Castelo do Queijo / Fortaleza do Queijo / Forte de São Francisco Xavier do Queijo / Museu Militar
| IPA.00000216 |
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde |
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Arquitectura militar, seiscentista. Pequena fortificação costeira, incluída na linha defensiva entre o Douro e Minho. Apresenta planta trapezoidal irregular, envolvida por fosso, composta por plataforma rectangular sobrelevada, rematada por guaritas pentagonais nos vértices, cobertas por cúpulas e coroadas por pináculos boleados. Portal principal em arco de volta perfeita, encimado por espaldar com escudo nacional, coroado, precedido por ponte levadiça. Miguel L'École criou uma tipologia de planta trapezoidal, baseada num triângulo equilátero cujo vértice aponta ao mar, que serviria de modelo a outras tardias baterias costeiras de Entre Douro e Minho. |
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Número IPA Antigo: PT011312090019 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Fortaleza de planta trapezoidal, sobre embasamento rochoso, rodeado por fosso seco e partes que chegam a ficar inundadas pelo mar. Alçados com muros em alvenaria de granito de aparelho em fiadas regulares, em talude, com friso redondo no topo, encimado por parapeito em aparelho irregular, rasgado por canhoeiras. Nos ângulos das fachadas laterais apresenta guaritas facetas, pentagonais, rematadas em cornija e cobertura em cúpula, boleada no topo, assentes sobre mísulas de secção triangular, de toros escalonadas, adossados aos cunhais. Fachada principal virada a SE., com cortina central rasgada por portal em arco de volta perfeita sobre impostas salientes e pés direitos, formado por aduelas regulares, fendidas, ao qual se acede por ponte levadiça em madeira, assente sobre mísulas. Sobre o portal, a interromper a cornija, surge pedra de armas de Portugal, sobrepujada por coroa real e frontão interrompido e coroado por esfera de granito. Ladeiam a pedra de armas os sulcos verticais reforçados por moldura de ferro, de onde pendem as correntes de sustentação da ponte levadiça. Nas restantes fachadas, todas as cortinas são cegas. INTERIOR*1: pela ponte levadiça acede-se a pequeno túnel seccionado em dois espaços, conservando os vestígios da existência de portas, coberto por abóbada de berço, rasgado lateralmente por três seteiras de cada lado. O túnel liga a um átrio, coberto posteriormente por grelhas metálicas e placas envidraçadas, que dá acesso ao bar, paiol com cobertura em abóbada de berço, escadas, varandins e portas de entrada para as restantes dependências. Do átrio, parte também uma rampa de acesso à plataforma superior. Na mesma parede onde se apoia a rampa, apresenta dois nichos de granito, com imaginária também em granito. |
Acessos
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Praça de Gonçalves Zarco |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 23 684, DG, 1ª série, n.º 65 de 20 março 1934 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria n.º 574/2011, DR, 2.ª série, n.º 109 de 6 junho 2011*1 |
Enquadramento
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Marítimo. Implanta-se sobre maciço rochoso, em posição dominante sobre o oceano, a pouca distância da Foz do Douro e de Matosinhos. Próximo, para NE. desenvolve-se o Parque da Cidade (v. PT011312010391) com ligação directa ao mar. |
Descrição Complementar
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No túnel de entrada, lado esquerdo, em placa de bronze, surge a seguinte inscrição: NÃO VOLTAMOS TODOS... COM LÁGRIMAS QUE SE NÃO VÊEM, COM O CHORO QUE SE NÃO OUVE, AQUI ESTAMOS, EM SENTIDO SILENCIOSOS... COMO ELES, PRESTANDO-LHES A NOSSA HOMENAGEM. COMANDO - 9 MARÇO 1985. Nicho do lado esquerdo, em cantaria de granito lavrada, apresenta arco de volta perfeita, encimado por frontão interrompido, formado por duas volutas que enrolam na parte superior, rematado por uma vieira. No interior alberga uma representação em pedra de São Francisco Xavier. Nicho do lado direito, em cantaria de granito, simples, rematado em arco abatido, albergando a imagem de Nossa Senhora. |
Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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Ministério da Defesa Nacional / Exército |
Época Construção
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Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Miguel de L'École. |
Cronologia
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Séc. 15 - Provável data de construção do primitivo forte que existia no local; 1643 - D. João IV ordenou a construção de um novo forte; 1651 - Juízes e vereadores municipais da Câmara do Porto, um capitão de mar e guerra, de nome António Pires Picão e vários outros capitães de naus e navios, chegam à conclusão que aquele não seria o melhor lugar para a edificação do forte, por não haver nessa paragem livre desembarcadouro, por ser pedraria e costa brava; foi chamado o padre Frei João Turriano, engenheiro-mor do reino, para dar a sua opinião, vindo assim a ser construído no Lugar da Pedra do Queijo, aproveitando os alicerces do já existente; 1661 - em plena guerra da Restauração, inicia-se a construção do forte a expensas da cidade, com receios de ataques por parte da esquadra espanhola; 1717 - a Câmara do Porto, responsável pela manutenção do forte, e constituindo este um peso para os cofres do município, requereu junto do Rei D. João V a sua desactivação alegando para o efeito que o mesmo era inútil e supérfluo; o parecer do Conselho de Guerra do rei indeferiu o requerimento, mantendo a fortaleza activa, 1751 - nesta data o forte é dotado de Capelão privativo para assistência aos militares lá destacados; 1758, 11 de Abril - nas Memórias Paroquiais, o abbade Manoel da Silva Pereira, refere que existia no forte um tenente com patente de capitão, um condestável, um sargento, onze artilheiros e um cabo de esquadra, além do destacamento, que não tinha número fixo e só ia de tempos a tempos, pertencente ao regimento do Porto; 1804 - foi considerado ultrapassado, não preenchendo os requisitos para enfrentar um conflito segundo as tácticas da época; 1807 / 1811 - durante as invasões francesas o forte não exerceu qualquer papel defensivo para a cidade; 1832 / 1933 - durante o cerco do Porto os Miguelistas ocuparam-no até à jornada de Lordelo, apesar do canhoneiro insistente com que o alvejavam as baterias da luz e os navios liberais; no fim da Guerra Civil encontrava-se muito destruído; 1860, Agosto - a legenda de uma planta desta data, refere que o castelo apresentava, ponte levadiça, casa do governador, capela em ruínas, casa para os oficiais militares também arruinada, rampa para subir à esplanada, fosso seco, partes inundadas pelo mar, esplanada interiormente taboleada, quartel para os soldados, contando na altura com quatro, cozinha dos soldados, paiol e grande casa abobadada própria para resguardar os mantimentos e gente armada; 1890 / 1910 - ficou entregue à Guarda Fiscal; 1934 - foi classificado como Imóvel de Interesse Público; 1938 - a Comissão Municipal de Arte e Arqueologia propôs que o forte fosse adaptado a museu; 1942 - após as obras de restauro entrou novamente em fase de abandono; 1943 - no decorrer da II Guerra Mundial, foram colocadas baterias antiaéreas nas imediações por receio dos ataques alemães; como forma de angariar receita para ajudar a pagar as custas de um guarda permanente, as portas são abertas ao público, podendo ser utilizado como miradouro, pelo preço de 1$00; 1944, Abril - a Junta de Freguesia de Nevogilde instalou a sua sede em algumas dependências do Forte; 1945 - a Junta de Freguesia recebeu ordens de despejo por parte da Direcção Geral da Fazenda Pública, o que provocou a indignação da Câmara Municipal; 1949 - a Junta de Freguesia ainda se encontrava no edifício; nesse mesmo ano foi cedido ao núcleo da brigada naval da Legião Portuguesa do porto, que aí permaneceu até 25 de Abril de 1974; 1977 / 1978 - entregue à associação de comandos / Delegação do Norte, que aí permanece; 1961, 26 abril - ZEP publicada no DG, 2.ª série, n.º 99; 2008, 24 setembro - Proposta da DRCNorte para uma ZEP conjunta deste imóvel e do conjunto do Passeio Marítimo e da Avenida de Montevideu; 2009, 7 janeiro - parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito; portas, caixilharias e ponte levadiça de madeira; pavimento de granito; cobertura do átrio em metal e placas envidraçasdas; grades e correntes de ferro; coberturas em lajes de granito e telha; placa de bonze. |
Bibliografia
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Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; DIONÍSIO, Santana, Guia de Portugal, Vol. 4, Tomo I., Coimbra, 1985; MOREIRA, Rafael, Do Rigor Teórico à Urgência Prática: A Arquitectura Militar in História da Arte em Portugal, vol. 8, Lisboa, 1986, p. 66 - 85; PACHECO, Hélder, O Porto, Lisboa, 1989; LOPES, Flávio (coordenação), Património Arquitectónico e Arqueológico, (IPPAR), 1993; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, Lisboa, 1995; BARROCA, Mário Jorge, As Fortificações do Litoral Portuense, Edições Anapa, S.A., Lisboa, 2001; CAPELA; José Viriato, MATOS, Henrique, BORRALHEIRO, Rogério, As Freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758, Memórias, História e Património, Braga 2009, p. 598-600; www.jf-nevogilde.pt, 18 de Outubro de 2010. |
Documentação Gráfica
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AHP, Material Cartográfico, Cotas: D-CDT/A4-32-D; D-CDT/A4-146 (1-6) |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID; IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN / DSID; Matriz urbana da freguesia de Nevogilde, sob o artigo nº 1413 *1 |
Intervenção Realizada
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1839 - Obras de reparações e melhoramentos; 1942 - obras de restauro e adaptação dos espaços a museu; LEGIÃO PORTUGUESA: 1953 - obras de reparação e conservação; DGEMN: 1959 - conclusão das obras de adaptação e beneficiação, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas. |
Observações
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*1 - ZEP conjunta deste imóvel e do conjunto do Passeio Marítimo e da Avenida de Montevideu. |
Autor e Data
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Isabel Sereno / Miguel Leão 1994 / Ana Filipe 2010 |
Actualização
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Paula Noé 1997 |
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