Capela de São Sebastião / Igreja de São Sebastião
| IPA.00021409 |
Portugal, Lisboa, Loures, União das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal |
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Arquitetura religiosa, quinhentista e maneirista. Capela de planta poligonal composta por nave, capela-mor, sacristia adossada ao lado direito e exo-nártex fechado, com acesso por dois portais de volta perfeita, com coberturas interiores de feitura recente, de madeira em masseira, escassa e unilateralmente iluminada por janela em capialço, rasgada na fachada lateral esquerda, no corpo da capela-mor. Retábulo-mor, maneirista, de talha pintada, de planta reta e três eixos com remate em tabela e aletas. |
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Número IPA Antigo: PT031107160101 |
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Registo visualizado 1647 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta retangular composta por exo-nártex, nave, capela-mor, esta com sacristia adossada ao lado direito, formando dois volumes articulados, o menor correspondente ao nártex e o maior ao templo e sacristia, escalonados e com coberturas diferenciadas em telhados de três águas, rematadas em beiradas duplas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos salientes, com cunhais em cantaria de calcário e rematadas em cornijas. Fachada principal virada a O., rematada em empena reta, rasgada por portal em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e em plintos paralelepipédicos, salientes. Fachada lateral esquerda contígua a edifícios adjacentes, rasgada no corpo da capela-mor por fresta em capialço. Fachada lateral direita com porta de acesso ao nártex, sobre-elevada, de perfil semelhante à do alçado principal, também em cantaria de calcário e desativada. Fachada posterior cega, contígua a edifícios adjacentes. INTERIOR do nártex rebocado e pintado de branco, com teto de madeira em masseira e pavimento em lajeado, com porta de verga reta e moldura simples de cantaria, de acesso ao templo. O templo tem as paredes rebocadas e pintadas de branco, as da nave percorridas por silhares de azulejo de padrão policromo com cercaduras a azul e branco; tem cobertura de madeira em masseira e pavimento em tijoleira maciça, integrando lápides sepulcrais. Do lado do Evangelho, um nicho na parede da nave sugere a pré-existência de uma janela em capialço. Junto à entrada principal, no lado da Epístola, existe uma pia de água-benta em calcário, embutida no muro, de perfil circular, percorrida por anel, de bordo saliente e vestígios de policromia. Arco triunfal de volta perfeita, com pedra de fecho saliente, tendo vestígios de pintura, a representar os atributos do orago; encontra-se alteado relativamente ao pavimento da nave por um degrau. Capela-mor com teto de madeira em quatro planos e pavimento em lajeado. Possui mesa de altar em cantaria, composta por dois pilares e tampo simples, tendo, no lado do Evangelho, ambão de madeira. Na parede testeira e elevado por supedâneo de um degrau, o retábulo-mor, de talha pintada de azul, cinza e falso dourado, de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas coríntias, com o terço inferior marcado por anel, assentes em plintos paralelepipédicos, almofadados. Ao centro, nicho de volta perfeita, assente em pilastras, ornadas por entrelaçados e com seguintes ornados por folhas de acantos, contendo a imagem do orago. Os eixos laterais formam apainelados retangulares, pintados, com molduras, botões e, ao centro, losango decorado por acantos. A estrutura remata em friso de glifos, friso de óvulos e dardos e cornija, sobre a qual surgem pináculos piramidais nos ângulos e, ao centro, tabela retangular horizontal, ladeada por duplas pilastras e aletas volutadas. A tabela contém cartela com atributos do orago e remata em frontão interrompido por volutas e acantos. Altar paralelepipédico de madeira. No lado da Epístola, porta de verga reta, emoldurada a cantaria de calcário, de acesso a uma pequena sacristia, com lavabo em forma de pia de água benta, em cantaria de calcário, embutida no muro e com o intradorso concheado, ornada por pequeno acanto. |
Acessos
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Largo Catarina Eufémia (antigo Largo de São Sebastião) |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, no aglomerado rural de São Julião do Tojal, inserido em tecido antigo muito alterado. A fachada principal da capela enquadra o Largo Catarina Eufémia, antigo Largo de São Sebastião do lado E.. O largo de configuração irregular é contíguo à Rua Alfredo Dinis, o antigo caminho para Bucelas e nele confluem a Rua, a Travessa e o Beco de São Sebastião. A fachada lateral esquerda confronta com instalações de um Lar de idosos e a fachada lateral direita deita para o largo na parte correspondente ao nártex e é contígua a construção habitacional, de um piso, na parte correspondente à nave. A capela implanta-se a uma cota elevada relativamente ao nível do largo onde se situa, sendo antecedida por pequeno adro com acesso por escadas de seis degraus em cantaria de calcário e guarda metálica, pintada de verde, e pavimentado a lajeado. |
Descrição Complementar
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Na fachada principal, INSCRIÇÃO incisa e avivada a dourado: "CAPELA / SÃO SEBASTIÃO". Junto ao arco triunfal, surgem duas LÁPIDES SEPULCRAIS com inscrições: "S(epultur)A DE CATERINA / DO VALE E DE SE / VS ERDEIROS FALE / CEO NA ERA DE 1580"; na outra sepultura: S(epultur)A DE ANA GOMES MOLHER DO DOV / TOR LVIS GOMES FIZICO DEL REI / DOM ANRIQVE E DE SEVS ERD(ei)RO(s) / FALEC(e)O E(m) QVATRO DE IVLHO / DE 99". |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 16 - construção da capela; 1580 - data na sepultura de D. Catarina do Vale; 1599, 04 julho - falecimento de D. Ana Gomes, esposa do médico do cardeal D. Henrique, sepultada no local; 1606 - o lugar de São Sebastião é marcado pela capela de São Sebastião e pelas casas sobradadas construídas por Fernão Dias em 1572 e, posteriormente, compradas por Diogo Soares, Secretário de Estado do Conselho de Portugal em Madrid no tempo de Filipe IV; para O. das construções desenvolve-se extenso olival; séc. 18, final - colocação de silhares de azulejo pombalinos; 1988 - incluída no levantamento do património cultural construído de Loures; 1994,14 julho - a capela encontra-se incluída no levantamento do património cultural construído de Loures de 1988, anexo ao regulamento do PDM de Loures, RCM 54/94, DR, 1.ª série-B, n.º 161, publicado nessa data; séc. 20, final - substituição da cobertura. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Paredes em alvenaria de pedra ordinária, rebocadas e pintadas; cunhais, modinaturas, arco triunfal, lavabo, pia de água benta, pavimento, escadas, lápides em cantaria de calcário; paredes interiores da nave revestidas a lambris de azulejo; tetos de madeira envernizada; pavimento em tijoleira maciça na nave; portas de madeira pintada; coberturas interiores em telha cerâmica, lusa. |
Bibliografia
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Património Cultural Construído. Loures: Câmara Municipal de Loures, 1988; Castro, João Bautista de - Mappa de Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Oficina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno, 1763, tomo III, p. 471; Costa, Pe. António Carvalho da - Corografia Portuguesa... Lisboa: Oficina Real Deslandesiana, 1712, tomo III, p. 613. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA; CMLoures: Arquivo Divisão Planeamento Municipal Ordenamento do Território e Reabilitação Urbana |
Documentação Administrativa
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DGLAB/TT: Memórias Paroquiais, 1758; DGLAB/TT; Cónegos Regulares de St.º Agostinho, Mosteiro de São Vicente de Fora, 1606 e 1695, livros 22 e 25 |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, 2.ª metade - obras de conservação, e de alteração da forma e revestimento da cobertura, com a substituição do antigo telhado sanqueado. |
Observações
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Autor e Data
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Fernanda Ferreira, Frederico Pinto, Madalena Neves e Manuel Villaverde (CMLoures) 2012 (no âmbito da parceria IHRU / CMLoures) |
Actualização
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