Forte do Tojal / Bateria da Espadaninha
| IPA.00021407 |
Portugal, Lisboa, Loures, União das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal |
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Arquitetura militar, oitocentista. Forte (obra militar n.º 48), de planta poligonal, integrado na Segunda Linha do sistema defensivo das Linhas de Torres Vedras (v. IPA.00021407). Construída em taipa militar, com um fosso seco. Obra militar localizada numa pequena elevação sobranceira à estrada militar que acompanhava o rio Trancão. Esta posição militar, a mais recuada da 2ª Linha do Sistema Defensivo, controlava o desfiladeiro de Bucelas, única passagem natural entre as serranias de Bucelas e a várzea de Loures. Em alguns troços dos cunhais da escarpa, vestígios de revestimento a pedra basáltica. |
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Número IPA Antigo: PT031107160099 |
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Registo visualizado 2220 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Militar Forte
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Descrição
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Forte de planta em polígono irregular de quatro lados, construído a 77 metros de altitude, na retaguarda do desfiladeiro para submeter a Calçada a tiro de enfiada, tendo sido concebido para uma guarnição de 200 soldados e duas pelas de artilharia de calibre 12. A estrutura está construída em taipa militar, apresenta um fosso seco e, nalguns troços dos cunhais da escarpa, vestígios de revestimento a pedra basáltica. No interior, destaque para um pequeno través que defende a entrada e o paiol, além de duas canhoneiras voltadas para o vale. |
Acessos
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No Lugar do Zambujal |
Protecção
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Incluído na classificação das Linhas de Torres (v. IPA.00034579) |
Enquadramento
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Rural, localizado na margem direita do Rio Trancão, em plena encosta do complexo vulcânico de Lisboa, numa elevação sobranceira ao rio, dominando visualmente a estrada militar que ladeava este importante curso de água, assim como a zona de abertura geomorfológica do vale encaixado do rio Trancão, na área da atual ponte do Zambujal, quando se efetua a transição para a várzea. Escavado em solos pertencentes aos Barros Castanho avermelhados, não calcários. Atualmente insere-se em área abrangida por loteamento industrial contido entre a CREL (A9), a N., e a Via de Cintura da AML, a S.. Do local avistam-se, na margem esquerda do rio Trancão, o aglomerado do Zambujal, a NE. (v. IPA.00033953), a Quinta e o Palácio da Abelheira, a E., (v. IPA.00006305) e a Fábrica de papel do Tojal, a SE. (v. IPA.00034925). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1606 - no documento dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, do Mosteiro de São Vicente de Fora, integrado no Livro 22, existente na Torre do Tombo, o local surge denominado como Espadaninha, que se prenderá com a existência, na zona do vale, de uma espécie vegetal, denominada Espadana (lat. Typha Latifólia); 1807, outubro - França e Espanha assinam o Tratado de Fontainbleau, prevendo a invasão e subsequente divisão do território português em três reinos; novembro - tropas francesas comandadas pelo General Junot entram em Portugal; a diplomacia portuguesa solicita o apoio da Inglaterra; 29 novembro - a Família Real portuguesa abandona o país partindo para o Brasil; 1808, agosto - as tropas luso-britânicas comandadas pelo general inglês Wellesley vencem os franceses nas Batalhas da Roliça e do Vimeiro, forçando a rendição de Junot; 1809, março - as tropas francesas, comandadas pelo marechal Soult, procedem a uma segunda invasão, sendo de novo obrigadas a retirar; é decidida a construção de uma linha de defesa de Lisboa, edificada por ordem do general Wellesley, caso se verifiquem novas invasões das tropas francesas; 1810 - o Major Brandão de Sousa dá a designação de Tojal a esta obra militar; Napoleão envia o general Massena para conquistar Portugal mas é vencido por Wellesley no Buçaco; 1814 - Napoleão abdica do poder; 1829 - o Capitão J. T. Jones refere que a guarnição deste forte seria de 200 soldados e teria 2 peças de artilharia de calibre 12; 1895 - mapa militar refere a designação de Espadaninha; 1980, abril - R. W. Bremner visita o forte que se encontra em bom estado de conservação e apresenta bons parapeitos; 2013, 14 janeiro - abertura do procedimento de classificação das 1ª e 2ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres, nos concelhos de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, pelo anúncio nº 12/2013, DR, 2ª série, nº 9 (128 obras militares). |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Taipa militar, pedra basáltica. |
Bibliografia
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AMARAL, Keil do - «Onde se fala de bagas, de fortes, de papel, de água de Caneças e de outras coisas mais» in Boletim Cultural. Loures: Câmara Municipal de Loures, 1988, n.º 4, pp. 9 - 10; Carta Arqueológica do Município de Loures. Loures: Câmara Municipal de Loures, 2011; ESTÊVÃO, F. - «O património das Linhas de Torres no Município de Loures: identificação e caracterização das obras militares». In Catálogo da exposição Fortes, fortins e redutos: um contributo para a história local. Loures: Câmara Municipal de Loures / Museu Municipal de Loures, 2002, pp. 65 - 79; ESTÊVÃO, Florbela - «Linhas de Torres Vedras- inventário e breve caracterização das fortificações do município de Loures». Comunicação apresentada nas Jornadas Intermunicipais Para a Salvaguarda Recuperação e Valorização das Linhas de Torres. Bucelas: Câmara Municipal de Loures, 2003; ESTÊVÃO, Florbela - «Sistema Defensivo de Lisboa- um projeto intermunicipal em curso». Comunicação apresentada nas Jornadas de Arqueologia do Vale do Tejo, em Território Português. Sacavém: Centro Português de Geo-história e Pré-história (CPGP), 2008; Guia da Rota Histórica das Linhas de Torres. Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres, novembro 2011, http://www.cm-mafra.pt/cultura/pdf/rotas/guia_rhlt_PT.pdf; NORRIS, A. H., BREMNER, R. W. - As Linhas de Torres Vedras, as três primeiras linhas e as fortificações ao sul do Tejo. Torres Vedras: Câmara Municipal de Torres Vedras, Museu Municipal Leonel Trindade, British Historical Society de Portugal, outubro 2001; NUNES, Graça - «As Invasões Francesas e o Tejo» in Histórias do Tejo. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e Grupo nº 1 de Escolas da Armada, 1994, pp. 69-70. |
Documentação Gráfica
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DIE (Direção Geral Infraestruturas do Exército): SOUSA, Manoel Joaquim Brandão de - Coleção: Plantas e perfis das obras de fortificação das linhas de defesa ao N. de Lisboa. 1811. Cota 048_Tojal_4723-3-34-47 |
Documentação Fotográfica
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CMLoures: Arquivo da Divisão de Cultura, Arqueologia |
Documentação Administrativa
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DGPC: Processo de Classificação, Proc.º n.º 2001/3(10) |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - DOF: Forte do Tojal, também denominado Bateria da Espadarinha / Obra n.º 48 (2.ª Linha Defensiva), Zambujal, freguesia de São Julião do Tojal, concelho de Loures, distrito de Lisboa. |
Autor e Data
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Teresa Ferreira (IHRU), Fernanda Ferreira, Florbela Estevão, Madalena Neves, Frederico Pinto, Manuel Villaverde (CMLoures) 2013 (no âmbito da parceria do IHRU / CMLoures) |
Actualização
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