Ponte de Vale de Telhas

IPA.00002130
Portugal, Bragança, Mirandela, Vale de Telhas
 
Arquitectura de comunicações e transportes, seiscentista. Ponte de arco de tabuleiro rampante assente em arcos de volta perfeita e com talhamares prismáticos a montante e jusante.
Número IPA Antigo: PT010407340023
 
Registo visualizado 3574 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Ponte / Viaduto  Ponte pedonal / rodoviária  Tipo arco

Descrição

Ponte de tabuleiro quase plano, orientado sensivelmente no sentido O. - E., formando rampa suave em metade da sua secção, assente em cinco arcos de volta perfeita, o central de maior amplitude, com um raio de 8,7 m, e os laterais sucessivamente de menores dimensões, tendo os intermédios um raio de 4,15 m e os dos extremos 3,1 m. Os arcos possuem aduelas largas e pouco compridas, com o extradorso regular, e, no intradorso dos três centrais, uma série de agulheiros para encaixe dos cimbros. O aparelho dos paramentos é regular, em silhares de granito, em fiadas pseudo-isódomas, mas documenta os sucessivos arranjos ao incorporar silhares com marca de "forfex" e outros siglados. Apresenta os pegões reforçados, de ambos os lados, por quatro talhamares triangulares, altos, escalonados e de remate piramidal, à excepção de um dos talhamares, que não é escalonado, possivelmente devido a uma reconstrução mais recente. Sobre estes e encimando os dois arcos extremos, surgem seis gárgulas para escoamento de água. Pavimento formado por lajes de granito dispostas regularmente, protegido por guardas plenas em cantaria, colocadas horizontalmente, sobre cornija avançada, e possuindo num ritmo regular, pequenos vãos rectangulares, para escoamento do excesso das águas.

Acessos

EN 206 ao km 177. Gauss: M-273.9, P-518.6; Fl. 62

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado. Ergue-se sobre o Rio Rabaçal, entre Valpaços e Possacos, ficando a 5 Km. da primeira povoação e a 4 Km. da segunda. Nas imediações existe uma praia fluvial e o Parque de Campismo de Vale de Telhas. Num dos extremos da ponte, do lado N., a ponte possui encontro rectilíneo mais avançado, apresentando no topo caleira aberta, conduzindo para os terrenos as águas que escoam da estrada.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: ponte

Utilização Actual

Transportes: ponte

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Antiguidade - época provável da construção de uma primeira ponte; 1258 - a ponte é referida nas Inquirições de D. Afonso III; Idade Média - provável reforma da ponte; séc. 17 - época provável de construção da actual ponte; 1758 - as Memórias Paroquiais da freguesia referem a existência de uma ponte de cantaria na Quinta das Barcas, anexa à freguesia, denominação com possível alusão à existência antiga no local de uma barca de passagem; 3 Abril - o padre Baltazar Fernando, nas Memórias Paroquiais da freguesia de Possacos, onde era vigário, refere a existência de uma ponte de um arco sobre a ribeira que vinha de Vale de Casas e que me metia no rio Rabaçal, informando da existência de dois padrões feitos à romana, um que fora para o Vale de Telhas e outro para este lugar; 1882, cerca - Pinho Leal informa que por baixo da ponte de Vale de Telhas se acharam três "cippos romanos", mas só num se conseguia ler a inscrição.

Dados Técnicos

Estrutura mista.

Materiais

Estrutura, pavimento e guardas em granito; cimento nas juntas.

Bibliografia

LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 10, Lisboa, Livraria Editora de Matos Moreira & Cardosos, 1882; LOPO, Joaquim de Castro, Excursão a Torre D. Chama, O Archeologo Português, 1 (9), Lisboa, 1895, p. 232 - 237; ALVES, Francisco Manuel, Memórias Arqueológicas-Históricas do Distrito de Bragança, vol. IX, Porto, 1934, p. 200; BARRADAS, Lereno Antunes, Vias romanas das regiões de Chaves e Bragança, sep. da Revista de Guimarães, 66 (1 - 2), Guimarães, 1956, p. 59; SILVA, João Belmiro Pinto da, São Martinho de Aliviada e as Pontes do Diabo, in Jornadas de Estudo - Marco de Canaveses, vol. I, Marco de Canaveses, 1992, pp. 81-86; LEMOS, Francisco Sande, Povoamento Romano de Trás-os-Montes Oriental, dissert. de doutoramento, polic., vol. IIb, Universidade do Minho, Braga, 1993, p. 542; MARTINS, João Baptista, Algumas pontes antigas do Alto Tâmega e Barroso in Rev. Aquae Flaviae, Chaves, vol. 12, 1994, pp. 163-190; Pontes Romanas de Portugal, [dir. Paulo Mendes Pinto], Lisboa, 1998; PINTO, Direcção de Paulo Mendes, Pontes Romanas de Portugal, Lisboa, Associação Juventude e Património, 1988; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006; IDEM, As Freguesias do Distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2007.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Junta Autónoma das Estradas: 1950, década - obras de reconstrução da ponte; Estradas de Portugal: 2006 - obras de beneficiação.

Observações

1 - Nas proximidades da ponte apareceram três marcos miliários, dois do imperador Maximiano e outro do imperador Numeriano, cuja inscrição conforme leitura de Pinho Leal é: M. NUMA NUMERINO NOB CAE. AUG.. É possível que a estátua-menir da Bouça, descoberta por volta de 1981 / 1982, possa ter sido encontrada também junto à ponte.

Autor e Data

Paulo Amaral 1996 / Paula Noé 2010

Actualização

 
 
 
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