Igreja Paroquial de Mascarenhas / Igreja de Santa Maria / Igreja de Nossa Senhora da Assunção
| IPA.00021551 |
Portugal, Bragança, Mirandela, Mascarenhas |
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Arquitectura religiosa, barroca. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave, capela-mor, sacristia e anexo adossados às fachadas laterais, com coberturas interiores diferenciadas, em falsa abóbada de berço de madeira na nave e em abóbada de granito em caixotões na capela-mor, iluminada uniformemente por janelas rectilíneas que se rasgam nas fachadas laterais. Fachada principal em empena truncada por campanário de dupla ventana, com portal de verga recta encimado por frontão interrompido, ladeado, superiormente, por janelões. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados, firmadas por pináculos, rematadas em friso e cornija, as laterais com portas travessas de verga recta. Interior com coro-alto, baptistério no lado do Evangelho e púlpito quadrangular no lado oposto, possuindo retábulos de talha dourada do estilo nacional, excepto os colaterais de estrutura maneirista. |
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Número IPA Antigo: PT010407200044 |
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Registo visualizado 136 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal composta por nave, capela-mor, sacristia adossada à fachada lateral direita e anexo no lado oposto, de volumes escalonados, com cobertura homogénea em telhado de duas águas, que se prolonga em aba sobre a sacristia e o anexo. Fachadas em alvenaria rebocada e pintada de branco, percorridas por embasamento em cantaria, flanqueada por cunhais apilastrados firmados por pináculos e rematadas em cornija. Fachada principal, voltada a O., em empena rematada em friso e cornija, truncada por campanário de duas ventanas em arco de volta perfeita, assentes em impostas salientes, e enquadrado por volutas e rematado em frontão contracurvado, rasgado por pequena sineta, coroada por cruz; é rasgada por portal axial de verga recta, com pilastras toscanas que suportam entablamento e frontão triangular interrompido por mísula que suporta peanha encimada por cruz ressarcelada, ladeada por duas janelas rectilíneas, rematada por frontões curvos; no friso do entablamento, a inscrição: "SE FES ESTA OBRA SENDO REITOR DESTA IGREJA IACI . P/[I]R[ES] ESTA[N]DO O REVEREMDO REITOR JOSEPH GOMES E JOIS / DA IGR[E]JA JOAO FERRO NO ANNO DE 1721" e, sob a cornija do remate, ao centro, relógio circular mecânico. Fachada lateral esquerda virada a N., com porta de verga recta moldurada, encimada por entablamento e frontão triangular e duas janelas rectilíneas, uma na nave e outra na capela-mor. Fachada lateral direita virada a S., com porta de verga recta encimada por fresta de arejamento, friso e frontão triangular, ladeada por dois janelões rectangulares moldurados, surgindo um semelhante na capela-mor; no corpo da sacristia, uma janela rectilínea. Fachada posterior cega, em empena coroada por cruz. INTERIOR rebocado e pintado de branco com rodapé em placagem de granito, pavimento em lajeado e cobertura em falsa abóbada de berço de madeira, assente em cornija e com tirantes metálicos. Coro-alto assente em mísulas de cantaria, com guarda balaustrada de madeira e acesso por escada de lanço único, no lado do Evangelho, que se prolonga para aceder ao campanário; no sub-coro, no lado do Evangelho, baptistério, delimitado por gradeamento e com pia baptismal em granito. As portas travessas são ladeadas por pias de água benta em granito. No lado da Epístola, púlpito quadrangular, com bacia de cantaria, decorada por florão, com guarda de madeira balaustrada e acesso por escada no lado direito. Confrontantes, retábulos laterais em talha dourada, dedicados a Santa Cruz (Evangelho) e São Sebastião (Epístola); no topo da nave, arcos de volta perfeita interrompidos, abertos para permitir a instalação dos retábulos colaterais, de talha dourada, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora de Fátima, que se prolongam em talha, envolvendo o arco triunfal, de volta perfeita assente em pilastras. Capela-mor com pavimento em lajeado de granito e cobertura em abóbada de berço com caixotões de granito, tendo, no centro, florões e assentando em friso e cornija com mísulas equidistantes. Sobre supedâneo com dois degraus centrais, retábulo-mor de talha dourada, de planta recta e três eixos definidos por seis colunas torsas, ornadas por pâmpanos e assentes em plintos cúbicos com as faces decoradas por acantos e querubins, assentando, as exteriores, em enorme consola, que se prolongam em três arquivoltas, as interiores torsas, unidas no sentido do raio, formando o ático; no centro, tribuna em arco de volta perfeita com o fundo apainelado, contendo trono, e, nos eixos laterais, mísulas, envolvidas por apainelados em semicírculo; altar paralelepipédico, com o frontal decorado por cartelas e elementos concheados, encimado por sacrário decorado por acantos e querubins. As paredes laterais são rasgadas por portas de verga recta, a do Evangelho de acesso ao anexo e a oposta à sacristia. Na sacristia, rebocada e pintada de branco, com pavimento em lajeado de granito, surge lavabo com bacia rectangular e espaldar com bica em forma de mascarão, sobrepujada por nicho concheado e enquadrada por pilastras que suportam entablamento, com cornija bastante saliente. |
Acessos
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Largo da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Peri-urbano, isolado, implantado numa aldeia que surge no fundo de um vale alargado, junto à ribeira da Cidade, afluente da margem esquerda do Rio Tua. A igreja situa-se no limite NE. da povoação junto à EM que liga Mascarenhas a Paradela, em local de meia-encosta com pendente suave E./O.. Implanta-se no centro de uma plataforma nivelada e pavimentada a cubo de granito que define um adro, com algumas árvores, delimitado a N. pela casa paroquial e pelo muro do cemitério e, dos outros lados, por muro de alvenaria gradeado. O acesso ao adro faz-se através de três portões gradeados, definidos por jambas encimadas por pirâmides coroadas com elipsoides e colocados respectivamente, em posição axial, do lado S. e atrás da igreja. No adro, surgem várias árvores de médio porte; ainda no adro, existe um cruzeiro constituído por uma base de secção quadrada em que assenta um fuste canelado encimado por um capitel coríntio sobrepujado por uma esfera canelada que suporta uma cruz apontada. A base apresenta lateralmente as seguintes inscrições: "1721", "1934", "1995" e "IX JUBILEU 1545-1995". |
Descrição Complementar
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Retábulo de Santa Cruz de talha dourada e pintada de vermelho, de planta recta e um eixo definido por quatro pilastras com o fuste ornado por acantos e duas colunas torsas, todas assentes em consolas, que se prolongam em três arquivoltas unidas no sentido do raio e com vários querubins e "putti" encarnados, formando o ático; no centro, apainelado semicircular, profusamente decorado por acantos, onde surge o Crucificado; altar paralelepipédico com o frontal decorado por orelhões concheados assimétricos. Retábulo de São Sebastião de talha dourada, de planta recta e um eixo definido por duas colunas torsas e por quatro pilastras, as exteriores mais largas, com os fustes decorados por acantos e "putti", que se prolongam em três arquivoltas, a intermédia torsa, unidas no sentido do raio; no centro, apainelado com anjos, que sustentam filactera e falso dossel com lambrequins, acantos e mísula; altar paralelepipédico, decorado com acantos e querubins. Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha dourada, de planta recta e um eixo definido por duas colunas torsas, ornadas por pâmpanos e duas pilastras com os fustes decorados por acantos, com apainelado central, o do Evangelho pintado com motivos fitomórficos dourados sobre fundo branco, e o oposto com enorme resplendor, envolvido por anjos; remate em duplo friso de acantos e cornija, com altares paralelepipédicos com decoração de concheados assimétricos. A talha prolonga-se pelo arco triunfal em cinco arquivoltas irregulares, unidas no sentido do raio, com decoração de acantos e enrolamentos. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Bragança - Miranda) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1258 - nas inquirições de Afonso III (1258) declara-se que Mascarenhas foi doada por Sancho I a Fernando Fernandes Bragançano e que este a doou a Estevão Rodrigues; 1320 - Mascarenhas pertencia às Terras de Ledra e a igreja de Santa Maria estava taxada em 80 libras; 1721 - data de construção da actual igreja (data no lintel do portal) e do cruzeiro que se encontra no adro (data na base do cruzeiro); 1796 - Mascarenhas possuía 201 almas e a igreja de Santa Maria de Mascarenhas era Reitoria, de apresentação do Bispo de Bragança, com um rendimento anual de 150 mil réis; existia também em Mascarenhas uma comenda da Ordem de Cristo, de que era titular o Marquês de Abrantes, e que rendia 2 milhões e 100 mil réis. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Paredes em alvenaria; pavimentos, vãos, cornijas, cunhais, tecto da capela-mor e fogaréus em cantaria de granito; coro-alto, portas, tecto da nave, púlpito e retábulos em madeira; cobertura em telha. |
Bibliografia
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ALVES, Francisco Manuel, Memórias Arqueológico-Históricas de Distrito de Bragança, Porto, 1911-1948; SALES, Ernesto Pereira de, Mirandela - Apontamentos históricos, Lisboa, 1950; MENDES, José Maria Amado, Trás-os-Montes nos finais do séc. XVIII, Coimbra, 1981; MOURINHO, António Rodrigues, Arquitectura religiosa da Diocese de Miranda do Douro - Bragança, Miranda do Douro, 1995. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1999 - intervenção nas coberturas e pintura exterior e interior. |
Observações
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Autor e Data
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Miguel Rodrigues 2001 |
Actualização
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