Capela de São Tomás de Aquino

IPA.00002144
Portugal, Setúbal, Almada, União das freguesias de Caparica e Trafaria
 
Arquitectura religiosa, manuelina. Capela de planta rectangular composta de nave e capela-mor, interiormente cobertas por abóbadas artosoadas e com iluminação bilateral. Fachadas contrafortadas, a principal terminada em empena e rasgada por portal em arco de carena. No interior da capela-mor possui mesa de altar revestido a azulejos enxaquetados. A Quinta da Torre foi das mais importantes do Reguengo da Caparica, quer pela produção agrícola, que pela proximidade das "Fontes Santas" e pelas relações dos seus proprietários com a família real e nobreza da corte. A capela e o poço rectangular com duas colunas de pedra, existente nas suas proximidades, constituem exemplares únicos da arquitectura manuelina no concelho de Almada.
Número IPA Antigo: PT031503020007
 
Registo visualizado 1441 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta rectangular, composta por nave e capela-mor, rectangulares e exteriormente indiferenciadas, com cobertura em telhado de quatro águas, em chapa de alumínio, na nave e em cúpula na capela-mor. Fachadas em alvenaria de pedra aparente com algum reboco, a principal virada a S., terminada em empena recta e rasgada por portal em arco de carena, rematado por elemento relevado, e assente em dois colunelos de capitéis fitomórficos; superiormente, abre-se óculo circular. Fachadas laterais com dois contrafortes de cada lado, abrindo-se uma fresta na lateral direita, sensivelmente a meio da nave, e uma outra na oposta, na capela-mor. Fachada posterior cega e terminada em empena recta. INTERIOR: nave com dois tramos, coberta por abóbada artesoada sobre mísulas, com a parte central destruída; arco triunfal de volta perfeita. Capela-mor igualmente coberta por abóbada artesoada sobre mísulas.

Acessos

Rua 5 de Outubro, desenvolvida a partir da Estrada de Porto Brandão, entre a Torre da Caparica e a Fonte Santa, 50 m. depois do cruzamento da Torre, Largo Bulhão Pato (antigo Largo da Torre do Conde). WGS84 (graus decimais): lat. 38,665034; long. -9,204723

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996

Enquadramento

Peri-urbano, isolado, integrado na antiga quinta, hoje com área muito reduzida, delimitado por nova estrada e o "campus" universitário. Ergue-se em terreno rebaixado cerca de 2 m. relativamente à estrada, de que se separa por muro divisório. O terreno encontra-se coberto por canavial. Nas imediações da capela, existem alguns vestígios da casa de habitação, armazéns agrícolas e lagar da Quinta da Torre.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: estatal de administração indirecta

Afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1569, 22 Novembro - instituição de um morgado de capela na quinta da Torre, em Caparica, por D. Tomás de Noronha, do Conselho de Estado do rei D. Sebastião, e sua mulher D. Helena da Silva; d. Tomás afectava os bens de raiz que tinham na Caparica, como a quinta da Torre, com seus assentos de casas e pomar e outras propriedades, conforme D. Brites de Menezes, mulher de D Tristão Coutinho, as havia deixado; 1570, 24 Janeiro - alvará de D. Sebastião autorizando a instituição do morgado; séc. 16 - construção no pomar da quinta de uma capela dedicada a São Tomás de Aquino; 1731, 18 novembro - realização de cerimónia de casamento na capela entre Luísa Pilar de Noronha, filha dos 5º Condes dos Arcos, com Álvaro José Botelho de Távora, 4º Conde de São Miguel, governador e capitão-general da Ilha da Madeira, e depois, do estado de Goiaz, no Brasil; celebrou o ato o padre-cura José António da Veiga e foram padrinhos o Conde de Sandomil, vice-rei da Índia, e o Visconde de Vila Nova de Cerveira e de Ponte de Lima, mestre de campo general do Exército; 1755, 1 Novembro - ruína da capela pelo terramoto; séc. 19, finais - até esta data a propriedade manteve-se na posse da família dos Condes dos Arcos; séc. 20 - a capela pertencia a José Manuel de Menezes Alarcão e Nuno José de Menezes Alarcão; 1976 - havia intenção de compra da capela por parte da Câmara Municipal; 1980 - até esta data a capela esteve ao abandono.

Dados Técnicos

Sistema estrutrual de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de calcário, não rebocada; portal em cantaria de calcário; viga de betão; porta de madeira; cobertura em chapa de alumínio.

Bibliografia

Almada na História. Boletim de Fontes Documentais, nº 13-14, Almada, Câmara Municipal de Almada, 2007, pp. 15-31; SOARES, Manuel Lourenço, Monumento histórico em vias de se perder, in Jornal de Almada, 19 Março 1976; http://lusophia.portugalis.com/forum/forum_posts.asp?TID=129&PN=1, 2 Setembro 2011; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74206 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1979 - escavação no interior e exterior da capela, que se encontrava soterrada até à verga do portal; 1983 - drenagem do terreno e consolidação do muro de suporte da estrada; consolidação da abóbada e do portal, que foi desmontado e reforçado com viga em betão armado; cobertura provisória em chapa de alumínio.

Observações

*1 - A denominação da quinta da torre terá origem na existência de uma torre medieval, possivelmente mandada erguer ou pelos Templários de Cristo ou pela Ordem de Santiago, conforme atesta uma pedra de cabeceira funerária templária encrostada no exterior da parede frontal da igreja do Monte Caparica, desaparecida após o terramoto de 1755. *2 - Encostada à Quinta da Torre, havia umas casas com uma lápide assinalando que ali viveu Bulhão Pato, poeta, gastronómico, makavenko e maçom, falecido a 24 de Agosto de 1912. Este foi autor do Livro do Monte, editado em 1896.

Autor e Data

Isabel Mendonça 1992

Actualização

Paula Noé 2011
 
 
 
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