Elevador do Bom Jesus do Monte
| IPA.00021298 |
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Nogueiró e Tenões |
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Ascensor de construção oitocentista, movido segundo o sistema de contrapeso da água, composto por duas cabines, ligadas por cabo de aço, constituindo o primeiro funicular a ser construído na Península Ibérica e o mais antigo elevador do mundo que ainda utiliza o sistema de contrapeso da água. O terminal inferior apresenta planta retangular, com fachada principal com remate em lamberquim rendilhado, em ferro. Os reservatórios são abastecidos pelas minas do Bom Jesus, com água canalizada para um depósito enterrado, no terminar do elevador. Ainda mantém o sistema mecânico original. |
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Número IPA Antigo: PT010303580233 |
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Registo visualizado 2140 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ascensor
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Descrição
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O percurso do elevador é feito por 274 metros de encosta, com um inclinação de 42 graus e um desnível de 116 metros. Funciona sobre duas vias paralelas, cada uma com dois carris e cremalheira central, assentes sobre travessas de madeira sobre balastro de pedra. Sobre os carris circulam as cabines, ligadas por um cabo de aço, com 7 metros de comprimento, 2 de largura e 4,5 entre eixos. Apresentam capacidade para 30 passageiros sentados, cada uma, com seis bancos, para cinco passageiros cada, 8 pessoas de pé, no total de 38 passageiros mais o condutor. O sistema de suspensão é feito por 4 molas helicoidais, sem amortecedor, e o amortecimento de paragem por mola espiral com batente. Cada cabine possui dois reservatórios de água, o grande com capacidade de 5850 litros, que funciona como força motriz e contrapeso e alimentação do circuito de refrigeração dos travões dianteiros, e o pequeno de 216 litros, que serve para alimentar o circuito de refrigeração dos travões traseiros. As duas cabines andam sempre desencontradas, chegando ao destino simultaneamente. A cabine que está no topo enche o depósito de água, despejando-o ao longo do caminho pela tubagem do circuito de refrigeração dos travões dianteiros, despejando o sobejante no final da viagem. TERMINAL INFERIOR de planta rectangular, composta por três corpos justapostos transversalmente, de volumetria horizontal, o central mais elevado. Coberturas diferenciadas de quatro águas, em chapa pintada de verde. Fachadas de um registo, rebocadas e pintadas de branco, com embasamento, cunhais, cornijas de remate e molduras dos vãos em granito. Fachada principal com pano central ligeiramente destacado, com remate em lamberquim e frontão, também com lamberquim com inscrição "ASCENSOR", pintada ao centro. Este pano é aberto por três portas de verga recta, correspondendo as centrais às entradas e as dos extremos às saídas, entre sub-panos de madeira pintada de verde. Panos laterais com porta de verga recta. Interior com plataforma de acesso à cabine. TERMINAL SUPERIOR com plataformas laterais em desnível calcetadas e acesso aos carris por dupla escadaria de granito, divergente, no topo. |
Acessos
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Tenões, Bom Jesus do Monte |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 305/2013, DR, 2.ª série, n.º 99 de 23 maio 2013 / Em vias de classificação |
Enquadramento
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Rural, isolado, rodeado por vegetação luxuriante, paralelo ao escadório do Bom Jesus do Monte (v. PT010303580024), fazendo a ligação entre o início do mesmo e o santuário. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: ascensor |
Utilização Actual
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Transportes: ascensor |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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EMPRESAS: SLM - Oficinas de Olten (1880); Sociedade Michaelis Vasconcelos, Lda (1956). ENGENHEIROS: Nikolaus Riggenbach, Raul Mesnier du Ponsard (1880). |
Cronologia
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1880, abril - Início da construção do elevador, da autoria de Raul Mesnier du Ponsard *1, com a direcção do engenheiro suiço Nikolaus Riggenbach e a expensas do empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes, principal accionista da Companhia de Carris de Braga *2; as cabines foram construídas pela empresa SLM - Oficinas de Olten; 1882, 25 março - inauguração do elevador, tendo custado cerca de 30 contos de réis; 1914 - expropriação da Companhia de Carris, passando a Câmara a explorar o elevador; anos 70 / 80 - o elevador passa a ser explorado pela Confraria do Bom Jesus do Monte; 2000, 05 janeiro - proposta de classificação do elevador pela ASPA; 2003, 11 março - proposta da DR do Porto para a abertura da instrução do processo de classificação; 13 março - despacho de abertura do processo de classificação do vice-presidente do IPPAR; 2006, 10 julho - o elevador volta a estar novamente em funcionamento após uma paragem de três meses para restauro; 2010, 30 dezembro - procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252; 2011, 05 dezembro - procedimento prorrogado pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232; 2012, 23 julho - proposta da DRC do Norte para a classificação do elevador como Monumento de Interesse Público; 26 setembro - parecer favorável da SPAA do Conselho Nacional de Cultura; 2012, 18 outubro - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público, em Anúncio n.º 13592/2012, DR, 2.º série, n.º 202; 28 dezembro - procedimento de classificação prorrogado até 30 de junho 2013, pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251; 2013, 23 maio - classificação do Elevador do Bom Jesus do Monte pela Portaria n.º 305/2013, DR, 2.ª série, n.º 99; 2016, 24 novembro - proposta da DRC do Norte para a ampliação da classificação do Santuário do Bom Jesus do Monte, passando a englobar o elevador, e eventual reclassificação para Monumento Nacional; 2017, 25 janeiro - despacho da diretora-geral da DGPC a determinar a abertura do procedimento de ampliação da classificação do Santuário, de forma a integrar todo o sacro-monte, incluindo o elevador, e eventual reclassificação para Monumento Nacional; 10 maio - publicação da abertura do procedimento de ampliação da classificação do santuário, de forma a integrar todo o sacro-morte, incluindo o Elevador do Bom Jesus do Monte, e de eventual reclassificação para Monumento Nacional, em Anúncio n.º 68/2017, DR, 2.ª série, n.º 90/2017; 2018, 23 novembro - a DRC do Norte envia à Câmara Municipal de Braga a proposta de decisão para parecer; 14 dezembro - parecer favorável da Câmara Municipal de Braga; 2019, 31 janeiro - proposta da DRC do Norte; 20 março - parecer favorável da SPAA do Conselho Nacional de Cultura; 29 março - despacho de concordância da diretora-geral da DGPC; 21 junho - projeto de decisão relativo à ampliação da classificação do Santuário do Bom Jesus do Monte e à reclassificação como Conjunto de Interesse Nacional/Monumento Nacional em Anúncio n.º 110/2019, DR, 2.ª série, n.º 117; 07 julho - inscrição do Santuário do Bom Jesus do Monte, incluindo o Elevador, na Lista de Património Mundial da Unesco, sob o critério IV. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes (terminal inferior). |
Materiais
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Estrutura, embasamento, cunhais e molduras dos vãos do terminal inferior, em granito; portas do terminal inferior em madeira; cobertura do terminal em chapa de zinco pintada; carris e cabines, em ferro; cabo de ligação das cabines em aço; reservatórios de água em chapa de aço galvanizada. |
Bibliografia
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CUNHA, Secundino «Elevador via ser Monumento Nacional». In Correio da Manhã. 16 abril 2003, p. 45; http://elevadordobomjesus.vector21.com/, 29 novembro 2005; LIMA, José Carlos «Elevador do Bom Jesus de novo em circulação». In Diário do Minho. 10 julho 2006, p. 4; PRAÇA, Alexandre - «Elevador do Bom Jesus de Braga volta a circular totalmente renovado». In Público. Porto: 12 julho 2006, p. 53. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Confraria do Bom Jesus do Monte: 1956 - Substituição do cabo de aço pela Sociedade Michaelis Vasconcelos, Lda; 1977 - corte do cabo; 1996 - corte de 70 cm do cabo; 2006 - restauro do sistema e substituição das cabines por réplicas, com supervisionamento do IPPAR. |
Observações
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*1 - Raul Mesnier du Ponsard era de ascendência francesa, filho de Raul Mesnier du Ponsard, que veio para Braga para dirigir o gasómetro da cidade, tendo estagiado na empresa de Nikolaus Riggenbach;*2 - a Companhia de Carris de Braga até à data de construção do elevador fazia a ligação entre a cidade e o início do escadório do Bom Jesus. *3 - Desde a sua existência o elevador nunca teve qualquer problema, nem sofreu nenhum acidente. |
Autor e Data
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Joaquim Gonçalves 2005 |
Actualização
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