Jardins da Quinta do Correio-Mor
| IPA.00022629 |
Portugal, Lisboa, Loures, Loures |
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Arquitectura agrícola e arquitectura recreativa. Quinta com jardins de caracterização estilística barroca. Unidade de organização do território com função produtiva ou recreativa associada a uma habitação permanente / temporária e contendo jardins e mata. Caracterização barroca patente na disposição geométrica de canteiros de buxo pontuados com estatuária barroca, nos lagos ornamentados que os centram e na presença do azulejo como elemento decorativo predominante. A quinta pertenceu, durante três séculos, às monjas de Odivelas e outros três numa só família. Com o seu palácio e jardins, representa a posição e marca a história dos Corrreios-Mor em Portugal. | |
Número IPA Antigo: PT031107070123 |
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Registo visualizado 906 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Jardim
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Descrição
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Propriedade de planta irregular, limitada por muro em ruínas ou já inexistente. Constituída por mata que cerca o palácio (v. PT031107070012) e os jardins acessíveis por dois caminhos, um de terra batida e outro de macadame. O Palácio com o seu pátio fronteiro limitado por gradeamneto é antecedido por um largo em terra batida. A S., patamar murado com jardim de buxo e corredor de estadia com vista para o palácio e largo de terra batida. Neste patamar, junto ao muro S. do jardim, casa de fresco revestida a loiça partida. Por escadaria acede-se a outo patamar com desenho quadripartido de canteiros de buxo. Centrando canteiros de buxo, estátuas e teixos de grande porte. Junto ao muro que limita a S. este patamar, fonte e a N. capela adjacente à fahada do Palácio. Caminho limitado por muro alto de suporte percorre a fachada posterior. O declive é ascendente para S. e plnanificada numa reentrância do palácio onde surge espaço contido por muro com canteiros e bancos de pedra, acessível por escadaria com por portão de ferro. Este espaço termina em gradeamento de onde se pode observar pátio interior em cota inferior e com acesso à casa. Ao cimo da rampa, entrada para a quinta marcada por pilares de pedra que suportam estaúras representando cabeças humanas de grande dimensão. Junto a muro de suporte a S., grande tanque revestido a azulejo representando as «metamorfoses de ovídeo». A O. do Palácio desenvolve-se extensa área de jardim formal de buxo em canterios regulares centrados por tanques barrocos com chafarizes. Os caminhos são limitados pelos canteiros de buxo que cresce livre e desordenadamente encobrindo os elementos construídos *2. |
Acessos
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Ramal da EN 8, Loures - Malveira. |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967 *1 |
Enquadramento
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Situada em zona plana, inserida na várzea de Loures, associada ao Rio Trancão e em base da encosta. Esta zona cooresponde a solos férteis, aluvionares assentes em formações sedimentares do Paleogénico, nomeadamente conglomerados, arenitos, calcários brancos e margas avermelhadas. A disponibilidade de água subsuperficial é elevada resultando na abundância de pontos de captação. O clima desta zona apresenta temperaturas moderadas e elevada humidade relativa. Área envolvente mantém um carácter rural com existência de pequenas hortas e areas de exploração. O sistema de vistas é abrange toda a encosta arborizada. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Recreativa: jardim |
Utilização Actual
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Recreativa: jardim |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Ana Conduto (1988); Ana Silva Dias (1988); António Canevari (1765-1766); Francisco David Carvalho Silva Dias (1988). ARQUITECTO PAISAGISTA: Gonçalo Ribeiro Telles (1973). |
Cronologia
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1295 a séc. 16, final - o domínio da Quinta e Casal da Matta pertence às monjas de Odivelas; séc. 16, final - António e Luís Gomes de Elvas Coronel arrendam a Quinta e Casal da Matta às monjas de Odivelas; 1606 - Luís Gomes de Elvas Coronel muda o seu nome para Luís Gomes da Matta torna-se Correio.Mor do Reino; 1607 - Luís Gomes da Matta pede, em testamento, ao seu sucessor que compre «a Quinta e Casal da Matta com as casas e todas as mais bemfeitorias que nella tenho feitas athe ao presente»; séc. 17, primeira metade - um filho de Luís Gomes da Matta casa com a Condessa de Monsanto usa o nome "Sousa Coutinho da Matta" e o filho deste (Luís Vitório) inverte o nome para "da Matta Sousa Coutinho"; 1696 a 1735 - Luís Vitório da Matta de Sousa Coutinho era Correio-Mor; 1735 - morre Luís Vitório da Matta de Sousa Coutino; 1755, 1 Novembro - o arquivo dos correios-mor ardem no incêndio que se sucedeu ao terramoto; 1765 e 1766 - conclusão das intervensões nos jardins e quinta, impulsionadas por José António da Mata de Sousa Coutinho, conforme projecto de António Canevari; 1790 - morre José António da Matta de Sousa Coutino; 1797 - o cargo de Correio-Mor é retomado pela coroa; o último Correio-Mor, Manuel José, recebe o título de Conde de Penafiel; 1869 - a filha de Manuel José de Sousa Coutinho, Maria da Assunção da Matta Sousa Coutinho casa com António José da Serra Gomes e é tornada Marquesa de Penafiel; 1875 - arruinada, a propriedade, é vendida a Quirino Luís António Louza; a filha, Filipa Maria Lousa Canna, casada com José Baptista Canna, empreende alguns restauros mas morrendo, a quinta fica abandonada; 1961 - morre Maria da Assunção Lousa Canna, que representava a família. 1966 - comprada por Miguel Quina que empreende total restauração; cria-se Casa Agrícola da Quinta da Matta Lda.; 1973 - projecto de reintegração dos jardins da quinta; 1975 - propriedade é nacionalizada; séc. 20, último quartel - construção do jardim a O. do edifício, atribuído ao arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles; 1988 - reaproveitamento da quinta, conforme projecto de Francisco David Carvalho Silva Dias, Ana Conduto e Ana Silva Dias. |
Dados Técnicos
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As construções do palácio e jardim adaptam-se ao relevo através da construção de muros de suporte e plataformas permitindo o desenvolvimento de diferentes espaços sepsrados altimétricamente; O Tanque de grande dimensões traduz uma grande capacidade de armazenamento de água para rega e ornamentação e a sua cota elevada permite um funcionamento por gravidade. |
Materiais
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Material Vegetal: buxo (buxo semperviriems); olaia (Cercis siliquastrum), tília (Tilia cordata); nespereira (Eriobotria japonica); magnólia (Magnólia grandiflora); hera (Hedera helix); teixo (Taxus baccata). Inertes: |
Bibliografia
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Brochura do Palácio do Correio-Mor, Casa Agrícola da Casa da Matta, Lda., Lisboa; AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1969; CARAPINHA, Aurora e TEIXEIRA , J. Monterroso, A Utopia com os Pés na Terra. Gonçalo Ribeiro Telles, Lisboa, 2003. p 272; TAMAGNINI, Matilde Pessoa de Figueiredo, Palácio do Correio-Mor em Loures, Sep. Belas Artes, nº 13, Lisboa, 1961; ARAÚJO, Ilídio de, Quintas de Recreio, in Bracara Augusta, Vol XXVII, fasc. 63. Braga, 1973; STOOP, Anne de, Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, Civilização, Porto, 1986; VAZ, Maria Máxima, Património Histórico-Artístico, Loures Tradição e Mudança - I Centenário da Formação do Concelho 1886 - 1986, vol. 1, Loures, 1986, p. 87 - 136; MECO, José, Azulejaria Portuguesa, Lisboa, 1989; GIL, Júlio, Os mais belos palácios de Portugal, Editora Verbo, Lisboa, 1992; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à actualidade, Porto, Edições Afrontamento, 1994; Carta Arqueológica do Município de Loures, Loures, 2000; CHÂTILLON, Graça e MORAIS, Luísa, 365 dias - Grande Lisboa e Vale do tejo, Diário de Notícias, 2002; COELHO, Sara D. F. M., Salvaguarda e recuperação de Quintas com Valor Histórico e Cultural - Recuperação da Quinta da Abelheira, Relatório do trabalho de Fim de Curso de Arquitectura Paisagista, Instituto Superior de Agronomia, Lisboa, 2004. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo pessoal de Gonçalo Ribeiro Telles |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - DOF: Palácio e Quinta do Correio-mor. *2 - nos Jardins do palácio decorreram as filmagens do filme "Os Canibais" de Manoel de Oliveira. |
Autor e Data
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Pereira de Lima 2005 |
Actualização
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Luísa Estadão 2007 |
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