Forte de Santiago / Castelo de Santiago / Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo

IPA.00002215
Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela
 
Arquitectura militar, quinhentista e seiscentista. Fortaleza seiscentista de planta poligonal composta por 4 baluartes, virados a terra, e por redente rectangular irregular integrando a torre da Roquete a S., quinhentista, unidos por cortinas rectas, de maior dimensão nas faces voltadas ao rio e ao oceano, e as viradas a terra reforçadas por dois revelins. Paramentos em talude, com a escarpa exterior em cantaria aparelhada, coroados por cordão e parapeito liso ou com canhoneiras nos orelhões, tendo nos ângulos flanqueados guaritas cilíndricas ou rectangulares, a meio das cortinas longas, assentes em mísulas sobre bolas, cobertas por domo. Possui apenas uma porta, em arco de volta perfeita, de aduelas em cunha, encimado por cornija, lápide inscrita e corpo rectangular, com telhado de quatro águas, frontalmente decorado por três brasões; o trânsito é coberto por abóbada de berço abatido e flanqueado por casamatas, acedidas por portais a partir do trânsito ou pelo pátio de armas, onde são rasgadas por portas ou janelas de peitoril, rectilíneas. Possui no interior dois antigos quartéis, de planta rectangular, com fachadas de dois pisos rebocadas e pintadas, e terminadas em cornija e beirada simples ou apenas beirada. O da cavalaria tem a fachada principal rasgada por três portais em arco de volta perfeita, o central entre duas pilastras suportando falso frontão interrompido por brasão, e por janelas de peitoril, em ritmo alternado por piso, as do segundo tendo inferiormente friso vertical de cantaria. Interior com vestíbulo rectangular, onde se desenvolvem as escadas para o piso superior, possuindo duas ou três alas paralelas. O quartel da torre do relógio apresenta-se rasgado por vãos rectilíneos, num ritmo muito irregular. O paiol tem planta rectangular, com células de armazenamento interiormente abobadadas, envolvidas por anteparo de protecção, alto, rasgado por portal central em arco de volta perfeita, sobre pilastras, e com alpendre adossado na face interna. Juntamente com a fortificação de Caminha, Valença e Monção, constitui uma das quatro grandes fortalezas em que assentava a antiga defesa do Noroeste português, a qual era complementada com pequenos fortes. Uma planta de 1753 mostra ainda que a defesa desta fortaleza era reforçada por um cais, de planta em L., "obra velhíssima" e em ruína, que partia da proximidade do baluarte de São Gabriel, onde as águas mansas e bravas, do rio e mar, batiam, afirmando-se que, se ele caísse, sentir-se-ia grande prejuízo na barra e deixava inútil a plataforma que tinha no topo. A fortaleza denuncia várias fases construtivas, integrando no ângulo virado ao rio a chamada torre da Roqueta, construção do séc. 16, de planta rectangular e de dois pisos, o superior com três salas intercomunicantes cobertas por abóbadas de berço, terminando em terraço com parapeito ameado, com ameias de corpo largo, tendo na face virada a terra três guaritas sobre consolas, duas delas actualmente incompletas, bem como brasão nacional entre esfera armilar e cruz da Ordem de Cristo. Interliga-se à fortaleza por um redente, denominado na documentação por plataforma de São Tiago, que acaba formando um falso baluarte, mas que também deverá possuir fases distintas de construção, já que apenas o ângulo SE., de traçado irregular, é percorrido por cordão. É através de um arco rasgado na face interna do redente, contendo um outro mais pequeno, que se acede ao piso inferior da torre da Roqueta, ainda que esta possua outro acesso, ao nível do terraço do redente. As cortinas que partem da torre da Roqueta, viradas ao rio e ao oceano, são bastante mais compridas, tendo por isso, a meio, guaritas, concentrando-se as obras de defesa no lado virado a terra, não só pelos baluartes, que têm orelhão direito, apenas num dos lados em dois deles e de ambos os lados nos outros, mas também pelo fosso circundante, onde entrava a água do mar, e pelos dois revelins, o da porta já do séc. 18 e maior que o outro; os baluartes com orelhão apresentam o flanco recuado vasado por amplo arco abatido e são acedidos por poternas em arco de volta perfeita. Sobre a única porta de entrada da praça, existe corpo elevado, dando-lhe maior elevação e domínio, funcionando como cavaleiro. No interior, destaca-se o antigo quartel de cavalaria, construído inicialmente com duas alas paralelas, e ampliado no final do séc. 18 com uma nova ala, conservando, no entanto, os antigos vãos da frontaria; estes foram mantidos nas obras de reabilitação da década de 1980, as quais uniformizaram a volumetria e o esquema das fachadas, muito alterado com obras realizadas ao longo dos tempos. O paiol é composto por duas células de armazenamento de diferentes tamanhos, conservando o típico sistema complexo de ventilação por meio de canais a partir das frestas.
Número IPA Antigo: PT011609190018
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Fortaleza    

Descrição

Fortificação de planta poligonal irregular, composta por um redente rectangular irregular, designado na documentação por plataforma de São Tiago, integrando a chamada torre da Roqueta, também rectangular, ambas salientes do cunhal SO., e quatro baluartes, virados a terra, nas restantes faces, denominados de NO. para SE., no sentido dos ponteiros do relógio, de São Filipe, São Pedro, São Rafael e São Gabriel, unidos por cortinas rectas, e com defesa das cortinas dispostas a N. e E. reforçada por dois revelins, o a E. protegendo a porta, de maiores dimensões. O baluarte de São Filipe e de São Gabriel possuem apenas num dos lados orelhão direito enquanto os de São Pedro e São Rafael possuem de ambos os lados, apresentando o flanco recuado vasado por amplo arco abatido e sendo acedidos por poternas em arco de volta perfeita. Cada um dos baluartes é acedido por rampa, pavimentada a lajes de cantaria. Paramentos das cortinas, baluartes e revelins em talude, com a escarpa exterior dos primeiros em cantaria de aparelho regular e a dos revelins em alvenaria de pedra irregular, disposta a seco, coroados por cordão e parapeito liso ou, nos baluartes com orelhão, de canhoneiras. Os seus ângulos flanqueados são coroados por guaritas cilíndricas assentes em mísulas pouco salientes sobre duas bolas, sendo inferiormente circundadas pelo cordão e superiormente rasgadas por pequenos vãos rectangulares dispostos na vertical; são acedidas por vão de verga recta, cobertas por domo sobre cornija, coroadas por pináculo com bola, algumas delas conservando ainda banqueta. A meio das cortinas viradas a S. e a O., ou seja entre o baluarte de São Gabriel e a plataforma de São Tiago e entre esta e o baluarte de São Filipe, surge guarita quadrangular, assente em consolas. É rasgada por uma única porta, virada a E., protegida pelo REVELIM DA PORTA, interligado por um dos ângulos ao fosso, com portal em arco de volta perfeita e aduelas em cunha, enquadrada por duas pilastras toscanas suportando entablamento centrado pelas armas de D. João de Sousa, numa tarja e com coronel de conde, encimado por cornija sobreposta pelas armas de Portugal, entre aletas, com coroa fechada. A escarpa interior possui rampa de acesso a SE.. Uma ponte fixa de cantaria, formando meio cavalete, sobre arco abatido, estreito, e com guarda plena também de cantaria, vence o fosso e acede à PORTA DA PRAÇA, rasgada em plano sensivelmente recuado à escarpa; possui portal em arco de volta perfeita, de aduelas em cunha, encimado por cornija e lápide inscrita; sobre este, desenvolve-se espaldar pertencente a um corpo rectangular posterior, em cantaria, com cobertura em telhado de quatro águas, frontalmente decorado por três brasões, o central com as armas de Portugal e os laterais com as de D. Diogo de Lima, encimados por duas frestas de tiro rectangulares, molduradas; termina em cornija recta, coroada por bolas sobre acrotérios e, ao centro, por duas aletas afrontadas; nas faces laterais, possui duas gárgulas. Trânsito coberto por abóbada de berço abatida, flanqueado por casamatas, acedidas pelo próprio trânsito e exteriormente, pela face interna; esta surge rebocada e pintada de branco, terminada ao centro por empena contracurvada, sob a qual se rasga o amplo arco de volta perfeita, sem moldura; nas casamatas abrem-se cinco vãos rectilíneos, moldurados, com bandeira, sendo os do lado esquerdo quatro portas e uma janela de peitoril, e no outro três portas e duas janelas. Fachadas laterais rasgadas ao centro por janela de peitoril semelhante. Ladeiam as casamatas, poternas de acesso ao orelhão, com arco de volta perfeita sobre os pés direitos. O REDENTE OU PLATAFORMA DE SÃO TIAGO apresenta paramentos em talude, apenas com cunhal SE. percorrido por cordão, terminada em terraço pavimentado a lajes de cantaria. Integra a TORRE DA ROQUETA, de paredes aprumadas, também terminada em terraço, protegido por parapeito ameado, com ameias de corpo largo, tendo a N. três guaritas, rectangulares, assentes em consolas escalonadas, estando completa apenas a disposta a E., que é coberta por domo; o acesso ao terraço é feito por escada de cantaria adossada a E., com guarda unilateral, em ferro, a partir do terrapleno, o qual comunica ainda com o terraço da plataforma. A torre é rasgada a S., num plano baixo, por seteira e, superiormente, ao nível da plataforma, por porta de verga recta entre duas janelas de capialço, todas gradeadas; a O. abre-se janela gradeada e, a N., sob a guarita central, possui brasão com as armas nacionais, encimado por coroa fechada, entre esfera armilar e cruz de Cristo, relevadas. Um amplo arco de volta perfeita sobre os pés-direitos, integrando um outro mais pequeno, rasga-se a N. da plataforma, e permite aceder ao INTERIOR da torre, de dois pisos, com paredes em alvenaria de pedra aparente, o térreo com pavimento de lajes e o superior de madeira, sobre travejamento assente em mísulas; o segundo piso possui três salas, a central mais larga, intercomunicantes por porta de verga recta, cobertas por abóbadas de berço, assente em cornija, que é alteada sobre as portas de comunicação. A O. do pátio de armas, erguem-se os antigos QUARTÉIS DE CAVALARIA, de planta rectangular, massa simples e cobertura homogénea com telhado de duas águas, integrando cinco águas-furtadas. Fachada principal virada a E., de dois pisos, rebocados e pintados de branco, com cunhais em cantaria e terminada em friso e cornija, sobreposta por beirada simples; ao centro possui pano estreito de cantaria, onde se rasga o portal principal, em arco de volta perfeita e duas arquivoltas, sobrepostas por cartela inscrita, assente em pilastras, e ladeado por duas outras pilastras toscanas, suportando pináculos relevados e de onde partem fragmentos de cornija, criando falso frontão interrompido por brasão nacional em cartela recortada e com coroa encimada por cruz. Ao nível do segundo registo, ladeia este pano, dois óculos circulares com moldura em losango. Lateralmente, a meio de cada um dos panos laterais, abre-se portal em arco de volta perfeita, dobrado, sobre impostas salientes e com moldura larga, que se desenvolve superiormente, formando recorte, e se interliga à janela de peitoril do segundo piso. Entre os portais, abrem-se regularmente e num jogo alternado, janelas de peitoril, rectilíneas e molduradas, sendo estas, nas do segundo registo, prolongadas por friso vertical, estreito. Fachadas laterais terminadas em empena, rasgadas no primeiro registo por um portal em arco de volta perfeita e outro de verga recta, tendo a meio escadas de cantaria de acesso ao segundo piso, onde se abre portal também de verga recta e uma janela de peitoril, tendo no lateral direito janela estreita geminada com a porta; no terceiro rasgam-se duas janelas rectangulares, molduradas (à esquerda) ou apenas uma (à direita). Fachada posterior rasgada regularmente por portas de verga recta no piso térreo e por janelas de peitoril no segundo, num ritmo mais espaçado, todas com molduras simples; sensivelmente a meio possui passadiço envidraçado, coberto por placa, comunicando com a escarpa interior. INTERIOR possuindo eixo central longitudinal, composto pelo vestíbulo, rectangular, estreito, e duas (à esquerda) ou três (à direita) alas transversais, paralelas, revelando a ampliação do edifício. Paredes rebocadas e pintadas de branco, com pavimento em lajes de cantaria, cerâmico e em soalho de madeira, possuindo superiormente mísulas de suporte do antigo tecto. No vestíbulo central desenvolvem-se as escadas, em cantaria, para o piso superior, com guarda vasada, tendo arranque volutado, ladeado por dois plintos; enquadram-na duas frestas de tiro de molduras rectas com ângulos salientes. A ala intermédia comunica com a disposta frontalmente pelos antigos vãos, no piso térreo portais em arco de volta perfeita, alguns transformados em janelas em meia-lua, e no segundo por janelas rectilíneas com conversadeiras; nos vários pisos, conserva vãos rectangulares correspondendo a armários embutidos. Na ala esquerda possui auditório em anfiteatro, com as paredes revestidas a madeira e pavimento alcatifado. A S. do pátio de armas, ergue-se o antigo QUARTEL DO SARGENTO-MOR E SOLDADOS E O QUARTEL DO GOVERNADOR, de planta rectangular e massa simples, com cobertura em telhado de duas águas. Fachadas de dois pisos, rebocadas e pintadas de branco, terminadas em beirada simples. Fachada principal virada a N., rasgada por vãos rectilíneos de molduras simples, sendo no piso térreo portas, de diferentes larguras e num ritmo mais apertado ou espaçado, e algumas janelas de peitoril, e no segundo piso janelas de varandim com guarda em ferro e janelas de peitoril, num ritmo irregular. Ao centro do edifício eleva-se torre quadrada, de cunhais em cantaria, terminada em cornija e com cobertura piramidal em cantaria; a N. possui relógio circular e óculo. Fachadas laterais terminadas em empena, rasgadas por portas ou janelas de peitoril; na posterior abrem-se vãos semelhantes à fachada principal, mas mais irregular, possuindo passadiço de ferro, a meio, de ligação ao terrapleno. Nas imediações da gola do baluarte de São Pedro, ergue-se o PAIOL, de planta rectangular, composto por duas células de armazenamento, a da direita maior, com cobertura homogénea em telhados de duas águas, envolvidas por anteparo de protecção, alto. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, terminadas em cornija e beirada simples nas células e apenas em beirada simples no anteparo; este é rasgado frontalmente por portal em arco de volta perfeita, sobre pilastras, enquadrado por pano de cantaria, terminado em frontão triangular, tendo no tímpano brasão nacional, com coroa fechada. O anteparo possui na face interna da fachada principal alpendre adossado, com cobertura de telha de uma água, suportada por pilares quadrangulares de cantaria, com chanfro. Pavimento exterior do paiol em paralelos de granito com vala de drenagem periférica. Fachada principal das células rasgadas por porta de acesso a cada uma delas, de verga recta moldurada, ladeada por uma ou duas frestas de tiro, com complexo sistema de ventilação. Fachadas laterais terminadas em empena, a direita rasgada por fresta de tiro e a posterior por uma ou três frestas de tiro. INTERIOR das células com paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento de lajes de cantaria e cobertura em abóbada de berço. Entre o paiol e a gola do baluarte de São Rafael, ergue-se a Capela de Santiago (v. PT011609190183).

Acessos

Monserrate, Avenida Campo do Castelo. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,688920; long.: -8,838207

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 149 de 27 junho 1973

Enquadramento

Urbano, isolado, no extremo NO. de Portugal, a O. da cidade, na foz do rio Lima, dominando a entrada da barra de Viana, e o oceano Atlântico, sendo parcialmente envolvido pelas construções do porto e estaleiro de Viana. Entre a estrada que contorna a cidade, a O., e a fortaleza, existe amplo terreiro com estrada de acesso ao imóvel, pavimentada a paralelos, sendo no troço inicial bordejada por árvores. Na frente ribeirinha, a O., entre a fortaleza, os estaleiros navais e a bacia de manobra, ou seja, no anteporto, existe placa arrelvada, uma ciclopista, vários bancos de pedra e ergue-se estátua de bronze, do escultor Manuel Rocha, com 10 m de altura; representa Viana, figurando uma mulher de panejamentos ao vento oferecendo uma flor, em bronze, sobre plinto de granito. Sobre o baluarte de São Filipe, ergue-se o Farolim de Santiago (v. PT011609190250).

Descrição Complementar

Sobre o portal do revelim da porta surgem as armas do governador de armas da Província D. João de Sousa (do Prado), com escudo esquartelado, tendo no I e IV quartel cinco escudetes carregados de besantes e no II e III um leão rampante. Sobre a porta da praça, surge lápide rectangular com a seguinte inscrição, em cinco regras: FES SE ESTA OBRA NOS ANNOS DE 1652 ATHE O DE 1654 GOVERNANDO AS ARMAS E EX. DESTA PROVINCIA DE ENTRE DOURO E MINHO DOM DIOGO DE LIMA NONO VISCONDE DE VILLA NOVA DE CERVEIRA. Sobre a lápide, dispõem-se três brasões, o central com as armas nacionais, com cinco escudetes, postos em cruz, cada um deles carregado de cinco besantes, postos em sautor, e bordadura carregada de sete castelos; são encimadas por coroa fechada encimada por cruz latina sobre globo; os laterais têm as armas de D. Diogo de Lima, de ouro com quatro palas de vermelho; todos os escudos são envolvidos por colar com flores e cruz de Cristo, relevada. No final do trânsito, sobre o arco virado ao pátio de armas, existe escudo pouco perceptível de D. Pero Bermudes de Santisso, mestre de Campo, com lápide rectangular contendo inscrição alusiva às obras feitas por D. Filipe II, já pouco perceptível: FUNDO I GUARNECEO ESTE CASTILLO EL MAESTRO DE CAMPO PERO BERMUDEZ DE SANTISSO... Sobre o portal principal do antigo quartel de cavalaria, surge cartela recortada, com a inscrição, em 6 regras, avivada a preto: OBRA FEITA GOVERNANDO AS ARMAS DESTA PROVÍNCIA O ILMO E EX. T. GAL DAVID CALDER ANNO DE 1799. No vestíbulo do quartel existe lápide em granito, com a seguinte inscrição, em 7 regras: REABILITAÇÃO E RESTAURO DO CASTELO DE SANTIAGO DA BARRA INAUGURAÇÃO POR SUA EXCELÊNCIA O SENHOR PRIMEIRO MINISTRO PROFESSOR DOUTOR ANÍBAL CAVACO SILVA VIANA DO CASTELO, 3 DEZEMBRO 1994.

Utilização Inicial

Militar: fortaleza

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural / Política e administrativa: direção-regional / Educativa: escola de ensino especial

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Luís Coutinho Ramos (1986), Luís Faro Viana (1986), Paulo Trindade (1986). ENGENHEIROS: Filipe Terzi (1588 / 1589), Leonardo Turriano (1588 / 1589), Manuel Pinto de Vilalobos (1686 / 1703), Miguel de Lescole (1686 / 1703), Tiburzio Spanochi (1589).

Cronologia

1459 - os procuradores de Viana, nas Cortes de Lisboa, queixam-se da pirataria galega e francesa, o que levou, provavelmente, à construção de um forte na embocadura do rio, possivelmente constituído por um pano de muralha de planta quadrangular, tendo no meio uma torre - a actual roqueta; 1502 - D. Manuel I manda construir torre da Roqueta; 1566 - esteve em Viana o fidalgo Vasco Lourenço Barbudo para se ordenar uma fortaleza na vila de modo a defendê-la dos franceses; 1568, Maio / 1572, Junho - por ordem de D. Sebastião, foi acrescentado uma cerca externa rectangular, cujos estudos preparatórios se iniciaram em 1567; 1569, 11 Junho - refere-se em sessão camarária que o forte, à entrada da vila, já tinha uma parte feita; veio a Viana o Provedor da Comarca, que aprovou os projectos do forte, e tomou medidas financeiras para a sua conclusão: decidiu-se que a Coroa daria 200 cruzados e o rendimento da imposição da vila e os moradores dariam 3% sobre o valor das mercadorias entradas no porto; 12 Junho - Câmara decide que na entrada da vila se fizesse um forte para defesa, porque o dito forte "estava parte dell efeyto"; 1571 - dotou-se a fortificação com artilharia, uma peça grande de metal e duas de ferro; 1572 - conclusão da obra, incluindo os valados e fossos no campo de Santa Catarina; mediria cerca de 30 por 40 metros e aproveitava a torre da roqueta, no cunhal SE.; o 1º governador, eleito pela Câmara, foi Baltasar Fagundes; 1574 / 1788 - Viana é atacada com frequência por piratas franceses, ingleses e holandeses; 1580 - limpeza das trincheiras; edificação dos fortes auxiliares de Santa Luzia e de Nossa Senhora da Conceição; 1588, Dezembro / 1589, Março - entre estas datas, deve ter estado em Viana Filipe Terzi, o qual elaboraria depois um plano de reforma da fortificação; 1589, cerca - D. Filipe I (II de Espanha) ordenou o reforço dos dispositivos de defesa e alterações de traçado, com direcção de um dos irmãos Fratin ou até Tiburzio Spanochi sob a orientação, em obra, de Mestre de Campo, D. Pedro Bermudes de Santisso; este mobiliza os lavradores dos arredores para o transporte de pedra e terras necessárias para as obras; a pedra provinha do monte de Santa Luzia, do lugar de Povoença; o início das obras foi assinalado por missa solene celebrada pelo cónego Gaspar Paes; as obras de ampliação do castelo incluíram no seu interior a capela de Santa Catarina, a qual juntamente com a fortificação passaram a chamar-se de Santiago, padroeiro da coroa espanhola; 1589 - as obras, sob a vigilância dos técnicos espanhóis, iam adiantadas; para acelerar o seu andamento e obter a colaboração da Câmara e moradores, prometeu-se a isenção da obrigação da aposentadoria; 1593 - pensava-se já artilhar a fortificação, que tinha novo governador, o espanhol D. Francisco Bermudes de Castro; 1596 - data da inscrição virada ao pátio de armas assinalando a conclusão das obras, por D. Pero Bermudez de Santisso, Mestre de Campo; 1640, 19 Dezembro - D. Bernardim Polano y Santillana, o último governador espanhol, rende-se; 1652 / 1654 - melhoramentos e acréscimos no forte, promovidos por D. Diogo de Lima, Visconde de Vila Nova da Cerveira, e governador das Armas da Província de Entre Douro e Minho; 1654 - construção do baluarte de São Pedro; 1669 - Miguel de Lescole queixa-se de que os oficiais da Câmara de Viana usavam a pedra que se tinha quebrado nos fossos da fortaleza para a fábrica do cais que então se fazia; 1686 / 1703, entre - sendo governador D. João de Sousa, executam-se várias obras, dirigidas inicialmente pelo engenheiro Miguel de Lescole e depois por Manuel Pinto de Villalobos; construção de dois revelins, um a proteger a entrada e outro a N., alguns edifícios no interior, nomeadamente os quartéis para os soldados, os armazéns de armas e munições (paiol) e cavou-se o fosso ao redor das cortinas viradas a terra (flanco N., Nordeste e E.); 1693 / 1699 - Conselho de Guerra determina que o Eng. Manuel Pinto de Vilalobos procedesse a reparações da fortaleza; séc. 17 - planta do forte assinala cisterna junto à capela, a qual deve ter sido reformada nesta centúria; 1713, 5 Novembro - data do desenho mais antigo do forte, traçado por Manuel Pinto de Vilalobos; 1745, 11 Dezembro - Câmara autoriza a Confraria dos militares a se estabelecerem na capela de São Sebastião; 1753 - planta localizando na roqueta a prisão "aspérrima"; 1758, 28 Maio - segundo o relato do cónego prior João de Alpuim de Lima, nas Memórias Paroquiais da freguesia, a fortaleza e castelo de Santiago podia alojar 3000 soldados nas suas 10 cortinas e muralhas, tinha "3 fortes revelins", era cercada de trincheiras e fossos, onde podia entrar a água do mar, tinha alojamento para a infantaria e para a cavalaria, com "muitos e bem formados quartéis" e um templo dedicado a São Tiago, com 3 altares e sacrário, para administração dos sacramentos aos seus habitantes; encontrava-se suficientemente guarnecida de artilharia, de bronze, de ferro e, fora do forte, existiam uns quartéis bem feitos em que assistiam os soldados que da guarnição da praça; 1759, 25 Março - data de um desenho da fortaleza, assinado pelo ajudante de Infantaria e Engenheiro da Província do Minho, José Martins da Cruz; 1777, Julho - data do desenho da fortaleza, feito pelo Capitão engenheiro José Champalimaud de Nussane, onde se salienta a representação a tracejado das passagens abobadadas para a defesa das cortinas entres baluartes, duas guaritas em balcão no meio das cortinas do campo da Agonia, a capela com adro e, junto desta, um poço; 1779 - data inscrita na lápide sobre a porta do corpo central do edifício O. da parada, as cavalariças, obra iniciada no tempo de David Calder, mas terminada durante o governo do tenente general Gonçalo Pereira Caldas; 1793 - construção de um segundo revelim, para facilitar as sortidas sobre o campo da Agonia; 1794 - o Governador de Armas, Gonçalo Caldas, pretendendo meter água no castelo, mandou romper os seus muros, o que levou à reclamação dos pescadores junto da Câmara, por lhe dificultarem ou impedirem a lavagem das redes, já que eles detinham, desde 1502, a posse administrativa da praia fluvial da margem direita do rio, desde Gontim até Santa Catarina, o que lhes foi acedido; 28 Agosto - data de um desenho da fortaleza feito pelo Capitão Engenheiro Filipe Neri da Silva, representando a construção das casas da guarda junto à porta principal da parada, algumas ampliações no pano N. da capela, vários armazéns na fachada posterior do edifício O. da parada; não representa as duas guaritas nas cortinas do campo da Agonia; dentro do recinto do paiol, percebe-se ainda a construção de um alpendre; 1795 - reedificação da fonte do Campo do Castelo da Barra e seu encanamento de água para o interior da fortificação; nomeado governador das Armas da Província do Minho o general David Calder; 1799 - melhoramentos por General David Caldes; construção de quartel afastado do forte sob a direcção do governador de Armas de Província e actualmente demolido; ampliação do edifício central que passou a ser o dos armazéns, acrescentando às duas alas paralelas uma terceira; construção da torre do relógio no edifício implantado a S.; séc. 18, finais / 19, inícios - construção da casa do Governador no topo O. do edifício S. da parada; 1809 - acantonamento de uma companhia de ordenanças no forte para travar o avanço de um destacamento da invasão francesa liderada por Soult; 1821 - queixa dos pescadores contra o governador por este querer proibir os pescadores de lavarem e secarem as redes no campo próximo do castelo; 1830 - abertura de uma porta de comunicação directa entre o castelo e o fortim da barra; Novembro - uma planta desta altura representa já completa a sequência de pequenos armazéns na fachada posterior do edifício das cavalariças O. e as próprias cavalariças já estavam ampliadas; 1846 - durante a revolta da Maria da Fonte, o regimento de infantaria nº 3, não aderindo ao movimento, recolhe-se no forte, dando-se depois a sua tomada; 1847, 28 Fevereiro - cercado pelo conde das Antas, comandante das tropas da Junta do Porto, em sublevação contra o regime dos Cabrais; 7 Abril - retirada da guarnição e deslocação do Comandante da Praça a Lisboa para entregar à Rainha D. Maria II as chaves do forte; 1848, 20 Janeiro - elevação de Viana da Foz do Lima a cidade, passando a designar-se Viana do Castelo; 1876 - a Direcção das Obras Públicas entrega ao Director do Telégrafo Postal um farolim para montar no interior da fortaleza; 1895 - partiram do forte os contingentes para a expedição à Índia; séc. 20, inícios - construção de 3 casernas para albergar os destacamentos militares em trânsito para a I Guerra Mundial; 1960, finais - transferência do regime de Artilharia ligeira nº 5 para Penafiel; 1977 - ainda servia de quartel militar, aproveitando-se o terreiro da parada para a realização da "Festa do Traje", durante as festas da Senhora da Agonia; 1978 - retirada do último destacamento militar - o Batalhão de Caçadores nº 9; 1979, Dezembro - governo extingue ali o serviço militar e devolve o forte ao Ministério das Finanças; 1980, década - reutilização de alguns edifícios como creche e Jardim-de-Infância da Santa Casa da Misericórdia; 1982, 20 Outubro - Despacho do Director-Geral do Património do Estado autorizando a cessão, a título precário e gratuito, do forte à Comissão Regional de Turismo do Alto Minho; 1983, 5 Maio - data da escritura em que a Direcção Geral do Património do Estado cede a fortaleza, a título precário e gratuito, à Região de Turismo do Alto Minho; 1985 - a Comissão Regional de Turismo, no seu programa de actividades, propõe a reabilitação e restauro da fortaleza; Julho - apresentação de Relatório Base de aproveitamento do forte para Turismo e Cultura pelo Gabinete de Apoio Técnico do Vale do Lima, para aprovação; 1986 - ali funcionou temporariamente a Escola Superior de Tecnologia e Gestão; 1986, meados - aprovação de relatório em que considerava as construções a demolir ou restaurar, a definição do programa base, critérios de faseamento das intervenções, etc; 1980, finais da década - demolição da sacristia e do anexo adossados à fachada lateral N., durante o restauro da capela; 1994, 3 Dezembro - inauguração oficial da nova sede da Região de Turismo do Alto Minho - Costa Verde no antigo quartel de cavalaria; 1999, 5 Outubro - inauguração da estátua de Viana erguida na frente ribeirinha, executada pelo escultor Manuel Gonçalves Rocha, constituída por um plinto granítico de 5 m, encimado por escultura em bronze, com 5 m., com a carnação feita com cerca de 200º folhas de ouro, de 24 quilates; 2007 - início do funcionamento da Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo no edifício da trorre, a S. do pátio de armas, após a sua recuperação.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria ou cantaria de granito aparente ou rebocado e pintado; placa de betão; portas e caixilharia de madeira; grades de ferro; vidros simples nos vãos, portas e divisórias interiores; pavimento cerâmico, em lajes de cantaria e em soalho de madeira; pilastras, frisos e cornijas, molduras dos vãos e outros elementos em cantaria de granito; cobertura de telha.

Bibliografia

LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 10, Lisboa, 1882; GUERRA, Luís Figueiredo da, Esboço Histórico. Viana do Castelo, Coimbra, 1877; idem, Guia de Viana do Castelo, s.l., 1923; ibidem, Castelos do Distrito de Viana, Coimbra, 1926; CRESPO, José, Monografia de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1957; BANDEIRA, Luís Stubbs M., Castelo de Santiago de Viana do Castelo in MANA SUME nº 118, Ag / Out 1982, p. 14 - 18; GIL, Júlio, CABRITA, Augusto, Os Mais Belos Castelos e Fortalezas de Portugal, Lisboa, 1986; MOREIRA, Manuel António Fernandes, O Município e os forais de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1986; MOREIRA, Rafael, Do Rigor Teórico à Urgência Prática: A Arquitectura Militar in História da Arte em Portugal, vol. 8, Lisboa, 1986, p. 67 - 85; Comissão Regional de Turismo do Alto Minho, Aproveitamento do Castelo de Santiago da Barra para o turismo e cultura, Viana do Castelo, 1986; MOREIRA, Rafael, dir., História das Fortificações Portuguesas no Mundo, Lisboa, 1989; CALDAS, João Vieira e GOMES, Paulo Varela, Viana do Castelo, Lisboa, 1990; FERNANDES, Francisco José Carneiro, Viana Monumental e Artística. Espaço Urbano e Património de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1990; SOROMENHO, Miguel, Manuel Pinto de Vilalobos da Engenharia Militar à Arquitectura, Dissertação de Mestrado em História da Arte Modertna, vol. 1, U.N.L., 1991; LEAL, António J. Cunha, Roteiro Arqueológico de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1992; MOREIRA, Manuel António Fernandes, Os Mareantes de Viana e a Construção da Atlantidade, Viana do Castelo, 1995; ANTUNES, João Manuel Viana, Obras Militares do Alto Minho: a Costa Atlântica e a Raia ao Serviço das Guerras da Restauração, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras do Porto, 1996; CORREIA, Delmira Alberto, Fortificação abaluartada no litoral Norte de Portugal, dissertação de Mestrado, U.T.L. - Faculdade de Arquitectura, 1997; PEIXOTO, António Maranhão, O Litoral de Viana e a sua arquitectura militar, Viana do Castelo, 2001; FERNANDES, Francisco José Carneiro, Tesouros de Viana. Roteiro Monumental e Artístico, Viana do Castelo; Viana do Castelo: escola de Hotelaria vai instalar-se no Castelo de Santigo da Barra, Público, Porto, 15 Março 2002, p. 50; CAPELA, José Viriato, As freguesias do Distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758. Alto Minho: Memória, História e Património, Braga, 2005.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN; www.exercito.pt/bibliopac/

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN; AHM: Fortaleza de Valença, 3ª Divisão, 9ª Secção, Caixa 9, 10, 11

Intervenção Realizada

1822 - reparação das portas e janelas de alguns edifícios dos quartéis; 1986 - início das obras de recuperação e adaptação do forte para instalação da sede da Região de Turismo do Alto Minho, com projecto de arranjos exteriores dos arquitectos Luís Coutinho Ramos, Luís Faro Viana e Paulo Trindade; a requalificação do espaço público envolvente tem projecto da autoria do arquitecto Paulo Trindade; as obras tiveram financiamento do Plano Integrado de Desenvolvimento Regional do Alto Minho e assistência técnica a cargo do Gabinete de Apoio Técnico do Vale do Lima; constaram de 6 fases: desmantelamento de todos os apêndices que descaracterizavam a fortaleza (camaratas existentes no topo N. e S.); recuperação de todo o recinto muralhado; limpeza do fosso e iluminação monumental; restauro da Capela de Santiago e do paiol; recuperação da zona envolvente da torre da Roqueta; instalação na torre da Roqueta de uma copa interligada por monta-pratos ao piso superior, instalações sanitárias; obras de restauro do edifício central, os antigos quartéis de cavalaria, e sua adaptação para instalação, no piso térreo, do centro de congressos, com um auditório, com capacidade para 405 lugares, salas para conferências e exposições, e, no segundo piso, para instalação da sede da Região de Turismo do Alto Minho; construção de armazém e instalações sanitárias, sob o terrapleno, de apoio ao complexo, e com o qual comunica por uma galeria envidraçada; recuperação do edifício da torre do relógio para Núcleo da Escola de Hotelaria do Norte; construção de um corpo a O. deste edifício para outros serviços da escola; melhoria de toda a zona envolvente com estudo paisagístico e ligação do castelo ao plano Estratégico da cidade de Viana (Programa Polis): manutenção das espécies existentes; criação de zonas verdes e organização do trânsito e estacionamento automóvel; construção de uma ciclovia com trajecto e pavimentação definitiva completado no âmbito do Programa Polis; plantação de 1 magnólia branca, no extremo do percurso pedonal; DGEMN: 1990 - obras de conservação; 1992 / 1993 - beneficiações do paiol; 2002 - conclusão dos trabalhos de conservação da Torre da Roqueta; 2006 / 2007 - conclusão dos trabalhos de pintura das novas instalações e tratamento dos logradouros circundantes do Núcleo Escolar de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo (edifício com torre).

Observações

*1 - Segundo o texto Dr. Pedro Augusto Ferreira, publicado no Commercio Portuguez e citado por Pinho Leal, junto à base de uma das cortinas da muralha, que dava para uma porta por onde se ia para o castelo, existia uma grande pedra quadrangular, embutida no muro sem saliência com a seguinte inscrição: POR MANDADO DE SUA MAGESTADE, SEJA NOTORIO ÀS EMBARCAÇÕES PORTUGUEZAS, QUE PASSAREM POR ESTA FORTALEZA, QUE NEM À ENTRADA N'ESTE PORTO, NEM À SAÍDA D'ELLE ME DEVEM SALÁRIO, PROPINA NEM DIREITO ALGUM, NEM A ELLA, NEM ÀS PESSOAS, QUE N'ELLA SERVEM; E ÀS EMBARCAÇÕES ESTRANGEIRAS SEJA NOTÓRIO, QUE POR ENTRADA NÃO ME DEVEM TAMBÉM COUSA ALGUMA, E À SAÍDA ANDE PAGAR UM CRUZADO POR CADA EMBARCAÇAM, E NENHUMA OUTRA COUSA MAIS. LISBOA XIX DE NOVEMBRO DE M.D.LVII (LEAL, Pinho, p. 337).

Autor e Data

Paula Noé 1992 / 2008

Actualização

 
 
 
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