; PEREIRA, Denise, PEREIRA, Paulo e ANES, José. Quinta da Regaleira - História, Símbolo e Mito. Fundação Cultulsintra. Sintra 1998; STOOP, Anne de , Quintas e Palácios nos arredores de Lisboa, Barcelos, 1986; http://arqpapel.fa.utl.pt/jumpbox/node/74?proj=Capela+do+Parque+do+Pal%C3%A1cio+Carvalho+Monteiro+, 20 Setembro 2011. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Fundação Cultursintra |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Fundação Cultursintra |
Documentação Administrativa
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Fundação Cultursintra |
Intervenção Realizada
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Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 2002 / 2003 - no âmbito das Provas de Aptidão Profissional realizadas pelas alunas Beatriz Correia e Susana Maurício, que consistiram na recolha e multiplicção de espécies autóctones e exóticas, através do desenvolvimento de pesquisa local, quer a nível botânico, quer histórico; limpeza e organização de espaços respeitantes às zonas de produção, como a estufa fria, estufins e zonas exteriores. |
Observações
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*1 - DOF: Quinta da Regaleira, com o seu palácio, capela, torres, complexo subterrâneo e jardim, incluindo todos os elementos decorativos na estrada velha Sintra - Colares, no troço designado por Rua Barbosa du Bocage, 51. *2- Juromenha refere a existência de cruzes de via sacra na rua que conduz à fonte. Por este motivo estabelece-se uma associação da referida fonte à actual fonte da abundância, junto à última estação da via sacra; *3 - esta torre foi segundo a tradição, aquela que deu o nome à quinta, pois dela se disfrutava uma vista "que era uma regaleira". |
Autor e Data
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Pereira de Lima 2005 |
Actualização
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