Igreja Paroquial do Vale da Senhora da Póvoa / Igreja de São Tiago
| IPA.00020801 |
Portugal, Castelo Branco, Penamacor, Vale da Senhora da Póvoa |
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Arquitetura religiosa, revivalista neoromânica. Igreja paroquial de planta poligonal composta por nave, antecedida por endonártex, mais estreito, capela-mor mais e sacristia adossada ao lado esquerdo, com coberturas interiores diferenciadas de madeira, em masseira na nave, seccionada dando origem a falsos tramos invocativos da espacialidade românica, em falsa abóbada de berço na capela-mor e planas no endonártex e sacristia; a nave é iluminada uniformemente por janelas. Fachada principal rematada em empena truncada por sineira dupla e rasgada por portal em arco de volta perfeita, encimado por rosácea. Fachadas circunscritas por cunhais em cantaria, a lateral esquerda rasgada por porta travessa. Coro-alto de madeira ocupando toda a largura da nave, sob o qual se situa, com acesso pelo endonártex, o batistério, no lado do Evangelho. Arco triunfal de volta perfeita ladeado por altares colaterais e, na parede testeira, painel pintado a representar o orago. Igreja bastante austera, intencionalmente despojada, típica da arquitetura do Estado Novo e revelando a interpretação que se fazia, durante este período, da arquitetura medieval, apresentando, contudo, um elemento destoante na fachada principal, com a introdução de uma fachada truncada por campanário de dupla ventana de volta perfeita, tipicamente seiscentista. Esta fachada apresenta-se tripartida e simétrica, dividida por faixas de cantaria que prolongam inferiormente o volume do campanário, sendo rasgada lateralmente por vários vãos. O portal axial apresenta na sua tripla arquivolta um compromisso entre as soluções quinhentistas de molduras simples com arestas boleadas e as colunas lisas com capitéis fitomórficos estilizados, tipicamente medievais, encontrando-se encimado por rosácea, constituindo, assim, na zona central, uma invocação das fachadas românicas. O coro-alto encontra-se seccionado por três arcos de volta perfeita que enquadram as janelas e ajudam a filtrar a intensidade da luz. |
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Número IPA Antigo: PT020507120129 |
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Registo visualizado 468 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta poligonal composta por nave única precedida por endonártex e capela-mor mais estreita e sacristia adossada ao lado esquerdo, de volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e capela-mor, esta mais baixa, e de uma água na sacristia. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria granítica, circunscritas por cunhais simples do mesmo material e remates em cornijas, tendo todos os vãos molduras simples em cantaria. Fachada principal virada a E., com zona central em cantaria de granito aparente na zona superior, assente em duas faixas verticais, que a dividem em três panos simétricos; é rematada em empena truncada por sineira com ventanas em arco de volta perfeita assentes em impostas salientes, com remate em friso e cornija encimada por cruz latina central e pináculos; a fachada é rasgada por portal em arco de volta perfeita de tripla arquivolta, as exterior e interior constituindo uma moldura, a primeira com aresta boleada, e a intermédia assente em duas colunas de fuste liso e capitéis decorados com motivos fitomórficos estilizados; encontra-se encimado por rosácea polilobulada, envolta por moldura circular, protegida por vidros coloridos. Cada um dos panos laterais é rasgado por duas janelas estreitas sobrepostas, as inferiores em capialço. Fachada lateral esquerda rasgada na nave por porta travessa em verga reta e três janelas em capialço, surgindo, no volume da sacristia, bastante mais baixo, porta de verga reta, na face E., uma janela na S. e duas na O., todas com moldura de cantaria. Fachada lateral direita rasgada por três janelas semelhantes às da fachada oposta. Fachada posterior cega. INTERIOR rebocado e pintado de branco, percorrido por silhares de azulejo industrial de padrão azul e branco, com motivos vegetalistas e geométricos. O endonártex possui cobertura de madeira e pavimento em lajes de granito, tendo, no lado do Evangelho, vão de verga reta emoldurado, de acesso ao batistério, protegido por grade metálica pintada de branco. No interior, pia batismal de granito, composta por coluna e taça cilíndrica, surgindo, na parede fronteira à entrada, painel de azulejo representando o "Batismo de Cristo". No lado da Epístola, porta semelhante de acesso à sacristia. A nave tem cobertura em estrutura metálica, revestida a madeira em masseira, assente em duplas mísulas de cantaria sobre as janelas, formando quatro tramos, e pavimento em tabuado e eixo central de granito, sendo o pavimento junto à porta travessa também com lajes de granito. Sobre o nártex, o coro-alto, convexo na zona central, envolvido por moldura de cantaria e com guarda de madeira; encontra-se seccionado por três arcos de volta perfeita assentes em pilares. O portal axial encontra-se protegido por guarda-vento de madeira. Arco triunfal de volta perfeita em cantaria, flanqueado pelas capelas colaterais, dedicadas a Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e Sagrado Coração de Jesus (Epístola). Capela-mor com cobertura de madeira em falsa abóbada de berço assente em cornija de cantaria e pavimento em lajeado de granito. No lado da Epístola, junto ao arco triunfal, púlpito quadrangular com bacia em cantaria e guarda de madeira torneada. Parede testeira com moldura de granito e enorme painel pintado central a representar o orago, envolvido por moldura também de granito, ao qual se adossa altar paralelepipédico, sobre o qual surge sacrário de madeira com colunas torsas e remate piramidal; sobre supedâneo, a ara de altar. No lado do Evangelho, porta de verga reta de acesso à sacristia rebocada e pintada de branco, com pavimento cerâmico e teto plano, também rebocado, onde surge lavabo em granito, com espaldar flanqueado por pilastras almofadadas, encimadas por friso e cornija, com bica simples e taça retangular. |
Acessos
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Largo da Igreja e Avenida da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, no cimo da Alameda dos Balcões (v. IPA.00005906), em zona privilegiada com vista sobre a povoação, rodeada de várias casas de habitação, com escadaria central com guardas metálicas, que acede a pequeno adro protegido por murete de alvenaria de granito. |
Descrição Complementar
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No interior, encontra-se um confessionário de madeira em branco. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: José A. de Magalhães (1944); António Ribeiro Martins (1944). CANTEIRO: Mestre Cartola (1944). ENTALHADOR: Agostinho (1944). |
Cronologia
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1612 - primeiro assento de batismo; 1641 - primeiro assento de óbito; 1642 - primeiro assento de casamento; 1758 - é referida nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo cura Manuel Martins de Olival, como sendo uma paróquia com 112 vizinhos, estando a igreja dentro da povoação, sendo dedicada a Santiago, com quatro altares, o mor, tendo as imagens de Santiago e Santo António, surgindo, ainda, os de Nossa Senhora do Rosário, o das Almas, com a imagem do Crucificado, e o do Espírito Santo; tem duas naves e as Irmandades das Almas e do Espírito Santo; o pároco é cura, apresentado pelo prior da Moita, tendo de rendimentos o pé de altar, rendendo a paróquia 200$000; refere a existência de uma igreja arruinada, que fora a matriz; 1944 - início da construção da igreja, por iniciativa do Dr. Jaime Lopes Dias *1 e da população local, segundo plano dos arquitetos José A. de Magalhães e António Ribeiro Martins; trabalha na igreja o Mestre Cartola de Medelim; execução do confessionário por Agostinho de Lavacolhos; a pedra é proveniente da Serra de Opa, que circunda a povoação; 1948 - inauguração da igreja; 1997, 06 maio - proposta de abertura do processo de classificação pela DRCoimbra, em conjunto com o Conjunto na localidade da Senhora da Póvoa; 09 maio - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 1998, 18 junho - a DRCoimbra propõe a classificação do conjunto como valor municipal; 2001, 22 fevereiro - o Conselho Consultivo do IPPAR propõe a classificação como Imóvel de Interesse Público; 2006, 03 março - é pedida a proposta de Zona Especial de Proteção à DRCoimbra; 2009, 23 outubro - o processo de classificação caduca nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, publicado nesta data. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes autónomas. |
Materiais
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Estrutura em betão armado, rebocada e pintada; cunhais, sineira, pináculos, modinaturas, pavimento da capela-mor, endonártex e corredor central da nave, púlpito, pia batismal, lavabo da sacristia, cornija em cantaria de granito; portas em madeira de pinho; pavimento da nave, guarda do coro-alto e púlpito, altares, coberturas, confessionário e arcaz de madeira; janelas com vidro colorido e martelado; grades que protegem o batistério em ferro; painel central da parede testeira com tela pintada; silhares de azulejo industrial; alcatifa na capela-mor; coberturas exteriores com telha cerâmica. |
Bibliografia
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Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais. Lisboa: Arquivos Nacionais / Torre do Tombo, Dezembro de 1993. |
Documentação Gráfica
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CMPenamacor |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMPenamacor |
Documentação Administrativa
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Arquivo Paroquial do Vale de Nossa Senhora da Póvoa (Caderno de encargos da costrução) / DGLAB/TT: Memórias Paroquiais, 1758 |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, 2.ª metade - arranjo dos rebocos interiores e colocação de azulejo industrial a revestir o interior, formando silhar. |
Observações
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*1 - conhecido personagem do concelho de Penamacor, que contribuiu para a divulgação do património e etnografia beirã. |
Autor e Data
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Vera Venâncio 2004 |
Actualização
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